Engenharia do Ambiente 2º Teste de Mecânica dos Fluidos (1º semestre, 3º ano) (17 de Dezembro de 2012) Duração 1h30. Justifique todas as respostas. y Problema I x A Figura representa uma distribuição de concentração de uma descarga pontual sujeita a transporte advectivo e difusivo. Admita que se trata de um poluente conservativo (sem fontes nem poços). a) Diga qual o sentido dos fluxos advectivo e difusivo. (2.0 val) b) Escreva a equação de evolução e diga qual a relação entre os termos advectivo e difusivo. (2.0 val) c) Ao longo do eixo dos xx qual o sinal do termo advectivo? (2.0 val) a) A velocidade é da esquerda para a direita (se não existisse velocidade a pluma seria circular). O fluxo advectivo é cui e por isso é da esquerda para a direita. O fluxo difusivo tem a direcção do gradiente de concentração e o sentido contrário e por isso é perpendicular às isolinhas, apontando do vermelho para o azul. b) c c c uj so si t x j x j x j O escoamento é estacionário e o produto descarregado é conservativo e por isso ficam só os termos advectivo e difusivo, sendo um igual ao outro. c) Ao longo do eixo dos xx a concentração está a baixar e a velocidade é positiva e por isso o termo advectivo é negativo. Problema II Foram feitos dois ensaios para medir a força de arrastamento de uma bola. Num a velocidade do escoamento era de U =10 m/s e foi medida uma força de 0.3 N e noutro, com velocidade de 20 m/s foram medidos 1.9 N. Analise a validade dos ensaios à luz dos seus conhecimentos sobre variação dos coeficientes de resistência como nº de Reynolds. (3 val) O coeficiente de resistência diminui com o aumento de Re. No segundo ensaio Re é o dobro do primeiro uma vez que é a mesma bola (tem o mesmo diâmetro) e a velocidade é o dobro. O coeficiente de resistência no segundo ensaio não pode ser superior ao do primeiro. FR . A velocidade duplica e por isso a Energia cinética quadruplica. A cD 1 U 2 A 2 força de resistência no segundo ensaio tem que ser menor ou igual a 4 vezes a do primeiro, i.e., menor ou igual a 1.2N e por isso o ensaio não é credível. Problema III + A Figura ao lado representa o escoamento em torno de uma bola lisa e rugosa com a mesma velocidade de aproximação. No caso da bola rugosa a camada limite separa-se mais tarde. a) No caso da bola rugosa indique os pontos de pressão máxima e mínima. (2 valores) b) Num dos casos a separação ocorre em regime laminar. Diga qual deles. (2 val) c) O coeficiente de resistência da bola rugosa é menor. Explique porquê. (2 val) a) O ponto de maior pressão é o ponto de entagnação em frente à bola e o de menor pressão está no “Equador” da bola, no interior da curvatura das linhas de corrente. b) A camada limite em laminar tem dificuldade em suportar o gradiente de pressão adverso por a difusividade molecular ser baixa. A jusante do equador da bola a pressão iria aumentar até ao polo posterior se a camada não se separasse. A camada limite separa-se e a pressão já não aumenta, mantendo-se em toda a esteira o valor idêntico ao do “equador”. c) EM ambos os casos a pressão no equador é semelhante. No entanto, no caso da bola rugosa a camada limite separa-se mais tarde e por isso a pressão ainda aumenta até ao ponto de separação e por isso na esteira da bola rugosa a pressão é maior do que na esteira da lisa. Como consequência o coeficiente de resistência da bola rugosa é menor do que o da lisa. Problema IV B H=10 m A Figura representa uma instalação que liga dois depósitos de água. A diferença de nível entre as superfícies dos fluidos é de 10 m, o diâmetro do tubo são 5 cm, a rugosidade é 0.2 mm o comprimento do tubo são 50 metros. a) Calcule a altura de elevação da bomba e a potência fornecida ao fluido quando a velocidade na conduta é de 1 m/s (considere só perdas por atrito na conduta). (3 val) b) Qual a potência que pouparia se na parte final da conduta fosse colocado um difusor que reduzisse a energia cinética da água para ¼. (2 val) a) Temos uma conduta com: 0.2 0.0004 D 50 UD 1 * 0.05 Re 5 *104 10 6 4f 0.03 p p 1 2 1 2 1 2 L U z HB U z Utubo 4f g 2 g g 2 g 2 g D 1 2 1 50 HB 10 1 0.03 11.5m 2g 0.05 Só considerámos perda por atrito no tubo. b) Na realidade há mais perdas do que as perdas por atrito no tubo. Toda a energia cinética à entrada do depósito superior (Energia cinética no tubo) se dissipa por turbulência no interior do reservatório. Se a potência perdida fosse significativa, poderia ser interessante recuperá-la instalando um difusor. Se esse difusor reduzisse a velocidade para metade a energia dissipada seria ¼ e por isso pouparíamos ¾ da energia. A Potência seria o produto da energia por unidade de volume poupada pelo volume por unidade de tempo (caudal volúmico) 2 31 31 0.05 Pot U 2 Q 1000 *1( *1) 0.74w 42 42 4 A potência poupada seria desprezável (menos de 1 watt). Na realidade só vale a pena pensar nessa energia quando o caudal é muito elevado (da ordem dos m3/s). é por isso que faz sentido em condutas compridas pensar só nas perdas por atrito na conduta.