UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL CLEUTON RIBEIRO DE OLIVEIRA ARRANJOS POPULACIONAIS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NA PRODUÇÃO DE GIRASSOL DISSERTAÇÃO GURUPI -TO DEZEMBRO – 2013 II UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL ARRANJOS POPULACIONAIS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NA PRODUÇÃO DE GIRASSOL Dissertação apresentada à Universidade Federal do Tocantins, como parte das exigências do Programa de Pós- Graduação em Produção Vegetal para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Área de concentração: Fitotecnia. Orientador: Prof.° DSc. Hélio Bandeira Barros GURUPI-TO DEZEMBRO–2013 III IV À minha mãe Zélia Ribeiro de Oliveira pelas orações e por todo amor e carinho. Ao meu pai, Jaime Pereira de Oliveira pelos ensinamentos e incentivo. E aos meus irmãos, Jairo, Jailton, Helton e Cleibe, pelo apoio e atenção. A minha noiva e futura esposa, Geórgia Verônica pelo amor, carinho e compreensão. DEDICO V AGRADECIMENTOS A DEUS, pela saúde e disposição para superar todas as adversidades e por presentear com tantas pessoas que me apoiam nas conquista da minha vida. À Universidade Federal do Tocantins (UFT), e ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, Campus Universitário de Gurupi, pela oportunidade de realização do curso. Aos membros da banca examinadora por aceitarem contribuir com esta obra. Á CAPES, que me concedeu bolsa de estudos, sem a qual não seria possível conclusão. Agradeço ao Professor Hélio Bandeira Barros, pela sua disponibilidade, auxiliando e orientando em todas as ações do grupo de pesquisa. À UFT pelas instalações e aos funcionários. Aos meus amigos, Emerson, Wembles, Stefanio, Alex, Juara a vocês todo o meu carinho por todos os momentos de aprendizado, ajuda e também de descontração. Ao Djalma Junior pela sua amizade e companheirismo de sempre. A Elonha por toda ajuda na dissertação e também por toda sua amizade. Aos colegas do programa de pós-graduação pelas discussões, pelas dicas e a troca de experiência. A todos os membros do grupo Kairós da comunidade Senhor do Bonfim, por todas as amizades, ensinamentos, sorrisos, choro, alegrias e orações. A todos que direta ou indiretamente, cooperaram para o bom andamento do trabalho. Obrigado á todos. VI RESUMO OLIVEIRA, C. R. Arranjos populacionais e adubação nitrogenada na produção de girassol. 72f. Dissertação (Mestrado em Produção vegetal: Fitotecnia) – Programa de Pós-Graduação Produção vegetal, Universidade Federal do Tocantins, Gurupi, 2013. Objetivando-se estudar os efeitos de espaçamento entre linhas, população de plantas e doses de nitrogênio nos componentes de produção do girassol, cultivado no ano agrícola 2012/13, safra e safrinha na região Sul do Tocantins, o experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Federal do Tocantins Campus de Gurupi- TO. Utilizou-se delineamento em blocos casualizados em esquema fatorial 3 x 2, 3 x 4 e 3 x 5, três cultivares, dois espaçamentos quatro população de plantas e cinco doses de nitrogênio, para estudar espaçamento entre linhas e população de plantas, foram utilizados Helio 250, Helio 251, Helio 258, espaçamentos foram (45 e 90 cm), população de plantas (30, 50, 70 e 90 mil plantas por hectare), para doses de nitrogênio, Helio 250, Helio 251, Helio 360 e doses de ( 0, 50, 100, 150, 200), todos com quatro repetições. Foram avaliadas as seguintes características: número de folhas (NF), altura da planta (AP), altura da inserção do capítulo (AC), diâmetro da haste (DH), diâmetro do capítulo (DC), porcentagem de aquênios normais (NA), peso de 1000 grãos (P1000), peso hectolitro (PH), número de aquênios por capítulo (NAC) e produtividade de aquênios (PROD). O cultivar Helio 251 apresentou maior rendimento independente do espaçamentos, as características agronômicas P1000 e PROD foram influenciada pelo efeito do espaçamento entre linhas. Para o conjunto de cultivares avaliado, destaca-se as populações de 50 e 70 mil plantas por hectare, o cultivar H 251, foi o mais produtivo. A altura da planta, altura do capítulo e diâmetro da haste, aumentaram linearmente em função das doses de nitrogênio para todos os híbridos, número de folhas, aquênios normais, densidade de grãos e produtividade aumentaram de modo quadrático. As produções máximas alcançadas pela adição de doses crescentes de N em cobertura foram de 1966,82 kg ha-1 de aquênios, com 158,58 kg ha-1 de nitrogênio. Palavras-chave - Espaçamento, População, Adubação Nitrogenada. VII ABSTRACT OLIVEIRA, C. R. Population arrangements and nitrogen fertilization on sunflower crop. 72p. Dissertation (MSc in Crop production: Crop Science) - Graduate Program in Crop Production, Federal University of Tocantins, Gurupi, 2013. Aiming to study the effects of row spacing, plant population and nitrogen levels on yield components of sunflower grown in crop year 2012/13, and late growing season in the southern region of Tocantins, the experiment was conducted in the experimental area of the Federal University of Tocantins Campus Gurupi-TO. It was used a factorial 3 x 2, 3 x 4 and 3 x 5 randomized block design, being three cultivars(Helio 250, Helio 251 and Helio 258), two row spacing (45 and 90 cm), four plant population (30, 50, 70 and 90 thousand plants per hectare) and five doses of nitrogen (0, 50, 100, 150, 200), with four replicates. The following characteristics were evaluated: number of leaves (NF), plant height (AP), the height chapter insertion (AC), stem diameter (DH), chapter diameter (DC), percentage of normal achenes (NA), 1000 grain weight (P1000), hectoliter weight (PH), number of achenes per chapter (NAC) and achenes productivity (PROD). The cultivar Helio251 showed higher income independent of the spacing, the agronomic characteristics P1000 and PROD were influenced by the effect of row spacing. For the group of evaluated cultivars, stands out the populations of 50 and 70 thousand plants per hectare. The cultivar H 251 was the most productive. The plant height, height of the chapter and stem diameter increased linearly as a function of nitrogen for all hybrids. Number of leaves, normal achenes, grain density and productivity increased in a quadratic way. Maximum yields obtained by addition of increasing doses of N topdressing were 1966.82 kg ha-1 of achenes, with 158.58 kg ha-1 of nitrogen. Key-words: Spacing, Population, Nitrogen Fertilization. VIII LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO I FIGURA 1. Dados climáticos semanal de temperatura média (⁰C), umidade relativa (%) e precipitação (mm) ocorrida durante o período de 27 de setembro a 27 de dezembro de 2012, Gurupi – TO...,.....................................................................29 CAPÍTULO II FIGURA 1. Valores médios diários de temperaturas (ºC) e umidade relativa do ar (%) e total diário de precipitação pluvial (mm) ocorridas durante o período de 27 de Setembro de 2012 a 30 de dezembro de 2012, Gurupi, TO................................ 41 CAPÍTULO III FIGURA 1. Dados climáticos semanal de temperatura média (⁰C), umidade relativa (%) e precipitação (mm) ocorrida durante o período de 01 de março a 31 de maio de 2013, Gurupi – TO.............................................................................................. 53 FIGURA 2. Representação gráfica e equação de regressão de número de folhas (A), altura (B), altura do capítulo (C), diâmetro da haste (D), número de aquênios (E), diâmetro do capitulo (F), % de grãos normais (G), Peso de 1000 Aquênios (H), densidade de grãos (I) e produtividade (J), das plantas de girassol, em função das doses de Nitrogênio. UFT, Gurupi - TO, 2013................................................... 60 IX LISTA DE TABELAS CAPÍTULO I TABELA 1. Resumo da análise de variância, das características NF - número de folhas; AP altura de plantas; AC - altura do capítulo; DH - diâmetro da haste; DC - diâmetro de capítulo; AN - aquênios normais; PH - Peso hectolitro; NAC - número de aquênios por capítulo; P1000 - massa de mil aquênios; PROD - produtividade de aquênios, de três cultivares de girassol, Gurupi - TO, 2012............................... 32 TABELA 2. Médias de número de folhas (NF), altura de planta (AP), altura de capítulo (AC), diâmetro do capítulo (DC), diâmetro da haste (DH), aquênios normais (AN), peso hectolitro (PH) e número de aquênios por capítulo (NAC), de girassol cultivado nos espaçamentos entre linhas de 45 e 90 cm, Gurupi – TO, 2012.... 33 TABELA 3. Médias de número de folhas (NF), altura de planta (AP), altura de capítulo (AC), diâmetro do capítulo (DC), diâmetro da haste (DH), aquênios normais (AN), peso hectolitro (PH) e número de aquênios por capítulo (NAC), das cultivares de girassol Helio 250, Helio 251 e Helio 358, Gurupi – TO, 2012......................... 33 TABELA 4. Massa de 1000 aquênios (g) e produtividade de aquênios (kg ha-1) de três cultivares de girassol em dois espaçamentos, Gurupi – TO, 2012..................... 34 CAPÍTULO II TABELA 1. Resumo da análise de variância conjunta das características: número de folhas (NF), - altura de plantas (AP), altura do capítulo (AC), diâmetro da haste (DH), diâmetro de capítulo (DC),aquênios normais (AN), massa de mil aquênios (P1000), peso hectolitro (PH ), número de aquênios capítulo (NAC) e produtividade de aquênios (PROD), de três cultivares de girassol cultivados em diferentes populações de plantas, Gurupi – TO, 2012........................................ 43 TABELA 2. Valores médios das variáveis agronômicas das características: NF - número de folhas, AP - altura de plantas, AC - altura do capítulo, DC - diâmetro de capítulo, DH - diâmetro da haste, AN – aquênios normais, P1000 – massa de mil aquênios, X PH – peso hectolitro, de três cultivares de girassol cultivados em Gurupi – TO, 2012.............................................................................................. 43 TABELA 3. Valores médios das variáveis agronômicas características NF - número de folhas; AP - altura de plantas ; AC - altura do capítulo; DC - diâmetro de capítulo; DH diâmetro da haste; AN – aquênios normais; P1000 – massa de mil aquênios; PH – peso hectolitro), de três cultivares de girassol........................... 44 TABELA 4. Médias estimadas do número de aquênios por capítulo em diferentes populações de plantas e cultivares de girassol, cultivados em Gurupi-TO, 2012................. 46 TABELA 5. Médias estimadas da produtividade de aquênios (Kg ha-1) em diferentes populações de plantas e cultivares de girassol, cultivados em Gurupi-TO 201...................................................................................................................... 46 CAPÍTULO III TABELA 1. Resumo da análise de variância conjunta, das características NF - número de folhas; AP - altura de plantas; AC - altura do capítulo; DH - diâmetro da haste; DC - diâmetro de capítulo; AN – aquênios normais; P1000 – peso de mil aquênios; DG- Densidade Grão; NAC – número de aquênios capítulo; PROD produtividade de aquênios, de três híbridos de girassol sob influência de diferentes doses de N, Gurupi – TO, segunda safra 2013................................... 55 TABELA 2. Valores médios das variáveis agronômicas das características NF - número de folhas; AP - altura de plantas; AC - altura do capítulo; DC - diâmetro de capítulo; DH - diâmetro da haste; AN - aquênios normais; P1000 - peso de mil aquênios; DG – Densidade de Grãos; NAC- número de aquênios capítulo; PROD produtividade, de três híbridos de girassol sob influência de diferentes doses de N, Gurupi – TO, segunda safra 2013................................................... 57 XI SUMÁRIO RESUMO .................................................................................................................................VI ABSTRACT ........................................................................................................................... VII LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... VIII LISTA DE TABELAS .............................................................................................................IX INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................................... 9 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................................... 11 Características botânicas e agronômicas do girassol ............................................................ 11 Fases de desenvolvimento da planta de girassol ................................................................... 12 Espaçamento entre linhas ...................................................................................................... 13 Densidade de Plantio ............................................................................................................ 14 Requerimentos Nutricionais para a cultura do Girassol ....................................................... 15 Nitrogênio (N)....................................................................................................................... 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 18 CAPÍTULO I ............................................................................................................................ 26 DESEMPENHO DE CULTIVARES DE GIRASSOL EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS NA REGIÃO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS .............................................................. 26 RESUMO ................................................................................................................................. 26 ABSTRACT ............................................................................................................................. 