RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

Propaganda
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Olbete 10 mg comprimidos de libertação prolongada
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido contém 10 mg de cloridrato de oxicodona correspondendo a 9 mg de
oxicodona.
Excipiente(s) com efeito conhecido: cada comprimido contém 27,6 mg de sacarose.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido de libertação prolongada.
Comprimidos revestidos por película em tom rosa, oblongos e biconvexos, ranhurados
em ambas as faces.
O comprimido pode ser dividido em doses iguais.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Dor intensa que exija analgésicos opioides para ser tratada adequadamente.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
A posologia depende da intensidade da dor e a sensibilidade individual do doente ao
tratamento. Para doses não realizáveis/praticáveis com esta dosagem, estão disponíveis
outras dosagens deste medicamento.
Aplicam-se as seguintes recomendações gerais de posologia:
Adultos e adolescentes com idade igual e superior a 12 anos
Ajuste da dose
Em geral, a dose inicial para doentes nunca medicados com opioides é 10 mg de
cloridrato de oxicodona, administrados em intervalos de 12 horas. Alguns doentes podem
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
beneficiar de uma dose inicial de 5 mg para minimizar a incidência de reações adversas.
Os doentes que já estejam a ser tratados com opioides podem iniciar o tratamento com
doses mais elevadas, tendo em conta a sua experiência com anteriores terapêuticas com
opioides.
Segundo estudos clínicos bem controlados, uma dose de 10-13 mg de cloridrato de
oxicodona correspondem a aproximadamente a uma dose de 20 mg de sulfato de morfina,
ambas sob a forma farmacêutica de libertação prolongada.
Dadas as diferenças de sensibilidade de cada indivíduo aos diversos opioides, recomendase que os doentes comecem a terapêutica com comprimidos de libertação prolongada de
cloridrato de oxicodona de forma conservadora, após conversão de outros opioides, com
50-75% da dose calculada de oxicodona.
Alguns doentes que tomam comprimidos de libertação prolongada de cloridrato de
oxicodona, seguindo um horário fixo, necessitam de analgésicos de libertação rápida
como medicação SOS para conseguirem controlar a dor pontual. Os comprimidos de
libertação prolongada de cloridrato de oxicodona não estão indicados para o tratamento
da dor aguda e/ou pontual. A dose única da medicação SOS deve corresponder a 1/6 da
dose diária equianalgésica dos comprimidos de libertação prolongada de cloridrato de
oxicodona. O uso de medicação SOS mais do que duas vezes por dia indica que a dose de
comprimidos de libertação prolongada de cloridrato de oxicodona tem de ser aumentada.
A dose não deve ser ajustada mais frequentemente do que uma vez, a cada 1-2 dias, até se
obter uma administração estável duas vezes ao dia.
Após um aumento de dose de 10 mg para 20 mg, com toma a cada 12 horas, os ajustes de
dose devem ser feitos por fases de aproximadamente um terço da dose diária. O objetivo
é uma posologia específica para o doente que, com uma administração duas vezes ao dia,
permita a analgesia adequada com efeitos indesejáveis toleráveis e com o mínimo
possível de medicação SOS, enquanto for preciso manter a terapêutica para a dor.
Até a distribuição equilibrada (a mesma dose de manhã e à noite), seguindo um horário
fixo (a cada 12 horas) é apropriada para a maioria dos doentes. Para alguns doentes, pode
ser vantajoso distribuir as doses de forma diferente. De um modo geral, deve ser
escolhida a dose analgésica eficaz mais baixa. Para o tratamento da dor não-maligna, uma
dose diária de 40 mg é geralmente suficiente, mas podem ser necessárias doses mais
elevadas. Doentes com dor relacionada com cancro podem necessitar de dosagens de 80 a
120 mg que, em casos individuais, podem ser aumentadas até 400 mg. Se forem
necessárias doses ainda mais elevadas, a dose deve ser decidida individualmente, pesando
a eficácia, a tolerância e o risco de efeitos indesejáveis.
Doentes idosos
Os doentes idosos sem manifestação clínica de compromisso renal e/ou hepático não
devem necessitar de ajustes de dose.
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
Populações especiais
Os doentes de risco, como por exemplo, os doentes com compromisso hepático ou renal,
baixo peso corporal ou metabolismo lento ede medicamentos, devem tomar inicialmente
metade da dose recomendada para um adulto, se nunca tiverem sido medicados com
opioides. Por conseguinte, a dose recomendada mais baixa, isto é, 10 mg, pode não ser
adequada como dose inicial.
O ajuste da dose deve ser efetuada de acordo com a situação clínica individual.
