Introdução As coronariopatias representam uma das principais causa de morbidade e mortalidade no mundo. Apesar da evidente evolução terapêutica e modernização nas técnicas de procedimentos, o manejo clínico ou cirúrgico das cardiopatias isquêmicas, em especial a revascularização do miocárdio, ainda apresenta um elevado grau de morbidade e mortalidade, o que coloca os pacientes cirúrgicos expostos a diversas complicações pós-operatórias. Das complicações mais relevantes descritas na literatura estão: Respiratórias, cardíacas elétricas e mecânicas, tamponamento cardíaco, hídricas/volumétricas, sangramentos, hipotensão, desequilíbrio eletrolíticos, hipotermia, dor, até mesmo complicações neurológicas e renais. Diante do exposto é evidente que o paciente submetido à revascularização do miocárdio será classificado como paciente de auto-risco necessitando de internação em unidade de terapia intensiva (UTI), onde protocolos são amplamente utilizados tendo em vista as inúmeras necessidades do cliente em estado crítico. A enfermeira através da sistematização de sua assistência tem uma grande importância, tanto na identificação e ou prevenção das possíveis complicações que podem acometer o cliente submetido à revascularização do miocárdio. O planejamento dos cuidados, a coleta de dados, controles diários, bem como a garantia de execução das tarefas, são de responsabilidade da enfermeira e são de suma importância para tomada de decisão individualizada. Assim, a avaliação sistemática, no paciente em estado critico, exige um processo dinâmico de fácil aplicação que facilita a observação do “todo”. Para atingir estes objetivos é freqüente a utilização do “abraço rápido” FAST HUG um mnemônico check-list que esta sendo amplamente utilizado em unidade de tratamento intensivo que objetiva a verificação diária e busca de evidencias que auxiliam na seleção da terapêutica aplicada, sua eficácia e minimizar os erros e descuidos no atendimento ao paciente critico. O conceito Fast-hug expressão inglesa foi criado por Dr: Vincent, médico intensivista, que em sua experiência profissional notou a existência de erros e descuidos que poderiam ser evitados com uma simples medida de verificação diária. O mnemônico Fast Hug direciona o olhar para as seguintes componentes. F feeding – alimentação ; A analgesy – analgesia; S sedation – sedação T thromboembolic prophylaxis – profilaxia de tromboembolismo; H head of bed elevated - cabeceira elevada do leito; U stress ulcer prevention – prevenção de úlcera de estresse; G glucose control – controle glicêmico. Saber se o enfermeiro tem conhecimento para utilizar essa ferramenta, e se ele considera essa ferramenta importante para qualidade da assistência prestada ao paciente em pós-operatório de revascularização do miocárdio, é o objetivo desta pesquisa. Método Trata-se de um estudo de campo prospectivo, onde foi elaborado um questionário, contemplando os riscos e complicações decorrentes da cirurgia de revascularização do miocárdio, (descritos na literatura) cruzando com os elementos do fast hug, o qual foi aplicado a enfermeiros atuantes em unidade de terapia intensiva para coleta de dados. O referido trabalho foi submetido à análise do comitê de ética em pesquisa. CAAE: 01713512.2.0000.5485 Número do Parecer: 69705. Os resultados serão apresentados sob forma de gráficos e tabelas. Resultado: 100% dos entrevistados referem conhecer e utilizar diariamente o Fast Hug em seu trabalho e consideram de fundamental importância e deve ser utilizado em unidade de tratamento intensivo, pois objetiva a verificação diária e busca de evidencias no atendimento ao paciente critico e com ele pode-se incluir ou excluir condutas, selecionar terapêutica adequada e maximizar a qualidade da assistência prestada, além de diminuir significativamente os custos gerados na assistência, e 95, 2%, concordam que esta ferramenta deve estar implantada na UTI. 17(dezessete) participantes ou 81% responderam que aplicam o Fast Hug em Pacientes em estado critico, 0 (zero) ou 0,00% Pacientes em estado não critico, 4 (quatro) ou 19,1%,Pacientes com mais de 24hs na UTI. Mesclado componentes do Fast-Hug com outros cuidados