estudos com pterodon emarginatusvogel: determinação de

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ESTUDOS COM PTERODON EMARGINATUSVOGEL:
DETERMINAÇÃO DE SEUS EFEITOS TERAPÊUTICOS
XAVIER, Millena Pereira 1
STIVAL, Wilma Lúcia Marques2
VALE, Bruno Nunes do3
RESUMO
O Brasil é emulado mundo afora devido a sua grandiosa biodiversidade pela Pterodon
emarginatus Vogel, popularmente conhecida como “sucupira branca” ou “faveiro”. Consiste
em uma planta bastante utilizada e com propriedades farmacológicas ainda não totalmente
conhecidas. Essa revisão buscou analisar estudos realizados com a Pterodon emarginatus
Vogel, descrevendo o uso da planta para fins medicinais e os princípios ativos já estudados. A
partir dos estudos, pode-se concluir que a sucupira branca apresenta vários efeitos
farmacológicos comprovados, como o poder cicatrizante, antimicrobiano, antiparasitário,
antifúngico e anti-inflamatório.
Palavras-chave: Sucupira. Pterodon Emarginatus Vogel. Planta medicinal.
1 INTRODUÇÃO
É notório que o Brasil é emulado mundo afora devido a sua grandiosa
biodiversidade, a vegetação rica em minérios, animais, biomas repletos de sortimentos, seja
para fins alimentícios ou terapêuticos. Dentre essas riquezas brasileiras temos o cerrado, um
bioma que representa cerca de 20% da superfície do território nacional, onde se abrigam
inúmeras espécies de animais e plantas, possivelmente a maior parte delas ainda nem
patenteadas pelo homem. Segundo Pereira et al. (2008), existem cerca de 10 mil espécies
vasculares no cerrado brasileiro.
Uma planta medicinal bastante utilizada e com suas propriedades farmacológicas
ainda não totalmente conhecidas é a Pterodon emarginatus Vogel, popularmente conhecida
como “sucupira branca” ou “faveiro”. Trata-se de uma árvore de porte médio que mede cerca
1
Especialista em Gestão em Saúde pela Universidade Federal do Tocantins-UFT- Gurupi/TO; graduada em
Farmácia Generalista pelo Centro Universitário UnirG-Gurupi/TO. Assessora da Pró-Reitoria de Pesquisa e PósGraduação do Centro Universitário UnirG.
2
Graduada em Farmácia Generalista pelo Centro Universitário UnirG-Gurupi/TO.
3
Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto- Universidade
de São Paulo FCFRP-USP- Ribeirão Preto/SP; graduado em Farmácia - Análises Clínicas pela Universidade
Estadual de Goiás-UEG-Goiânia/GO. Docente Faculdade de Farmácia do Centro Universitário UnirG –
Gurupi/TO; docente da Faculdade do Norte Goiano-FNG-Porangatu-GO.
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de 10 metros, de copa piramidal rala. Seu tronco tem uma casca lisa branco-amarelada, suas
raízes formam as extensões de reserva (batatas-de-sucupira). Sendo nativa em terrenos secos e
arenosos, floresce em setembro-outubro e os frutos amadurecem em junho-julho, porém ficam
mais tempo na árvore. A sucupira é utilizada na medicina popular para o tratamento de
reumatismo e do diabetes. Há quem diga que a mesma possua propriedades anti-inflamatórias,
cicatrizantes e até mesmo antimicrobianas. Somente através de estudos científicos é possível
determinar o seu potencial medicinal (MORS et.al., 1967; GONÇALVES et.al., 2005;
DUTRA et.al., 2009; MARTINS, 2012).
Portanto, essa revisão de literatura objetiva analisar estudos realizados com a
Pterodon emarginatus Vogel, conhecida popularmente como sucupira branca, descrevendo o
uso da planta para fins medicinais e os princípios ativos já estudados.
2 PLANTAS MEDICINAIS
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 80% da população
mundial faz uso da medicina tradicional como alivio de alguma sintomatologia. Sendo assim,
as plantas são fontes valiosas de produtos para a manutenção da saúde humana
(NASCIMENTO et al., 2000; CAETANO et al., 2002; SOUSA et al., 2008).