Modo de administração
Olbete deve ser tomado duas vezes por dia, com base num horário fixo e na dose
determinada.
Os comprimidos de libertação prolongada podem ser tomados às refeições, ou fora delas,
com uma quantidade suficiente de líquido.
Duração da administração
Olbete não deve ser tomado mais tempo do que o necessário. Se for necessário um
tratamento prolongado por causa do tipo e gravidade da doença, deve ser feita uma
monitorização minuciosa e regular para determinar se, e até que ponto, o tratamento deve
ser continuado. Se a terapêutica com opioides deixar de ser indicada, é aconselhável
reduzir gradualmente a dose diária para evitar sintomas típicos de uma síndrome de
abstinência.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na
secção 6.1.
Depressão respiratória grave com hipoxia e/ou hipercapnia.
Doença pulmonar obstrutiva crónica grave.
Cor pulmonale.
Asma brônquica grave.
Íleo paralítico.
Gravidez (ver secção 4.6).
Aleitamento (ver secção 4.6).
Abdómen agudo, esvaziamento gástrico retardado.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Deve ter-se cuidado com doentes idosos ou debilitados, doentes com compromisso renal,
hepático ou pulmonar grave, mixedema, hipotiroidismo, doença de Addison
(insuficiência adrenal), psicose da intoxicação (por exemplo, álcool), hipertrofia
prostática, alcoolismo, conhecida dependência dos opioides, delirium tremens,
pancreatite, doenças do trato biliar, cólica biliar ou uretérica, estados clínicos com um
aumento da pressão cerebral, perturbações da regulação circulatória, epilepsia ou
tendência para ataques e em doentes que tomem inibidores da MAO.
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
Depressão respiratória
A depressão respiratória é o risco mais importante induzido pelos opioides. O efeito
depressivo respiratório da oxicodona pode levar a um aumento das concentrações de
dióxido de carbono no sangue e, por conseguinte, no líquido cefalorraquidiano.
Tolerância e dependência
O uso prolongado de Olbete pode originar o desenvolvimento de tolerância que leva à
utilização de doses mais elevadas para obter o efeito analgésico desejado. Há uma
tolerância cruzada a outros opioides.
Olbete tem um potencial de dependência primária. No entanto, quando usado
corretamente em doentes com dor crónica, o risco de desenvolver dependência física ou
psicológica é reduzido. Não há dados disponíveis sobre a verdadeira incidência de
dependência psicológica em doentes com dor crónica.
O uso crónico de Olbete comprimido de libertação prolongada pode causar dependência
física. Podem ocorrer sintomas de abstinência após a descontinuação abrupta da
terapêutica. Se a terapêutica com oxicodona já não for necessária, pode ser aconselhável
reduzir gradualmente a dose diária para evitar a ocorrência de sintomas de abstinência.
Abuso
Em caso de injeção parentérica abusiva, os excipientes do comprimido podem causar a
necrose do tecido local, granulomas do pulmão ou outros eventos graves e
potencialmente fatais.
Intervenções cirúrgicas
Deve ter-se um cuidado especial quando a oxicodona for utilizada em doentes submetidos
a uma operação aos intestinos. Os opioides só devem ser administrados na fase pósoperatória, depois de a função intestinal estiver restabelecida.
Não foi determinada a segurança de Olbete em fase pré-operatória e, por conseguinte, a
sua utilização não é recomendada.
População pediátrica
Os comprimidos de libertação prolongada de cloridrato de oxicodona não foram
estudados em criança com idade inferior a 12 anos. A segurança e a eficácia dos
comprimidos não foram demonstradas e, por conseguinte, a sua utilização em crianças
com menos de 12 anos não é recomendada.
Doentes com compromisso hepático grave
Os doentes com compromisso hepático grave devem ser muito bem vigiados.
Álcool
A toma de Olbete com bebidas alcoólicas deve ser evitada. A libertação acelerada da
oxicodona pode resultar num aumento das concentrações plasmáticas de oxicodona e da
incidência de efeitos indesejáveis a nível do SNC, como a sonolência e a depressão
respiratória.
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
Aviso antidoping
O uso de Olbete pode produzir resultados positivos nos controlos antidoping.
A utilização de Olbete como agente dopante pode constituir um perigo para a saúde.
Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à frutose, malabsorção de
glucose-galactase ou insuficiência de sacarase-isomaltase não devem tomar este
medicamento.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Os depressores do sistema nervoso central (por exemplo, sedativos, hipnóticos,
fenotiazinas, neurolépticos, anestésicos, antidepressores, relaxantes musculares, antihistamínicos, antieméticos) e outros opiáceos ou álcool podem potenciar as reações
adversas da oxicodona, em particular, a depressão respiratória.