26 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 27 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 28 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 30 CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 35 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 35 CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 38 EFEITO DA POPULAÇÃO DE PLANTAS EM DIFERENTES CULTIVARES DE GIRASSOL, NO SUL DO ESTADO TOCANTINS ............................................................... 38 RESUMO ................................................................................................................................. 38 ABSTRACT ............................................................................................................................. 38 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 39 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 40 XII RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 42 CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 47 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 47 CAPÍTULO III ......................................................................................................................... 50 EFEITO DO NITROGÊNIO EM COBERTURA NA PRODUTIVIDADE DE GIRASSOL, NA REGIÃO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS .............................................................. 50 RESUMO ................................................................................................................................. 50 ABSTRACT ............................................................................................................................. 50 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 51 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 53 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 55 CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 64 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 64 9 INTRODUÇÃO GERAL O girassol (Helliantus annuus L.) vem ocupado posição de destaque no senário mundial estando entre as cinco principais espécies fornecedoras de óleo, ficando atrás somente da soja, colza, algodão e amendoim, quarta oleaginosa em produção de farelo depois da soja, colza e algodão e terceira em produção mundial de óleo, depois da soja e colza (NOBRE et al., 2010). Devido estas características de interesse agrícola e econômico, destaca-se por apresentar elevados índices de crescimento em relação a área plantada e produção (SILVA et al., 2011; UCHÔA et al., 2011). Originária da América do Norte é conhecida como “flor do sol”, devido a uma referência à característica da planta de girar sua inflorescência, seguindo o movimento deste (CASTRO et al., 2005 a). Segundo USDA, (2013) é cultivada nos cinco continentes, onde atingirá uma produção mundial de grãos, para a safra 2013/14 na ordem de 40,3 milhões de toneladas, aumento de 10,8%, se comparada com a safra anterior. Os maiores produtores de grãos são a Ucrânia, Rússia, Argentina e Turquia (CONAB, 2013). De todo o óleo produzido no mundo, o girassol responde por cerca de 13%, e nos últimos anos apresentou um incremento na área cultivada (NOBRE et al., 2011). Possui teor de óleo alto (44%), (MARZINEK et al., 2008) comparando-se com a cultura da soja (21%), por exemplo (LAZZAROTTO et al., 2005). Além da produção de grãos, o girassol vem sendo largamente cultivado com o objetivo de fornecer matéria-prima para a indústria, capaz de fomentar o programa de Biodiesel, no Brasil (SANTOS JÚNIOR et al., 2011; ROZA, 2010). Isso se deve às vantagens em relação às características apresentadas por esta cultura, do ponto de vista agrícola e econômico (SILVA et al., 2013). O Brasil ainda é pouco expressivo na produção de girassol, tendo participação de aproximadamente 0,5% da produção mundial nos últimos anos (CADORIN, 2010). Além disso, o girassol apresenta elevada importância, pois produz óleo de boa qualidade e alto valor nutricional como alimento funcional tanto para a alimentação de humanos, ruminantes, suínos e aves e, também pode ser utilizada na forma de silagem como opção forrageira e os subprodutos gerados na extração do óleo podem ser usados como complemento na alimentação animal (TOMICH et al., 2003; OLIVEIRA et al., 2012). 10 Esta cultura possui ampla adaptabilidade edafoclimática, por apresentar adaptabilidade em diversas regiões de clima tropical, subtropical e temperado (BARNI et al., 1995; LEITE et al., 2005; SILVA et al., 2011). Para que a cultura do girassol possa expressar um bom desenvolvimento, vários fatores são exigidos como, variabilidade genética, fertilidade do solo, disponibilidade de água, população de plantas por unidade de área, espaçamento entre linhas e manejo adequado de pragas, quando não atendidos podem afetar a produtividade da cultura (TOMICH et al., 2003). O potencial máximo de uma cultura pode ser expresso com a interação genótipo e ambiente, sendo este um dos principais fatores de insucesso de uma cultura quando não atendido. Para Peixoto (1998) correlacionar os estádios de desenvolvimento da planta com os fatores ambientais é de extrema importância. Segundo Barni et al. (1995) o desvendamento dos potenciais produtivos visa identificar as relações de ganho das variáveis ambientais e genotípicas responsáveis pelo desempenho final de cada cultivar ao um determinado local. Para que ocorra maior sucesso da capacidade adaptativa de uma cultura a um determinado local é necessário variabilidade genética ou características hereditárias, assim as mais adaptadas podem conferir melhores desempenhos. Fageria et al. (1989) destaca que entre cultivares da mesma espécie as exigências são distintas, com desempenho diferenciado para condições semelhantes de cultivo. Para que haja um bom desenvolvimento e produtividade da cultura do girassol é necessário sincronizar a semeadura à época que permitam atender as exigências das plantas nos diferentes estádios de desenvolvimento, minimizando o aparecimento de doenças, principalmente após o florescimento (CASTRO et al., 1997). Dutra et al. (2012) destaca que o girassol possui sistema radicular pivotante, capaz de extrair água a maiores profundidades, que confere em condições adversas, tolerar curtos períodos de seca. A demanda por água, na cultura do girassol, cresce de acordo com o desenvolvimento da planta da emergência a fase de enchimento de grãos (CASTRO; FARIAS, 2005). Para que a planta possa expressar um bom desempenho é necessário estudo que contemplem o manejo da cultura aos diferentes sistemas de produção utilizados nas principais culturas de grãos (OLIVEIRA et al., 2005; MELLO et al., 2006). Loyce e Wery (2006) descrevem que o desempenho de um sistema de culturas é baseado em três indicadores: de rendimento, qualidade e econômicos. Dentre os indicadores utilizados na análise do desempenho agronômico, destacam-se: os que caracterizam o sistema de culturas, população de plantas, dose e época de adubação, controle de plantas daninhas (RIBEIRO, 2010). A adubação nitrogenada constitui um fator importante na determinação do rendimento do girassol. 11 A região Sul do Tocantins possui características edafoclimáticas e socioeconômicas que a tornam de interesse ao estudo da inserção da cultura do girassol, porém o uso comercial desta cultura ainda é insipiente sendo cultivada apenas por pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins que visam respaldar os produtores sobre as qualidades do girassol frente às condições edafoclimáticas do local. REFERENCIAL TEÓRICO Características botânicas e agronômicas do girassol Etiologicamente, o gênero deriva do grego helios, que significa sol, e de anthus, que significa flor (LEITE et al., 2005), a planta apresenta porte médio a alto, que pode atingir 0,5 a 4,0 m (CASTIGLIONI et al.,1994; ROSSI, 1998), normalmente entre 1,0 m e 2,5 m. O sistema radicular é tipo pivotante principal profundo, onde na fase de 4 a 5 pares de folhas podem chegar a uma profundidade de 0,5 a 0,7 m (FILHO et al., 1984), no desenvolvimento pleno e em condições de solo favoráveis, pode alcançar até 2m de profundidade (MERRIEN, 1992). O caule é do tipo robusto e ereto, com ou sem pêlos, geralmente sem ramificações e com diâmetros que variam de 15 a 90 mm. Suas folhas são alternadas e pecioladas, com comprimentos de 8 a 50 cm e com um número variando entre 8 e 70 por caule, mas geralmente este número fica entre 20 e 40. Além disso, as folhas de girassol podem ter diversos formatos e tamanhos (FRANK; SZABO, 1989). A inflorescência é um capítulo, onde se desenvolvem os grãos, denominados aquênios. Pode ter formação plana, convexa ou côncava, com flores que se desenvolvem do exterior para o interior do capítulo, dando origem aos frutos, onde estas são estéreis, servindo então para atrair insetos polinizadores, particularmente abelhas que propiciam a fecundação (CASTRO et al., 1996 a). Contudo, alguns cultivares têm alto grau de autocompatibilidade, reproduzindo-se mesmo na ausência de insetos. Os capítulos têm diâmetros de 6 a 50 cm, e média de flores variando entre 800 e 1700 (CASTRO et al., 1996 b), sendo que o peso de mil aquênios pode variar de 30 a 60g. O caule e o capítulo são os componentes de maior participação na produção de massa do girassol (NEVES et al., 2005). Os aquênios têm formas oblongas, geralmente achatada, composto de pericarpo (casca), mesocarpo e endocarpo de tamanho, cor e teor de óleo variável conforme a característica de 12 cada cultivar (KAKIDA et al., 1981). As amêndoas contêm baixo teor de fibras, mas são ricas em óleo e proteínas. A duração do ciclo vegetativo pode variar de 90 a 130 dias, dependendo do cultivar, da data de semeadura e das condições ambientais da região e ano. Características da planta, como altura, tamanho do capítulo e circunferência do caule, variam de acordo com o genótipo e as condições edafoclimáticas (CASTIGLIONI et al.,1994), além da época de semeadura (MELLO et al., 2006). A cultura requer de 400 a 500 mm de água bem distribuídos ao longo do ciclo (CASTRO; FARIAS, 2005). Outra importante característica dessa cultura é resistência à amplitude térmica, compreendida na faixa entre 8 e 34 °C, o que possibilita sua adaptação em diversos locais. Entretanto, Mota (1983) relata que essa cultura pode tolerar temperaturas acima de 40°C. Dentre os importantes mecanismos de tolerância das plantas de girassol, destaca-se o ajustamento osmótico às condições de baixo potencial hídrico no ambiente radicular (OLIVEIRA et al., 2006; OLIVEIRA NETO, 2008). Esse mecanismo é definido, geralmente, como uma diminuição no potencial osmótico do fluido celular resultante de um aumento líquido no conteúdo de osmólitos no meio intracelular, impedindo a perda da água pela célula (BAIJI et al., 2001; NAVARRO et al., 2007). O Girassol pode se desenvolver em solos de fertilidade média onde as exigências nutricionais são dependentes da fase que se encontra. Castro e Oliveira (2005) destacam que a maior absorção de nutrientes e água e, consequentemente, maior crescimento das plantas de girassol, ocorre a partir da emissão do botão floral até o florescimento pleno (estágio R5.5). De maneira geral, as condições de fertilidade do solo adequadas ao girassol não diferem das exigidas para a soja ou para o milho, havendo, no entanto, uma maior necessidade de monitoramento da compactação e da acidez dos solos (LEITE et al., 2007; SILVA; TILLMANN, 2008). Fases de desenvolvimento da planta de girassol O desenvolvimento do girassol da semeadura à maturação fisiológica é uma sequência de alterações morfológicas e fisiológicas na planta. É de fundamental interesse entender as fases de desenvolvimento da cultura, devido muitas destas necessitar de práticas adequadas para um bom desenvolvimento, como adubação de cobertura e aplicação de defensivos (CASTIGLIONI et al., 1994; CASTRO; BOUÇAS FARIAS, 2005). 13 A escala mais adotada para publicações sobre o cultivo nas regiões produtoras de girassol na América do Sul (Argentina, Brasil e Paraguai) é a escala proposta por Schneiter & Miller (1981), onde o desenvolvimento da planta é dividido em duas etapas: Vegetativa (V) e Reprodutiva (R). A fase vegetativa começa com a emergência de plântulas (VE) e termina com o início do aparecimento da inflorescência (botão floral). Após a emergência, as fases são definidas em função do número de folhas com o mínimo de 4 cm de comprimento, começando com V1, V2, VN. Vários fatores podem ocasionar perdas de folhas como seca, pragas, doenças, entre outros, dessa forma, para a determinação das fases deve-se contar também as folhas ausentes. A fase reprodutiva começa com o aparecimento da inflorescência (botão floral) e termina com a maturação da planta (R1 até R9). Fases do desenvolvimento do girassol: R1, a inflorescência circundada pela bráctea imatura torna-se visível; R2, o internódio abaixo da base da inflorescência alonga-se de 0,5 a 2,0 cm acima da folha mais próxima da inflorescência, inserida no caule; R3, o internódio abaixo do botão floral continua a se alongar, distendendo-se mais de 2,0 cm acima da folha mais próxima da inflorescência; R4 a inflorescência começa a abrir, no momento que pequenas flores liguladas são visíveis e amarelas; R5 ocorre o início da antese. As flores liguladas estão completamente expandidas e todos os discos das flores são visíveis. Esta fase pode ser dividida em subfases: R5.5, quando 50% das flores do disco estão fertilizadas ou em antese; R5.8, quando 80% das flores do disco estão fertilizadas ou em antese. R6, a antese está completa e as flores liguladas perderam a turgidez e estão murchando; R7, o dorso do capítulo torna-se amarelo-claro, começando pelo centro; R8, o dorso do capítulo torna-se amarelo, porém as brácteas permanecem verdes. Alguns pontos castanhos podem aparecer. R9, as brácteas adquirem a coloração entre amarela a castanha. Nesse ponto, grande parte do dorso do capítulo torna-se castanho. Ocorre a maturação fisiológica. Espaçamento entre linhas 14 Esse arranjo de plantio expõe a cultura a diferentes tipos de competição por recursos do meio ambiente, fazendo com que ocorram modificações morfofisiológicas (massa seca, óleo nos