1 A DISLEXIA NA ESCOLA PÚBLICA TATIANE BALDASIN¹, FERNANDA DA SILVA¹, STÉFANY PALOMA MAZZI VIDA¹. ¹E.E.”Profª Catharina Casale Padovani” RESUMO: Dislexia caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. Costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização, sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado. As dificuldades de conhecimento e de definição do que é dislexia, fez com que se criasse um mundo tão diversificado de informações que acaba por confundir os envolvidos. A dislexia para a lingüística, não é uma doença, mas um fracasso inesperado (um problema) na aprendizagem da leitura (DUBOIS, 1993), sendo, pois, uma síndrome de origem lingüística.As causas ou a etiologia da síndrome disléxica são várias e dependem do enfoque ou da análise do investigador. Muitas das indicações de prováveis causas da dislexia resultam de estudos comparativos entre disléxicos e bons leitores. Podemos considerar como sendo algumas destas causas: a hipótese de déficit perceptivo; a hipótese de déficit fonológico e a hipótese de déficit na memória. Com este contexto, buscamos identificar quais seriam os indicadores de um provável quadro de dislexia em alunos da educação básica e quais os encaminhamentos geralmente adotados para estes casos. PALAVRAS-CHAVE: Dislexia; Dificuldades na Leitura, Escrita e Soletração; Psicolingüística. INTRODUÇÃO: Dislexia (do grego: dis = difícil, prejudicada, e lexis = palavra) caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, da escrita e da soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização sendo comum provocar uma defasagem inicial no aprendizado. A dificuldade de conhecimento e de definição do que é dislexia, dá origem a um mundo tão diversificado de informações, que acaba confundindo os envolvidos. A dislexia, segundo DUBOIS (1993, p.197), é uma deficiência de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos e fonemas muitas vezes, mal identificados. Segundo este lingüista, interessa de modo preponderante tanto à discriminação fonética quanto ao reconhecimento dos signos gráficos ou à transformação dos signos escritos em signos verbais. Pesquisadores da área da psicolingüística aplicada à educação escolar defendem a hipótese do déficit fonológico como algo que justificaria, por exemplo, a ocorrência de disléxicos que apresentam confusão espacial e articulatória. O objetivo deste trabalho é caracterizar contextos ou fatores do campo pedagógico-lingüístico que são determinantes no surgimento das dislexias, assim como pontuar alguns dos indícios de que as dislexias se manifestam e quais são os encaminhamentos para estes casos quando envolvem alunos da escola pública. MATERIAL E MÉTODOS: Para o desenvolvimento desta pesquisa, procuramos primeiro alguns textos de referência nas pesquisas em bases eletrônicas. A partir daí começamos a fazer contato com profissionais que, de uma forma ou de outra, atendem ou acompanham casos de dislexia. Durante estes contatos também localizamos pais de crianças disléxicas, os quais nos forneceram alguns dados e muitas vezes indicaram caminhos que ainda não existem institucionalmente. Com estas indicações iniciais, começamos a buscar profissionais que são referência no atendimento de crianças quando há indicativos ou dúvidas sobre um provável quadro de dislexia em alunos das escolas de nossa região. Não tomamos como um caminho exclusivo ,mas olhamos especialmente para a rede pública de ensino em nossa região. Sendo assim, procuramos informações na diretoria de ensino da região e também junto aos gestores e professores coordenadores pedagógicos de nossa unidade escolar. Nesta busca regional fizemos alguns contatos iniciais que não caracterizaram propriamente entrevistas em si, mas sim coletas de informações como elas seriam repassadas ao público em geral. Por fim, as professoras coordenadoras pedagógicas e uma professora de reforço de nossa unidade escolar nos forneceram as informações referentes à realidade mais imediata. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Identificada pela primeira vez por Berklan, em 1881, teve o termo 2 'dislexia' cunhado em 1887 por Rudolf Berlin, um oftalmologista de Stuttgart - Alemanha. Ele usou o termo para se referir a um jovem que apresentava grande dificuldade no aprendizado da leitura e escrita, ao mesmo tempo em que apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos. Em 1896, W. Pringle Morgan, um físico britânico de Seaford - Inglaterra publicou no British Medical Journal uma descrição de uma desordem específica de aprendizado na leitura, com o título "Congenital Word Blindness". O artigo descreve o caso de um menino de 14 anos de idade que não havia aprendido a ler, demonstrando contudo, inteligência normal e que realizava todas as atividades comuns de uma criança dessa idade. Durante as décadas de 1890 e início de 1900, James Hinshelwood, oftalmolologista escocês, publicou uma série de artigos nos jornais médicos descrevendo casos similares. Um dos primeiros grandes pesquisadores a estudar a dislexia foi Samuel T. Orton, neurologista que trabalhou inicialmente com vítimas de traumatismos. Orton estudou as dificuldades de leitura e concluiu que havia uma síndrome não correlacionada a traumatismos neurológicos que provocava a dificuldade no aprendizado da leitura. Orton chamou essa condição por strephosymbolia ('símbolos trocados') para descrever sua teoria a respeito de indivíduos com dislexia. Orton observou também que a dificuldade em leitura da dislexia aparentemente não estava correlacionada com dificuldades estritamente visuais. Ele acreditava que essa condição era causada por uma falha na lateralização do cérebro. A hipótese referente à especialização dos hemisférios cerebrais de Orton foi alvo de novos estudos, póstumos, na década de 1980 e 1990, estabelecendo que o lado esquerdo do planum temporale,uma região cerebral associada ao processamento da linguagem, é fisicamente maior que a região direita nos cérebros de pessoas não disléxicas; nas pessoas disléxicas, contudo, essas regiões são simétricas ou mesmo ligeiramente maior no lado direito do cérebro. Este maior desenvolvimento de seu hemisfério cerebral lateral-direito do que leitores normais também justificam algumas habilidades relacionadas à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em três dimensões e criatividade na solução de problemas, habilidades intuitivas do disléxico. Por outro lado também há fontes que indiquem certa imaturidade psicomotora ou o conflito em sua dominância e colaboração hemisférica cerebral direito-esquerdo, embora existam disléxicos ganhadores de medalhas olímpicas. Também podemos considerar a herança genética da dislexia apontada por alguns cientistas. Entre eles, um grupo de pesquisadores italianos da Universidade de Milão indicou que o problema está ligado a uma falha no cromossomo 15. Estes investigadores basearam o seu estudo em 121 famílias italianas com crianças disléxicas, verificando uma vinculação direta com o cromossomo 15. Apesar de ser uma questão difícil de analisar, já se considerava uma tendência da dislexia passar de pais para filhos, embora outras patologias também possam influenciar o seu aparecimento. Esta relação da dislexia e o cromossomo 15 já havia sido investigada por cientistas anglo-saxões. Para que se possam esclarecer os fatores determinantes do problema, os cientistas pretendem prosseguir o caminho do cromossomo 15, de modo a conseguirem identificar com precisão os genes malformados, quando se verifica uma dislexia. Outro fator que vem sendo estudado é a exposição do feto a doses exageradas de testosterona - hormônio masculino - durante a sua formação in-útero, no ramo de estudos da teratologia; nesse caso a maior incidência da dislexia em pessoas do sexo masculino seria explicada por abortos naturais de fetos do sexo feminino durante a gestação. Segundo essas teorias, a dislexia pode ser explicada por causas físico-químicas (genéticas ou hormonais) durante a concepção e a gestação, explicando os motivos de haver, aproximadamente, 4 pessoas disléxicas do sexo masculino para 1 do sexo feminino. Segundo essa abordagem, a dislexia manifesta-se por toda a vida, não havendo cura. Em alguns casos remédios e estratégias de compensação auxiliam os disléxicos a conviver e superar suas dificuldades com a linguagem escrita. Também há indícios de que em alguns casos a dislexia é provocada por má-formação