SERVIÇO SOCIAL E DIREITOS HUMANOS: BREVE DISCUSSÃO A PARTIR DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DA CATEGORIA DE SERVIÇO SOCIAL E RELATOS RELACIONADOS AOS PRECONCEITOS EXISTENTES NA SOCIEDADE. Antonia Jéssica de Sousa Moura1 Shirley Maria de Barros Araújo2 Kelma Nunes3 RESUMO O objetivo do artigo é discutir a imbricação existente entre o Serviço Social e os Direitos Humanos, no intuito de refletir a efetivação dos direitos humanos e a sua relação em como a categoria profissional de Serviço Social direcionam esses direitos e posteriormente discutiremos a respeito do Serviço Social e a sua inflexão em relação aos preconceitos existentes na sociedade burguesa/capitalista, principalmente aos preconceitos relacionados à mulher prostituta. Palavras-Chaves: Direitos Humanos. Serviço Social. Prostituição. DIREITOS HUMANOS E SERVIÇO SOCIAL: PERSPECTIVAS E DESAFIOS PARA COM A CATEGORIA PROFISSIONAL No âmbito de buscar concretizar os direitos humanos, surgem-se varias indagações a respeito de como os profissionais de serviço social possam garantir esses direitos de acordo com o que é proposto pelo Código de Ética Profissional e consecutivamente seu Projeto Profissional (assume hegemonia década de 80), os dois serão de base para orientações acerca de suas ações profissionais. Partindo desse ângulo há necessidade em que os profissionais estejam sempre em processo continuo de aprendizagem, pois o Serviço Social é um campo de trabalho que atua na realidade sócio-histórica, dinâmica e contraditória. Ressalta-se que são trabalhadores assalariados e que lutam para almejar direitos de outros trabalhadores. Portanto, há essa precisão de formar profissionais aptos a atuarem nessa realidade tão complexa como a que 1 Discente do 7° período do curso de Serviço Social da Faculdade Cearense [email protected] 2 Discente do 7° período do curso de Serviço Social da Faculdade Cearense [email protected] 3 Docente do curso de Serviço Social da Faculdade Cearense. 2 convivemos. Devemos observar que vivemos em um país em que a democracia esta andamento que desse modo releva-se que os direitos são violados, visando apenas interesses próprios, e, por conseguinte a classe dominante e quem dita às regras para as demais, pois são as chamadas detentoras do poder. Conforme afirma FORTI et al, Com isso, são evidentes as dificuldades de acesso à educação qualificada, à informação critica e de constante exercício da cidadania, limitando a decifração da realidade social e a concepção de direitos e deveres na sociedade de classes, obstaculizando a participação crítica dos sujeitos na vida social [...]. (p. 31). Portanto devemos ultrapassar esses limites que nos e imposto para assim chegar a uma plena emancipação politica e humana do individuo. Dessa maneira, precisamos persistir na luta em prol dos direitos humanos, ampliando nossos entendimentos em relação ao seu contexto para assim adquirirmos uma visão mais critica da realidade. Porém, como cita FORTI, Se agirmos diferentemente disso, além de não contribuirmos com a(s) luta(s) em prol da vida, da sua humanização, poderemos obscurecer os determinantes da desumanidade e legitimar desigualdades/injustiças sociais, situando-as no inquestionável campo do natural e do insuperável, em consonância com a absolutização da ordem, com a propagação da imprescindibilidade da manutenção da ordem social sob a égide capitalista. Com esses contextos podemos advertir que um dos princípios mais importantes para os assistentes sociais se refere na sua busca constante de informações, vinculando diretamente ao seu campo de atuação, ou seja, a sociedade burguesa/capitalista, e as referidas questões sociais tão propaladas na área de Serviço Social. Na busca de adensar ainda mais a discussão veremos o contexto da tão famosa burguesia, de acordo com as palavras do autor, a burguesia nasce como uma classe revolucionaria, lutando por interesses da coletividade contra os privilégios existentes da classe dominante. Com passar dos tempos à mesma muda o seu caráter, fundamentando-se em um regime de exploração humana, passando a tornar uma classe dirigente e seu sistema de produção predominantemente era o capitalismo, ou seja, a burguesia ao se apossar dos poderes políticos e econômicos deixa de ser uma classe revolucionaria, para assim, tornar uma classe conservadora. Com esse retrocesso da burguesia os direitos humanos esbarram na proposta de universalidade, ao posto modo de produção que é o capitalismo. A partir disso, os trabalhadores começaram a intervirem pela ampliação desses direitos, uma vez que os mesmos em momento algum se esquivaram diante da situação encontrada. Com essa intervenção acomete-se a uma ampliação dos direitos conquistados, passando a adquirir também resoluções no campo social. 