APLICAÇÃO DE UM SISTEMA ESPECIALISTA PARA REALIZAÇÃO DA DIÁLISE PERITONEAL AUTOMÁTICA Adolfo Cassoli Gomes Centro Tecnológico Mestrado em Automação- UFES VITÓRIA-ES Dr. Flã,io José Nobrega Silva Centro Biomédico Depto. Clínica MédicaINefrologia HUCAM- UFES Resumo: A Diálise Peritoneal Automática é geralmente considerada como um dos tratamentos mais atrativos na residência dos pacientes urêmicos . Alguns fatores devem ser considerados quando da recomendação do tratamento: necessidade médica do paciente, distância ao centro de diálise , ambiente familiar, apoio familiar e capacidade fisica e emocional. Este trabalho propõe o desenvolvimento de um sistema de integrado . hospital/residência utilizando a diálise peritoneal automática como opção viável para pacientes com insuficiência renal crônica. Palavras chave: Diálise Peritoneal Automática , Diálise Peritoneal. Insuficiência Renal Crônica. Abstract:Automated peritoneal dialysis is currently considered as one of the most attractive home treatments for uremic patients. Factors considered when making a treatment recommendation include: patient medicaI needs. lifelike distance from a dialysis center. home environment. farnily support network and emotional and physical capabilities. This paper proposes the development of the integrated system hospitallhome to make use of automated peritoneal dialysis like practicable choice to patients with end-stage renal failure . Key Words: Automated Peritoneal Dialysis. Peritoneal Dialysis. End-Stage Renal Failure. INTRODUÇÃO Aproximadamente 700.000 pessoas em todo o mundo incluindo 200 .000 nos Estados Unidos e cerca de 10.000 no Brasil sofrem de insuficiência renal onde seus rins são incapazes de desempenhar sua função vital de filtragem de substâncias tóxicas e excesso de água da corrente sanguínea. Existem dois tipos de tratamentos disponíveis para pacientes com falência renal ou em estágio final de doença renal ESRD (End Stage Renal Disease): transplante e diálise (hemodiálise ou peritoneal). o transplante é a solução mais "natural" hoje em dia para a falência renal. Contudo, a "National Kidney Foudation" (USA) acredita que, somente em tomo de 50% dos pacientes que fazem tratamento de diálise apresentam condições fisicas para um transplante ou decidem-se por esta opção de tratamento. O período de espera por um rim saudável pode durar de algumas semanas até doís anos ou mais ; isto depende da disponibilidade do rim e da compatibilidade genética com o doador. 331 , - DIÁLISE PERITONEAL (DP) HEMODIÁLISE (HD) Esta forma de diálise ocorre dentro do organismo do paciente. Existe uma membrana delgada que envolve o abdomem denominada pcritônio. Esta membrana também encobre outros órgãos que se alojam dentro da cavidade abdominal. como o estômago e o figado. Sendo semi-permeável. permite que apenas certas substâncias passem através dela. A DP utiliza esta membrana para filtrar o sangue durante o processo de di álise. Para este tratamento. um tubo denominado "cateter de Tenckhoff" é cirurgicamente implantado através da parede do abdomem. Uma solução especial para diálise (que pode variar de 1 a 3 litros) é utilizada para infusão dentro da cavidade peritoneal através do cateter (fig. 2). A partir do processo de difusão e osmose, toxinas e excesso de fluídos _passam do sangue para a solução movendo-se através da membrana. Após um tempo pré-determinado de espera a solução é drenada da cavidade peritoneal c substituida por uma solução nova. A drenagem e reposição da solução para diálise peritoneal é denominada de ciclo (fig. 3). Vários ciclos são necessários para "limpeza" do sangue. A diálise peritoneal pode ser . feita manualmente ou utilizando uma máquina. Tubos de Hemodiálise é o tipo de diálise que é feita fora do corpo humano e utiliza o próprio suprimento de sangue do paciente. Na Hemodiálise. uma máquina que substitui "algumas funções de um rim" é ligada ao sistema circulatório do paciente. ' O sangue e uma solução dialisante fluem continuamente na máquina. enquanto uréia. creatinina e outras substâncias tóxicas e excesso de água são retiradas do sangue através do processo de difusão e osmose. O sangue é retirado do corpo. forçado a circular pela máquina e retoma ao mesmo. Apenas uma pequena fração do sangue permanece fora do corpo por um reduzido intervalo de tempo. Uma fistula (ligação feita cirurgicamente entre uma veia e uma artéria) proporcionao acesso aos vasos sanguíneos utilizando duas agulhas as quais são colocadas dentro da fistula (uma na veia e outra na artéria) ligadas por tubos