aquênios, altura de planta, diâmetro de capítulo e outros). Este fator interfere diretamente na produção, sendo que as culturas recebem grande influência em termos de aumento de produção, quando há uma ativa interceptação da radiação fotossintética, associada a outros fatores ambientais favoráveis. Quando se faz uma boa distribuição espacial das plantas, automaticamente aumenta-se a eficiência na interceptação da luz. Por outro lado o adensamento das plantas submete à cultura a uma competição maior por luz, água e nutrientes (PAES, 2005). São comprovadas as vantagens no uso de populações de plantas adequados, visando o aumento no rendimento de aquênios de girassol, além da maximização do uso de máquinas agrícolas pela adoção de um único espaçamento entre linhas para implantação de diferentes culturas (ANDRADE et al., 2002). Além do espaçamento e população interferir diretamente na intensidade da radiação solar, também podem influenciar na visitação de insetos polinizadores como demostrado no estudo de Inácio et al. (2003), que constataram maior visitação e melhor qualidade de sementes se deram em espaçamentos maiores. Este fator é de extrema importância, já que a cultura apresenta fecundação cruzada. O espaçamento e a densidade devem ser de tal forma que garantam um bom índice de área foliar que segundo Merrien e Millan (1992) deve ser entre 2,5 e 3,0 cm durante o florescimento para se ter uma boa produtividade. Densidade de Plantio A produção do girassol é determinada pelo número de capítulos por hectare, este aumento está condicionado ao número de plantas por unidade de área até atingir um ou mais fatores limitantes (REZENDE et al., 2003; RIZZARDI; SILVA, 1993; SILVA et al., 1995). Dessa forma, a densidade de plantio assume grande importância no sistema de produção, uma vez que o aumento da altura da planta está associado à maior competição por luz, em função da maior área foliar, consequentemente, propiciando o sombreamento mais intenso (SILVA et al., 1994). A variação da população na cultura do girassol proporciona vários benefícios, destacando a melhor distribuição de plantas na área e a maior interceptação de radiação solar pelas plantas sombreamento mais rápido entre linhas, diminuindo a perda de água por 15 evaporação, o impacto da gota de chuva na superfície do solo e o desempenho na aplicação de produtos fitossanitários (ANDRADE et al., 2002; SILVA et al., 2009). Para a escolha da população de plantas ideal para a cultura do girassol é necessário levar em consideração o potencial genético dos cultivares, as condições edafoclimáticas da região e as práticas de manejo empregadas na condução da cultura (SILVEIRA et al., 2005) Dentre as estratégias para a obtenção de maiores produções das culturas busca-se a interceptação da energia radiante pela cobertura completa do solo, mediante a manipulação da densidade de semeadura (SANTOS; COSTA, 1997), uma vez que o crescimento do vegetal depende do desenvolvimento e da expansão celular e esse processo é sensível à quantidade de energia solar e de nutrientes do solo. Tosi et al. (1975), obtiveram uma produção de massa seca de girassol de 5,88 t ha-1 com uma população de 33 mil plantas por hectare. Já Tomich (1999), verificaram uma variação de massa seca entre 3,57 e 7,75 t ha-1 em treze cultivares de girassol em uma densidade média de 34.407 plantas/ha-1, demostrando assim, que o material genético (cultivar) é altamente influenciado pelo ambiente de cultivo. Evangelista e Lima (2001) relataram que a densidade de plantio do girassol é decisiva no rendimento da cultura e verificaram maior produção de massa seca na densidade de 60.000 plantas/ha-1. Tomish et al. (2003), entretanto, registraram maior produção com densidades de 40 a 45 mil plantas/ha-1. Portanto, as características agronômicas e o rendimento da forragem de girassol são influenciados tanto pelo genótipo como pela densidade de plantio, bem como pela interação desses fatores (REZENDE et al., 2003). Rizzardi e Silva (1992), avaliando massa seca e óleo nos aquênios de girassol em função da densidade de plantas, constataram que a massa seca dos aquênios diminuiu com o aumento na densidade de plantas, enquanto que o teor de óleo na casca aumentou com densidade de plantas maiores. Já o teor de óleo nos aquênios aumentou com o incremento da densidade apenas na cultivar Contisol 711. Outro fator importante a ser considerado com o aumento da densidade de plantas por hectare é a influência direta no efeito supressor de plantas daninhas na cultura principal (SILVA; NEPOMUCENO, 1991; SILVA et al., 1995). Requerimentos Nutricionais para a cultura do Girassol 16 A absorção de nutrientes via solo depende de diversos fatores, tais como, a capacidade de exploração do sistema radicular da planta, as propriedades do solo e manejo, condições climáticas e a disponibilidade de água, todos estes constituem os aspectos essenciais para obter uma planta bem nutrida. Segundo Castro e Oliveira (2005), um dos fatores que tem despertado o interesse dos produtores pela cultura do girassol é por ela apresentar elevada capacidade de ciclagem de nutrientes em maiores profundidades pela maior exploração do sistema radicular, o que contribui no melhor aproveitamento da fertilidade natural dos solos e das adubações dos cultivos anteriores, além disso essa cultura apresenta uma reduzida taxa de exportação de nutrientes. A absorção de nutrientes pelas raízes ocorre através de mecanismos de contato, fluxo de massa e difusão, sendo governada por fatores externos (disponibilidade do nutriente no solo, aeração, temperatura e umidade do solo, interação iônica, pH e conteúdo de matéria orgânica) e internos (potencialidade genética, estado iônico interno, nível de carboidratos, intensidade transpiratória e morfologia das raízes) (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997). A exigência nutricional da cultura de girassol varia em função da fase de desenvolvimento que as plantas se encontram. As plantas necessitam de menor quantidade de nutrientes durante a fase vegetativa, ou seja, até 30 dias após a emergência. Logo a maior demanda por nutrientes e água ocorre durante a fase reprodutiva e, consequentemente, maior desenvolvimento até o florescimento pleno (CASTRO; OLIVEIRA, 2005). Segundo Hooking e Steer (1983) este período é bastante importante na definição do potencial produtivo das plantas. Na fase de florescimento e início do enchimento de aquênios ocorre uma diminuição gradativa na velocidade de absorção de nutrientes pela planta, quando se alcança o nível máximo de acúmulo em quantidades variáveis para cada nutriente (CASTRO; OLIVEIRA, 2005). O período final do enchimento de aquênios é caracterizado por translocação intensa, principalmente de nitrogênio e fósforo dos órgãos vegetativos para os reprodutivos, demonstrando uma alta exportação, a qual é de aproximadamente 56 a 70 % do total acumulado (ZOBIOLE et al., 2010). Trabalhos de diversos autores (TREZZI et al., 1994; CASTRO et al., 1997; UNGARO et al., 2000 e LEITE et al., 2007) demonstraram que o girassol é uma cultura que melhora a qualidade do solo, promovendo a ciclagem de nutrientes mediante a mineralização dos restos culturais ao longo do perfil, beneficiando, dessa forma, o desenvolvimento e a melhoria do 17 estado nutricional das culturas subsequentes, representando uma boa alternativa para rotação de culturas. Conforme alguns trabalhos realizados para determinar as necessidades adequadas de N, P, e K nos estados produtores de girassol do Brasil, na maioria dos experimentos, observaramse que as máximas produtividades são alcançadas com quantidades de nutrientes inferiores as recomendadas para outras culturas, como a soja (CASTRO et al., 2004) e o milho (COELHO et al., 2005). Nitrogênio (N) O nitrogênio é o segundo nutriente mais requerido e o que mais limita a produção da cultura do girassol (CASTRO; OLIVEIRA, 2005; BLAMEY; ZOLLINGER; SCHNEITER, 1997). É constituinte das moléculas de clorofila e de muitos componentes da célula vegetal, incluindo aminoácidos e ácidos nucléicos (TAIZ; ZEIGER, 2006), e de vários compostos metabólicos, estando associado principalmente a enzimas fotossintéticas que ocorrem em grandes quantidades nas folhas. No girassol, a enzima Rubisco constitui 60% das proteínas solúveis presentes na folha (MERRIEN, 1992). O nitrato e o amônio são as principais fontes de nitrogênio inorgânico absorvidos pelas raízes das plantas, preferencialmente por fluxo de massa (MARSCHNER, 1995; MALAVOLTA et al., 1997). De acordo Blamey et al. (1987) o nitrogênio é o maior limitante nutricional na produtividade do girassol, proporcionando redução de até 60% de seu potencial de produção em decorrência da sua deficiência. O nitrato absorvido pelas raízes é translocado às folhas através do xilema, onde, em associação com a fotossíntese, é reduzido a aminoácidos, parte dos quais são translocados no floema para locais de rápido crescimento. Entretanto, grandes quantidades de N permanecem no sistema fotossintético das folhas em expansão. Posteriormente, com a senescência foliar, o N é mobilizado pela Rubisco, translocado para as folhas em expansão e, posteriormente, para os aquênios. O sistema radicular permanece capaz de absorver N até o enchimento de grãos (CONNOR; HALL, 1997). Nas oleaginosas, o nitrogênio determina o equilíbrio nos teores de proteínas acumuladas e produção de óleo, já que influencia o metabolismo de síntese de compostos de reserva nas sementes (CASTRO; OLIVEIRA, 2005). Quando adubado com N em grandes quantidades, eleva os teores do nutriente nos tecidos e reduz a síntese de óleos, auxilia a rota metabólica de acúmulo de proteínas nos aquênios (CASTRO et al., 1999), provoca crescimento excessivo do 18 girassol, tornando as folhas mais sensíveis, podendo favorecer a incidência de doenças e pragas no cultivo, além de problemas com acamamento (VRANCEANU, 1977). Um trabalho realizado por Coelho et al. (2005) em solo de Cerrado, com milho, mostrou que de 60 kg de N/ha aplicados na forma de uréia, 56% foram extraídos pela cultura. A baixa eficiência nutricional está relacionada com condições adversas de clima, solo e planta. Avaliações experimentais indicam que com 40 a 50 kg ha-1 de N, obtém-se 90% da produção relativa máxima, o qual corresponde à quantidade do nutriente economicamente mais eficiente. Verificou-se também que com 80 a 90 kg ha-1 de N a produção máxima do girassol é alcançada (SMIDERLE et al., 2002; SMIDERLE et al., 2004; CASTRO et al., 2004). Contudo em experimentos realizados com N marcado permitiram observar que os máximos valores de N proveniente da adubação não ultrapassaram os 30%, sendo que 2/3 do total absorvido foi proveniente do solo (MERRIEN, 1992). O nitrogênio tem papel importante na elaboração dos componentes do rendimento, na diferenciação dos primórdios florais, com consequente impacto no número de aquênios por capítulo (MERRIEN, 1992). Além dos efeitos sobre o aparelho vegetativo, sobretudo área foliar, a deficiência de N reduz a velocidade de iniciação floral, o número total de flores produzidas e o número total de aquênios. Merrien (1992), destaca que o número total de aquênios aumenta com doses de N mais elevadas (120 a 150 kg.ha-1), não possui efeito sobre o rendimento, uma vez que com doses acima de 90 kg.ha-1, a porcentagem de aquênios vazios aumenta de forma significativa. O nitrogênio pode ser incorporado no sistema solo-planta a partir dos restos culturais, por processos de fixação biológica, adubação com fertilizantes industriais e também por precipitação induzida por descargas elétricas (RAIJ, 1991). A deficiência desse nutriente retarda o crescimento e aumenta a senescência das folhas mais velhas (MARSCHNER, 1995). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, F. H. et al. Yield responses to narrow rows depend on increased radiation interception. Agronomy Journal, Madison, v. 94, n. 5, p. 975-980, 2002. BAJJI, M.; LUTTS, S.; KINET, J.M. Water Deficit Effects on Solute Contribution to Osmotic Adjustment as a Function of Leaf Ageing in Three Durum Wheat (Triticum durum Desf.) 