Os anticolinérgicos (por exemplo, neurolépticos, anti-histamínicos, antieméticos,
medicamentos anti-Parkinson) podem potenciar os efeitos indesejáveis anticolinérgicos
da oxicodona (como obstipação, boca seca ou perturbações da micção).
A cimetidina pode inibir o metabolismo da oxicodona.
Os inibidores da monoaminoxidase (MAO) são conhecidos por interagir com os
analgésicos narcóticos, produzindo excitação ou depressão do SNC com crise
hipertensiva ou hipotensiva (ver secção 4.4).
A inibição do citocromo P450 2D6 e 3A4 não tem qualquer relevância clínica. No
entanto, os fortes inibidores de CYP2D6 podem ter um efeito sobre a eliminação da
oxicodona. Desconhece-se o efeito de outros inibidores importantes de isoenzimas sobre
o metabolismo da oxicodona. Potenciais interações devem ser tidas em consideração.
Foram observadas alterações clinicamente relevantes no International Normalised Ratio
(INR) em ambas as direções, em indivíduos que tomaram anticoagulantes derivados da
cumarina juntamente com Olbete comprimido de libertação prolongada.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Olbete não deve ser tomado durante a gravidez (ver secção 4.3).
Não há dados adequados sobre a utilização da oxicodona em mulheres grávidas. A
oxicodona atravessa a placenta. A utilização prolongada da oxicodona durante a gravidez
pode causar sintomas de abstinência nos recém-nascidos. O uso da oxicodona durante o
trabalho de parto pode causar depressão respiratória no feto.
Amamentação
Olbete comprimido de libertação prolongada não deve ser tomado durante a
amamentação (ver secção 4.3).
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
A oxicodona passa para o leite materno. A proporção leite/concentração plasmática foi
3,4:1.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
A oxicodona pode prejudicar a capacidade de alerta e a reatividade ao ponto de a
capacidade de conduzir e utilizar máquinas ser afetada ou eliminada por completo.
Com uma terapêutica estável, não é necessário impor uma proibição geral de conduzir. O
médico assistente deve avaliar a situação individual.
4.8 Efeitos indesejáveis
A oxicodona pode causar depressão respiratória, miose, espasmos brônquicos e espasmos
dos músculos lisos e pode inibir o reflexo da tosse.
As reações adversas consideradas, pelo menos, possivelmente relacionadas com o
tratamento estão abaixo indicadas por classe de sistema de órgãos e frequência absoluta.
Dentro de cada classe de frequência, os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem
decrescente de gravidade.
Muito frequentes
(≥ 1/10)
Frequentes
(≥ 1/100, <1/10)
Pouco frequentes
(≥ 1/1000, < 1/100)
Raros
(≥ 1/10000, <1/1000)
Muito raros
(< 1/10000)
Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis)
Doenças do sangue e do sistema linfático
Raros: linfadenopatia
Doenças endócrinas
Pouco frequentes: Síndrome de secreção inadequada da hormona antidiurética
Doenças do metabolismo e da nutrição
Frequentes: anorexia
Raros: desidratação
Perturbações do foro psiquiátrico
Frequentes: Diversas reações adversas psicológicas, incluindo alterações de humor (por
exemplo, ansiedade, depressão, euforia), alterações na atividade (principalmente, inibição
da atividade por vezes associada à letargia; ocasionalmente aumento com agitação,
nervosismo e insónia) e alterações no desempenho cognitivo (pensamento anormal,
confusão, amnésia)
Pouco frequentes: Alteração na perceção, como perda de personalidade, alucinações,
alteração no paladar, perturbações visuais, hiperacusia.
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
Muito raros: perturbações do discurso
Doenças do sistema nervoso
Muito frequentes: sonolência, tonturas, cefaleia
Frequentes: astenia, parestesia
Pouco frequentes: aumento ou diminuição do tónus muscular, tremor, contrações
musculares involuntárias, hipostesia, perturbações da coordenação, mal-estar, vertigens.
Raros: convulsões, particularmente em doentes epiléticos ou doentes com tendência para
convulsões, espasmos musculares
Afeções oculares
Pouco frequentes: distúrbio da lacrimação, miose.
Cardiopatias
Frequentes: descida da tensão arterial, raramente acompanhada por sintomas secundários,
como palpitações, síncope, broncospasmo.
Pouco frequentes: taquicardia supraventricular
Vasculopatias
Pouco frequentes: vasodilatação.