plásticos a um filtro especial. Este filtro especial é denominado de _"rim artificial" ou dializador. O sangue é retirado da circulação corpórea através de uma das agulhas. sendo encaminhado para a filtragem. A outra agulha proporciona o retomo do sangue filtrado para o corpo. O sangue circula por um lado do filtro e uma solução produzida na própria máquina passa pelo outro -lado do filtro. Pelo processo de difusão e osmose (ultrafiltração) a solução retira excesso de água e toxinas do sangue. O filtro é confeccionado com uma porosidade suficiente para permitir a passagem de toxinas, porém. moléculas grandes como células vermelhas (hemoglobina) não conseguem passar pelos poros. O paciente necessita em média de três sessões por semana. sendo que cada sessão dura de 3 a 4 horas. Conexão tu'o de tram:flIrbrJa bolSll J Pressão venosa Saída Fig.2 Heparina l'C/ Bomba venosa desangne ...... .......,..... Drenagem Fig. 1 Representaç ão simplificada do processo de hemodiálise Fig.3 332 da solução conexão e bolsas contendo solução para diálise são usadas somente durante as trocas . Exitem duas técnicas básicas para diálise peritoneal: 1) Diálise (CAPD) Ju -oJ o J Peritoneal Ambulatorial Enquanto o paciente dorme, o equipamento controla três fases do ciclo: infusão de solução para a cavidade peritoneal, tempo de permanência da solução no paciente e drenagem da solução dialisada. Após a última infusão, de acordo com a prescrição médica , poderá haver a permanência de solução na cavidade peritoneal, durante todo o dia , a qual será retirada no inicio de novo processo na noite seguinte. As máquinas denominadas cicladoras, usam a gravidade para infusão e drenagem da solução , como medida de segurança, providenciando também o aquecimento da solução, próximo a temperatura corporal antes da infusão . O tratamento através da diálise peritoneal automática permite várias combinações que podem apresentar vantagens e desvantagens dependendo do perfil de cada paciente. Dentre as várias alternativas, podemos citar as modalidades mais utilizadas atualmente (fig. 5), que são: Contínua CAPD é o tratamento mais comum de diálise peritoneal. É um processo manual que utiliza a gravidade para efetuar a infusão e drenagem da solução da cavidade peritoneal. Deve ser executado em local limpo e bem iluminado. Utilizando a técnica de CAPD o sangue está constantemente sendo purificado. A solução desloca-se da bolsa plástica atra vés do cateter e penetra na cavidade peritoneal, permanecendo no abdomem com o cateter fechado . Após algumas horas , a solução é drenada para uma bolsa vazia . Então. o abdomem recebe novo volume de solução atra vés do mesmo cateter. O processo de diálise é iniciado outra vez. Este tipo de auto-diálise é feito 7 vezes por semana , 4 a 5 vezes por dia sem a utilização de qualquer máquina. Cada troca dura em médica 30 minutos e é feita com intervalos de 4 a 6 horas . A última troca é feita antes de dormir e permanece no abdomem durante toda a noite. 2) Diálise Peritoneal Automática(APD) No processo de diálise peritoneal automática as trocas de solução são feitas por uma máquina, normalmente enquanto o paciente dorme . Essas trocas são denominadas de ciclos. O paciente é conectado à máquina próximo ao leito, onde permanece por 8 a 10 horas cada noite (fig. 4) I) Diálise Peritoneal Intermitente (IPD): Tratamento feito com auxilio de uma cicladora toda noite, enquanto o paciente dorme, permanecendo de 8 a 12 horas . Durante o dia o paciente fica livre do tratamento e a cavidade peritoneal permanece vazia. A dose usual é de 15 a 20 litros por sessão. Para prover uma diálise adequada dentro de um menor tempo de sessão de tratamento (8 a 10 horas ), o paciente precisa acrescentar uma ou duas trocas durante o dia . O volume da solução nas trocas durante o dia deve ser definido em função da condição do paciente, isto é, um paciente com hernia pode tolerar no máximo 800 a 1000 ml de volume. 11) Diálise Peritoneal Cíclica Contínua (CCPD): Este tratamento é feito continuamente. Basicamente 3 trocas noturnas são feitas com auxílio de uma cicladora. Durante o dia há permanência da solução na cavidade peritoneal cuja duração é de 14 a 16 horas . A dose de referência para um paciente adulto é de 7.5 a 9 litros por dia . llI) Diálise Peritoneal em Maré (TPD): Fig .4 o processo funciona da seguinte maneira: Inicialmente . a cavidade peritoneal é preenchida com um volume de solução selecionado que seja o maior possível sem causar desconforto (podendo chegar a 3 litros). Durante a fase de drenagem, somente metade do dialisato é drenada, deixando-se a outra metade na cavidade peritoneal. O próximo 333 volume de infusão (o volume da maré) é de l .f litros. O próximo volume drenado é de cerca de 1.5 litros. e assim por diante. Os ciclos são razoavelmente curtos. em geral totalizando menos de 20 minutos. com tempo de permanência para substituição de somente a 6 minutos . Em geral. 