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No ensaio foram avaliadas as características, números de folhas, altura de plantas, altura de capítulo, diâmetro da haste, diâmetro do capítulo, aquênios normais, aquênios chochos, massa de mil aquênios, peso hectolitro, número de aquênios por capítulo e produtividade de aquênios. O cultivar Helio 251 apresentou maior rendimentoindependente do espaçamento, os espaçamentos influenciaram nas características agronômicas peso de mil aquênios e produtividade nos cultivares estudada. Palavra Chave: Helianthus annuus. Aquênios. Produtividade PERFORMANCE OF SUNFLOWER CULTIVARS IN DIFFERENT SPACINGS IN THE SOUTHERN STATE OF TOCANTINS ABSTRACT The objective of the present work was to evaluate the performance of sunflower cultivars at different spacings in the southern region of the state of Tocantins. The test was conducted in the agricultural year 2012/2013, the experimental design was a randomized block in factorial 3 x 2 (three cultivars, two spacing), and 4 repetitions, the cultivars used were 358 Helium, Helium 251 Helium and 250. Each plot consisted 8:04 sowing lines and spacings of 45 cm between 27 rows and 90 cm respectively, with 4.0 m long. In the test characteristics were evaluated, number of leaves, plant height, height of section, stem diameter, head diameter, normal achenes, achenes chochos, thousand achene mass, hectoliter weight, number of achenes per chapter and productivity achenes . The test results showed that the cultivar sunflower Helium 251 had the highest yield of achenes productivity, regardless of the adopted spacing. spacing influenced the agronomic characteristics of thousand weight and achene yield in the cultivars studied. Key words: Helianthus annuus. achenes. Productivity INTRODUÇÃO O girassol (Helianthus annus L.) é cultivado em todo o mundo, e vem ganhando destaque e aumentando sua produção no Brasil. Além de sua utilização na alimentação humana, o girassol vem despertando interesse de agricultores, técnicos e empresas devido à possibilidade de ser utilizado na produção de biodiesel, pela indústria farmacêutica e de cosméticos, de tintas e de limpeza, alimentação animal na forma de silagens e grãos para pássaros. Segundo Nobre et al. (2012), um entrave para a expansão da cultura do girassol no Brasil é a escassez de estudos sobre genótipos nas diferentes localidades, visando o ganho em produtividade. A planta de girassol é tolerante a baixas precipitações, sendo que 400 a 600 mm bem distribuídos durante o ciclo da cultura são suficientes para alcançar seu potencial máximo (CASTRO; FARIAS, 2005; GAZZOLA et al., 2011). Segundo Castro et al. (1997); Souza (1998); Leite et al. (2005); Gazzola et al. (2011), o girassol apresenta mais resistência ao frio e calor que a maioria das culturas, além de apresentar ampla adaptabilidade em regiões com condições edafoclimáticas diferentes. Para Porto et al. (2007) e Backes et al. (2008) o girassol pode ser apontado como nova alternativa econômica em sistemas de rotação/sucessão de culturas. Segundo Pestana et al. (2011), o girassol se destaca nacional e internacionalmente por ser uma planta onde se aproveita quase tudo, o sistema radicular pivotante permite a reciclagem dos nutrientes do solo, boa produção de adubo verde pela haste e folhas. A área cultivada na safra 2011/2012 com a cultura foi de 74,2 mil hectares, com 47,1 mil hectares cultivados no Mato Grosso, correspondendo a 63,2%. Em seguida vem o Estado de Goiás com 13,9 mil hectares, 18,7% da área nacional semeada com girassol. A produtividade média de 1.565 kg ha-1 (CONAB, 2012). Um dos indicativos de baixa produtividade de 28 aquênios é o baixo investimento no uso de tecnologias de produção, sendo que o girassol ainda é considerado como uma cultura secundária. O espaçamento entre linhas mais indicado para a cultura do girassol é de 70 cm, sendo limitante em seu cultivo, em função do tipo de implementos e colhedoras utilizados. Contudo, os espaçamentos entre linhas empregados variam em distância de 50 a 90 cm (LEITE et al., 2005). A avaliação da população de plantas e espaçamentos entre linhas para o cultivo de girassol já foram destacadas por outros trabalhos de pesquisa (SILVA; NEPOMUCENO, 1991; RIZZARD; SILVA, 1993; SILVA et al., 1995). A escolha dos arranjos de plantas é influenciada pelo potencial genético de cada cultivar, das condições edafoclimáticas da região de cultivo e manejo empregado na cultura do girassol (LONG et al., 2001; SILVEIRA et al., 2005). Algumas vantagens já foram constatadas por Andrade et al. (2002), que afirmam que a utilização de espaçamentos reduzidos geram o aumento da produção de aquênios de girassol. Silva e Nepomuceno (1991), Silva et al. (1995), Leite et al. (2005) destacam que a utilização de espaçamentos mais estreitos possibilita que a cultura alcance mais rápido o fechamento do dossel vegetativo, proporcionando efeitos supressor sobre o desenvolvimento das plantas daninhas. A utilização de espaçamentos reduzidos na cultura do girassol proporciona vários benefícios, destacando uma melhor distribuição de plantas na área e a maior interceptação de radiação solar pelas plantas. Já Andrade et al. (2002), Zarea et al. (2005), Silva et al. (2009), destacam a importância do espaçamentos reduzidos para proporcionar o sombreamento entre linhas, diminuindo a perda de água por evaporação, e auxiliando no controle da erosão e melhorando o aproveitamento dos produtos fitossanitários aplicados via pulverização. O Estado do Tocantins apresenta condições adequadas para o cultivo do girassol, mais os estudos sobre o espaçamento adequados de girassol ainda são poucos, e o espaçamento representa um dos requisitos essenciais para um desenvolvimento e exploração de maneira eficiente da planta, e proporcionando maiores rendimentos na produtividade da cultura. Diante disso, objetivou-se com este estudo, avaliar o desempenho de cultivares de girassol em diferentes espaçamentos na região sul do estado do Tocantins. MATERIAL E MÉTODOS 29 O trabalho foi conduzido na área experimental da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, situada a 280 m de altitude, 11°43’45” S e 49°04’07” W, em Latossolo Vermelho amarelo distrófico (EMBRAPA, 2006). Os dados referentes a precipitação e temperatura média do ar, no período de execução do ensaio, foram coletados na Estação Meteorológica do Campus Universitário de Gurupi - TO, Figura 1. A analise química do solo apresentaram os seguintes resultados: pH(CaCl2)=5,1 Ca=1,4 cmolc/dm3; Mg=0,5 cmolc/dm3; P=24,3mg/dm3; K= 107,0mg/dm3; H=2,0 Al= 0,0cmolc/dm3; V%=52,00; MO= 11,0g/dm³; areia=67%; silte=7%; argila=26%. Antes do plantio foi realizado o preparo da área no sistema de plantio direto com roçagem e dessecação, empregando o equivalente a 3,0 L ha-1 de glifosato, na semeadura, utilizou-se um sulcador de tração mecânica. A semeadura dos cultivares de girassol foi realizada manualmente, no dia 27 de setembro de 2012. No momento da semeadura, foi realizada a adubação de base 500 kg ha-1 da formulação 05-25-15 (NPK) aplicada no sulco de semeadura. O desbaste foi realizado as 15 dias após a emergência, visando obter uma população de 70.000 plantas por hectare. O controle das plantas invasoras foi realizado por meio da aplicação do herbicida Clethodim, aos 10 após o plantio e capina manual aos 30 dias. Aos 18 dias após a emergência, foram realizadas adubações de cobertura na dose de 50 kg ha -1 de N tendo como fonte a Uréia e 150 kg ha -1 da formulação 18-18-18 (NPK) aos 30 dias após a emergência, aplicou-se Boro via foliar aos 20 dias após a emergência, na dose de 1,0 L.ha -1. Figura 2. Dados climáticos semanal de temperatura média (⁰C), umidade relativa (%) e precipitação (mm) ocorrida durante o período de 27 de setembro a 27 de dezembro de 2012, Gurupi – TO. 30 O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 3x2 (três cultivares x dois espaçamentos entre linhas). Os cultivares utilizados foram Helio 358 (H358), Helio 251 (H251) e Helio 250 (H250), os espaçamentos entre linhas foram 45 cm e 90 cm. As parcelas foram compostas por 8 e 4 linhas para os espaçamentos de 45 cm e 90 cm, respectivamente, com 4,0 m de comprimento, com área total da parcela de 14,4 m². A parcela útil foi constituída de 4 e 2 linhas centrais, com área de 7,2 m², para o respectivo espaçamento. As características avaliadas foram: números de folhas (NF), observando cinco plantas competitivas, quando 50% das plantas da parcela útil atingirem o estádio fenológico R4; altura da planta (AP, em cm) medida da base solo até a inserção do capítulo, em cinco plantas da parcela útil; altura da inserção do capítulo (AC, em cm): medida a partir do solo até o ponto central do capítulo, em cinco plantas competitivas da parcela útil; diâmetro da haste (DH, em mm), medido a 10 cm do solo, em cinco plantas da parcela utilizando-se paquímetro; diâmetro do capítulo (DC, em cm), média de cinco capítulos de cada parcela útil, medido com régua; aquênios normais (AN, em %), obtidos a partir da contagem do número de aquênios normais de cinco capítulos de cada parcela útil; peso hectolitro (PH, em kg 100L-1), quantificação da massa em volume conhecido com posterior extrapolação para 100 litros; número de aquênios por capítulo (NAC), obtido pela média de aquênios de cinco capítulos; massa de mil aquênios (P1000, em g), obtida pela contagem direta de 1000 aquênios de cinco capítulos da parcela útil, pesados posteriormente em balança de precisão e produtividade de aquênios (PROD, em kg ha-1), considerando-se todas as plantas da parcela útil, a 11% de umidade. Os dados do ensaio foram submetidos à análise individual e conjunta, com aplicação do teste F. Para comparação entre as médias dos tratamentos, foi aplicado o teste de Tukey (P < 0,05). Para as análises estatísticas foi utilizado o aplicativo computacional GENES (CRUZ, 2006). RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com resultados apresentados na Tabela 1, para a fonte de variação cultivar foram constatadas significância para as características de PH, NF, AP, NAC e PROD (P ≤ 0,05 e 0,01, respectivamente) e não significativo para as demais variáveis. Para o efeito do espaçamento entre linhas, foram encontradas significâncias a (p ≤0,05 e 0,01), respectivamente para as características de NF, P1000, AN e NAC, e não significativo para as demais variáveis. Verificou-se interação significativa a (p ≤0,01) entre os cultivares e espaçamento entre linhas 31 para massa de mil aquênios e produtividade de aquênios. Tal interação indica que os espaçamentos influenciaram de forma diferenciada no desempenho dos cultivares, desta forma, realizaram-se os desdobramentos. 32 Tabela 5 - Resumo da análise de variância, das características NF - número de folhas; AP - altura de plantas; AC - altura do capítulo; DH - diâmetro da haste; DC - diâmetro de capítulo; AN - aquênios normais; PH - Peso hectolitro; NAC - número de aquênios por capítulo; P1000 - massa de mil aquênios; PROD - produtividade de aquênios, de três cultivares de girassol, Gurupi - TO, 2012 Quadrado Médio F.V G.L NF AP AC DH DC AN PH NAC P1000 PROD ns ns ns Cultivar 2 20,5** 3146,1** 3495,5** 2,6 4,6 12,7 6,3* 131955** 6,6* 555318** Esp. 1 19,4* 632,4ns 243,2ns 3,7ns 1,1ns 50,7** 3,0ns 229712** 98,4* 58116ns Cult x Esp. 2 6,9ns 32,5ns 98,1ns 0,8ns 0,2ns 4,1ns 2,8ns 26599 ns 147,4** 428039** Média 29,8 196,8 189,6 24,5 17,4 93,1 34,2 1241 51,6 3131 C.V. 5,9 7,2 6,0 8,7 8,9 2,5 2,7 7,1 6,8 5,16 ns ** Significativo (P ≤ 0,01); * Significativo (P ≤ 0,05); Não significativo pelo teste F, respectivamente. 33 O número de folhas não diferiu de forma significativa entre os tratamentos testados (Tabela 2 e 3). Nobre et al. (2012), obtiveram média de 27,7 folhas em trabalho realizado no norte de Minas Gerais, sendo portanto, semelhante aos valores encontrados no presente estudo. Tabela 6 - Médias de número de folhas (NF), altura de planta (AP), altura de capítulo (AC), diâmetro do capítulo (DC), diâmetro da haste (DH), aquênios normais (AN), peso hectolitro (PH) e número de aquênios por capítulo (NAC), de girassol cultivado nos espaçamentos entre linhas de 45 e 90 cm, Gurupi – TO, 2012 NF AP AC DC DH AN PH NAC Cultivares ---------------cm--------------mm --- % --Kg L-1 H 250 28,43 a 175,35 b 183,00 b 16,59 a 23,85 a 94,50 a 33,19 a 1118,13 a H 251 29,50 a 213,63 a 219,53 a 17,58 a 24,83 a 92,05 a 34,50 a 1374,50 a H 358 31,58 a 179,93 b 187,88 b 18,09 a 24,85 a 94,50 a 34,88 a 1232,63 a Médias 30,84 189,64 196,80 17,42 24,51 93,68 34,19 1241,75 Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a (P ≤ 0,05) de probabilidade. Para altura de plantas e altura de capítulo (Tabela 2), houve diferença significativa entre os cultivares, onde os maiores valores foram observados para o cultivar H251, diferindo significativamente dos demais. Capone et al. (2012), estudando épocas de semeadura com espaçamento de 0,9 m com os mesmos cultivares, obtiveram médias de altura de plantas, inferiores aos encontrados no presente trabalho. Segundo Ivanoff et al. (2010), a altura de planta é um reflexo das condições nutricionais no período de alongamento do caule. Portanto, a resposta de cultivares mais eficientes é um diferencial, das condições edafoclimáticas de seu cultivo. Tabela 7 - Médias de número de folhas (NF), altura de planta (AP), altura de capítulo (AC), diâmetro do capítulo (DC), diâmetro da haste (DH), aquênios normais (AN), peso hectolitro (PH) e número de aquênios por capítulo (NAC), das cultivares de girassol Helio 250, Helio 251 e Helio 358, em função do espaçamento de 0,45 e 0,9 entre linha, Gurupi – TO, 2012. Espaçamento NF AP AC DC DH AN PH NAC entre linhas ------------------cm-----------------mm -- % -45 30,73 a 186,45 a 191,67 a 17,20 a 24,12 a 94,55 a 34,54 a 1339,58 a 90 28,93 a 192,82 a 201,93 a 17,63 a 24,90 a 91,64 a 33,83 a 1143,92 a Médias 29,83 189,64 196,80 17,42 24,51 93,10 34,19 1241,76 Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a (P ≤ 0,05) de probabilidade. Não verificou diferenças significativas nas médias dos cultivares estudadas, em função dos espaçamentos entre linhas utilizados para as variáveis de diâmetro do capítulo, diâmetro da haste, porcentagem de aquênios normais, peso hectolitro e número de aquênios por capítulo (Tabela 2 e 3). Santos et al. (2012), obteve média do diâmetro do capítulo de 15,50 cm para os cultivares H358 e H250 e média de 16,73 para o cultivar H251, em um trabalho realizado no sul do estado do Tocantins, sendo portanto, semelhantes as médias obtidas no presente estudo. 34 As médias do diâmetro da haste (Tabela 2) dos cultivares H250 e H358 foram semelhantes aos encontrados por Backes et al. (2008) testando épocas de semeadura, no planalto norte catarinense. De acordo Biscaro et al. (2008), o diâmetro da haste é uma característica importante no girassol, pois diminui a incidência de acamamento da cultura, e facilita o manejo e a colheita. Capone et al. (2012), obtiveram porcentagens médias de aquênios normais (Tabela 2 e 3) nas condições edafoclimáticas do sul do estado do Tocantins, próximas às encontradas no presente estudo, mesmo quando cultivado o girassol em diferentes épocas de semeadura. Peso de hectolitro (Tabela 2) obteve valores superiores aos encontrados para este mesmo estudo. Com relação ao número de aquênios por capítulo (Tabela 2), os resultados encontrados foram superiores aos de Biscaro et al. (2008) e Silva et al. (2009), que obtiveram médias com valores inferiores para os cultivares H358 e H251. Para massa de 1000 aquênios (Tabela 4), quando se compara os cultivares entre espaçamentos, verifica-se que o menor valor correspondeu a cultivar H 358 cultivado no espaçamento de 45 cm. Comparando os cultivares dentro de cada espaçamento, observou-se aquênios mais leves no cultivar H358 quando cultivado no espaçamento de 45 cm. Contudo, os cultivares H250 e H251 apresentaram menores massa quando cultivados no espaçamento de 90 cm. Silva et al. (2009) obteve média de 59,4 sendo portanto, superior aos valores encontrados no presente trabalho para o cultivar H251. Tabela 8 - Massa de 1000 aquênios (g) e produtividade de aquênios (kg ha-1) de três cultivares de girassol em dois espaçamentos, Gurupi – TO, 2012 Espaçamento entre linhas (cm) Cultivares Médias 45 90 Massa de 1000 aquênios H 250 52,38 Aa 49,48 Ab 50,93 H 251 51,75 Aa 53,15 Aab 52,45 H 358 44,83 Bb 58,48 Aa 51,65 Médias 49,65 53,70 Produtividade de aquênios H 250 3235,05 Aa 2645,14 Bb 2940,50 H 251 3448,26 Aa 3416,43 Aa 3432,34 H 358 2859,06 Bb 3186,32 Aa 3022,67 Médias 3181,05 3082,63 Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). Comparando a produtividade dos cultivares entre espaçamentos (Tabela 4), pode-se observar que o cultivar H250 foi significativamente superior quando cultivado no espaçamento de 45 cm, e o H358 quando cultivado no espaçamento de 90 cm. Para o cultivar H251 não houve efeito entre os espaçamento testados. 