3 Partindo desse pressuposto podemos afirmar que os profissionais de serviço social irão atuar nesse campo caótico, visto que os mesmos possuem uma fundamentação histórica, teórico-metodologia, ético-politica e técnico-operativo, significando que, a categoria está fundamentada nessas três dimensões em diferentes campos de atuação, concretizando assim, respostas a questão social. Importante ressalvar que esse debate contribuiu para a construção do projeto de sociedade livre de dominação e exploração. Bases desse projeto estão fincadas em aspectos históricos, teóricos e ético-políticos. O assistente social ao realizar seu trabalho, busca adequar esses valores afirmando direitos conquistados, expressando uma apreensão critica e valorativa embasada na realidade social. Corroborando, assim, com orientações valorativas que se efetivam através da atividade pratica dos indivíduos sociais. Essencial destacarmos que esses valores e princípios são defendidos pela categoria, onde os próprios resultaram de conquistas. No âmbito da ética profissional, segundo BARROCO, (2001), “A ética como capacidade humana vinculada à capacidade de liberdade impulsionada pelo trabalho”. Pressupõe-se que a ética surge como categoria, algo de transformação/liberdade, se da pelo próprio trabalho, a ética esta vinculada a imagem da profissão como exemplo podemos citar o Código de Ética dos Assistentes Sociais, ressalva direitos e deveres para com a categoria profissional. Para BRITTES, [...] a ética profissional supõe uma apreensão critica das orientações de valor que direcionam as escolhas e ações profissionais diante da desigualdade produzida socialmente e a efetivação de respostas concretas que assegurem, ainda que de forma relativa em relação a totalidade social, uma direção ética e politica de resistência aos domínios do capital. (p. 56). Ou seja, os valores afirmados pelos mesmos se dão pelo trabalho da própria categoria, fazendo assim com que possam enfrentar essa sociedade burguesa, adquirindo uma visão mais critica e humanizada diante dos usuários que serão atendidos, devendo atuar na forma de garantir os direitos dos mesmos para que não sejam mais violados pelo sistema em que existimos. Com todo esse processo de violação dos direitos propalados, o que ocasiona é um grande aprofundamento da desigualdade social, numero crescente de discriminação contra mulheres, negros, homossexuais e outros. Precisamos romper com esses estigmatizes ultrapassando o que esta posto. Para isso, os profissionais em seus ambientes de trabalho devem atuar com praticas mais eficazes em relação aos fundamentos que embasam a categoria profissional. 4 No campo dos direitos humanos há uma pequena quantidade de assistentes sociais que atuem nesse campo/área, logo nessa perspectiva percebemos que e algo errôneo, pois, pode ocorrer que não atuem diretamente no campo dos direitos humanos. Devemos ressalvar que os profissionais de serviço social atuam na forma de garantir os direitos dos usuários, seja na saúde, assistência e seguridade social. Essa é a logica do trabalho, relatos comprovam que a categoria de serviço social esta mais assentada nessas três dimensões. Para nos e de suma importância nos reportamos para os direitos humanos na atualidade, como afirma RUIZ, o “direito de intervir”, ou seja, a sociedade moderna ganha mais espaço, abrindo assim um campo vasto de opiniões e criticas que as pessoas possam intervir sem ocorrer consequências. Ademais, parto do pressuposto de que os profissionais para entender essa complexidade de fatores que surgem no cotidiano, os mesmos devem estar providos de todo contexto dos direitos humanos e principalmente embasados em seus aspectos-teórico metodológicos, éticopolitico e técnico-operativo e os mesmos devem estar desprovidos de quaisquer preconceitos existentes em seus seios, para assim nãos os deixar cair em um cotidiano profissional. Logo nessa perspectiva, revelam-se as dificuldades da atuação profissional, relacionado na adesão de efetivar esses direitos na pratica profissional, criando-se então uma ambiguidade entre individuo e sociedade, excluindo uma grande parte da população, ocorrendo uma enorme precariedade dos direitos revelados para nos. A riqueza do poder sendo apenas dividida para poucos, ficando a maioria sem uma infraestrutura básica, falta de políticas publicas e quando surgem são de maneira submersível, sendo apenas como medidas paliativas. Nesse sentido ocorre uma desumanização gritante, no modo em que o sistema capitalista tende a naturalizar esse processo, é preciso que a sociedade civil se organize politicamente e parta em prol da garantia dos seus direitos renegados pelo sistema neoliberal. Como consequência a categoria profissional acenada pelas modificações existentes, adere um processo de estar se moldando as estratégias do sistema. Logo nessa contrapartida observa-se que operamos em um grande desafio, sendo principalmente o de garantir a defesa dos direitos humanos, no que se refere a nossa sociedade, devendo superar essa visão paradoxal em relação