26 a 10 litros de dialisado são trocados durante uma sessão de 8 a 10 horas de diálise . Ao final. o cateter é tampado e a cavidade peritoneal permanece vazia até o próximo tratamento. L 2000 TOP Volume de troca 1000 Volume reserve o 2000 lPO 1000 diálise peritoneal. respondendo por 27% a 55% dos pacientes que interrompem seu tratamento nesta modalidade. Diferentes técnicas de conexão e dispositivos tem sido desenvolvidos para evitar contaminação incluindo antibióticos profiláticos. sistemas germicidas utilizando radiação ultra-violeta. e sistema de conexão em Y. Contaminação externa de dispositivos do sistema de diálise. principalmente na conexão. é provavelmente a maior fonte de origem das bactérias que penetram na cavidade peritoneal. Para efetuar o diagnóstico clínico de pcritonite. dois dos três critérios a seguir devem ser combinados: sinais c sintomas de inflamação peritoneal como dor abdominal. febre. vômito. náusea. : turbidez da solução dialisada contendo mais de 1(lO c élulas/ui. com predominância de células polimorfonucleares (neutrófilos) ou identificação de microorganismos através de cultura da solução drenada . CONSIDERAÇÕES SOBRE A DIÁLISE PERITONEAL AUTOMÁTICA (APD) 2000 CAPO 1000 o 2000 1000 o 8:00 12:00 11;:00 20:00 4:00 24:00 8:00 Tempo Fig. 5 Regimes de Diálise Peritoneal (a) CCPO (b) CAPO (e) IPO (d) TPO PERITONITE Peritonite ou infecção da membrana peritoneal tem sido a mais frequente complicação no processo de diálise peritoneal. Embora sua incidência esteja diminuindo. hoje em dia . estima-se um episódio por paciente por 12 a 18 meses Isto pode refletir na alteração não somente das técnicas de diálise como também nos avanços tecnológicos em conexão e modalidades de diálise peritoneal, que tem evoluído com o incremento de experiências nessa forma de tratamento dialítico. Como resultado. isto persiste como uma das primeiras razões pará o insucesso da técnica de 334 Espera-se que uso da diálise peritoneal automática tenha um grande crescimento durante toda a próxima década . Existem mais de 7.000 pacientes em todo o mundo que utilizam essa forma de tratamento. Nos Estados Unidos. 20% dos pacientes que fazem diálise peritoneal usam APD. O progresso da diálise peritoneal automática está intimamente ligado ao aperfeiçoamento ' do conhecimento medico sobre a fisiologia peritoneal e evolução dos dispositivos de acesso peritoneal automáticos. O estado da arte dos dispositivos para APD tem incorporado programas computadorizados capazes de distribuir com precisão tempos e volumes. tomando possível a utilização de CCPO. NPD. IPD ou TPO com diversas combinações de. tempo/volume controlados. A principal vantagem do APD é sua flexibilidade . As sessões de tratamento podem ser ajustadas para atender as conveniências e particularidades de cada paciente. Comparado com o CAPD. o número de conecções e desconecções são menores durante o APD e isto tem resultado em baixos níveis de peritonite. constatado em vários centros de tratamento. Qualidade de vida é um fator importante no periodo pré-diálise e pode ser uma forte consideração na decisão da escolha da modalidade de tratamento. Manutenção da resistência fisica . apetite. e senso de bem estar. bem como funções fisiológicas ótimas favorece as relações interpessoais com familiares e amigos com também a reabilitação e manutenção do desempenho do paciente no seu local de trabalho . cada conjunto de ciclos completados , num determinado intervalo de tempo, pré definido pela programação inicial (os dados são reprocessados ' por. ex. após 7 dias de monitoramento) relacionados com a base de dados dos valores de depuração mínimos recomendados . Caso haja necessidade, o sistema especialista faz as alterações necessárias das variáveis controladas, para atingir os niveis de depuração prescritos para o paciente . PROPOSTA DE TRABALHO o presente trabalho propõe o desenvolvimento de um Sistema integrado Hospital _ Residência utilizando a Diálise Peritoneal Automática como necessidade/opção para os pacientes com insuficiência renal crônica . Basicamente o sistema é composto por duas centrais informatizadas que se interligam através de uma linha telefônica (via modem). A central