APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO 1. NOME DO MEDICAMENTO Olbete 10 mg comprimidos de libertação prolongada 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada comprimido contém 10 mg de cloridrato de oxicodona correspondendo a 9 mg de oxicodona. Excipiente(s) com efeito conhecido: cada comprimido contém 27,6 mg de sacarose. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido de libertação prolongada. Comprimidos revestidos por película em tom rosa, oblongos e biconvexos, ranhurados em ambas as faces. O comprimido pode ser dividido em doses iguais. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Dor intensa que exija analgésicos opioides para ser tratada adequadamente. 4.2 Posologia e modo de administração Posologia A posologia depende da intensidade da dor e a sensibilidade individual do doente ao tratamento. Para doses não realizáveis/praticáveis com esta dosagem, estão disponíveis outras dosagens deste medicamento. Aplicam-se as seguintes recomendações gerais de posologia: Adultos e adolescentes com idade igual e superior a 12 anos Ajuste da dose Em geral, a dose inicial para doentes nunca medicados com opioides é 10 mg de cloridrato de oxicodona, administrados em intervalos de 12 horas. Alguns doentes podem APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED beneficiar de uma dose inicial de 5 mg para minimizar a incidência de reações adversas. Os doentes que já estejam a ser tratados com opioides podem iniciar o tratamento com doses mais elevadas, tendo em conta a sua experiência com anteriores terapêuticas com opioides. Segundo estudos clínicos bem controlados, uma dose de 10-13 mg de cloridrato de oxicodona correspondem a aproximadamente a uma dose de 20 mg de sulfato de morfina, ambas sob a forma farmacêutica de libertação prolongada. Dadas as diferenças de sensibilidade de cada indivíduo aos diversos opioides, recomendase que os doentes comecem a terapêutica com comprimidos de libertação prolongada de cloridrato de oxicodona de forma conservadora, após conversão de outros opioides, com 50-75% da dose calculada de oxicodona. Alguns doentes que tomam comprimidos de libertação prolongada de cloridrato de oxicodona, seguindo um horário fixo, necessitam de analgésicos de libertação rápida como medicação SOS para conseguirem controlar a dor pontual. Os comprimidos de libertação prolongada de cloridrato de oxicodona não estão indicados para o tratamento da dor aguda e/ou pontual. A dose única da medicação SOS deve corresponder a 1/6 da dose diária equianalgésica dos comprimidos de libertação prolongada de cloridrato de oxicodona. O uso de medicação SOS mais do que duas vezes por dia indica que a dose de comprimidos de libertação prolongada de cloridrato de oxicodona tem de ser aumentada. A dose não deve ser ajustada mais frequentemente do que uma vez, a cada 1-2 dias, até se obter uma administração estável duas vezes ao dia. Após um aumento de dose de 10 mg para 20 mg, com toma a cada 12 horas, os ajustes de dose devem ser feitos por fases de aproximadamente um terço da dose diária. O objetivo é uma posologia específica para o doente que, com uma administração duas vezes ao dia, permita a analgesia adequada com efeitos indesejáveis toleráveis e com o mínimo possível de medicação SOS, enquanto for preciso manter a terapêutica para a dor. Até a distribuição equilibrada (a mesma dose de manhã e à noite), seguindo um horário fixo (a cada 12 horas) é apropriada para a maioria dos doentes. Para alguns doentes, pode ser vantajoso distribuir as doses de forma diferente. De um modo geral, deve ser escolhida a dose analgésica eficaz mais baixa. Para o tratamento da dor não-maligna, uma dose diária de 40 mg é geralmente suficiente, mas podem ser necessárias doses mais elevadas. Doentes com dor relacionada com cancro podem necessitar de dosagens de 80 a 120 mg que, em casos individuais, podem ser aumentadas até 400 mg. Se forem necessárias doses ainda mais elevadas, a dose deve ser decidida individualmente, pesando a eficácia, a tolerância e o risco de efeitos indesejáveis. Doentes idosos Os doentes idosos sem manifestação clínica de compromisso renal e/ou hepático não devem necessitar de ajustes de dose. APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED Populações especiais Os doentes de risco, como por exemplo, os doentes com compromisso hepático ou renal, baixo peso corporal ou metabolismo lento ede medicamentos, devem tomar inicialmente metade da dose recomendada para um adulto, se nunca tiverem sido medicados com opioides. Por conseguinte, a dose recomendada mais baixa, isto é, 10 mg, pode não ser adequada como dose inicial. O ajuste da dose deve ser efetuada de