Documento apresentado na reunião pela SBN

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OF/PRES/0618/2016
São Paulo, 21 de outubro de 2016.
Diálise Peritoneal – Reunião com Ministério da Saúde em 21/10/2106
1. LEVANTAR OS CUSTOS DA DIÁLISE PERITONEAL EM SUA TOTALIDADE
Espaço físico:
Aluguel, luz, água, telefone, mobiliário, refrigeração, equipamentos de informática,
software para gerenciamento de sistema, segurança.
Sistema de gestão:
Dados clínicos e administrativos.
Equipe administrativa:
Administrador, Secretária (2), faturista (1), limpeza (2).
Equipe assistencial conforme número de pacientes:
Nefrologista, enfermeiro, assistente social, nutricionista, psicólogo.
Honorários de treinamento:
Em que consiste o treinamento: 10 aulas ministradas individualmente pela
enfermagem experiente e qualificada ao paciente e cuidador; avaliação do
conhecimento após término do treinamento; retreinamento: por quebra de protocolos
pelo paciente ou cuidadores, 6 meses após o inicio do programa e depois de algum
episódio de peritonite, após hospitalização, mudança de conduta terapêutica,
alterações do paciente ( perda da acuidade visual, alteração cognição etc); visita
domiciliar pela equipe de enfermagem e assistente social.
Honorários de manutenção: pacote que englobe o custo da equipe
multidisciplinar
Consulta mensal agendada ao serviço de diálise de caráter multidisciplinar, com
indicadores de qualidade assistencial: médico, enfermeiro, assistente social,
nutricionista e psicólogo. Disponibilidade do médico e do enfermeiro 24 horas todos
os dias da semana, através de contato telefônico. Consulta de reavaliação no
serviço de diálise, sempre que necessário.
Tratamento das complicações:
a) Infecciosas: peritonites, infecção do orifício de saída e infecção do túnel - em
forma de pacotes que englobem antibióticos, heparina, seringas, álcool a
70% e exames laboratoriais, tais como, citologias global e diferencial do
líquido peritoneal, gram e culturas para piogênicos, fungos e tuberculose.
b) Mecânicas: translocação, obstrução, extravasamento
Remuneração
do
local
(ambulatório
de
pequena
cirurgia),
materiais/medicamentos, honorários para instalação, reposicionamento e
retirada de Tenckhoff e omentectomia, quando indicada (independentemente de
quem realiza e de qual método), além de honorários de anestesista nos casos em
que haja exigência.
Serviço de suporte diagnostico:
1) laboratório de análises clínicas: hemograma, coagulograma, GS e RH, perfil renal
e hepático, albumina, TIBC, avaliação da anemia, eletrólitos, Sumario de urina,
citologia, gram e cultura do liquido peritoneal, nível de vancomicina sérico; 2) serviço
de imagem: RX de Tórax e de Abdome, USG de abdome total.
2. DEFINIR ESTRATÉGIA CONJUNTA PARA AUMENTAR A FREQUÊNCIA DA
DIÁLISE PERITONEAL NO PAÍS
Estimular equipes de educação em diálise peritoneal nos serviços:
Implementar a DP como primeira opção dialítica, garantindo remuneração da
equipe multidisciplinar e suporte de referência e contra-referência em implante
de cateter, apoio diagnóstico e terapêutico e de internamento hospitalar,
quando necessário.
Garantir o equilíbrio financeiro nas atividades de implante de cateter,
treinamento, manutenção e tratamento das infecções considerando os
recursos operacionais e materiais.
Garantir o suporte ao tratamento das infecções, principais complicações que
ameaçam a prevalência e incidência da DP.
Estimular o uso de soluções mais biocompatíveis: viabilizar com as industrias
preços mais accessíveis destas soluções.
Garantir a segurança do paciente: rápido acesso ao serviço, contato telefônico com
equipe; ter disponível antibiótico e meio de cultura quando a residência do mesmo
for superior a 200Km; receber treinamento sobre uso de antibiótico IP e coleta e
acondicionamento do material a ser analisado; garantia que as amostras de líquido a
serem analisadas cheguem ao laboratório com até 6 horas do início dos sintomas.
Peritonite:
• Questões relacionadas a maior risco de peritonite: distância do centro de
diálise; comorbidades (depressão, alterações nutricionais).
• O suporte terapêutico (antimicrobiano/coadjuvantes) e da equipe de saúde, em
especial, enfermagem, médico, nutricionista e assistente social ao paciente
com peritonite pode definir sua morbimortalidade e sobrevida da membrana
peritoneal.
• Em 75% dos casos a identificação da bactéria ocorre dentro de 3 dias. Com 3 a
5 dias de cultura negativa deve ser refeita a citologia e deve ser cultivado
para fungos e micobactérias.
• Antibióticos empíricos: vancomicina ou cefalosporina de primeira geração
(cefazolin) e cefalosporina de terceira (ceftazidime/cefepime) geração ou
aminiglicosídeo. O início (pronto tratamento) e escolha da terapia garantirão a
resolução da inflamação e preservação da membrana peritoneal.
Antibioticoterapia IP é o recomendado, exceto na sepse.
• Mudança de técnica de DPA para CAPD nem sempre é possível no curso do
tratamento da peritonite, por falta de retreinamento da técnica ou em
pacientes alto transportadores.
• Tratamentos coadjuvantes: sedar a dor, internar a depender da gravidade
clínica e por falta de domínio da técnica.
• Outra possibilidade é o uso de Icodextrina no curso da peritonite para evitar
soluções hipertônicas.
• Maior necessidade de controle do diabetes, ajuste na dose de insulina e
suporte nutricional adequado.
• Pacientes devem ser monitorados quanto à resposta ao tratamento: melhora
clínica com 48 horas; aspecto do líquido monitorado diariamente; novo
controle de citologia com 3 dias após o início do tratamento.
• Após 5 dias de uso de antibiótico correto e sem clareamento do banho o cateter
deve ser retirado (peritonite refratária). Retardo na conduta aumenta o risco
de complicações, perda da membrana peritoneal e mortalidade.
Portanto uma equipe multidisciplinar de saúde é importante para o sucesso e
melhor penetração da DP como terapia dialítica em primeira opção e para
estabelecer um programa de melhoria continua da qualidade.
3. DISCUTIR A PRÁTICA DA CESSÃO DE CRÉDITO (BI-TRIBUTAÇÃO)
Exigir a prática garantida por lei de cessão de crédito às indústrias
fornecedoras dos insumos - Baxter e Fresenius - a nível federal, estadual e
municipal.
Dra. Angiolina Campos Kraychete
Vice Presidente Nacional
​Dr. Kleyton de Andrade Bastos
​Vice Presidente Nordeste
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Fone: (11) 5579-1242 - Fax: (11) 5573-6000
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