localizada na residência do paciente apresentará a seguinte configuração básica conforme diagrama de blocos (fig. 6): li • • • • li A central hospitalar apresentará configuração básica (fig. 6): Bloco de operação: utiliza um microcontrolador responsável pela medição e controle do volume de solução da infusão. tempo de permanência da solução no paciente e medição do volume de solução drenado do paciente como também armazenamento dos valores dos parâmetros controlados e medidos a cada ciclo completo. durante todo o processo diário durante vários dias. conforme necessidade de monitoramento. Bloco de comunicação: responsável pelo envio dos dados monitorados a cada ciclo para a central hospitalar e recebimento de novos dados (se necessário) para correção da programação que redefine os valores dos parâmetros (tempo de permanência, volume) para o início do processo de diálise automática . a seguinte • Bloco Especialista: com as mesmas características descritas anteriormente, porém permitindo alterações na base de dados dos parâmetros de referência do sistema remoto, para depuração mínima referida ao paciente, sendo efetuada pela equipe médica responsável pelo tratamento. • Bloco de comunicação: recebe os dados referentes aos parâmetros controlados no processo remoto e envia novos dados que permitem uma reprogramação nos parâmetros de referência , caso haja necessidade de alteração na modalidade do tratamento. 10) HOSPITAL 11I1111 Em Central de Dados Especialista Bloco de Amostragem da Solução: responsável pela medição automática da concentração de determinados parâmetros que influem na definição do volume de infusão. tempo de permanência e volume drenado .taxas de uréia . creatinina. glicose e excesso de água drenada após cada ciclo de diálise) como também na predição de possível peritonite. através avaliação da turbidez e contagem de neutrófilos (>50células/lll) na solução drenada do paciente . i Terminal de i : Programaçãol RESIDÊNCIA Bloco Especialista: responsável pela definição da dosagem adequada do processo automático escolhido (CCPD. IPD. TPD ou combinações) baseado nos valores medidos a Fig. 6 335 Diagrama de Blocos A preocupação com o [ator esterilização dos pontos de conexão do paciente com o equipamento não foi esquecido. Dispositivos para emissão de radiação ultra-violeta nos pontos críticos de acoplamento. serão acionados momentos antes do início do ciclo. buscando eliminar a presença de qualquer agente patogênico que possa penetrar no organisno do paciente. Deverá também existir um conjunto de alarmes luminosos.sonoros e por caracteres em . display indicando o ocorrido. e dependendo da gravidade do problema sinalizarão/desligarão o equipamento caso ocorra falhas que possam prejudicar o êxito do tratamento. A central hospitalar será prontamente alertada. que · tomará as devidas providências. A duas centrais (hospital e residência) possuem uma interface amigável com o operador. através de um microcomputador padrão PC e de um terminal de programação. respectivamente. que permite o acesso ao sistema especialista para leitura dos parâmetros controlados. emissão de relatórios e alteração das referências quando necessário. A velocidade de processamento dos dados controlados/monitorados não é uma função crítica no processo, pois no tratamento através da diálise peritoneal automática, em quaisquer de suas modalidades. cada fase do ciclo dura no mínimo alguns minutos. Deste modo o custo computacional fica sensivelmente reduzido. facilitando a utilização de CPU com menor velocidade de processamento. Em suma . percebemos grandes possibilidades de êxito no desenvolvimento deste trabalho que certamente propiciará uma melhoria da qualidade de vida do paciente com insuficiência renal crônica, quer seja pela distância entre residência e unidade hospitalar. por razões de incapacidade fisica/limitações de ordem clínica ou por opção própria do paciente. em função do estilo de vida que leva, necessitando de maior liberdade de ação . Por outro lado. a equipe médica é mantida sempre em contato com todo o processo. permitindo readequações do processo de diálise peritoneal. procurando otimizar o custolbeneficio e propiciando ao paciente uma sensação maior de liberdade. fora do ambiente hospitalar. aumentando com isso sua confiança e independência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] BAXTER HEALTHCARE CORPORATION . Taking Care of Yourself: An Introduction to Peritoneal Dialysis. McGaw Park. 1995. 336 12) BERNARDI. P. et aI. 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