35 Analisando os cultivares dentro de cada espaçamento, verificou-se superioridade para os cultivares H251 e H250, quando cultivados a 45 cm e H358 e H251 quando cultivados a 90 cm. O cultivar H251 obteve produtividade superior, independentemente do espaçamento utilizado. Os resultados encontrados foram superiores aos de Backes et al. (2008) para os cultivares testados no presente trabalho. Silva et al. (2009) testando desempenho de espaçamento reduzido em girassol e Codorin et al. (2012) em trabalho avaliando época de semeadura, na região noroeste do Rio Grande do Sul, obtiveram resultados inferiores aos encontrados para o cultivar H251. Em trabalho testando épocas de semeadura, Capone et al. (2012), obtiveram resultados semelhantes, para o cultivar H358 e H250. CONCLUSÕES 1. O cultivar H251 foi o mais produtivo, independentemente do espaçamento adotado, sendo indicado para os espaçamentos estudados; 2. Foi detectado efeito do espaçamento nas características agronômicas dos cultivares testado. 3. H 250 é indicado para espaçamento de 0,45 m entre linhas. REFERÊNCIAS ANDRADE, F.H.; CALVINO, P.; CIRILO, U.; BARBIERI, P. Yield responses to narrow rows depend on increased radiation interception. Agronomy Journal, Madison, v. 94, n. 5, p. 975980, 2002. BACKES, L.R.; SOUZA, A.M.; BALBINOT JUNIOR, A.A.; GALLOTTI, G.J.M.; BAVARESCO, A. Desempenho de cultivares de girassol em duas épocas de plantio de safrinha no planalto norte catarinense, Scientia Agraria, v.9, n.1, p. 41-48, 2008. BISCARO, G. A.; MACHADO, J. R.; TOSTA, M. da S.; MENDONÇA, V.; SORATTO, R. P.; CARVALHO, L. A. de. 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Foram avaliadas as seguintes características: número de folhas, altura da planta, altura da inserção do capítulo, diâmetro da haste, diâmetro do capítulo, porcentagem de aquênios normais, peso de 1000 grãos, peso hectolitro, número de aquênios por capítulo e produtividade de aquênios. O cultivar H251, nas condições avaliadas, foi o mais produtivo. Para o conjunto de cultivares avaliados, destaca-se as populações de 50 e 70 mil plantas por hectare. Palavras chave: Helianthus annuus, Densidade, Produtividade. EFFECT OF PLANT POPULATION IN DIFFERENT CULTIVARS OF SUNFLOWER, IN THE SOUTH OF THE STATE OF TOCANTINS ABSTRACT Aimed to study the effect of plant population on the agronomic characteristics of sunflower. We used a randomized block design in a factorial design (4 x 3), four plant populations (30,50,70,90 thousand plants per hectare), three cultivars (H358, H251, H250), and four replications. We evaluated the following characteristics: number of leaves, plant height, capitulum insertion height, stem diameter, capitulum diameter, percentage of normal achenes, percentage of flat achenes, 1000 grain weight, hectoliter weight, number of achenes per capitulum, and productivity of achenes. The cultivar H 251 was the most productive in the evaluated conditions. The populations of 50 and 70 thousand plants per hectare stood out between all the evaluated cultivars. 39 Key words: Helianthus annuus, Density, Productivity. INTRODUÇÃO O girassol (Helianthus annuus, L.) é uma planta nativa das Américas tendo sido levado à Europa pelos colonizadores espanhóis e portugueses, onde passou a ser cultivado como planta ornamental. Na Rússia, descobriram as propriedades oleaginosas dos frutos, quando foi reintroduzida na América do Norte, via Canadá. No mundo, o girassol destaca-se como a quinta oleaginosa em produção de grãos e a quarta em produção de óleo. Os maiores produtores são: Ucrânia, Rússia, União Européia e Argentina USDA (2010). No Brasil a área plantada chega a 74,2 mil hectares na safra de 2011/2012 com uma produtividade média nacional 1.563 kg ha-1 sendo cultivado por todas as regiões brasileiras, porém, a produção em maior escala está localizada na região Centro-Oeste. Os estados com maior produção são: Mato Grosso com 63,2%, em seguida Goiás com 18,7%, (CONAB 2012). O girassol apresenta características agronômicas importantes, como maior tolerância à seca, ao frio e ao calor, quando comparado com a maioria das espécies cultivadas no Brasil (LEITE 2005). Entre outros usos, suas sementes podem ser utilizadas para fabricação de ração animal e extração de óleo de alta qualidade para consumo humano ou como matéria-prima para a produção de biodiesel. Devido a essas particularidades e à crescente demanda do setor industrial e comercial, a cultura do girassol é uma importante alternativa econômica em sistemas de rotação, consórcio e sucessão de cultivos nas regiões produtoras de grãos. Além de despertar interesse no mercado de biocombustíveis, devido ao elevado teor de óleo nos aquênios e de sua ampla adaptação as diferentes regiões edafoclimáticas (CASTRO; FARIAS, 2005). Atualmente, a grande motivação para a produção de óleo de girassol é a produção de biodiesel no país. Com a finalidade de aumentar a participação de biocombustíveis na matriz energética do país, diminuir a dependência energética externa de combustíveis fósseis, os quais são poluentes, existe um espaço e uma excelente oportunidade para a cultura do girassol como fornecedora dessa matéria prima (ALMEIDHA, 2011). A produção de girassol influencia positivamente a rentabilidade das culturas subsequentes, agindo como recicladora de nutrientes, tendo efeito alelopático às plantas invasoras e melhorando as características físicas do solo (UNGARO, 2001). Porém, um entrave para a expansão da cultura do girassol no Brasil é a escassez de estudos sobre genótipos nas diferentes localidades, visando o ganho na produtividade. 40 Avaliação da distribuição de plantas de girassol na área de cultivo é importante quando o objetivo principal é a obtenção de maiores rendimentos de aquênios. No entanto, a escolha da densidade mais adequada é influenciada pelo genótipo, pelas condições edafoclimáticas durante o desenvolvimento da cultura, como fertilidade do solo, temperatura do ar e precipitação pluviométrica, e técnicas de manejo utilizadas, como irrigação e adubação (SILVA et al. 1995). De acordo com Leite et al. (2005), os maiores rendimentos de grãos são obtidos com populações entre 40 e 45 mil plantas por hectare, no momento da colheita. Na cultura do girassol, Monteiro (2001) constatou que o aumento da densidade de plantas de duas para seis plantas por metro linear aumentou a taxa de crescimento da cultura, mas ocorreu diminuição da taxa de assimilação líquida, da razão de área foliar e do índice de colheita. Para a escolha do arranjo de plantas ideal para a cultura do girassol é necessário levar em consideração o potencial genético dos cultivares, as condições edafoclimáticas da região e as práticas de manejo empregadas na condução da cultura (LONG; FEIL; DIEPENBROCK, 2001; SILVEIRA et al. 2005). Neste contexto, objetivou-se avaliar os efeitos da população de plantas em diferentes de cultivares de girassol sobre as características agronômicas e produtividade de aquênios. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi instalado na Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi, localizada a 11° 43’ de latitude Sul e 49° 04’ de longitude Oeste e altitude de 280 m. O solo foi classificado como Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico (EMBRAPA 2006). Os dados referentes à precipitação, temperatura e umidade relativa, semanal, no período de condução do experimento foram coletados na estação meteorológica do Campus de Gurupi, são apresentados na Figura 1. 41 Figura 1. Valores médios semanais de temperaturas (ºC) e umidade relativa do ar (%) e total diário de precipitação pluvial (mm) ocorridas durante o período de 27 de Setembro de 2012 a 30 de dezembro de 2012, Gurupi, TO. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados em esquema fatorial 3 x 4, sendo três cultivares: HELIO 358 (H358), HELIO 251 (H251), HELIO 250 (H250), quatro densidades: 30, 50, 70 e 90 mil plantas por hectare, com quatro repetições. Cada parcela foi composta por quatro linhas de quatro metros de comprimento com um espaçamento de 0,90 m. A área útil foi obtida eliminando as duas linhas laterais, apresentando, portanto uma área 7,2 m2. Antes da instalação do ensaio realizou-se o preparo do solo no sistema de plantio direto com roçagem e dessecação, empregando o equivalente a 3,0 L ha-1 de glifosato. A análise química do solo mostrou os seguintes resultados: pH(CaCl2)=5,1 Ca=1,4 cmolc/dm3; Mg=0,5 cmolc/dm3; P=24,3mg/dm3; K= 107,0mg/dm3; H=2,0 Al= 0,0cmolc/dm3; V%=52,00; MO= 11,0g/dm³; areia=67%; silte=7%; argila=26%. A semeadura foi realizada manualmente no dia 27 de setembro de 2013. A adubação de base foi aplicada no sulco de semeadura, utilizado uma dose de 500 kg ha-1 da formulação 0525-15. Foi realizada irrigação suplementar no inicio do cultivo, para manter a água necessária para a cultura. As adubações de cobertura foram realizadas aos 18 dias após à emergência (DAE) com 50 kg ha-1 de N, com a fonte de ureia, o Boro foi aplicado via foliar aos 20 DAE na dosagem de 1,0 L ha-1. Aos 30 DAE com 150 kg ha-1 do formulado 18-18-18 (NPK). Aos 15 DAE efetuou-se o desbaste para obter as populações que foram testadas. Para evitar o efeito de plantas daninhas sobre o desenvolvimento dos híbridos de girassol, foi 42 realizada uma aplicação com herbicida Cletodim aos 10 dias após o plantio e uma capina manual aos 30 DAE. Durante a condução dos ensaios não houve incidências de pragas e doenças. As seguintes características foram avaliadas: número de folhas (NF): observado em cinco plantas competitivas, quando 50% das plantas da parcela útil atingirem o estádio fenológico R4; altura da planta (AP, em cm): medida da base do solo até a inserção do capítulo, em cinco plantas competitivas da parcela útil; altura da inserção do capítulo (AC, em cm): medida a partir do solo até o ponto central do capítulo, em cinco plantas competitivas da parcela útil; diâmetro da haste (DH, em mm): medido a 10 cm do solo, em cinco plantas competitivas da parcela utilizando-se paquímetro; diâmetro do capítulo (DC, em cm): média de cinco capítulos de cada parcela útil; porcentagem de aquênios normais (AN, em %): obtida partir da contagem do número de grãos normais de cinco capítulos de cada parcela útil; peso de 1000 aquênios (P1000, em g): obtido pela contagem direta de 1000 aquênios de cinco capítulos de cada parcela; peso hectolitro (PH, em kg 100L-1): quantificação da massa em volume conhecido com posterior extrapolação para 100 litros; número de aquênios por capítulo (NAC), obtido pela média de aquênios de cinco capítulos e produtividade de aquênios (PROD, em kg ha-1): massa de aquênios obtida de todas as plantas da parcela útil, corrigidas para 11% de umidade e extrapolado para hectare. Os dados experimentais foram submetidos à análise individual e conjunta de variância, com aplicação do teste F. A análise conjunta foi realizada sob condições de homogenidade das variâncias residuais. Para as comparações entre médias de tratamentos, foi utilizado o teste de Tukey (p ≤ 0,05), em todas as variáveis foi utilizado o aplicativo computacional GENES (CRUZ 2006). RESULTADOS E DISCUSSÃO Verificou interação significativa entre cultivares e população para número de aquênios por capítulo e rendimento de aquênios (Tabela 1). Não foi constatada diferença significativa para as demais características, passando assim, a estudar o efeito isolado de cada fator. A interação indicou que as diferentes populações de plantas influenciam no desempenho dos cultivares, desta forma, realizou-se o desdobramento. 