Descoberto em uma sepultura no Egito em 1862, o Papiro de Ebers (1550 a. C.),
contém centenas de medicamentos à base de plantas. A prática mesopotâmica está descrita em
placas de barro datando do século 7 a. C., indicando novamente recursos derivados de plantas
como o óleo de rícino e o sene, como laxativos (LOPES, 2004).
Até o início do século XIX, cerca de 90% dos medicamentos disponíveis
compreendiam plantas medicinais, mas devido às dificuldades no controle de qualidade
desses extratos vegetais, do ponto de vista físico-químico, farmacológico e toxicológico, seus
derivados isolados ou quimicamente sintetizados predominaram no mercado (LAPA et al.,
2000; CORRÊA et al., 2001).
As plantas medicinais tornaram-se um tópico de importância global crescente nos
últimos anos, tendo repercussões tanto sobre a saúde mundial quanto no comércio
internacional. Nos últimos 10 anos, as plantas medicinais têm desfrutado de um renascimento
e essa fase tem sido alimentada por muitos consumidores interessados na medicina preventiva
e por desapontamento com os medicamentos alopáticos (MAHADY, 2001).
Na verdade, o uso transcultural das plantas medicinais indica que pelo menos um de
seus constituintes possua valor terapêutico. No entanto, mesmo com seu uso por mais de mil
90
anos, não pode ser garantida a sua eficácia ou segurança. Nesse sentido, deve se preconizar
evidências fundamentadas em experimentos científicos que comprovem seus benefícios e
riscos que podem oferecer. (LAPA et al., 2000; LANGMEAD, RAMPTON, 2001).
3 CERRADO BRASILEIRO
O cerrado é um bioma que conta com 1,5 milhões de quilômetros quadrados se
espalhando desde a Amazônia até o Paraná (Estado em que o cerrado encontra seu limite nas
latitudes sulinas), compreendendo 23% da superfície do território nacional (RIBEIRO;
WALTER, 1998; RATTER et al., 1999).
O solo do cerrado também varia muito em topografia, em qualidade física e
composição química, prevalecendo os terrenos planos. São em geral solos ácidos e deficientes
em numerosos componentes químicos. Mesmo na estação seca, estes solos contêm bastante
água, armazenada durante o período das chuvas. As plantas encontram muita água no solo
profundo do cerrado, de onde a retiram com suas raízes, as quais chegam a alcançar 18 metros
de profundidade. Hoje sabemos que são fatores edáficos (do solo), relacionados com a falta de
inúmeros elementos nutricionais, os quais são os responsáveis pela sua existência e por suas
características (DURIGAN et al., 2004).
3.1 SUCUPIRA (Pterodon emarginatus Vogel)
A sucupira-branca (Pterodon emarginatus Vogel) é frequentemente encontrada em
Minas Gerais, São Paulo, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,
principalmente no cerrado e na floresta semidecídua da bacia do Paraná (BARREIRA et al.,
2002).
P. emarginatus Vogel (Leguminosae), conhecida popularmente como sucupira
branca ou faveiro, é uma árvore aromática nativa medindo cerca de 5-10 metros de altura
(LORENZI; MATOS, 2002), e apresenta como sinonímia botânica Pterodon pubescens
Benth. A planta é facilmente encontrada no cerrado brasileiro e utilizada na medicina
tradicional para o tratamento de dores de garganta, reumatismo, disfunções respiratórias
(bronquites e amidalites), além das suas atividades anti-inflamatória, analgésica, depurativa e
tônica. Vale ressaltar que suas sementes são comercializadas em mercados populares pelas
propriedades terapêuticas que apresenta (ARRIAGA et al., 2000; AGRA et al., 2008).
91
A Sucupira branca é descrita por Carvalho et.al. (2003) como uma árvore caducifólia
e perenifólia, apresenta copa baixa e larga com espalhamento grosso e folhas verdes,
possuindo casca interna branca e externa áspera e escamosa com poucas fissuras. É composta,
ainda, de flores arroxeadas pequenas com cerca de 20 cm de comprimento. O autor observa
também que ela possui um fruto legume drupóide, monospérmico, indeiscente, ovoide.
Carvalho (2003) descreve as sementes como ovaladas a largo-alíptica, lisas, de hilo
branco e oleaginoso, e podem apresentar largura de 0,7 a 1,2cm e comprimento entre 2,5 a
3,5cm, com cor variando de castanho escuro a preto. Por ser hermafrodita a planta possui
sistema de fecundação cruzado. O processo reprodutivo se inicia 6 anos após o plantio,
quando a dispersão de frutos e sementes é irregular, podendo ser autocórica, por barocoria
(gravidade) e zoocórica, principalmente por morcegos e macacos, (CARVALHO; et al, 2003).