acordo com a situação clínica individual. Modo de administração Olbete deve ser tomado duas vezes por dia, com base num horário fixo e na dose determinada. Os comprimidos de libertação prolongada podem ser tomados às refeições, ou fora delas, com uma quantidade suficiente de líquido. Duração da administração Olbete não deve ser tomado mais tempo do que o necessário. Se for necessário um tratamento prolongado por causa do tipo e gravidade da doença, deve ser feita uma monitorização minuciosa e regular para determinar se, e até que ponto, o tratamento deve ser continuado. Se a terapêutica com opioides deixar de ser indicada, é aconselhável reduzir gradualmente a dose diária para evitar sintomas típicos de uma síndrome de abstinência. 4.3 Contraindicações Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1. Depressão respiratória grave com hipoxia e/ou hipercapnia. Doença pulmonar obstrutiva crónica grave. Cor pulmonale. Asma brônquica grave. Íleo paralítico. Gravidez (ver secção 4.6). Aleitamento (ver secção 4.6). Abdómen agudo, esvaziamento gástrico retardado. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Deve ter-se cuidado com doentes idosos ou debilitados, doentes com compromisso renal, hepático ou pulmonar grave, mixedema, hipotiroidismo, doença de Addison (insuficiência adrenal), psicose da intoxicação (por exemplo, álcool), hipertrofia prostática, alcoolismo, conhecida dependência dos opioides, delirium tremens, pancreatite, doenças do trato biliar, cólica biliar ou uretérica, estados clínicos com um aumento da pressão cerebral, perturbações da regulação circulatória, epilepsia ou tendência para ataques e em doentes que tomem inibidores da MAO. APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED Depressão respiratória A depressão respiratória é o risco mais importante induzido pelos opioides. O efeito depressivo respiratório da oxicodona pode levar a um aumento das concentrações de dióxido de carbono no sangue e, por conseguinte, no líquido cefalorraquidiano. Tolerância e dependência O uso prolongado de Olbete pode originar o desenvolvimento de tolerância que leva à utilização de doses mais elevadas para obter o efeito analgésico desejado. Há uma tolerância cruzada a outros opioides. Olbete tem um potencial de dependência primária. No entanto, quando usado corretamente em doentes com dor crónica, o risco de desenvolver dependência física ou psicológica é reduzido. Não há dados disponíveis sobre a verdadeira incidência de dependência psicológica em doentes com dor crónica. O uso crónico de Olbete comprimido de libertação prolongada pode causar dependência física. Podem ocorrer sintomas de abstinência após a descontinuação abrupta da terapêutica. Se a terapêutica com oxicodona já não for necessária, pode ser aconselhável reduzir gradualmente a dose diária para evitar a ocorrência de sintomas de abstinência. Abuso Em caso de injeção parentérica abusiva, os excipientes do comprimido podem causar a necrose do tecido local, granulomas do pulmão ou outros eventos graves e potencialmente fatais. Intervenções cirúrgicas Deve ter-se um cuidado especial quando a oxicodona for utilizada em doentes submetidos a uma operação aos intestinos. Os opioides só devem ser administrados na fase pósoperatória, depois de a função intestinal estiver restabelecida. Não foi determinada a segurança de Olbete em fase pré-operatória e, por conseguinte, a sua utilização não é recomendada. População pediátrica Os comprimidos de libertação prolongada de cloridrato de oxicodona não foram estudados em criança com idade inferior a 12 anos. A segurança e a eficácia dos comprimidos não foram demonstradas e, por conseguinte, a sua utilização em crianças com menos de 12 anos não é recomendada. Doentes com compromisso hepático grave Os doentes com compromisso hepático grave devem ser muito bem vigiados. Álcool A toma de Olbete com bebidas alcoólicas deve ser evitada. A libertação acelerada da oxicodona pode resultar num aumento das concentrações plasmáticas de oxicodona e da incidência de efeitos indesejáveis a nível do SNC, como a sonolência e a depressão respiratória. APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED Aviso antidoping O uso de Olbete pode produzir resultados positivos nos controlos antidoping. A utilização de Olbete como agente dopante pode constituir um perigo para a saúde. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à frutose, malabsorção de glucose-galactase ou insuficiência de sacarase-isomaltase não devem tomar este medicamento. 