congênita com alterações nos sistemas craneo sacral, proprioceptivo e fascial (fáscia). Por fim, outros fatores que influenciam na dislexia são os padrões de movimentos oculares; fundamentais para a leitura eficiente. São as fixações nos movimentos oculares que garantem que o leitor possa extrair informações visuais do texto. No entanto, algumas palavras são fixadas por um tempo maior que outras. Estes movimentos influenciam, determinam ou afetam a facilidade ou dificuldade do reconhecimento de palavras, associados a fatores como: familiaridade, freqüência, idade da aquisição, repetição, significado e contexto, regularidade de correspondência entre ortografia-som ou grafema-fonema, e Interações. Com todas estas prováveis determinantes, é bom considerar que a dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente. A dislexia numa criança não afeta a sua inteligência, mas impede-a de ler ou escrever corretamente devido à dificuldade no uso dos fonemas. Dislexia é uma dificuldade de 3 aprendizado da linguagem (leitura, soletração, escrita, linguagem expressiva ou receptiva, razão e cálculos matemáticos, linguagem corporal e social). Não se aponta como causa a falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade. As dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, são as características evidenciadas na maioria dos disléxicos. A dislexia é uma causa de evasão escolar e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional". No caso da criança em idade escolar, a Psicolingüística define a dislexia como um fracasso inesperado na aprendizagem da leitura (dislexia), da escrita (disgrafia) e da ortografia(disortografia) na idade prevista em que essas habilidades já devem ser automatizadas. É o que se denomina de dislexia de desenvolvimento.No caso de adulto, tais dificuldades quando ocorrem depois de um acidente vascular cerebral (AVC) ou traumatismo cerebral, dizemos que se trata de dislexia adquirida. A dislexia, como dificuldade de aprendizagem verificada na educação escolar, é um distúrbio de leitura e de escrita que ocorre na educação infantil e no ensino fundamental. Em geral, a criança tem dificuldade em aprender a ler e escrever e, especialmente, em escrever corretamente sem erros de ortografia, mesmo tendo o Quociente de Inteligência (QI) acima da média. Além do QI acima da média, o psicólogo Jesus Nicasio García (GARCIA, 1998, p. 144), assinala que devem ser excluídas do diagnóstico do transtorno da leitura as crianças com deficiência mental, com escolarização escassa ou inadequada e com déficits auditivos ou visuais. Tomando por base a proposta de CONDEMARÍN (l989, p. 55), a dificuldade de aprendizagem relacionada com a linguagem (leitura, escrita e ortografia) pode ser inicial e informalmente diagnosticada pelo professor da língua materna (um diagnóstico mais preciso deve ser feito e confirmado por neurolingüista), com formação na área de Letras e com habilitação em Pedagogia, que pode vir a realizar uma medição da velocidade da leitura da criança, utilizando, para tanto, a seguinte ficha de observação, com as seguintes questões a serem prontamente respondidas: A criança movimenta os lábios ou murmura ao ler? A criança movimenta a cabeça ao longo da linha? Sua leitura silenciosa é mais rápida que a oral ou mantém o mesmo ritmo de velocidade? A criança segue a linha com o dedo? A criança faz excessivas fixações do olho ao longo da linha impressa? A criança demonstra excessiva tensão ao ler? A criança efetua excessivos retrocessos da vista ao ler? Para o exame dos dois últimos pontos, é recomendável que o professor coloque um espelho do lado oposto da página que a criança lê. O professor coloca-se atrás e nessa posição pode olhar no espelho os movimentos dos olhos da criança. Pedir que a criança complete certas palavras omitidas no texto, pode ser uma técnica para o professor de língua materna determinar o nível de compreensibilidade do material de leitura (ALLIENDE: 1987, p.144). Outra conquista científica para uma avaliação mais clara da dinâmica de comando cerebral em dislexia foi a dos pesquisadores da equipe da Dra. Sally Shaywitz, da Yale University, que anunciaram recentemente uma significativa descoberta