Estudos fitoquímicos do gênero Pterodon têm demonstrado a presença de alcaloides
nas cascas das árvores (TORRENEGRA et al., 1989), isoflavonas e alguns triterpenos
(MARQUES et al., 1998); diterpenos na madeira (ARRIAGA et al., 2000) e isoflavonas no
óleo das sementes (BRAZ FILHO; GOTTLIEB, 1971). Apesar de existirem estudos sobre a
atividade citotóxica de alguns diterpenos (HAYASHI et al., 1992; DIMAS et al., 1998) e
sesquiterpenos (KUBO et al., 1996), existem poucos estudos toxicológicos a respeito do óleo
essencial das sementes de Pterodon emarginatus Vogel (DA LUZ DIAS et al., 1995).
Pode causar alguns efeitos adversos ou reações tóxicas, tais como lesões hepáticas
discretas e leve toxicidade glomerular encontrados em animais são características do uso
subcrônico de compostos terpênicos. Desta forma, o uso do óleo de sucupira não deve
ultrapassar quinze dias, retornando o tratamento após sete dias, quando necessário. Não
existem contra indicações na literatura analisada (CARVALHO, 2004).
Em estudo realizado, Santos (2010) descreve alguns constituintes químicos obtidos
na extração do óleo essencial das folhas da sucupira branca. Dentre eles, pode se destacar: αcopaeno,
β-elemento,
E-cariofileno,
α-humuleno,
allo-aromadendreno,
y-muuroleno,
biciclogermacreno, acifileno e δ-cadineno, que apresentam atividade antibacteriana,
antifúngica e antioxidante. O mesmo efeito antioxidante foi estudado por Dutra, et. al.
(2008b), que complementaram que os extratos obtidos apresentaram alto nível de
componentes fenólicos.
Desde a descoberta destes furanos diterpenos, principalmente do ácido 6α,7βdihidroxivouacapan-17-óico (ADV), muitos foram os trabalhos que utilizaram este
constituinte como protótipo para a síntese de novos constituintes ativos com atividades
92
biológicas diversas. Além disso, acredita-se que as atividades biológicas do óleo das sementes
das espécies do gênero Pterodon estejam diretamente relacionadas com este constituinte.
A inflamação é uma reação do organismo diante de uma agressão ou a uma lesão
envolvendo diversas reações bioquímicas, tendo com seu único objetivo conter e destruir
microrganismos, sendo assim este processo é nocivo, e pode causar lesão progressiva do
órgão e perda de sua função. O extrato etanólico das sementes de P. emarginatus contém alfahumuleno, que atua inibindo a atividade de uma enzima chamada cicloxigenase 2 (COX-2),
enzima responsável pela produção de prostaglandinas, uma das substâncias responsáveis pelas
reações inflamatórias e seus sintomas (MARTINS, 2012).
Segundo um artigo publicado por Santos et. al., (2010), vários estudos realizados
com o extrato dos frutos da P. emarginatus demonstraram ação cercaricida, antimicrobiana e
anti-inflamatória. Observou-se do óleo essencial das folhas que a mesma apresenta atividade
antibacteriana, antifúngica e antioxidante.
A eficácia de controle do extrato bruto de sucupira foi de 70%, 74% e 83% para os
fungos A. brassicae, F. oxysporum, R.solani e C. fimbriata, respectivamente. A eficácia de
tebuconazole foi de 93% para A. brassicae e de 100% para outros fungos avaliados (SILVA
et. al., 2005).
O extrato de sucupira inibe então o desenvolvimento micelial de Alternaria
brassicae, Fusariumoxysporum, Rhizoctoniasolani e Ceratocystisfimbriata, bem como as
colônias
bacterianas
de
Clavibactermichiganesissubsp.
Michiganensis,
Xanthomonascampestris PV. Campestris e Pseudomonassyringae (SILVA et. al., 2005). E
mesmo em condições de óleo potencial fungicida e bactericida, podendo assim preservar as
árvores com esse método natural.