à garantia dos mesmos e na perspectiva de amplia-los. 5 DIREITOS HUMANOS E PROSTITUIÇAO: BREVES CONSIDERAÇÕES No intuito de refletir ainda mais a respeito dos preconceitos existentes instigou-me a relaciona-lo com o preconceito vivente com a mulher prostituta, tema que e de fundo interesse próprio, que irei descrevê-lo em breves linhas. A prostituição pode ser entendida como um ato de troca favores sexuais, praticada mais comumente por mulheres, mas também por homens. Sendo um ato antigo que surge na Grécia, na época as prostitutas eram admiradas pelos homens, mas, também tinham que se vestir a caráter para não serem confundidas com as damas da cidade. Na atualidade a prostituição assume uma nova roupagem, deixa de se concentrar apenas em bordeis, casas de sexo, boates e passa também a aparecer nas ruas, ficam em esquinas seminuas esperando então um cliente. Não devemos esquecer que essas mulheres sofrem um grande preconceito em relação ao seu tipo de vida, muitas são agredidas outras chegam ate a morte por doenças ou ate mesmo pelos clientes. Portanto não devemos esquecer os tipos de violência que as mesmas sofrem como a violência física, moral e psicológica que muitas das vezes não chegam a ser registradas em delegacias e outros meios, pois para uma parte da sociedade e como se as próprias sofressem porque gostam, não veem o porquê que muitas vivem nessa vida. Para FRANÇA, (1994) a prostituição pode ser ocasionada por vários motivos, como desqualificação profissional, analfabetismo, inoportunidade de emprego, problemas familiares e outros. Corroborando assim, para que essas mulheres sejam excluídas da sociedade com mínimos de direitos garantidos, não existindo assim uma lei ou politica publica que as proteja. De acordo com GASPAR (1985), “... uma situação econômica precária, marcada pela difícil colocação no mercado de trabalho por baixos rendimentos, e muitas vezes, pela condição de arrimo e chefe de família, é uma forte justificativa para o fato de a mulher se dedicar a prostituição... diante da sua própria situação de penúria e também da de sua família, e necessário que ela se sacrifique por ela e pelos seus. A prostituição surge então como um recurso quase legitimo para a falta de dinheiro”. (p. 86). De acordo com dados da Coordenação Nacional de DST/AIDS (2005), existem 66 mil profissionais do sexo no Brasil entre homens e mulheres, em situação de pobreza. Desses estima-se que 37% das mulheres e 51,5% dos homens estejam infectados com alguma DST. Importante destacar que de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) a prostituição foi reconhecida em 2002 que não possui restrições legais enquanto praticada por adultos. Fatos a se observar é que dados recentes delineia a profissão como: 5198-05- 6 Profissional do sexo: Garota de programa, Garoto de programa, Meretriz, Messalina, Michê, Mulher da vida, Prostituta, Trabalhador do sexo. Vale ressaltar que segundo FILHO, (2004), o numero de prostitutas tem aumentado significativamente, e a cidade de Fortaleza situa-se entre os quatros centros do trafico de mulheres perdendo apenas para São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia. Logo nessa perspectiva ressalta-se o a questão da situação em nosso país, principalmente a questão dos direitos rebelados que os mesmos sofrem. A partir desse âmbito iremos discutir os direitos humanos e a prostituição a respeito dos preconceitos que essas mulheres vivenciam e que muitas são tratadas como invisíveis perante a sociedade. Partindo do pressuposto de que todos são iguais perante a lei, porque que muitas dessas mulheres sofrem enorme preconceito ao modo como vivem? Essa pergunta nos remete a observamos que muitas das leis existentes em relação aos direitos de todos, sem parcialidades, não são validas sendo apenas no papel destacando que na realidade funciona de outra forma, principalmente se tratando dos direitos da mulher prostituta, em sua maioria são vistas como imparciais a sociedade. Assim contraditoriamente e a nossa sociedade, vivem de mediocridade, pensando apenas em seus próprios interesses, não vendo que muitas mulheres se prostituem por falta de oportunidades e não porque gostam, claro que a exceções. Sendo assim, obscurece então a questão da universalidade dos direitos humanos, encontrando limites para os mesmos nesse mesmo âmbito percebe-se que, por mais que os direitos humanos estejam assegurados como universais os próprios não são genéricos para todos, ou seja, para toda a humanidade, constituindo apenas para uma pequena parcela da sociedade, sendo apenas direcionado para os possuidores do poder econômico. E nessa ótica que a categoria profissional de assistentes sociais devem se inserir, na questão da garantia dos direitos dessas mulheres. Nota-se também que entre a categoria profissional de serviço social o tema prostituição e pouco debatido na literatura do mesmo, ocorrendo assim um desinteresse da maioria em debater sobre a prostituição. No referido momento muitas mulheres prostitutas luta para que aconteça a legalização da profissão no Brasil, sabemos que alguns países já são legalizados como, na Alemanha, Áustria, Suiça, Grécia entre outros. A proposta de legalização da prostituição no Brasil primeiramente foi tomada pelo Deputado Fernando Cabeira4 e Eduardo Valverde5 sendo 4 Ex Deputado no Partido Verde Brasileiro (do qual é membro-fundador), defendendo posições polêmicas em questões consideradas como tabus na cultura politica brasileira (como a profissionalização da prostituição, o casamento homossexual e a descriminalização da maconha). 7 agora retomada por Jean Wyllys Deputado do PSOL-RJ, o mesmo menciona que a prostituição e exercida desde a antiguidade, sendo um trabalho que sofre bastante preconceito pela moral dos bons costumes, mas como o mesmo afirma que a prostituição ainda perdura nos dias de hoje. Seu projeto de lei prevê medidas de combate à exploração sexual infantil e diferenciação jurídica de casos em que prostitutas viajam ao exterior para desenvolver a atividade de forma voluntaria e de casos em que mulheres são atraídas e transformadas em escravas sexuais. A partir de então se foi criando entidades em favor da mulher prostituta como a DASPU e demais, destacando-se a Associação das Prostitutas do Ceara (APROCE), localizada na cidade de Fortaleza, Ceara entidade que tem por fim lutar pelos direitos da mulher prostituta, e a defesa dos direitos humanos e sexuais das mesmas sendo criada em 13 de novembro de 1990. A mesma desenvolve trabalho educativo sobre a sexualidade, prevenção de DST/AIDS, distribuição de preservativos, além de incentivar a saúde da mulher prostituta. Vale mencionar que a associação já conta com 3.500 prostitutas cadastradas, sendo que 500 trabalham no centro da cidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS O texto relata sobre o Serviço Social na sua ação profissional mediante a classe capitalista, uma trajetória em meio às lutas que trouxeram grandes conquista no percurso da profissão e no meio da classe trabalhadora, realizando a execução de alguns direitos e trabalhando para que outros direitos sociais e humanos sejam colocados em prática. O Serviço Social se insere nessa luta juntamente com outros profissionais e sociedade civil, no intuito de ampliar as conquistas. Cabe ressaltar que um dos desafios enfrentados pelos assistentes sociais é o fato de que ao mesmo tempo em que a categoria luta pelos direitos da classe trabalhadora, esse profissional também se ver como um trabalhador assalariado que sofre os impactos causados por uma sociedade capitalista como desemprego, ausência de educação, a escassez na saúde entre outras falhas que atinge a maioria da população tudo isso pela grande diferença na divisão de renda, onde a riqueza se concentra na minoria. Com as discussões cometidas a cerca do tema Direitos Humanos e Serviço Social e a sua relação aos preconceitos existentes na sociedade, constatamos que é uma tarefa 5 Ex Deputado do Partido dos Trabalhadores. 8 certamente complexa a ser cumprida. Sobretudo na relação de efetivação dos direitos e na imbricação com preconceito existente na sociedade. Neste modo viver de uma maneira diferente resulta em uma total eliminação da vida em sociedade, para tanto a mesma desde épocas remotas estabeleceu um padrão de vida a ser seguido, caso não o siga, o mesmo já esta considerado totalmente fora da sociedade, sendo assim em muitas vezes tratados como seres invisíveis, não necessitando assim de direitos e deveres como cidadãos. Referindo-se a prostituição a situação se torna ainda mais desprezada, são apenas tratadas como objetos e não como seres de direitos e deveres para com a sociedade, para muitos que as veem julgam pelo seu meio de vida não observam o que esta por tras de tudo. Para nos, futuras Assistentes Sociais compreender a complexidade das manifestações existentes na sociedade é relevante pois, além de conhecermos essa realidade subjetiva nos proporcionara também embasamentos para atuarmos na mesma e ate elaborarmos projetos sociais e/ou contribuição para futuras politicas publicas. Por fim, pode-se afirmar que a atuação do assistente social no capitalismo, torna-se um grande desafio para os mesmos devendo sempre estar criando táticas para que não venham a ser totalmente aniquilados pelo sistema capitalista. 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, S. S. de. “A política de direitos humanos no Brasil: paradoxos e dilema para o Serviço Social”. In: Revista Praia Vermelha. Programa de Pós Graduação em Serviço Social da UFRI, nºs 16-17. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997, p.12-43. ALVES, Filho M. Asas do Desejo. Jornal da UNICAMP. [Citado em 2005 ago 18]. Disponível em: http://www.unicamp.br/Unicamp_hoje/jornalPDF/ju269pag12pdf. 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