não pertinentes ao mesmo, e sugerido a identificação dos pertinentes ao Fast-Hug, a fim de avaliar o reconhecimento e afinidade do enfermeiro com este checkliste, os dados obtidos foram; 20(vinte) entrevistados 95,2% responderam alimentação, controle de infecção, analgesia, controle glicêmico, cabeceira elevada, profilaxia de tromboembolismo e 19 (dezenove) 90,5% responderam que a prevenção de ulcera por estress também faz parte do Fast Hug e 1 (hum) entrevistado 4,8% respondeu equivocadamente que a prevenção de ulcera por pressão faz parte da mnemônico Fast Hug. A opção monitorização cardíaca não corresponde com o Fast Hug, e foi ignorada por 20(vinte) dos os entrevistados 95,2%. 1,(hum ) participante 4,8% desta pesquisa não respondeu esta pergunta. O grupo de estudo, direcionou cada componente do Fast Hug, cruzando com as seguintes complicações: A alimentação e prevenção de ulcera por estress, (Fast-Hug)Foi associada com todas as complicações decorrentes da revascularização do miocárdio Analgesia: Foi associado ao infarto agudo do miocárdio, parada cardiorrespiratória, arritmias, dor, acidente vascular encefálico. Sedação: Este cuidado foi considerado necessário nas arritmias, dor, acidente vascular encefálico, Hipoxemia grave, complicações respiratórias. Cabeceira elevada do leito: Infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, síndrome do baixo debito cardíaco, distúrbios hemodinâmico, complicações respiratórias, tamponamento cardíaco, disfunção ventricular, hipoxemia grave, arritmias, dor, choque. Profilaxia de tromboembolismo: Foi associado ao infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, Síndrome do baixo débito cardíaco, distúrbios hemodinâmicos, parada cardiorrespiratória, tamponamento cardíaco, disfunção ventricular, arritmias, choque. Controle glicêmico: Foi associado a infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, parada cardiorrespiratória, complicações respiratórias, disfunção ventricular, Hipoxemia grave. Todos os componentes do mnemônico foram relacionados. A medida profilática para ulcera por estress, foi conciderado por 20 (vinte) 95,2% dos pesquisados, os farmacos gastroprotetores sendo a medida de escolha. Dentre os sete elementos do Fast Hug (alimentação, analgesia, sedação, profilaxia de tromboembolismo, cabeceira elevada do leito, prevenção de úlcera de estresse, controle glicêmico), Interligados com outros cuidados necessários ao paciente submetido à revascularização do miocárdio, Objetivou validar ou não a utilização deste instrumento de trabalho no paciente crítico. Estes dados são importantes para dimensionar a qualidade e utilidade deste mnemônico. O resultado foi: 21(vinte e um) participantes ou 100% responderam que a analgesia, monitorização cardíaca o Controle de infecção, a prevenção de ulcera por pressão, prevenção de úlcera de estresse e cabeceira elevada do leito, são necessários ao paciente em pós-operatório de revascularização do miocárdio. 16 (dezesseis) participantes ou 76,%, consideraram a alimentação uma medida necessária, e apenas 8 (oito) participantes 38,% consideram o controle glicêmico e sedação como uma medida aplicável no pós-operatório de revascularização do miocárdio. E 20 (vinte), participantes 95,2% consideram a profilaxia de tromboembolismo um cuidado essencial para os cuidados deste paciente. Conclusão: O conhecimento dos enfermeiros atuantes em terapia intensiva na utilização do fast hug e factível e esta de acordo com a literatura. A identificação dos fatores de risco advindo da cirúrgica de revascularização do miocárdio permite dizer que o enfermeiro atuante de UTI tem conhecimento técnico-científico para assistir pacientes de alto risco e domínio na adequação do tratamento e cuidados pós-operatórios, utilizam o Fast Hug na implementação de estratégias de cuidados e consideram que este mnemônico contribui para minimizar os riscos e redução da morbimortalidade relacionada com a intervenção cirúrgica cardíaca, diminuição do tempo de internação em unidade de terapia intensiva e dos custos hospitalares. Descritores: revascularização do miocárdio; complicações pós-operatórias em cirurgias cardíacas; FAST HUG.