Grande parte dos autores procuraram evidencias farmacológicas, ou seja, efeitos
terapêuticos em relação à planta Pterodon emarginatus Vogel, mas um estudo recente mostra
que a devida planta causa também intoxicação. A história aconteceu em outubro de 2011,
numa criação de Bovinos Nelore puros de origem (PO), no município de Indiara-GO. Após o
surto foram avaliados cinco bovinos, sendo realizada coleta sanguínea e em seguida feitos os
exames bioquímicos, também foram feitas coletas dos órgãos de bovinos, que foram
necropsiados. As alterações observadas foram necrose hepática e hemorragia em vários
órgãos e tecidos (SANT’ANA, 2012). Vale registrar que os resultados foram totalmente
opostos aos de uma pesquisa realizada por Pucci et.al. (2007), onde o autor confirmou
evidências de que a Pterodon emarginatus Vogel não apresenta atividade tóxica em dosagens
de 2000 mg/Kg a 5000 mg/Kg. No procedimento ele fez o extrato etanólico das cascas de
93
sucupira branca que, em seguida,foi diluído em água e administrado por via oral em
camundongos. Depois de 14 dias fez-se a necropsia para a análise dos órgãos internos, que
não apresentou nenhum traço de toxicidade.
4 METODOLOGIA
A revisão bibliográfica foi realizada nos bancos de dados PubMed, Bireme e Scielo,
em livros, revistas e jornais especializados como a LAJOP (Latin American Journal of
Pharmacy), livro de microbiologia médica da editora Guanabara, revistas farmacêuticas e de
plantas medicinais como uso popular e em monografias, dissertações e teses depositadas no
IBICT, na UFMG, UFRJ, UFG e UFV, utilizando as palavras chaves: Sucupira, Pterodon
emarginatus vogel, Efeitos terapêuticos da sucupira branca, Planta medicinal, medicinal plant,
phytotherapy, fitoterapia, cerrado, biodiversidade do cerrado.
Procedeu-se à pesquisa elaborada a partir de um levantamento bibliográfico realizado
através da coleta de trabalhos científicos que se referem ao objeto de estudo de onde foram
retirados artigos científicos mais recentes e que tivessem acesso integral facilitado, embora
muitos dos artigos antigos também foram analisados, em especial pela sua importância
histórica no assunto abordado por este trabalho, inserido no período de 1970 a 2013.
5 DISCUSSÃO
Através do presente estudo verificou-se em estudos fotoquímicos realizados por
Torrenegra (1989); Marques (1998); Arriaga (2000); Braz Filho et.al. (1971), que
demonstraram a presença de alcaloides nas cascas, isoflavonas e triterpenos dispersos na
madeira e isoflavonas no óleo das sementes. Contudo, Hayashi (1992) relata a atividade
citotóxica de alguns diterpenos e sesquiterpenos presentes no óleo essencial das sementes de
P. emarginatus Vogel.
Segundo Nascimento et.al. (2000); Caetano (2002) e Sousa (2008), a Organização
Mundial de Saúde (OMS) avaliou que 80% da população mundial faz o uso de plantas da
medicina tradicional.
No Brasil, cerca de 84% dos fármacos que estão disponíveis no mercado são
importados, mas 23% da população de baixa renda, que faz o uso das plantas medicinais
como medicamentos caseiros no tratamento dos seus males e enfermidades (Elizabetsky,
1999). Mahady (2001) aborda que as plantas medicinais se tornaram um marco de
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importância global nos últimos 10 anos, em função dos consumidores interessados na
medicina preventiva e como medicamentos alopáticos.
Autores como Ribeiro, Walter (1998) e Ratter et.al. (1999) resgatam que o cerrado
brasileiro é um bioma que possui cerca de 1,5 milhões de quilômetros quadrados espalhados
desde a Amazônia até o Paraná, passando por todo o planalto central brasileiro, que ocupa
23% do território nacional. Durigan (2004) relata que o solo varia muito em topografia, em
qualidade física e composição química, prevalecendo nos terrenos planos, e geralmente são
solos ácidos deficientes de componentes químicos.
Pereira, (1992) e Ratter et.al., (1996) retratam que podem existir em media de 4 a 10
mil espécies vasculares no cerrado brasileiro, onde pesquisas sobre a flora do cerrado estão
cada vez mais desenvolvidas, principalmente na área de taxonomia e florística, sendo
fundamentais em pesquisas que aproveitam grande parte dessas plantas nativas. Porém,
grande parte da utilização e do conhecimento das espécies do cerrado está detida nas mãos de
pessoas leigas que vivem nas cidades do interior, onde se faz o uso dessas plantas mediante o
costume e a cultura popular.