neurofisiológica, que indica ser a falta de consciência fonológica do disléxico, a determinante mais forte da probabilidade de sua falência no aprendizado da leitura. O Dr. Breitmeyer descobriu que há dois mecanismos inter-relacionados no ato de ler: o mecanismo de fixação visual e o mecanismo de transição ocular que, mais tarde, foram estudados pelo Dr. William Lovegrove e seus colaboradores, e demonstraram que crianças disléxicas e não-disléxicas não apresentaram diferença na fixação visual ao ler; mas que os disléxicos, porém, encontraram dificuldades significativas em seu mecanismo de transição no correr dos olhos, em seu ato de mudança de foco de uma sílaba à seguinte, fazendo com que a palavra passasse a ser percebida, visualmente, como se estivesse borrada, com traçado carregado e sobreposto. Sensação que dificultava a discriminação visual das letras que formavam a palavra escrita. Como bem figura uma educadora e especialista alemã, "... É como se as palavras dançassem e pulassem diante dos olhos do disléxico". O déficit fonológico apontado pelos investigadores da área de psicolingüística aplicada à educação escolar, justifica, por exemplo, o aparecimento de disléxicos com confusão espacial e articulatória. Desse modo, são considerados sintomas da dislexia relativos à leitura e escrita os seguintes erros: Erros por confusões na proximidade especial: a) confusão de letras simétricas, b) confusão por rotação c) inversão de sílabas 4 Confusões por proximidade articulatória e seqüelas de distúrbios de fala: a) confusões por proximidade articulatória; b) omissões de grafemas, c) omissões de sílabas. As características lingüísticas, envolvendo as habilidades de leitura e escrita mais marcantes das crianças disléxicas, são: A acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao escrever; Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia: a-o; c-o; e-c; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u etc; Confusão entre letras, sílabas ou palavras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m; a-e; Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e, cujos sons são acusticamente próximos: d-t; j-x;c-g;m-b-p; v-f; Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me-em; sol-los; som-mos; sal-las; pal-pla. Elementos que compõem a Dislexia Disgrafia: é uma inabilidade ou atraso no desenvolvimento da Linguagem Escrita, especialmente da escrita cursiva .Escrever com máquina datilográfica ou com o computador pode ser muito mais fácil para o disléxico. Na escrita manual, as letras podem ser mal grafadas, borradas ou incompletas, com tendência à escrita em letra de forma. Os erros ortográficos, inversões de letras, sílabas e números e a falta ou troca de letras e números ficam caracterizados com muita freqüência.. Como exemplo de disgrafia existe um garoto em nossa escola, já diagnosticado enquanto aluno de alfabetização em outra unidade escolar, que apresenta dificuldades com a linguagem. A professora de reforço Regina, acompanha a sua dificuldade e tenta ajudá-lo, ela diz que ele tem grandes problemas com a leitura e com a escrita. Discalculia - As dificuldades com a Linguagem Matemática são muito variadas em seus diferentes níveis e complexas em sua origem. Podem evidenciar-se já no aprendizado aritmético básico como, mais tarde, na elaboração do pensamento matemático mais avançado. Embora essas dificuldades possam manifestar-se sem nenhuma inabilidade em leitura, há outras que são decorrentes do processamento lógico-matemático da linguagem lida ou ouvida. Também existem dificuldades advindas da imprecisa percepção de tempo e espaço, como na apreensão e no processamento de fatos matemáticos, em sua devida ordem.. Deficiência de Atenção - É a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco central de um estímulo. Esse estado de concentração é fundamental para que, através do discernimento e da elaboração do ensino, possa completarse a fixação do aprendizado. A deficiência de atenção pode manifestar-se isoladamente ou associada a uma linguagem corporal que caracteriza a hiperatividade ou, opostamente, a hipoatividade. Hiperatividade - Refere-se à atividade psicomotora excessiva, com padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada; não consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos. Porque age sem pensar e sem medir conseqüências, está sempre envolvida em pequenos acidentes, com escoriações, hematomas, cortes. Um segundo tipo de hiperatividade tem como característica mais pronunciada, sintomas de dificuldades de foco de atenção. É uma superestimulação nervosa que leva esse jovem, ou essa criança, a passar de um estímulo a outro, não conseguindo focar a atenção em um único tópico. Assim, dá a falsa impressão de que é desligada, mas, ao contrário, é por estar ligada em tudo, ao mesmo tempo, que não consegue concentrar-se em um único estímulo, ignorando outros. Hipoatividade - A criança hipoativa é aquela que parece estar, sempre, no "mundo da lua", "sonhando acordada" - impressão de que nunca está ligada em nada, tem memória pobre e comportamento vago, pouca interação social, quase não se envolve com seus colegas e costuma não ter amigos. Hipoatividade se caracteriza por um nível baixo de atividade motora, com reação lenta a qualquer estímulo. Essa criança não costuma trazer problemas em seu convívio porque é sempre muita bem comportada. Sintomas na Infância: 5 1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar; 2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras; 3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo; 4 - distúrbios do sono; 5 - enurese (micção noturna); 6 - suscetibilidade à alergias e à infecções; 7 - tendência à hiper ou a hipo- atividade motora; 8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência; 9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo; 10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares. CONDEMARÍN (1987, p.23), além destas dificuldades já citadas, também aponta outras perturbações da aprendizagem que podem acompanhar os disléxicos: alterações na memória, alterações na memória de séries e seqüências, dificuldades em matemática, confusão com relação às tarefas escolares, pobreza de vocabulário e escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo) CONCLUSÕES: Entre as causas ou fatores de ordem pedagógico-lingüística que favorecem a aparição das dislexias, estão atuações de docentes que desconheçam a fonologia aplicada à alfabetização assim como tenham deficiências nos conhecimentos lingüísticos e metalingüísticos aplicados aos processos de leitura e escrita. Esta situação é mais comum entre aqueles não qualificados para o ensino da língua materna (por exemplo, um professor ou professora sem formação superior na área de magistério escolar ou sem formação pedagógica mínima em nível médio). Vale lembrar que este contexto não é o grande determinante dos quadros de dislexia, mas pode acentuar uma situação pré-existente, anterior à idade escolar, constituida conforme a realidade socioambiental durante a infância do aluno disléxico.Também percebemos que na escola publica, praticamente, quando há indícios de dislexia o encaminhamento e acompanhamento são feito caso a caso. O único momento comum são as aulas de reforço, havendo a carência de uma definição de como encaminhar esses alunos. O professor com formação ou informação efetiva em dificuldades de aprendizado pode tornar-se canalizador do encaminhamento de providências junto ao aluno disléxico, mas o profissional naturalmente indicado para essa iniciativa é o psicólogo escolar que poderá tomar a iniciativa de comunicar a necessidade dessas providências aos pais dessa criança e de atuar como mediador entre os familiares e os diferentes profissionais que participem dessa avaliação diagnóstica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALLIENDE, Felipe, CONDEMARÍN, Mabel. (1987). Leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Tradução de José Cláudio de Almeida Abreu. Porto Alegre: Artes Médicas. CONDEMARÍN, Mabel, BLOMQUIST, Marlys. (1989). Dislexia; manual de leitura corretiva. 3ª ed. Tradução de Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre: Artes Médicas. GARCÍA, Jesus Nicasio. (1998). Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas. DUBOIS, Jean et ali. (1993). Dicionário de lingüística. Direção e coordenação geral da tradução de Izidoro Blinstein. SP: Cultrix.