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Frequentes: depressão respiratória
Pouco frequentes: aumento da tosse, faringite, rinite, alterações da voz.
Doenças gastrointestinais
Muito frequentes: obstipação, náuseas, vómitos
Frequentes: boca seca, raramente acompanhada por sede e dificuldade em engolir;
distúrbios gastrointestinais como dor abdominal, diarreia, eructação, dispepsia, perda de
apetite.
Pouco frequentes: cólicas biliares, úlceras orais, gengivite, estomatite, flatulência.
Raros: hemorragia gengival, aumento do apetite, melenas, manchas nos dentes e cáries,
obstrução intestinal (íleus).
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Muito frequentes: prurido.
Frequentes: erupção cutânea.
Raros: pele seca, manifestações de herpes simplex, aumento da fotossensibilidade.
Muito raros: urticária ou dermatite esfoliativa.
Doenças renais e urinárias
Frequentes: distúrbios da micção (retenção urinária, mas também um aumento da
necessidade de urinar).
Raros: hematúria.
Doenças dos órgãos genitais e da mama
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
Pouco frequentes: redução da libido, impotência.
Raros: amenorreia.
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Frequentes: suores, arrepios.
Pouco frequentes: lesões acidentais, dor (por exemplo, dor no peito), edema, enxaqueca,
dependência física com sintomas de abstinência, reações alérgicas.
Raros: alterações de peso (aumento ou diminuição), celulite.
Muito raros: reações anafiláticas.
Frequência desconhecida: pode desenvolver-se tolerância e dependência.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco
do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas
de reações adversas através do sistema nacional de notificação mencionado abaixo:
INFARMED, I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 71 40
Fax: + 351 21 798 73 97
Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage
E-mail: [email protected]
4.9 Sobredosagem
Sintomas
Miose, depressão respiratória, sonolência, redução do tónus músculo-esquelético e
diminuição da pressão arterial. Em casos graves, pode ocorrer colapso circulatório,
letargia, coma, bradicardia e edema pulmonar não cardiogénico; o abuso de doses
elevadas de opioides fortes, como a oxicodona, pode ser fatal.
Terapêutica
As primeiras atenções devem ser para a manutenção de uma via aérea acessível e a
instituição de ventilação assistida ou controlada.
Em caso de sobredosagem, a administração intravenosa de um antagonista de opioides
(como por exemplo, 0,4 - 2 mg de naloxona via intravenosa) pode ser indicada. A
administração de doses únicas deve ser repetida dependendo do estado clínico, em
intervalos de 2 a 3 minutos.
É possível a perfusão intravenosa de 2 mg de naloxona em 500 mL de solução salina
isotónica ou de solução de dextrose a 5% (correspondente a 0,004 mg de naloxona/mL).
A taxa de perfusão deve ser ajustada às injeções em bólus anteriores e à resposta do
doente. Deve ser considerada uma lavagem gástrica. A administração de carvão ativado
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
(50 g para adultos, 10 – 15 g para crianças) deve ser considerada no espaço de uma hora,
se tiver sido ingerido uma quantidade significativa nesse período e desde que a via aérea
possa ser protegida.
Pode ser razoável pensar que a administração tardia de carvão ativado pode ser benéfica
no caso de preparações de libertação prolongada, mas não há provas para sustentar este
tratamento.
Para acelerar a eliminação, pode ser útil um laxante adequado (como por exemplo, uma
solução à base de PEG).
Medidas de apoio (respiração artificial, fornecimento de oxigénio, administração de
vasopressores e terapêutica de perfusão) devem, se necessário, ser aplicadas no
tratamento que acompanha o choque circulatório. Após paragem cardíaca ou arritmias
cardíacas, pode ser indicado massagem cardíaca ou desfibrilhação. Se necessário,
ventilação assistida, assim como manutenção do equilíbrio hidro-eletrolítico.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.12 Sistema nervoso central – Analgésicos estupefacientes,
Código ATC: N02AA05.
A oxicodona revela uma afinidade com os recetores de opiáceos κ, µ e δ no cérebro e na
medula espinal. Atua nestes recetores como um agonista de opiáceos sem um efeito
antagonista. O efeito terapêutico é principalmente analgésico e sedativo.
Comparativamente com a oxicodona de libertação rápida, administrada sozinha ou em
combinação com outras substâncias, os comprimidos de libertação prolongada
proporcionam o alívio da dor por um período acentuadamente mais longo sem um
aumento da ocorrência de efeitos indesejáveis.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção
A biodisponibilidade relativa de Olbete é comparável com a da oxicodona de libertação
rápida com a obtenção de concentrações plasmáticas máximas aproximadamente três
horas depois da ingestão dos comprimidos de libertação prolongada, comparativamente
com 1 a 1,5 horas. As concentrações plasmáticas máximas e as oscilações das
concentrações da oxicodona das formulações de libertação prolongada e de libertação
rápida são comparáveis, quando administradas na mesma dose diária, em intervalos de 12
e de 6 horas, respetivamente.