Segundo Barreira et.al., (2002) a sucupira branca é normalmente encontrada nos
estados de Minas Gerais, São Paulo, Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso,
principalmente no cerrado e na floresta semidecídua na bacia do Paraná.
Nesse sentido, Arriaga et.al. (2000) e Angra et.al. (2008) dizem que ela é uma árvore
facilmente encontrada no cerrado, sendo bastante utilizada na medicina tradicional para o
tratamento de dores de garganta, reumatismo, disfunções respiratórias (bronquites e
amidalites), e também possui atividades anti-inflamatória, analgésica, depurativa e tônica.
A sucupira é descrita por Carvalho et.al. (2003) como uma arvore caducifólia e
perinifolia, de copa naixa, flores arroxeadas pequenas com cerca de 20 cm de comprimento. O
fruto é ovoide de cor variando de bege-escuro ao marrom avermelhado. Na medicina popular
ela é conhecida como faveiro, sucupira-branca, fava de sucupira, sucupira lisa, apresenta
como sinônimo botânico Pterodon emarginatus Vogel (LORENZI, 1998). Estudiosos como
Da Luz Dias et.al., (1995) dizem que existem poucos estudos que comprovem a ação toxica
do óleo essencial das suas sementes. Mors (1967), porém, buscou que o 14,15
epoxigircinegeranial, que foi isolado Pterodon pubescens, demonstrou ser eficiente protetor
quanto á penetração das cercarias de Schistossoma mansoni.
O uso subcrônico de compostos terpênicos encontrados em animais demonstraram
reações tóxicas como lesões hepáticas discretas e leve toxicidade glomerular, portanto, de
95
acordo com Carvalho (2004), o óleo da sucupira não deve ultrapassar quinze dias, retomando
o tratamento somente após sete dias, se necessário.
Após observar dois artigos contendo estudos com a P. emarginatus Vogel e sua ação
antimicrobiana e antifúngica, notou-se que o artigo descrito por Bustamante et.al. (2010), com
o extrato etanólico bruto com as cascas, apresenta a presença de flavonoides, heterosidios,
saponínicos, resinas, esteroides e triperpenóides, onde o mesmo inibiu o crescimento de
bactérias Gran–, Gran+ e o desenvolvimento do fungo Candida albicans. Já Dutra et.al.
(2008b) estudaram o óleo essencial obtido da semente de P. emarginatus, que inibiu somente
o crescimento da Staphylococcus aureus, não apresentando atividade antimicrobiana contra
Strptococcus mutans, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, não tendo ação antifúngica
contra Candida albicans, mas apresentando logo em seguida um grande efeito nas formas
promastigotas de Leishimania amazonensis e não contra o tipo de Leishimania chagasi.
6 CONCLUSÕES
Ao final desta revisão de literatura pode-se concluir que a sucupira branca,
cientificamente a Pterodon emarginatus Vogel, é uma planta bastante conhecida no cerrado
brasileiro, com vários efeitos farmacológicos comprovados, dentre eles os efeitos cicatrizante,
antimicrobiano, antiparasitário, antifúngico e anti-inflamatório. O trabalho demonstrou seus
efeitos através de vários artigos analisados, que usaram como método a extração de partes da
planta como folhas, frutos, casca, caule e raiz. Assim como a grande maioria das plantas, a
sucupira branca apresentou também um efeito tóxico que precisa da continuidade da
investigação com profundidade.
STUDIES WITH Emarginatus Pterodon VOGEL AND
DETERMINATION OF ITS THERAPEUTIC EFFECTS
ABSTRACT
Brazil is emulated around the world due to its great biodiversity, Pterodon Emarginatus
Vogel popularly known as "white sucupira" or "faveiro". It is a widely used plant and its
pharmacological properties not yet fully known. This review aimed to analyze studies with
Pterodon emarginatus Vogel, describing the use of the plant for medicinal purposes and the
active ingredients already studied. It can be concluded that various pharmacological effects
has proven as healing effect, antimicrobial, antiparasitic, antifungal and anti-inflammatory.
Keywords: Sucupira. Pterodon Emarginatus Vogel. medicinal plant.
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