defi departamento de física Laboratórios de Física www.dfi.isep.ipp.pt Experiência de Thomson – Determinação da relação e/m do electrão Instituto Superior de Engenharia do Porto- Departamento de Física Rua Dr. António Bernardino de Almeida, 572 4200-072 Porto. Telm. 228 340 500. Fax: 228 321 159 Laboratórios de Física Exp. de Thomson – Det. da rel. e/m do electrão DEFI-NRM-2044 Versão: 02 Data: 24-02-2011 DEFI-NRM-2044 Experiência de Thomson – Det. da relação e/m do electrão Objectivos • Observar o efeito da força de Lorentz. • Medir o campo de indução magnética produzido por bobinas de Helmholtz. • Determinar experimentalmente o valor da relação carga/massa do electrão. Introdução teórica Uma partícula carregada q, que se move com uma velocidade v, perpendicular à direcção da indução magnética B, fica sob a acção de uma força, (força de Lorentz), que é perpendicular ao plano formado pela velocidade v, e pela indução B. O valor da força é dado por: r r r F = qv × B (1) em que: • q é a carga de uma partícula; • r v é a sua velocidade; r B é o campo magnético exterior. • r r Se v e B forem ortogonais, o módulo da força é então igual a: F = qvB (2) Dado que a direcção da força é sempre perpendicular ao vector velocidade, a força só vai actuar na direcção do movimento da partícula, não no módulo da sua velocidade. A Partícula vai então descrever um movimento circular uniforme de raio R. A força centrípeta responsável por um movimento deste tipo é dada por: r mv 2 Fc = eˆt R (3) Igualando as expressões (1) e (3), pode-se determinar a razão entre a carga e a massa da partícula: q v = m RB (4) Assim, desde que se consiga produzir partículas carregadas que se movam com uma velocidade v conhecida num campo magnético B de valor também conhecido (e perpendicular à sua trajectória) e se consiga medir o raio R dessa trajectória, é possível determinar a razão entre a carga e a massa dessas partículas. No caso de um feixe de electrões, o valor para este quociente é de: Departamento de Física Página 2/6 Laboratórios de Física Exp. de Thomson – Det. da rel. e/m do electrão DEFI-NRM-2044 Versão: 02 Data: 24-02-2011 q e ≡ = 1,76 ⋅ 1011 m me C Kg-1 (5) Do equipamento usado nesta experiência faz parte um tubo de raios catódicos (CRT) colocado no meio de um conjunto de bobinas de Helmholtz, figura 1. O tubo contém um filamento alimentado por uma corrente de 2 A (AC) que emite electrões por efeito termiónico. Figura 1 - Tubo de raios catódicos (CRT) usado nesta experiência e bobinas de Helmholtz Quando se estabelece uma diferença de potencial Va suficientemente elevada entre o ânodo e o cátodo do CRT, os electrões são acelerados. A sua velocidade à saída do ânodo é função dessa diferença de potencial e pode ser determinada a partir da conservação de energia: a energia cinética que adquirem é igual à sua energia potencial no campo eléctrico estabelecido entre o ânodo e o cátodo: me v 2 = eVa 2 ⇒ v2 = 2eVa me (6) O feixe de electrões sai do ânodo com velocidade constante dada pela expressão anterior e entra numa zona do CRT onde existe o campo magnético B. este campo é criado pela corrente eléctrica I que passa nas bobinas de Helmholtz e é perpendicular à trajectória do feixe. Deste modo, os electrões vão descrever um arco de circunferência que pode ser visualizado num alvo coberto por um material fosforescente, figura 2. Figura 2 – Trajectória do feixe de electrões na presença de um campo magnético Departamento de Física r B Página 3/6 Laboratórios de Física Exp. de Thomson – Det. da rel. e/m do electrão DEFI-NRM-2044 Versão: 02 Data: 24-02-2011 A escala graduada, que se encontra em centímetros, pode ser utilizada para medir o raio de curvatura da trajectória do feixe, figura 3. Figura 3 – Determinação do raio de curvatura da trajectória dos electrões Admitindo que os electrões entram na região onde está o campo magnético no ponto de coordenadas a = (0,0) e saem no ponto b = (xb,yb), pode-se ver pela figura que OE = R − y e EB = x . Assim, para o triângulo rectângulo OEB tem-se: R = x + (R − y ) 2 2 2 y x2 ⇒ R= + 2y 2 (7) A geometria das bobinas de Helmholtz, figura 4, assegura que o campo magnético, em rigor, o campo de indução magnética, na zona do feixe de electrões é considerado uniforme. Figura 4 – Geometria das bobinas de Helmholtz. O valor do campo no centro deste arranjo experimental de bobinas em particular é dado por: B = 4,23 ⋅ 10 −3 × I (T) (8) Em que I é a corrente nas bobinas. O sentido do campo pode ser invertido se se inverter o sentido da passagem de corrente nas bobinas. Departamento de Física Página 4/6 Laboratórios de Física Exp. de Thomson – Det. da rel. e/m do electrão DEFI-NRM-2044 Versão: 02 Data: 24-02-2011 Combinando as expressões (4) e (6) pode-se escrever: 2V e = 2 a2 m R B (9) Em que R e B são determinados a partir de (7) e (8), respectivamente. Material Necessário • • • • • Uma ampola de Thomson Um conjunto de bobinas de Helmholtz Uma fonte de alta tensão regulável (0-6 kV), com unidade de alimentação do filamento (6,3 V) Uma fonte de tensão/corrente regulável Cabos de ligação Procedimento 1. Verifique as ligações eléctricas da montagem, de acordo com o esquema da figura 6. Ligue a fonte de alta tensão e regule uma tensão Va = 4,00 kV. Figura 5 – Montagem experimental da Experiência de Thomson 2. Aumente o valor da corrente nas bobinas de modo a provocar uma deflexão no feixe de electrões, figura 2. Ajuste a corrente para que a circunferência passe por um ponto bem determinado. Determine R e tome nota do valor de I . 3. Inverta o sentido da corrente e determine o novo valor de I para o mesmo valor de R . 4. A partir do valor I médio calcule o campo magnético B e o valor de e / m . Preencha a tabela 1. Departamento de Física Página 5/6 Laboratórios de Física DEFI-NRM-2044 Versão: 02 Data: 24-02-2011 Exp. de Thomson – Det. da rel. e/m do electrão Figura 6 – Esquema de ligações eléctricas Tabela 1 Va (kV) x (m) y (m) R (m) I (A) I médio (A) B (T) e/m (C/kg) 5. Repita os pontos anteriores para uma nova tensão Va = 3,00 kV. 6. Apresente o valor final para e / m e a respectiva incerteza. e/m = ± (C/kg) 7. Responda às seguintes questões: a) Quando nos procedimentos anteriores inverteu o sentido de corrente, como justifica os acontecimentos verificados? b) Quando o feixe de electrões se encontra flectido para cima e para baixo, para os mesmos valores de R, obtiveram-se valores diferentes para a corrente nas bobinas, porquê? Referências Bibliográficas R. Eisberg, R. Resnick, física Quântica, Ed. Campus, Rio de Janeiro, 1979 Laboratory Experiments in Physics, Phywe Systeme GmbH, Göttingen, 1999 Departamento de Física Página 6/6