DIP prática Aula 1 => Pensar em HIV: Candidíase oral, dermatite seborréica, prurigo que deixam cicatriz hipocrômica (lesões pruriginosas papulosas, decorrentes de sensibilidade a picada de insetos), Herpes Zoster, linfócitos CD4 < 200 (esses linfóticos podem ser calculados como 20% do total de leucócitos). => Paciente com HIV apresentando cefaléia, déficit em um dos lados do corpo, apresentando sinais focais: -Primeira hipótese diagnóstica é de neurotoxoplasmose. A TC mostra lesões localizadas em que o contraste se localiza na periferia da imagem formando um anel. Há um edema em volta podendo deslocar estruturas cerebrais. O prognóstico pós tratamento é bom porque grande parte da lesão é edema. O tratamento é com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico. Caso não haja melhora com o tratamento devemos fazer uma biópsia estereotática já que não existe toxoplasma resistente a sulfadiazina. -Diagnósticos diferenciais: linfoma, criptococoma (apresenta resposta inflamatória semelhante a neurotoxo), tuberculoma (lesão tumoral que imita neurotoxo), abcesso cerebral e doença de chagas. -A causa principal em pacientes não imunodeprimidos é o abscesso cerebral. -a dor de cabeça pode ser por sinusite. Devemos internar e fazer antibiótico venoso porque é grave. -Quando paciente possui sinais focais não devemos realizar a punção lombar. =>Resumo: em caso de cefaléia devemos pesquisar sinais focais e fazer uma TC: -quando não houver sinais focais devemos fazer uma punção lombar para pesquisar meningite criptococócica. -se houver imagem em anel pensamos em neurotoxoplasmose. Se não responder ao tratamento devemos pensar em linfoma, tuberculoma, criptococoma, doença de chagas reativada ou abscesso. -se não houver imagem em halo pensamos em uma leucoencefalopatia multifocal progressiva (provocada pelo vírus JC, um polioma- vírus que pode provocar degeneração da substância branca em imunodeprimidos. =>Meningite NORMAL VÍRUS BACTÉRIA TUBERCULOSE células predomínio glicose 0,5 mono 150-200 mono incontáveis 150-200 polimorfonucleares mono 2/3 sang 1/3 sang zero proteína Até 40mg% 250-350 mg% 0,5g a 2 g bacterioscopia negativo Pouco alterada Pouco alterada negativo positivo negativo -meningite: febre+cefaléia+vômitos. Devemos pesquisar os sinais meníngeos Kernig e Brudzinski. Se houver devemos fazer punção lombar. -Devemos classificar em aguda (vírus e bactéria) ou crônica. -bactérias: meningo e pneumo - A meningite aguda viral pode levar uma meningoencefalite. A meningoencefalite viral pode ser a primeira manifestação de uma doença congênita em crianças de até 6 meses. Adultos com meningite viral podem ter tido infecção aguda pelo HIV que ainda pode ter os testes para pesquisa de HIV negativos. Devemos esperar alguns dias e repetir o exame. -Sabe-se que é meningite viral porque o líquor claro possui apenas algumas alterações. -Na meningite bacteriana o líquor é turvo. As células podem ser incontáveis, apresentando muitos polimorfonucleares, glicose baixa (15 por exemplo). Obs: Na BK é bem mais baixa (1 ou zero por exemplo). Devemos fazer um gram. Quando positivo pensamos em meningococo e quando negativo pensamos em pneumococo. -A meningocócica é a mais branda entre as meningites. -pneumococo e haemophilus são as principais causas de pneumonia em HIV positivo. Presença de neutrofilia, dispnéia, derrame pleural, febre alta, calafrios súbitos. -Pneumocistose: hemograma normal, início insidioso com tosse e dispnéia, aumento do LDH, ausência de derrame pleural, infiltrado intersticial simétrico. =>Sepse meningocócica -paradigma das sepses comunitárias -ocorre petéquias e lesões purpúricas= grave -líquor está normal. Quando iniciar alterações liquóricas a pessoa já está salva -é comum a infecção com bactérias encapsuladas em pacientes esplenectomizados -frequentemente começa com amigdalite =>Meningite crônica -A principais causas meningites crônicas são BK (geralmente começa com alterações do comportamento) e criptocócica. -quando não há sinais focais e há cefaléia, paciente sem sintomatologia ou apresentando pequena rigidez de nuca. A principal causa em HIV + é o fungo Criptococos neoformans. Tratar com fluconazol. No HIV + meningite por tuberculose é a segunda causa. - Em HIV negativo a principal causa de meningite crônica é a tuberculose e a segunda criptococose. - A por BK é a pior meningite que existe, ocorre grande aumento das proteínas no líquor (normal: 40 mg%) e diminuição da glicose liquórica (normal: dois terços da glicose sanguínea). Na por criptococos também há aumento de proteínas e diminuição de glicose porém é na BK as alterações são mais significativas. Pela meningite ser crônica há mononucleares no líquor. -Diagnóstico laboratorial: Na meningite por BK os bacilos não são facilmente visíveis no exame direto porque são paucibacilares e o resultado da cultura demora para sair. Devemos portanto tratar empiricamente. Já o criptococo é um agente facilmente visível ao exame direto fazendo-se o teste de nankin (ou tinta da china) em que serão observados em poucos minutos e em pequeno aumento uma bola branca contendo o fungo no meio. Aula 2- Doenças Exantemáticas =>Sarampo: febre de aumento progressivo, conjuntivite, coriza, tosse, manifestações catarrais são pródromos do exantema. -Mancha de Koplik (ponto esbranquiçado com halo vermelho). Podemos encontrar também na fase prodrômica. -O vírus sempre passa pelo pulmão, portanto sempre ocorrerá a tosse, manifestações catarrais e uma pneumonia intersticial. - 10 a 12 dias de período de incubação -não há portador assintomático, só haverá transmissão se houver manifestações clínicas da doença. - os exantemas sempre iniciam na cabeça e vão atingindo as outras regiões de forma descendente. Na fase exantemática final o exantema fica acastanhado e ocorre descamação da pele. -o exantema morbiliforme maculopapular não é patognomônico. As lesões podem confluir e a pele sã fica entre as lesões. Nos negros podemos não ver a coloração, mas podemos sentir o exantema. Em alguns casos pode ocorrer exantema hemorrágico (raramente) podendo ser confundido com dengue hemorrágica, febres hemorrágicas, meningococemia, ricketsiose (exantema prefere extremidades). -Etiologia do exantema: linfócitos T citotóxicos tentando destruir o vírus (imunidade celular é importante na evolução do sarampo). Em imunodeprimidos ( AIDS grave, linfoma, uso de corticóides) pode não ocorrer exantema e o indivíduo falecer de pneumonia intersticial grave. Não se pode vacinar tais indivíduos porque esta é de vírus vivo. Devemos utilizar gama- globulina até o paciente poder ser vacinado. Ou seja: O sarampo é um diagnóstico diferencial em caso de indivíduos com AIDS apresentando pneumonia intersticial. =>Rubéola -febre mais baixa, erupção dura menos tempo, não ocorre pneumonia e tosse. -linfonodos palpáveis e dolorosos em 70% dos retroauriculares, cervicais posteriores e suboccipitais. casos: -dores articulares em adultos e mais em mulheres (em mãos e pés principalmente). Pode ter artrites nas pequenas articulações (simétricas e não- migratória) causadas pelo complexo antígenoanticorpo. -o exantema ocorre em 50% dos casos. -pode haver manifestação hemorrágica por compressão mecânica. =>Dengue =>Parvovirose -muito semelhante a rubéola (dores articulares semelhantes). Porém se vêem poucos gânglios ou não se vê. -a reação de PCR é inespecífica para a fase aguda podendo ficar positiva ate seis meses após a infecção. -exantema, artralgia e aumento dos reticulócitos -face esbofeteada com o exantema se concentrando nas bochechas principalmente em crianças. -o exantema reticular ou rendilhado com confluência de algumas lesões também é muito característico (diagnóstico diferencial com as farmacodermias). =>Exantema súbito (herpes tipo 6 ou 7) -seu pico de incidência ocorre aos 9 meses. Não ocorre em adulto porque o contato ocorre por volta de 4 anos. -pode ser confundido com meningoencefalites. Ocorre irritabilidade e febre. -pode ser confundido com rubéola porque pode haver gânglios palpáveis. -em imunocomprometidos pode ocorrer doenças mais graves como nefrite, pneumonite, rejeição de medula. =>Enteroviroses (poliovirus, echovirus, coksackie, enterovirus,..) -também são exantemáticas -lesão primária durante toda a evolução (2 semanas) -primeiro ocorre coriza e depois erupção =>Varicela perinatal - apresenta-se com quadro que pode variar conforme o momento do acometimento materno: se tiver ocorrido entre 6 e 21 dias antes do parto, o quadro no recém-nascido será leve, mas se ocorrer em menos de 5 dias até 2 dias após o parto, 25 a 50% dos recémnascidos podem ser afetados e a doença neonatal será de extrema gravidade. Os sintomas aparecem entre 5 e 10 dias de vida: ocorre febre, lesões cutâneas, podendo ocorrer dificuldade respiratória e cianose devido a um quadro de pneumonia, ou ainda