43 Tabela 1 Resumo da análise de variância conjunta das características: número de folhas (NF), - altura de plantas (AP), altura do capítulo (AC), diâmetro da haste (DH), diâmetro de capítulo (DC),aquênios normais (AN), massa de mil aquênios (P1000), peso hectolitro (PH ), número de aquênios capítulo (NAC) e produtividade de aquênios (PROD), de três cultivares de girassol cultivados em diferentes populações de plantas, Gurupi – TO, 2012 Quadrado Médio F.V. G.L NF AP AC DH NAC PROD Cultivar 2 19.3* 7847.6** 7383.0** 15.1ns 490263** 5056972** População 3 7.7ns 214.4ns 410.1ns 23.9ns 1542809** 76.0028** Cult x Pop 6 7.4ns 189.3ns 138.8ns 5.8ns 44117** 183183** Resíduo 33 4.8 370.5 214.2 7.6 10308 22175 CV (%) 7.7 10.2 7.5 11.3 9.8 5.1 F.V. P1000 PH DC AN 201.4ns 23.9** 10.3** 36.3ns Cultivar ns ns 104.2 2.8 37.7** 7.1ns População ns ns ns 64.4 2.3 0.3 17.4ns Cult x Pop 67.9 0.9 1.8 30.5 Resíduo 15.6 2.9 7.9 5.9 CV (%) *,** significativo a (P ≤ 0,05) e (P ≤ 0,01), de probabilidade, respectivamente, pelo teste F. NS não significativa. As características, NF, AP, AC, DC, DH, AN, P1000 e PH, estão apresentados na (Tabela 2). Não foram detectadas diferenças significativas entre cultivares. Os resultados obtidos para número de folhas foram ligeiramente superiores aos encontrados por (AFFÉRRI et al. 2008; AQUINO et al. 2013), que obtiveram valores médios de 22,8 folhas por planta. Para altura de plantas e altura de inserção do capítulo, verificou-se que o cultivar H251 foi significativamente superior, quando comparado aos demais. As médias estimadas para AP, AC foram superiores às encontradas por Amorim, et al. (2007). Entretanto, estes resultados correspondem aos valores encontrados por Cadorin et al. (2012), que obteve valores para H251 foi superior e inferiores para H250. Para diâmetro de haste não foram verificadas diferenças significativas entre cultivares. As médias gerais do diâmetro da haste assemelham-se às médias encontradas por Bakes et al. (2008), quando utilizaram duas épocas de semeadura. De acordo com Smiderle et al. (2005) e Mello et al. (2006), o diâmetro de capítulos de cultivares comerciais de girassol variam entre 12,9 a 20,0 cm. Diante do exposto, os valores do diâmetro de capítulo obtidos neste experimento, estão de acordo com as médias encontradas por estes autores. Não houve diferença significativa entre os cultivares para porcentagem de aquênios normais, peso de 1000 aquênios e peso hectolitro. De acordo com Castro e Farias (2005), quando não ocorre déficit hídrico, pode-se obter rendimentos próximos ao potencial máximo para aquênios normais, (400 mm a 500 mm de água), bem distribuídos ao longo do ciclo. Portanto, a porcentagem está de acordo, na condução do experimento que obteve precipitação superior a 400 mm com a irrigação suplementar. 44 Obteve-se para todos os cultivares avaliados massa de 1000 aquênios numericamente superior ao relatado por Capone et al. (2012) que obtiveram médias, para os mesmos cultivares, variando em torno de 47 gramas. Cadorin et al. (2012) avaliando em duas épocas de semeadura características agronômicas de girassol H250 e H251 resultados superiores para o primeiro e inferior ao segundo para peso de 1000 aquênios. Tabela 2 - Valores médios das variáveis agronômicas das características: NF - número de folhas, AP - altura de plantas, AC - altura do capítulo, DC - diâmetro de capítulo, DH - diâmetro da haste, AN – aquênios normais, P1000 – massa de mil aquênios, PH – peso hectolitro, de três cultivares de girassol cultivados em Gurupi – TO, 2012 NF AP AC DC DH AN P1000 PH Cultivar ------------------cm-----------------(mm) (%) (g) kg ha-1 Helio 250 27.16 a 173.13 b 179.67 b 16.22 a 23.38 a 90.83 a 48.64 a 32.56 a Hélio 251 29.06 a 213.13 a 218.62 a 17.45 a 25.28 a 92.73 a 54.86 a 34.78 a Hélio 358 29.07 a 176.66 b 183.45 b 17.73 a 24.70 a 93.80 a 54.70 a 34.56 a Média 28,43 187,64 193,91 17,13 24,45 92,45 52,73 33,97 Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a (P ≤ 0,05) de probabilidade. Houve efeito significativo de população de plantas (Tabela 3), apenas para o diâmetro de capítulo nas populações de 30 mil plantas por hectare, mas não diferindo 50 mil plantas. Os menores valores de DC foram verificados quando utilizaram-se populações de 70 e 90 mil plantas por hectare mas não diferindo de 50 mil plantas. Espera-se a ocorrência de capítulos maiores quando se utiliza menores densidades de cultivo, uma vez que, as plantas dispõem de maior área para exploração das raízes e interceptação de luz. Os resultados aqui obtidos para DC foram superiores aos encontrados por Silva et al. (2009) ao estudar cultivares de girassol em diferentes população de plantas. Em ensaios nacionais conduzidos pela EMBRAPA (2006), o DC ficou em média de 15,30 cm, valor inferior ao encontrado presente estudo (Tabela 3). Castro e Farias (2005) destacam que o diâmetro de capítulos está dentro das características quantitativas e morfológicas do girassol e as diferenças se devem a características de cada genótipo, que são muito influenciadas pelas condições ambientais e manejo adotado. Uchôa et al. (2011) ao avaliarem doses de adubação potássica com população de 70 mil plantas por hectare obtiveram diâmetro da haste de 16 a 20 mm, inferior ao encontrado neste trabalho. Apesar de não ter constatado significância para o P1000 aquênios, houve uma diferença de 6,47 g entre as populações de 30 e 90 mil plantas (Tabela 3). O maior P1000 aquênios foi obtido quando adotou a menor população de plantas por hectare, ou seja, 30 mil plantas. Os resultados obtido nesta pesquisa estão de acordo aos encontrados por Rizzardi e Silva (1992) 45 onde obtiveram aquênios mais pesados sob baixa densidade de plantas. Para Solasi e Mundstock (1992) a massa de aquênios é importante no incremento da produtividade do girassol. Sob alta densidade de plantas há maior competição intra-específica fazendo com que ocorra a formação de aquênios menores evidenciando o efeito da competição entre plantas fotossiteticamente para a produção de fotoassimilados, resposta essa comprovada pelo peso hectolitro. Esses dados estão de acordo aos encontrados por (ORLANDO, 2008). Tabela 3 - Valores médios das variáveis agronômicas características NF - número de folhas; AP - altura de plantas ; AC - altura do capítulo; DC - diâmetro de capítulo; DH - diâmetro da haste; AN – aquênios normais; P1000 – massa de mil aquênios; PH – peso hectolitro), de três cultivares de girassol. NF AP AC DC DH AN P1000 PH População ---------------cm---------------(mm) ---(%)--(g) kg ha-1 30000 28.98 a 185.43 a 190.86 a 19.40 a 24.08 a 93.49 a 56.45 a 33.41 a 50000 28.93 a 192.81 a 201.93 a 17.63 ab 24.90 a 91.64 a 53.70 a 33.83 a 70000 28.55 a 189.13 a 194.31 a 16.07 b 24.13 a 92.31 a 50.81 a 34.04 a 90000 27.26 a 183.20 a 188.55 a 15.43 b 22.71 a 92.37 a 49.98 a 34.58 a Média 28,43 187,64 193,91 17,13 23,96 92,45 52,74 33,97 Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a (P ≤ 0,05) de probabilidade. Comparando as cultivares entre populações (Tabela 4), verificou-se que o número de aquênios por capítulo foi maior sob baixa densidade de semeadura, 30 mil plantas. À medida que aumenta a densidade de plantas por hectare reduz-se o número de aquênios por capítulo. Neste sentido, obteve-se menores valores quando cultivou-se a 90 mil plantas por hectare para os cultivares H358 e H250. Já para o H251 não se verificou diferença significativa entre as populações de 70 e 90 mil plantas. Na média geral, pode-se observar uma redução gradativa no número de aquênios por capítulo à medida que a população de plantas aumenta, essa redução foi de 23, 44 e 54% para 50, 70 e 90 mil plantas por hectare, respectivamente. Para os cultivares dentro de cada população (Tabela 4), verificou-se superioridade do cultivar H 251 quando cultivado nas populações de 30 e 50 mil plantas por hectare. Quando avaliou-se 70 mil plantas por hectare, não foram detectadas diferenças significativas entre os cultivares. Já para 90 mil plantas, houve superioridade dos cultivares H251 e H358 entretanto, o cultivar H358 não diferiu significativamente do cultivar H250. O número de aquênios por planta teve uma relação inversa com o aumento da população de plantas. Isso se deve em função da maior competição entre as plantas, que levaram a redução do diâmetro de capítulo (Tabela 4). Tabela 4 Médias estimadas do número de aquênios por capítulo em diferentes populações de plantas e cultivares de girassol, cultivados em Gurupi-TO, 2012 Cultivares Densidade Médias 46 30000 50000 70000 90000 H 358 1544.00 Ab 1093.25 Bb 869.00 Ca 668.00 Dab 1043.56 H 251 1761.50 Aa 1342.50 Ba 881.75 Ca 834.25 Ca 1205.00 H250 1155.00 Ac 996.00 Ab 739.00 Ba 531.00 Cb 855.25 1486.83 1143.91 829.91 677.75 Médias * Medias seguidas pelas mesmas letras maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a (P ≤ 0,05) de probabilidade. Analisando a produtividade de aquênios (Tabela 5) das cultivares nas diferentes populações de plantas, verificou-se maiores médias nas populações de 50 e 70 mil plantas, onde o cultivar H358 obteve desempenho semelhante a média geral. O cultivar H251 sobressaiu na população de 90 mil plantas. Comparando os cultivares dentro de cada população, verificou-se superioridade do H251 nas populações 30 e 90 mil plantas por hectare. Entretanto, nas populações de 50 e 70 mil plantas, não verificou diferenças significativas entre os cultivares H251 e H358. O cultivar H250 foi menos produtivo, independentemente da população de plantas utilizada. Tabela 5 Médias estimadas da produtividade de aquênios (Kg ha-1) em diferentes populações de plantas e cultivares de girassol, cultivados em Gurupi-TO 2012 Cultivares Densidade Médias 30000 50000 70000 90000 H 358 2686,08 Bb 3186,32 Aa 3281,05 Aa 2798,19 Bb 2987,91 H 251 3134,80 Ca 3416,42BCa 3444,89 Ba 3790,80 Aa 3446,72 H250 1824,05 Bc 2645,14 Ab 2464,24 Ab 2379,90 Ac 2328,33 2548,31 3082,62 3063,39 2989,63 Médias * Medias seguidas pelas mesmas letras maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a (P ≤ 0,05) de probabilidade. Ao comparar, os resultado obtidos nesta pesquisa aos obtidos por Silva et al. (2007) que obteve produtividade de aquênios média de 2860 kg ha-1, verificou-se que as condições edafoclimáticas do sul do estado do Tocantins são favoráveis ao cultivo de girassol uma vez que obteve-se produtividade superior ao relatado pelo referido autor. Braz e Rossetto (2010) mencionaram que as temperaturas elevadas, especialmente na fase de florescimento, prejudicam e a produtividade da cultura. Para a produtividade (Figura 5), houve efeito significativo com o aumento da população plantas. Estes resultados, de cultivo do girassol 47 diferem das recomendações feita pela Embrapa (2006), a qual recomenda densidades entre 40 e 45 mil plantas ha-1 dependendo da cultivar e do espaçamento utilizado. CONCLUSÕES 1. O cultivar H 251, nas condições avaliadas, foi o mais produtivo; 2. Para o conjunto de cultivares avaliados, destacam-se as populações de 50 e 70 mil plantas por hectare. REFERÊNCIAS AFFÉRRI, F. 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Revista Ciência Agronômica, v. 42, n. 01, p. 8-15, 2011. 50 CAPÍTULO III EFEITO DO NITROGÊNIO EM COBERTURA NA PRODUTIVIDADE DE GIRASSOL, NA REGIÃO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS RESUMO Objetivou-se com este estudo avaliar respostas de cultivares de girassol sob diferentes doses de nitrogênio, em segunda safra, 2013, na região Sul do Estado do Tocantins. O experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Federal do Tocantins Campus de Gurupi - TO. O delineamento estatístico adotado foi o de blocos ao acaso, no esquema fatorial 3 x 5, com cinco repetições. O primeiro fator correspondeu aos híbridos (Helio 250, Helio 251 e Helio 360), o segundo cinco doses de nitrogênio em cobertura (0, 50, 100, 150 e 200 kg ha-1). As características agronômicas foram: número de folhas, altura da planta, altura da inserção do capítulo, diâmetro da haste, diâmetro do capítulo, porcentagem de aquênios normais, massa de mil aquênios, densidade de grãos, número de aquênios por capítulo e produtividade. O híbrido H 251 mostrou-se em média superior aos demais, quanto ao diâmetro de capítulo, aquênios normais, número de aquênios por capítulo e produtividade. A altura da planta, altura do capítulo e diâmetro da haste, aumentaram linearmente em função das doses de nitrogênio para todos os cultivares, enquanto o número de folhas, aquênios normais, densidade de grãos e produtividade aumentou de modo quadrático. As produções máximas alcançadas pela adição de doses crescentes de N em cobertura foram de 1966,82 kg ha-1 de aquênios, com 158,58 kg ha-1 de nitrogênio. Palavras-chave - Helianthus annuus L, Adubação Nitrogenada, Produtividade. EFFECT OF NITROGEN IN COVERAGE ON PRODUCTIVITY OF SUNFLOWER IN SOUTHERN STATE TOCANTINS ABSTRACT The aim of the present study was to evaluate responses of three sunflower hybrids at different N rates in southern state of Tocantins. The experiment was conducted at the Universidade 51 Federal do Tocantins Campus Gurupi - TO. The statistical design used was a randomized block design in a factorial (3 x 5) with five replications, the first factor was cultivars (Helio 250, 251 and 360), the second five doses of nitrogen (0, 50, 100, 150 and 200 kg ha-1). The effects of cultivars and N rates on the same parameters, number of leaves, plant height, height of insertion of the chapter, stem diameter, diameter of the chapter, percentage of normal achenes, achenes thousand mass, grain density , number of seeds for each chapter and productivity. The hybrid H 251 was shown to be on average higher than the other, as the diameter of the chapter, achenes normal number of seeds for each chapter and productivity. The plant height, height of the chapter and stem diameter increased linearly as a function of nitrogen for all cultivars, like number of leaves, achenes normal density and grain yield increased so square, depending on the dose fertilizer. Maximum yields achieved by the addition of increasing doses of N topdressing were 1966.82 kg ha-1 of achenes, with 158.58 kg ha-1. Key words - Helianthus annuus L, Nitrogen Placements, Productivity. INTRODUÇÃO A área cultivada com girassol (Helianthus annuus L.) no Brasil é de aproximadamente 69.000 ha-1, concentrada principalmente, na região dos Cerrados (CONAB, 2013). Lopes et al. (2009) destaca que o girassol está entre as espécies vegetais de maior potencial para a produção de energia renovável no Brasil, como matéria-prima para a produção de biocombustível, constitui também uma importante opção para sistemas envolvendo rotação ou sucessão de culturas. Segundo Castro e Farias (2005), pode ser cultivada em todas as regiões do país, pois o rendimento é pouco influenciado pelas latitudes e altitudes, assim como pelo fotoperíodo, o que facilita a expansão do cultivo no Brasil. É uma planta que se adapta bem a diversas condições edafoclimáticas, caracterizando-se pela relativa tolerância a déficits hídricos. Castro et al. (1996) cita que o crescimento dessa cultura é lento na fase inicial até o aparecimento do botão floral consumindo baixas quantidades de água e nutrientes, todavia a partir desse período até a fase R9(maturação dos aquênios) há um intenso consumo de água e nutrientes