Distribuição
A biodisponibilidade absoluta da oxicodona é aproximadamente dois terços,
relativamente à administração parentérica. Em estado estacionário, o volume de
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
distribuição da oxicodona atinge os 2,6 L/kg; a ligação às proteínas plasmáticas é de 38 45%; a semivida de eliminação é de 4 a 6 horas e a depuração plasmática é de 0,8
L/minuto. A semivida de eliminação da oxicodona dos comprimidos de
libertaçãoprolongada é 4 – 5 horas com valores de estado estacionário obtidos após um
dia, em média.
Biotransformação
A oxicodona é metabolizada no intestino e no fígado, através do sistema do citocromo
P450, em noroxicodona e oximorfona, assim como em vários conjugados glicuronídeos.
Estudos in vitro sugerem que doses terapêuticas de cimetidina não têm provavelmente
qualquer efeito relevante sobre a formação da noroxicodona. No Homem, a quinidina
reduz a produção de oximorfona, enquanto as propriedades farmacodinâmicas da
oxicodona permanecem amplamente inalteradas. A contribuição dos metabolitos para
oefeito farmacodinâmico global é irrelevante.
Eliminação
A oxicodona e os seus metabolitos são excretados através da urina e das fezes. A
oxicodona atravessa a placenta e é encontrada no leite materno.
Linearidade / não-linearidade
Os comprimidos de libertação prolongada de 5, 10 e 20 mg são proporcionais à dose, em
relação à quantidade de substância ativa absorvida, assim como comparáveis em relação
à taxa de absorção.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Estudos realizados em animais mostraram que a o oxicodona não afetou a fertilidade e o
desenvolvimento embrionário precoce em ratos machos e fêmeas com doses até 8 mg/kg
de peso e não induziu malformações em ratos com doses até 8 mg/kg e em coelhos com
doses de 125 mg/kg de peso corporal. Contudo, nos coelhos, quando se utilizaram os
fetos individuais na análise estatística, foi observado um aumento relacionado com a dose
nas variações em termos de desenvolvimento (aumento da incidência de 27 vértebras présagradas, pares extra de costelas). Quando estes parâmetros foram estatisticamente
analisados usando as ninhadas, observou-se um aumento da incidência de 27 vértebras
pré-sagradas apenas no grupo recebendo 125 mg/kg, um nível de dose que provocou
efeitos farmacotóxicos graves nas fêmeas grávidas.
Num estudo de desenvolvimento pré- e pós-natal em ratos, observou-se diminuição do
peso corporal na geração F1 com administração de doses que reduziram o peso materno e
o consumo de alimentos. Não se observaram efeitos a nível dos parâmetros de
desenvolvimento físico, reflexológico e sensorial nem nos índices comportamentais e
reprodutivos. Não se verificaram efeitos adversos na geração F2.
Não foram realizados estudos de carcinogenenicidade de longa duração.
A oxicodona revelou potencial clastogénico nos estudos in vitro. No entanto, não foram
observados efeitos semelhantes in vivo com administração de doses tóxicas.
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista de excipientes
Núcleo do comprimido:
- esferas de açúcar
- hipromelose
- talco
- etilcelulose
- hidroxipropilcelulose
- propilenoglicol
- carmelose sódica
- celulose microcristalina
- estearato de magnésio
- sílica coloidal anidra.
Revestimento do comprimido
- dióxido de titânio (E 171)
- hipromelose
- macrogol 6000
- talco
- óxido de ferro vermelho.
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
Frasco: Após abertura, os comprimidos deverão ser utilizados no prazo de 6 meses.
6.4 Precauções especiais de conservação
Não são necessárias precauções especiais de conservação.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blisters de PVC+PE+PVdC/Alumínio contendo 7, 10, 14, 20, 28, 30, 50, 56, 60, 72, 98 e
100 comprimidos de libertação prolongada ou em frascos de HDPE com tampas de PP
com 7, 10, 20, 30, 50 e 100 comprimidos de libertação prolongada.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
APROVADO EM
22-04-2014
INFARMED
Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo com as
exigências locais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
TECNIMEDE – Sociedade Técnico-Medicinal, S.A.
Rua da Tapada Grande, n.º 2
Abrunheira
2710-089 Sintra
Portugal
8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
Download