4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação Os depressores do sistema nervoso central (por exemplo, sedativos, hipnóticos, fenotiazinas, neurolépticos, anestésicos, antidepressores, relaxantes musculares, antihistamínicos, antieméticos) e outros opiáceos ou álcool podem potenciar as reações adversas da oxicodona, em particular, a depressão respiratória. Os anticolinérgicos (por exemplo, neurolépticos, anti-histamínicos, antieméticos, medicamentos anti-Parkinson) podem potenciar os efeitos indesejáveis anticolinérgicos da oxicodona (como obstipação, boca seca ou perturbações da micção). A cimetidina pode inibir o metabolismo da oxicodona. Os inibidores da monoaminoxidase (MAO) são conhecidos por interagir com os analgésicos narcóticos, produzindo excitação ou depressão do SNC com crise hipertensiva ou hipotensiva (ver secção 4.4). A inibição do citocromo P450 2D6 e 3A4 não tem qualquer relevância clínica. No entanto, os fortes inibidores de CYP2D6 podem ter um efeito sobre a eliminação da oxicodona. Desconhece-se o efeito de outros inibidores importantes de isoenzimas sobre o metabolismo da oxicodona. Potenciais interações devem ser tidas em consideração. Foram observadas alterações clinicamente relevantes no International Normalised Ratio (INR) em ambas as direções, em indivíduos que tomaram anticoagulantes derivados da cumarina juntamente com Olbete comprimido de libertação prolongada. 4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento Gravidez Olbete não deve ser tomado durante a gravidez (ver secção 4.3). Não há dados adequados sobre a utilização da oxicodona em mulheres grávidas. A oxicodona atravessa a placenta. A utilização prolongada da oxicodona durante a gravidez pode causar sintomas de abstinência nos recém-nascidos. O uso da oxicodona durante o trabalho de parto pode causar depressão respiratória no feto. Amamentação Olbete comprimido de libertação prolongada não deve ser tomado durante a amamentação (ver secção 4.3). APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED A oxicodona passa para o leite materno. A proporção leite/concentração plasmática foi 3,4:1. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas A oxicodona pode prejudicar a capacidade de alerta e a reatividade ao ponto de a capacidade de conduzir e utilizar máquinas ser afetada ou eliminada por completo. Com uma terapêutica estável, não é necessário impor uma proibição geral de conduzir. O médico assistente deve avaliar a situação individual. 4.8 Efeitos indesejáveis A oxicodona pode causar depressão respiratória, miose, espasmos brônquicos e espasmos dos músculos lisos e pode inibir o reflexo da tosse. As reações adversas consideradas, pelo menos, possivelmente relacionadas com o tratamento estão abaixo indicadas por classe de sistema de órgãos e frequência absoluta. Dentro de cada classe de frequência, os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade. Muito frequentes (≥ 1/10) Frequentes (≥ 1/100, <1/10) Pouco frequentes (≥ 1/1000, < 1/100) Raros (≥ 1/10000, <1/1000) Muito raros (< 1/10000) Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis) Doenças do sangue e do sistema linfático Raros: linfadenopatia Doenças endócrinas Pouco frequentes: Síndrome de secreção inadequada da hormona antidiurética Doenças do metabolismo e da nutrição Frequentes: anorexia Raros: desidratação Perturbações do foro psiquiátrico Frequentes: Diversas reações adversas psicológicas, incluindo alterações de humor (por exemplo, ansiedade, depressão, euforia), alterações na atividade (principalmente, inibição da atividade por vezes associada à letargia; ocasionalmente aumento com agitação, nervosismo e insónia) e alterações no desempenho cognitivo (pensamento anormal, confusão, amnésia) Pouco frequentes: Alteração na perceção, como perda de personalidade, alucinações, alteração no paladar, perturbações visuais, hiperacusia. APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED Muito raros: perturbações do discurso Doenças do sistema nervoso Muito frequentes: sonolência, tonturas, cefaleia Frequentes: astenia, parestesia Pouco frequentes: aumento ou diminuição do tónus muscular, tremor, contrações musculares involuntárias, hipostesia, perturbações da coordenação, mal-estar, vertigens. Raros: convulsões, particularmente em doentes epiléticos ou doentes com tendência para convulsões, espasmos musculares Afeções oculares Pouco frequentes: distúrbio da lacrimação, miose. Cardiopatias Frequentes: descida da tensão arterial, raramente acompanhada por sintomas secundários, como palpitações, síncope, broncospasmo. Pouco frequentes: taquicardia supraventricular Vasculopatias Pouco frequentes: vasodilatação. Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino Frequentes: depressão respiratória Pouco frequentes: aumento da tosse, faringite, rinite, alterações da voz. Doenças gastrointestinais Muito frequentes: obstipação, náuseas, vómitos Frequentes: boca seca, raramente acompanhada por sede e dificuldade em engolir; distúrbios gastrointestinais como dor abdominal, diarreia, eructação, dispepsia, perda de apetite. Pouco frequentes: cólicas biliares, úlceras orais, gengivite, estomatite, flatulência. Raros: hemorragia gengival, aumento do apetite, melenas, manchas nos dentes e cáries, obstrução intestinal (íleus). Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos Muito frequentes: prurido. Frequentes: erupção cutânea. Raros: pele seca, manifestações de herpes simplex, aumento da fotossensibilidade. Muito raros: urticária ou dermatite esfoliativa. Doenças renais e urinárias Frequentes: distúrbios da micção (retenção urinária, mas também um aumento da necessidade de urinar). Raros: hematúria. Doenças dos órgãos genitais e da mama APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED Pouco frequentes: redução da libido, impotência. Raros: amenorreia. Perturbações gerais e alterações no local de administração Frequentes: suores, arrepios. Pouco frequentes: lesões acidentais, dor (por exemplo, dor no peito), edema, enxaqueca, dependência física com sintomas de abstinência, reações alérgicas. Raros: alterações de peso (aumento ou diminuição), celulite. Muito raros: reações anafiláticas. Frequência desconhecida: pode desenvolver-se tolerância e dependência. Notificação de suspeitas de reações adversas A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas através do sistema nacional de notificação mencionado abaixo: INFARMED, I.P. Direção de Gestão do Risco de Medicamentos Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa Tel: +351 21 798 71 40 Fax: + 351 21 798 73 97 Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage E-mail: [email protected] 4.9 Sobredosagem Sintomas Miose, depressão respiratória, sonolência, redução do tónus músculo-esquelético e diminuição da pressão arterial. Em casos graves, pode ocorrer colapso circulatório, letargia, coma, bradicardia e edema pulmonar não cardiogénico; o abuso de doses elevadas de opioides fortes, como a oxicodona, pode ser fatal. Terapêutica As primeiras atenções devem ser para a manutenção de uma via aérea acessível e a instituição de ventilação assistida ou controlada. Em caso de sobredosagem, a administração intravenosa de um antagonista de opioides (como por exemplo, 0,4 - 2 mg de naloxona via intravenosa) pode ser indicada. A administração de doses únicas deve ser repetida dependendo do estado clínico, em intervalos de 2 a 3 minutos. É possível a perfusão intravenosa de 2 mg de naloxona em 500 mL de solução salina isotónica ou de solução de dextrose a 5% (correspondente a 0,004 mg de naloxona/mL). A taxa de perfusão deve ser ajustada às injeções em bólus anteriores e à resposta do doente. Deve ser considerada uma lavagem gástrica. A administração de carvão ativado APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED (50 g para adultos, 10 – 15 g para crianças) deve ser considerada no espaço de uma hora, se tiver sido ingerido uma quantidade significativa nesse período e desde que a via aérea possa ser protegida. Pode ser razoável pensar que a administração tardia de carvão ativado pode ser benéfica no caso de preparações de libertação prolongada, mas não há provas para sustentar este tratamento. Para acelerar a eliminação, pode ser útil um laxante adequado (como por exemplo, uma solução à base de PEG). Medidas de apoio (respiração artificial, fornecimento de oxigénio, administração de vasopressores e terapêutica de perfusão) devem, se necessário, ser aplicadas no tratamento que acompanha o choque circulatório. Após paragem cardíaca ou arritmias cardíacas, pode ser indicado massagem cardíaca ou desfibrilhação. Se necessário, ventilação assistida, assim como manutenção do equilíbrio hidro-eletrolítico. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: 2.12 Sistema nervoso central – Analgésicos estupefacientes, Código ATC: N02AA05. A oxicodona revela uma afinidade com os recetores de opiáceos κ, µ e δ no cérebro e na medula espinal. Atua nestes recetores como um agonista de opiáceos sem um efeito antagonista. O efeito terapêutico é principalmente analgésico e sedativo. Comparativamente com a oxicodona de libertação rápida, administrada sozinha ou em combinação com outras substâncias, os comprimidos de libertação prolongada proporcionam o alívio da dor por um período acentuadamente mais longo sem um aumento da ocorrência de efeitos indesejáveis. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Absorção A biodisponibilidade relativa de Olbete é comparável com a da oxicodona de libertação rápida com a obtenção de concentrações plasmáticas máximas aproximadamente três horas depois da ingestão dos comprimidos de libertação prolongada, comparativamente com 1 a 1,5 horas. As concentrações plasmáticas máximas e as oscilações das concentrações da oxicodona das formulações de libertação prolongada e de libertação rápida são comparáveis, quando administradas na mesma dose diária, em intervalos de 12 e de 6 horas, respetivamente. Distribuição A biodisponibilidade absoluta da oxicodona é aproximadamente dois terços, relativamente à administração parentérica. Em estado estacionário, o volume de APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED distribuição da oxicodona atinge os 2,6 L/kg; a ligação às proteínas plasmáticas é de 38 45%; a semivida de eliminação é de 4 a 6 horas e a depuração plasmática é de 0,8 L/minuto. A semivida de eliminação da oxicodona dos comprimidos de libertaçãoprolongada é 4 – 5 horas com valores de estado estacionário obtidos após um dia, em média. Biotransformação A oxicodona é metabolizada no intestino e no fígado, através do sistema do citocromo P450, em noroxicodona e oximorfona, assim como em vários conjugados glicuronídeos. Estudos in vitro sugerem que doses terapêuticas de cimetidina não têm provavelmente qualquer efeito relevante sobre a formação da noroxicodona. No Homem, a quinidina reduz a produção de oximorfona, enquanto as propriedades farmacodinâmicas da oxicodona permanecem amplamente inalteradas. A contribuição dos metabolitos para oefeito farmacodinâmico global é irrelevante. Eliminação A oxicodona e os seus metabolitos são excretados através da urina e das fezes. A oxicodona atravessa a placenta e é encontrada no leite materno. Linearidade / não-linearidade Os comprimidos de libertação prolongada de 5, 10 e 20 mg são proporcionais à dose, em relação à quantidade de substância ativa absorvida, assim como comparáveis em relação à taxa de absorção. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Estudos realizados em animais mostraram que a o oxicodona não afetou a fertilidade e o desenvolvimento embrionário precoce em ratos machos e fêmeas com doses até 8 mg/kg de peso e não induziu malformações em ratos com doses até 8 mg/kg e em coelhos com doses de 125 mg/kg de peso corporal. Contudo, nos coelhos, quando se utilizaram os fetos individuais na análise estatística, foi observado um aumento relacionado com a dose nas variações em termos de desenvolvimento (aumento da incidência de 27 vértebras présagradas, pares extra de costelas). Quando estes parâmetros foram estatisticamente analisados usando as ninhadas, observou-se um aumento da incidência de 27 vértebras pré-sagradas apenas no grupo recebendo 125 mg/kg, um nível de dose que provocou efeitos farmacotóxicos graves nas fêmeas grávidas. Num estudo de desenvolvimento pré- e pós-natal em ratos, observou-se diminuição do peso corporal na geração F1 com administração de doses que reduziram o peso materno e o consumo de alimentos. Não se observaram efeitos a nível dos parâmetros de desenvolvimento físico, reflexológico e sensorial nem nos índices comportamentais e reprodutivos. Não se verificaram efeitos adversos na geração F2. Não foram realizados estudos de carcinogenenicidade de longa duração. A oxicodona revelou potencial clastogénico nos estudos in vitro. No entanto, não foram observados efeitos semelhantes in vivo com administração de doses tóxicas. APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista de excipientes Núcleo do comprimido: - esferas de açúcar - hipromelose - talco - etilcelulose - hidroxipropilcelulose - propilenoglicol - carmelose sódica - celulose microcristalina - estearato de magnésio - sílica coloidal anidra. Revestimento do comprimido - dióxido de titânio (E 171) - hipromelose - macrogol 6000 - talco - óxido de ferro vermelho. 6.2 Incompatibilidades Não aplicável. 6.3 Prazo de validade 3 anos. Frasco: Após abertura, os comprimidos deverão ser utilizados no prazo de 6 meses. 6.4 Precauções especiais de conservação Não são necessárias precauções especiais de conservação. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Blisters de PVC+PE+PVdC/Alumínio contendo 7, 10, 14, 20, 28, 30, 50, 56, 60, 72, 98 e 100 comprimidos de libertação prolongada ou em frascos de HDPE com tampas de PP com 7, 10, 20, 30, 50 e 100 comprimidos de libertação prolongada. É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento APROVADO EM 22-04-2014 INFARMED Qualquer medicamento não utilizado ou resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO TECNIMEDE – Sociedade Técnico-Medicinal, S.A. Rua da Tapada Grande, n.º 2 Abrunheira 2710-089 Sintra Portugal 8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO