Nota Técnica Vigilância do Zika Vírus no Ceará

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Nota Técnica
Vigilância do Zika Vírus no Ceará
13/10/15
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OTA TÉCNICA SESA /Nº 01/2015
1. Descrição da doença
A febre por Zika vírus (ZIKAV) é uma doença autolimitada, normalmente de evolução benigna, caracterizada pelo
quadro clínico de febre, hiperemia conjuntival não pruriginosa e não purulenta, artralgia e exantema maculopapular
(manchas avermelhadas na pele) que na maioria dos casos desaparecem após 3 a 7 dias. O ZIKAV é um arbovírus do
gênero Flavivirus que foi isolado pela primeira vez em 1947 na Floresta de Zika, em Uganda. Após 20 anos, foi
identificado em humanos na Nigéria, em diversos países do continente africano e esporadicamente na Ásia e
Oceania. Nas Américas foi identificado no inicio de 2014, na Ilha de Páscoa, Chile.
O principal modo de transmissão do ZIKAV é vetorial, envolvendo mosquitos pertencentes ao gênero Aedes,
responsáveis também pela transmissão da Dengue, Chikungunya e Febre Amarela. O tratamento dos casos
sintomáticos de ZIKAV é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e da
dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável
o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas anti-inflamatórias.
Definição de caso suspeito de ZIKAV
Pacientes que apresentem febre baixa (referida ou mensurada até <38,5ºC) OU ausência de febre E exantema
máculo-papular pruriginoso com início até 48 horas após primeiros sintomas, acompanhado de pelo menos UM dos
seguintes sinais e sintomas: hiperemia conjuntival não pruriginosa e não purulenta OU artralgia OU edema de
membros.
2. Cenário atual do ZIKAV no Ceará
Na segunda quinzena de maio, após constatação empírica do aumento de atendimentos por doença exantemática
indeterminada, iniciou-se a coleta de amostras dos casos suspeitos de ZIKAV de pacientes atendidos no Hospital São
José de Doenças Infecciosas (HSJ). Foram coletadas e encaminhadas 55 amostras para o Instituto Evandro Chagas em
Belém (IEC), no Pará. Até o momento, das 18 amostras processadas 14 foram confirmadas para ZIKAV, sendo 12 casos
do município de Fortaleza, 1 de Pentecoste e 1 de Santana do Acaraú. As demais amostras permanecem em análise
pelo IEC.
O Ceará, assim como outros Estados do País, aguarda orientações oficiais por parte do Ministério da Saúde para a
implantação da vigilância do ZIKAV. Antecipadamente, afirmamos que a doença não é de notificação compulsória,
portanto NÃO HÁ OBRIGATORIEDADE da notificação e investigação laboratorial.
Reiteramos a importância de intensificar a vigilância da síndrome exantemática aguda, tendo em vista os demais
agravos de interesse para a saúde pública que cursam com exantema, tais como Sarampo, Rubéola, Dengue e
Chikungunya.
Para os casos que atendem o critério de suspeição de Sarampo, Rubéola, Dengue e Chikungunya devem ser mantidas
as condutas estabelecidas para todas as unidades de saúde no que se refere à notificação, digitação no SINAN,
investigação, coleta, envio de amostra e medidas de controle.
ALERTA
Em função da circulação do vírus da dengue no estado do Ceará e seu curso clínico por vezes similar ao ZIKAV, alertamos
que sejam mantidas as rotinas que garantam o adequado seguimento do protocolo de manejo clínico nos casos de dengue,
objetivando a redução da ocorrência de casos graves ou óbitos. Ressalte-se a maior morbimortalidade da dengue quando
comparada ao ZIKAV.
Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde / Núcleo de Vigilância Epidemiológica / SESA/Ce – Av. Almirante Barroso, 600 – Praia de
Iracema - Fortaleza – CEP: 60.060-440 – Fone: (85) 31015214 / 5215 – FAX: (85) 31015197 – homepage: www.saude.ce.gov.br [email protected]
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