culminando com o crescimento da planta. Braz e Rossetto (2010) destacam que o acúmulo de nutrientes nas plantas de girassol é um dos fatores que contribuem para elevada produção. Oliveira et al. (2005) constataram que a 52 quantidade total extraída de N na parte aérea para uma produção de 3.176 kg de aquênios ha-1 foi de 130 kg ha-1 de N, até o período do florescimento. Segundo Castro e Farias (2005) o período entre 56 e 84 dias após a emergência para o híbrido Helio 251 ocorreu o acumulo máximo de nutriente correspondendo às fases de florescimento e enchimento de aquênios. O nitrogênio desempenha importante função no metabolismo e na nutrição da cultura do girassol, a sua deficiência causa a desbalanceamento nutricional sendo que esse é o que mais limita a sua produção, e seu excesso causa decréscimo na porcentagem de óleo (BISCARO et al., 2008). A adubação nitrogenada constitui um fator importante na determinação do rendimento do girassol, aproximadamente metade é constituinte das proteínas acumuladas nos aquênios, sendo sua eficiência determinada pela dose e época de aplicação (CARVALHO; PISSAIA, 2002). O número de aquênios por capítulo é um reflexo da ação do nitrogênio na fase crítica da diferenciação floral, que ocorre nos primeiros estágios do desenvolvimento do girassol e o número potencial de flores é determinado muito cedo e afeta o número de aquênios, por decorrência afeta também, o diâmetro do capítulo (ZAGONEL; MUNDSTOCK, 1991). Ivanoff et al. (2010) destaca que em função das transformações no solo, o N tem gerado muitas controvérsias com relação à sua época de aplicação, sendo aplicado de uma só vez ou parceladamente, pode ser mais ou menos eficiente, dependendo da época da aplicação. Para o milho, aplicações mais tardias do nitrogênio, duas a três semanas antes da floração, determinaram os melhores rendimentos em grãos, uma vez que o N é fornecido à planta na época em que sua absorção é máxima (SILVA; SILVA, 2003). Segundo Smiderle, (2000) o parcelamento do nitrogênio é indicado, sendo 1/3 na semeadura e 2/3 após 30 dias em solos de textura arenosa. Rajkvic et al. (1980) destaca que a resposta da planta ao N depende do solo e cultivar. Devido a grande diversidade genética, o estudo dos híbridos de girassol mais adequados para cada região é essencial (MELLO et al., 2006). Santos et al. (2012) destaca que existem poucos estudos que respaldem a produção de Girassol no Estado do Tocantins. A resposta do N é bastante dependente de condições favoráveis para que exerça um fator positivo nas plantas, tornando necessário um estudo que contemple a dose ideal para a produção dessa cultura. Diante disso, objetivou-se com este estudo avaliar respostas de cultivares de girassol sob diferentes doses de nitrogênio, em segunda safra, na região Sul do Estado do Tocantins. 53 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Tocantins, área experimental de Campus de Gurupi, localizada a 11° 43’ de latitude Sul e 49° 04’ de longitude Oeste e altitude de 280 m, em um Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico (EMBRAPA, 2006). Os dados referentes às precipitações, temperatura e umidade relativa, semanal, no período de condução do experimento foram coletados na estação meteorológica do Campus de Gurupi, e estão apresentados na Figura 1. Figura 1. Dados climáticos semanal de temperatura média (⁰C), umidade relativa (%) e precipitação (mm) ocorrida durante o período de 01 de março a 31 de maio de 2013, Gurupi – TO. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados em esquema fatorial 3 x 5, com cinco repetições. O primeiro fator correspondeu a três híbridos de girassol sendo o Helio 250 (H250), Helio 251 (H251) e Helio360 (H360) o segundo fator corresponderam às cinco doses de nitrogênio sendo 0, 50, 100, 150 e 200 kg ha-1, utilizando como fonte uréia (45% de N). No total foram constituídos 15 tratamentos, resultado em 75 parcelas. O espaçamento adotado foi 0,45 m entre linhas e 0,30 m entre plantas, totalizando em uma população de 68965 plantas por hectare. Foram considerados as 4 linhas centrais, sendo a área útil de 7,2 m2. Antes da instalação do ensaio realizou-se o preparo do solo no sistema de plantio convencional com posterior dessecação, empregando o equivalente a 3,0 L ha-1 de glifosato. A adubação de base foi aplicada no sulco de semeadura, utilizado uma dose de 500 kg ha-1 da formulação 05- 25-15. As adubações de cobertura foram realizadas aos 12 e 31 dias após à 54 emergência (DAE) com aplicação do nitrogênio correspondendo 40 e 60% das doses, respectivamente, o Boro foi aplicado via foliar aos 30 DAE na dosagem de 1,0 L ha-1. A análise química do solo mostrou os seguintes resultados: pH(CaCl2)=5,1 Ca=1,4 cmolc/dm3; Mg=0,5 cmolc/dm3; P=24,3mg/dm3; K= 107,0mg/dm3; H=2,0 Al= 0,0cmolc/dm3; V%=52,00; MO= 11,0g/dm³; areia=67%; silte=7%; argila=26%. A semeadura foi realizada em 23 de fevereiro de 2013, a germinação plena ocorreu sete dias após a semeadura DAE, correspondendo o período de condução do experimento de fevereiro a maio. Aos 10 DAE foi realizado desbaste proporcionado uma população final de plantas de 68965 plantas ha-1. Para evitar o efeito de plantas daninhas sobre o desenvolvimento dos híbridos de girassol, foi realizada uma aplicação com herbicida Cletodim aos 16 dias após o plantio e uma capina manual aos 25 DAE. As características avaliadas foram: números de folhas (NF), observando cinco plantas competitivas, quando 50% das plantas da parcela útil atingirem o estádio fenológico R4; altura da planta (AP, em cm) medida da base solo até a inserção do capítulo, em cinco plantas da parcela útil; altura da inserção do capítulo (AC, em cm): medida a partir do solo até o ponto central do capítulo, em cinco plantas competitivas da parcela útil; diâmetro da haste (DH, em mm), medido a 10 cm do solo, em cinco plantas da parcela utilizando-se paquímetro; diâmetro do capítulo (DC, em cm), média de cinco capítulos de cada parcela útil; aquênios normais (AN, em %), obtidos a partir da contagem do número de aquênios normais de cinco capítulos de cada parcela útil; densidade de grãos (kg m3), quantificação da massa em volume conhecido com posterior extrapolação para 1000 litros; número de aquênios por capítulo (NAC), obtido pela média de aquênios de cinco capítulos; massa de mil aquênios (P1000, em g), obtida pela contagem direta de 1000 aquênios de cinco capítulos da parcela útil, pesados posteriormente em balança de precisão e produtividade de Aquênios (PROD, em kg ha-1), massa de aquênios considerando-se todas as plantas da parcela útil, a 11% de umidade. Os dados experimentais foram submetidos à análise individual e conjunta de variância, com aplicação do teste F. A análise conjunta foi realizada sob condições de homogeneidade das variâncias residuais. Para as comparações entre médias de tratamentos, foi utilizado o teste de Tukey (P ≤ 0,05), em todas as variáveis foi utilizado o aplicativo computacional em genética e estatística - GENES (CRUZ 2006). Realizou-se a análise de regressão para efeito das doses de Nitrogênio. A escolha do modelo selecionado para cada variável baseou-se na significância das variáveis e nos valores do R2 (ALVAREZ V.; ALVAREZ, 2006). O teste F foi utilizado para testar os coeficientes da 55 regressão no mesmo nível de probabilidade . Empregou-se para análise dos dados o programa estatístico SigmaPlot 10.0 (Sigmaplot, 2007). RESULTADOS E DISCUSSÃO Não foram verificadas interações significativas entre os tratamentos testados (Tabela 1). Assim o estudo foi direcionado as fontes individualizadas. Verificou-se diferença significativa a (p ≤ 0,01) para os híbridos para NF, AP, AC, P1000, DG, NAC, PROD e para DH a (p ≤ 0,05). Não houve significância para DC e AN%. Para doses de N não constatou diferença significativa para NF, AN%, P1000, DG e PROD. Entretanto, houve diferença significativa (p ≤ 0,01) para as demais características avaliadas. Tabela 1 - Resumo da análise de variância conjunta, das características NF - número de folhas; AP - altura de plantas; AC - altura do capítulo; DH - diâmetro da haste; DC - diâmetro de capítulo; AN – aquênios normais; P1000 – peso de mil aquênios; DG- Densidade Grão; NAC – número de aquênios capítulo; PROD - produtividade de aquênios, de três híbridos de girassol sob influência de diferentes doses de N, Gurupi – TO, segunda safra 2013 Quadrado Médio F.V. Cultivar Dose N Cult x DN Resíduo CV (%) F.V. Cultivar Dose N Cult x DN Resíduo CV (%) G.L 2 4 8 56 NF 9,2** 3,6ns 1,2ns 1,8 4,2 AP 2578,1** 879,5** 47,9ns 98,1 5,8 GL 2 4 8 56 AN% 4,6ns 25,1ns 5,7ns 13,3 4,11 P1000 694,1** 27,1ns 21,5ns 31,7 18,19 AC DH 2595,8** 4,3* 894,7** 11,6** 49,4ns 0,9ns 94,6 3,5 5,61 10,89 Quadrado Médio DG NAC 13779,9** 735245,6** 1729,9ns 98228,2** 663,2ns 9851,1ns 4332,3 26723,2 29,25 16,01 DC 4,2ns 3,8** 1,2ns 0,6 5,37 PROD 1665962,1** 61165,4ns 15236,4ns 34369,9 11,68 *,** significativo a (P ≤ 0,05) e (P ≤ 0,01), de probabilidade respectivamente e NS não significativa, pelo teste F. As médias comparadas pelo teste de Tukey estão dispostas na (Tabela 2). Não houve diferença entre os híbridos para número de folhas. Isto pode ter ocorrido, possivelmente, por interferência da população de plantas e espaçamento utilizados no experimento, que pode ter influenciado na competição por luminosidade. Segundo Andrade et al. (2002) a utilização de altas populações em espaçamentos reduzidos que tem como objetivo melhorar a interceptação da radiação solar e garantir o controle de plantas daninhas desde que não haja déficit hídrico nem nutricional. Aquino et al. (2013) estudando os mesmos híbridos com espaçamento superior e população inferior obteve menores valores para esta característica. 56 Altura de planta e altura de capítulo apresentaram a uma mesma tendência, onde o híbrido H251 obteve maiores valores diferindo significativamente dos demais. Silva et al. (2009) estudando o híbrido H251 em espaçamentos reduzidos de 40 e 50 cm respectivamente obteve altura média de 97,1 cm inferior ao encontrado no presente trabalho. Silva et al. (2007) ao avaliar o crescimento e produtividade do girassol com diferentes lâminas de água obteve com mesma precipitação resultados inferiores para os híbridos H250 e H251. Aquino et al. (2013) obteve resultado semelhante para altura de planta estudando os mesmos híbridos avaliados. Segundo Malavolta et al. (1997), relaciona que a presença do N está relacionada com a produção de clorofila, que em deficiência deste elemento pode ocorre modificações no cloroplasto. Mendes (1959) acrescenta que o nitrogênio atua não só no crescimento, mas também na divisão celular. Não foi verificada diferença significativa entre cultivares para o diâmetro do capítulo (Tabela 2). Cadorin et al. (2012) ao avaliar características de plantas em função da época de semeadura, obteve valores superiores aos encontrados no presente estudo, que pode ser explicado pela maior espaçamento e menor população de planta, e menor altura de planta. 57 Tabela 2 - Valores médios das variáveis agronômicas das características NF - número de folhas; AP - altura de plantas; AC - altura do capítulo; DC - diâmetro de capítulo; DH - diâmetro da haste; AN - aquênios normais; P1000 - peso de mil aquênios; DG – Densidade de Grãos; NACnúmero de aquênios capítulo; PROD - produtividade, de três híbridos de girassol sob influência de diferentes doses de N, Gurupi – TO, segunda safra 2013 NF AP AC DC DH AN P1000 DG NAC PROD Cultivar ------------------(cm)-----------------mm (%) (g) (kg m3) (unid) (kg ha-1) Helio 250 32,14 a 160,62 b 166,02 b 14,71 a 16,97 a 89,66 a 34,11 a 245,17 a 823,05 b 1436,29 b Helio 251 30,98 a 179,57 a 184,96 a 15,53 a 17,09 a 90,22 a 33,92 a 230,62 a 1122,83 a 1884,59 a Helio 360 31,90 a 163,78 b 168, 96 b 15,13 a 17,74 a 89,37 a 24,89 b 199,23 a 1117,26 a 1438,65 b Média 31,67 167,99 173,31 15,12 17,27 89,75 30,97 225,01 1021,05 1586,51 Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, a (P ≤ 0,05) de probabilidade . 