lesões necróticas disseminadas nas vísceras, sendo esta última forma fatal -transmissão por via placentária -a conduta é manter o feto dentro da mãe até que esta seja curada (adquirir Ig que passe para o feto e o cure) -a hepatite E, malária, varicela, toxoplasmose e parvovirose são graves quando ocorrem na gestação Aula 3 =>Erisipela -infecção dos linfáticos da pele. Pele em casca de laranja. -lesão eritematosa, com limites nítidos -geralmente causada pelo Streptococcus pyogenes -podem surgir bolhas -No período de incubação, que é de um a oito dias, aparece malestar, desânimo, dor de cabeça, náusea e vômitos, seguidos de febre alta e aparecimento de manchas vermelhas com aspecto de casca de laranja, bolhas pequenas ou grandes, quase sempre nas pernas e, às vezes, na face, tronco ou braços. -toda erisipela tem um grau de celulite (infecção do tecido subcutâneo) causada normalmente pelo estafilococos aureus =>Impetigo -vesículas e crostas perioral e mãos, principalmente em crianças. -também é uma doença estreptocócica (pode ser tratada com penicilina). O estafilococos também pode ser o agente causador -fazer antibiótico anti- estafilocócico porque geralmente há associação dessas duas doenças. As cefalosporinas de primeira geração como a cefalotina e a cefalexina agem sobre os 2 agentes. -uma infecção comunitária grave de partes moles com suspeita de celulite podem utilizar o Bactrin (sulfametaxol + trimetropim) e enviar o pus para cultura =>Estafilococos -ex: menino torceu o pé ocorrendo uma lesão fechada e, 10 dias antes, espremeu um furúnculo. O estafilococos gosta de osso e pode causar uma sepse. Pode dar derrame pleural pois gosta de pulmão. Pode dar endocardite pois gosta de válvula cardíaca. Pode ainda embolizar para o SNC. -freqüentemente uma lesão estafilcócica começa com prurido -infecção com conteúdo purulento: furúnculo e antraz. Principal causa: S. aureaus. -antraz: furúnculo coalescente com várias saídas -ausência de melhora de um furúnculo pode ser por ausência de drenagem ou por resistência (mudança das PBPs) do bacilo ao antibiótico utilizado. -MRSA estão aparecendo na comunidade, não é a mesma MRSA hospitalar. Podemos utilizar clindamicina, bactrim,... -mesmo vindo da comunidade, uma criança que chega com grave consolidação bilateral e empiema podem ser tratada com vancomicina Última aula -paciente apresentando dor retroesternal tem como principal causa a candidíase (tratar com fluconazol). Pode estar associada a úlcera única e profunda por CMV (utilizar ganciclovir que é mielotóxica) ou a úlceras múltiplas e rasas por HSV (utilizar aciclovir) que podem ser vistas em uma endoscopia. - a cândida forma um tapete que impede a visualização das úlceras na endoscopia. Logo, antes da mesma, faz-se o tratamento com fluconazol por 5 dias. -pneumocistose: início insidioso, presença de infiltrado alveolar com broncograma aéreo -BK é a pior entre as meningites e a meningocócica é a melhor entre as bactérias. A menos pior é a meningite viral. -a dengue hemorrágica geralmente ocorre ao fim de 3 dias, nunca nas primeiras horas. Pode ser confundida com sepse meningocócica -não devemos confiar na contagem das plaquetas para fazer o diagnóstico de dengue -o hemograma da dengue não apresenta desvio para esquerda e neutrofilia (isto ocorre na sepse meningocócica) -quando há icterícia devemos pensar em leptospirose. Devemos pedir hemograma e transaminases para avaliar a doença febril aguda. -a dengue e a febre amarela podem dar hepatite com icterícia -febre amarela é muito parecida com a dengue (pode ocorrer elevação de AST e ALT). Transaminases podem estar até 4X o valor normal (próximo de 200) -causas de aumento de transaminases: medicamento hepatotóxico, hepatite auto- imune, hepatites virais, febre amarela (e as vezes dengue) -as transaminases tocadas são muito mais freqüentes como na sepse, malária, dengue e leptospirose -o dengue faz diagnóstico diferencial com muitas doenças (deve ser um diagnóstico de exclusão) PNEUMONIA Neutrofilia Início súbito Infiltrado alveolar broncograma aéreo Possível derrame pleural Gram com predomínio LDH alterada Hipoxemia discreta CD4 preservado PNEUMOCISTOSE Hemograma inespecífico Início insidioso com Infiltrado difuso retículo- nodular/ intersticial bilateral Ausência de derrame pleural Não há predomínio de bactéria ao gram Muito elevada Hipoxemia notávelseptp interalveolar com infiltrado CD4 muito baixo