58 Diâmetro da haste teve pouca variação entre os híbridos, não havendo, portanto, diferença significativa (Tabela 2). Santos et al. (2012) ao avaliar quatro épocas de semeadura de girassol obtiveram nas três primeiras épocas, valores médios superiores as obtidas neste estudo, entretanto, para a quarta época os valores obtidos por esses autores foram inferiores. Guedes Filho (2013) obteve valores médios do diâmetro de haste aos 80 dias após a semeadura, em torno de 11,5 mm. Prado e Leal (2006) e Ivanoff et al. (2010) avaliando a mesma característica na variedade Catissol-01 e de três cultivares de girassol na Savana de Roraima, observaram valores médios de 15,4 mm e 12,2 mm, respectivamente, estes valores foram menores que os observados por este estudo. Para diâmetro da haste, as médias dos três cultivares se assemelham com os resultados obtidos por Biscaro et al. (2008) que, também avaliando o girassol, híbrido H358 da Dekalb, sob quatro níveis de adubação nitrogenada e observaram efeito significativo, com diâmetro máximo de18,4 mm obtido com 47,8 kg de N ha-1. Para a porcentagem de aquênios normais não verificou diferença significativa entre os híbridos, sendo que não houve variação superior a 2% entre as médias dos cultivares. O percentual de grãos normais foi superior a 89%, o que demostra que todas os cultivares estudados possuem respostas favorável ao enchimento de grãos em baixas precipitações (Figura 1), com menos que 11% de grãos chochos. Capone et al. (2012) avaliando cinco épocas de plantio, obtiveram valores superiores ao encontrado somente na primeira e quina épocas em Gurupi e Formoso do Araguaia – TO. Aquênios com menor massa foram obtidos com o H 360 sendo, portanto, significativamente inferior aos demais cultivares. Aquino et al. (2013) obteve valores duas vezes superiores ao encontrado para os mesmos cultivares com umidade corrigida a 13% e população de plantas de 40 mil plantas ha-1. Carvalho e Pissaia (2002) avaliando doses de N em cobertura no cultivo sob palhada obtiveram valores superiores. Os valores estão abaixo dos encontrados para outras regiões do país, mas semelhantes aos encontrados por (CAPONE et al., 2012; SANTOS et al., 2012) que estudaram os mesmos híbridos na região Sul do estado do Tocantins. Os dados obtidos não estão de acordo com os resultados de Castro e Farias (2005), onde descrevem que capítulos bem desenvolvidos tendem a ter maior proporção de aquênios grandes e com maior peso. Silva et al. (2009) observou que o P1000 aquênios é influenciado pela maior quantidade de fibra. Não foi detectada diferença significativa entre os híbridos para densidade de grãos. Amorim et al. (2008) relataram que houve correlação significativa entre densidade de grãos e 59 DC sugerindo que quanto maior o tamanho do capítulo maior será o PH, os resultados encontrados por estes autores não estão de acordo aos obtidos neste trabalho. Foi verificado para o híbrido H 250 menor número de aquênios por capítulo, diferindo significativamente dos demais cultivares, esses resultados estão de acordo com o DC onde H250 obteve valor inferior. Estes dados foram superior ao encontrado por Silva et al. (2009). Segundo Castro e Farias (2005) é comum ocorrer ausência de aquênios no centro do capítulo do girassol consequência da demanda por fotoassimilados exigidos pelos aquênios oriundos das primeiras flores polinizadas. Braz e Rossetto (2009) analisando o cultivo do girassol cv. EMBRAPA 122/ V-2000 constataram que a produção média de aquênios por planta foi de 940 unidades, valor esse que diferiu para a média obtida no presente trabalho 1021,05. Maior produtividade de aquênios foi com o H251, sendo portando, significativamente superior aos demais híbridos. H251 e H360 obtiveram resultados superiores ao encontrado por Vogt et al. (2010), ao avaliar divergência genética entre cultivar no norte catarinense, superior apenas para H360. Os mesmos autores associaram o maior DC e P1000 e elevado NAC as maiores produtividades. Amorim et al. (2008) relataram que existe correlações significativas e efeitos diretos positivos entre produtividade de grãos, diâmetro do capítulo, porcentagem de grãos normais e a massa de mil grãos. Lemos e Vazquez (2005), estudando os híbridos H250 e H251, no período de safrinha, obtiveram produtividades médias de grãos de 2828,7 e 1050,8 kg ha-1, respectivamente, o que contraria os resultados encontrados no presente trabalho para os mesmos híbridos com relação inversa de produtividade, e com mesma relação encontrado por Leite e Carvalho (2005), o qual obtiveram produtividades médias de grãos de 1682 e 1839 kg ha-1, respectivamente. 60 A. B. 33,5 190 H 250 Y = 30,65+ 0,0241x - 0,000062nsx 2 R 2 = 0,92 33,0 H 251 Y = 30,35+ 0,0142x - 0,0000528nsx 2 32,5 H 360 Y = 31,66+ 0,0065x - 0,0000274x 2 180 R 2 = 0,94 Altura de Planta (cm) Número de Folhas R 2 = 0,98 32,0 31,5 31,0 30,0 0 50 100 150 H 250 Y 149,19 0,1143* *x 160 R 2 0,92 H 251 Y 171,95 0,0762* x R 2 0,85 150 M EA H250 194,35 kg de N e Y 32,99 M EA H251 134,47 kg de N e Y 31,31 M EA H360 118,60 kg de N e Y 32,04 30,5 170 H 360 Y 153,98 0,98* *x R 2 0,93 140 0 200 50 C. H 250 Y 154,36 0,116* *x 20 200 H 250 Y = 15,474 + 0,0150 * *x R 2 0,92 R 2 = 0,98 H 251 Y 177,50 0,746* x R 2 0,84 190 H 251 Y = 16,47 + 0,0062 * x 19 Diâmetro da Haste (mm) Altura de Capítulo (cm) 150 D. 200 H 360 Y 158,93 0,1003* *x R 0,95 2 180 170 R 2 = 0,78 H 360 Y 2= 16,53 + 0,0121 * *x R = 0,95 18 17 16 160 15 150 0 50 100 150 0 200 50 100 150 200 Dose de N (kg ha-1) Dose de N (kg ha-1) E. F. 16,5 1300 M EA H250 148,66 kg de N e Y 15,28 cm M EA H251 111,26 kg de N e Y 15,72 cm 16,0 1100 H 251 1000 H 360 Y = 919,16 + 4,42 x - 0,017 ns x 2 Y = 995,52 + 2,68 x - 0,009 * * x 2 R 2 = 0,99 R 2 = 0,87 H 250 Y 733,49 0,89 * *x 900 R 2 0,99 800 MEA H251 148,89 kg de N e Y 1195,02 MEA H360 130,00 kg de N e Y 1206,46 Diâmetro do Capítulo (mm) 1200 NAC 100 Dose de N (kg ha-1) Dose de N (kg ha-1) 15,5 15,0 14,5 H 250 Y = 13,33 + 0,027 x - 9,35 ns x 2 14,0 ns 2 H 251 Y = 15,25 + 0,0085 x - 3,82 x R 2 = 0,93 R 2 = 0,80 H 360 Y = 14,31 0,0081 * * x 13,5 R 2 = 0,90 13,0 700 0 50 100 Dose de N (kg ha-1) 150 200 0 50 100 Dose de N (kg ha-1) 150 200 61 G. H. 93 38 91 90 89 H 250 Y = 87,20 + 0,05 x - 0,0002 ns x2 2 R = 0,76 88 H 251 Y = 88,34 + 0,055 x - 0,0002 ns x2 Peso 1000 Aquênios (g) 92 % Grãos Normais 40 MEA H250 127,00 kg de N e Y 90,42 MEA H251 139,50 kg de N e Y 92,23 MEA H360 186,65 kg de N e Y 90,49 2 36 34 32 Y = 33,47 + 0,035 x - 0,0002 R 2 = 0,74 H 251 Y = 32,66 + 0,0214 x - 0,0006 R 2 = 0,88 H 360 Y = 23,39 + 0,015 * *x R 2 = 0,91 30 28 H 360 Y = 87,40 + 0,033 x - 0,000088 ns 86 0 50 22 100 150 0 200 50 100 Dose de N (kg ha-1) x2 150 200 Dose de N (kg ha-1) I. J. 280 H 360 Y = 189,65 + 0,406 x - 0,0021 * * x 2 2 R = 0,99 220 MEA H250 56,43 kg de N e Y 260,83 kg m 3 200 MEA H251 85,35 kg de N e Y 236,27 kg m 3 0 50 100 150 MEA H360 172,50 kg de N e Y 1459,25 kg ha -1 1900 2 H 250 Y 2= 1347,20 + 3,02 x - 0,014 * x R = 0,94 1800 ns 2 H 251 Y 2= 1717,84 + 3,14 x - 0,0099 x R = 0,85 1700 H 360 1600 Y = 1399,74 + 0,69 x - 0,002 ns x 2 R 2 = 0,88 1500 1400 MEA H360 96,67 kg de N e Y 209,27 kg m 3 180 Produtividade (kg ha-1) R 2 = 0,88 240 MEA H251 158,58 kg de N e Y 1966,82 kg ha -1 2000 H 251 Y = 228,98 + 0,1707 x - 0,001 ns x 2 260 MEA H250 107,86 kg de N e Y 1510,06 kg ha -1 2100 H 250 Y = 253,50 + 0,259 x - 0,0023 ns x 2 R 2 = 0,86 Densidade Grão (kg m3) ns MEA H250 89,00 kg de N e Y 35,05g MEA H251 86,17 kg de N e Y 37,01g 24 x2 R 2 = 0,83 x2 26 R = 0,87 87 ns H 250 1300 200 0 -1 Dose de N (kg ha ) 50 100 150 200 Dose de N (kg ha-1) Figura 2. Representação gráfica e equação de regressão de número de folhas (A), altura (B), altura do capítulo (C), diâmetro da haste (D), número de aquênios (E), diâmetro do capitulo (F), % de grãos normais (G), Peso de 1000 Aquênios (H), densidade de grãos (I) e produtividade (J), das plantas de girassol, em função das doses de Nitrogênio. UFT, Gurupi - TO, 2013. O efeito de N sobre no número de folhas foi melhor descrito por um modelo quadrático (Figura 2 A). O cultivar H250 apresentou maior valor em resposta à dose de N aplicada em cobertura em doses acima de 50 kg ha-1, o ganho máximo obtido por este híbrido foi na dose de 194,35 kg ha-1, porém não respondendo significativamente. O H251 não apresentou ganho significativo à aplicação de doses crescentes de N, e possui valores inferiores as demais cultivares, com máxima eficiência agronômica na dose de 134,47 kg ha-1. O H360 obteve valor significativo para o efeito de N, porém obteve valores inferiores a H250 nas doses acima de 50 kg ha-1 de N, contudo abaixo de 50 kg ha-1 possui boa resposta. 62 Biscaro et al. (2008) estudando a aplicação parcelada de N em cobertura (0 a 80 kg ha-1 de N) sobre a cultura do girassol, observaram que o número de folhas aumentou em função das doses. Estes dados foram de acordo com os resultados encontrados neste estudo, contudo H251 e H360 tiveram esta tendência até as dose de 134,47 e 118,6 kg ha-1, respectivamente. O efeito de N sobre AP foi melhor descrita por modelo linear (Figura 2B) influenciado significativamente em todas os híbridos. Segundo Zagonel e Mundstock (1991) a estatura da planta é um reflexo das condições nutricionais no período de alongamento do caule. O cultivar H251 apresentou respostas significativa a adição de N com valores superiores aos demais. Os cultivares H250 e H360 obtiveram a mesma tendência para o efeito das doses de N, com significância a (p ≤ 0,01) na AP, resultados que se assemelharam aos valores observados por Silva et al. (2007), quando comparadas as alturas médias das plantas. Resultados divergentes para a AP foram encontrados por (BARNI et al., 1995; IVANOFF et al., 2010; GUEDES FILHO et al., 2013), que não encontraram efeito significativos para essa variável, estudado doses de N em girassol. Entretanto, com os resultados obtidos por Fagundes et al. (2007) no desenvolvimento de girassol ornamental, demonstraram que as maiores doses de N proporcionaram maior altura de planta. Esses resultados não condizem com Joner et al. (2011) que obtiveram valores inferiores para H250 e H360. Entretanto, os resultados encontrados por Santos et al. (2012) com girassol semeados em diferentes épocas condizem com os valores observados neste trabalho. O diâmetro da haste (Figura 2D), dos híbridos tiveram comportamento significativo em função das doses de N, sendo que a equação linear descreveu este comportamento com significância (p ≤ 0,01 e P ≤ 0,05), para H360 com efeito significativo (p ≤ 0,01). Este híbrido apresentou uma maior estabilidade tanto na ausência quando ao efeito das doses crescentes de N, com valores numéricos superiores aos demais. O H250 é menos responsiva em baixa disponibilidade de N, contudo com elevação da dose do nutriente mostrou respostas satisfatórias. O H251 teve resposta intermediaria para DH, com diferença significativa a (p ≤ 0,05). O NAC obteve equações lineares e quadráticas (Figura 2E), para H250 o modelo ao qual os dados se ajustaram melhor foi o linear, indicando um acréscimo com resposta significativa a doses crescentes de N. Os H251 e H360 em relação a NAC constata-se efeito quadrático, H251 obteve valor superior a H360 em dose até 50 kg ha-1 com efeito significativo (p < 0,01), sendo que acima de 148,89 kg ha-1 houve um decréscimo para este híbrido. O H360 apresentou bom desempenho entre as doses de 50 a 150 kg ha-1 de N com máxima eficiência agronômica 130 kg ha-1. De acordo Mercau et al. (2001) o número de aquênios por capítulo é um parâmetro 63 adequado para se avaliar o rendimento do girassol. Reflete a ação dos nutrientes na fase crítica de diferenciação floral, que determina o número potencial de flores (ZAGONEL; MUNDSTOCK, 1991). Para diâmetro de capítulo (Figura 2F) o híbrido H 360 obteve melhor ajuste para os dados com o modelo linear, sendo bem responsivo ao efeito das doses (p < 0,01). O melhor modelo matemático que se ajustou para H251 foi o quadrático, houve incremento sobre o fator N com um ponto de máxima de 15,72 cm, com uma combinação de 111,26 kg ha-1. O H250 não apresentou diferença significativa em função das doses estudadas. Souza et al. (2010), cita que a variável diâmetro do capítulo é um dos componentes de produção mais sensíveis à presença de nitrogênio, em pequenas doses responde significativamente. Biscaro et al. (2008) avaliando diferentes doses de N na cultura do girassol irrigado obteve resposta em que até a dosagem de 44,9 kg ha-1 proporcionou bom ganho no diâmetro do capítulo. Segundo Lobo e Grassi Filho (2007) o diâmetro do capítulo possui fatores positivos sobre número potencial de aquênios, que é componente essencial da produtividade. O P1000 (Figura 2H) H250 e H251 teve a equação quadrática que melhor representou seus resultados, seus rendimentos máximos em relação as doses de 0 a 200 kg ha-1 de N foram de 35,5 e 37,1 kg ha-1, respectivamente. O H251 apresentou melhor rendimento entre as doses de 50 e 150 kg ha-1, fato este comprovado em produtividade de grãos kg ha-1 e no DC. Já o H360 a equação linear foi a que melhor descreveu a tendência dos seus dados, respondendo significativamente ao efeito de N. Zagonel e Mundstock (1991) verificaram que o peso médio de aquênios da cultivar DK 180 respondeu a maiores quantidades de nitrogênio, nas doses próxima de 120 kg ha-1 de N, resultados que se aproximam de H250 e H251 que obtiveram valores máximos na dose de 89 e 86,17 kg ha-1 de N. Os valores encontrados neste trabalho, foram inferiores ao obtidos por Lemos e Vazquez (2005). Silva et al. (2007) descrevem que o baixo valor encontrado para P1000 pode estar ligado à maior quantidade de fibras nas sementes associado ao baixo valor de óleo. O ajuste da curva quadrática foi o que melhor representou os dados para característica densidade de aquênios (Figura 2I), somente o H360 obteve resposta significativa (p < 0,01) com uma resposta máxima de 209,27 kg m3 com dose de 96,67 kg ha-1. O H 250 obteve médias superiores com ponto de máxima eficiência de 56,43 kg ha-1 de N obtendo 260,83 kg m3, este desempenho pode ser explicado pelo pequeno tamanho de seus aquênios, ocupando menor volume, este dado pode ser confirmado com H 360 que possuem aquênios com maior tamanho. O H 251 apresentou valores intermediários e não respondendo significativamente as doses 64 crescentes de N. Heckler (2002), estudando 24 híbridos de girassol, constatou que o peso de aquênios foi responsável pelo maior rendimento de aquênios ha-1. Em relação à produtividade (Figura 2J) a equação quadrática representou melhor os dados das cultivares, no entanto só houve efeito significativo para o H250 (p < 0,05) com máxima eficiência 107,86 kg ha-1 produzido 1510 kg ha-1. O H251 obteve valores superiores a adição de N com ponto de máxima em torno de 1966,82 kg ha-1 com 158,58 kg ha-1 de N, o qual em todas as doses apresentou respostas superiores aos demais. O fator água disponível no solo pode mudar diretamente, o fator produtividade uma vez que à medida que a água disponível no solo diminui, pode resultar em perdas, Silva et al. (2011) afirmam que o consumo de água varia em função das condições climáticas, porém cita que uma reposição hídrica da ordem de 533,70 mm proporcionou os maiores potenciais de produção de aquênios. De acordo com a Figura 1 a produtividade encontrada pode estar relacionada à precipitação acumulada do período de condução do experimento, contudo os valores encontrados estão superiores as médias nacionais (CONAB, 2013). CONCLUSÕES 1. Houve resposta em produtividade de aquênios com o incremento da adubação nitrogenada para o H250, ao contrário dos H251 e H360 que não responderam em produtividade com incremento da dose de em cobertura. 2. O H251 obteve características agronômicas favoráveis sendo mais responsivas a doses de N. 3. Doses intermediarias de nitrogênio, foram suficientes para a produção do girassol. 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