PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL SANDRA MARIA PINTO SIRIANO COSTA EFETIVIDADE DA DRENAGEM LINFÁTICA E DA COMBINAÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA COM O ULTRA SOM EM MULHERES COM FIBRO EDEMA GELÓIDE (FEG) Goiânia, Janeiro de 2013 SANDRA MARIA PINTO SIRIANO COSTA EFETIVIDADE DA DRENAGEM LINFÁTICA E DA COMBINAÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA COM O ULTRA SOM EM MULHERES COM FIBRO EDEMA GELÓIDE (FEG) Artigo apresentado ao curso de Especialização em Fisioterapia Dermato-Funcional do Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada, chancelado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Orientadora: Prof. Ms. Elicéia Marcia Batista Goiânia, Janeiro de 2013 RESUMO EFETIVIDADE DA DRENAGEM LINFÁTICA E DA COMBINAÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA COM O ULTRA SOM EM MULHERES COM FIBRO EDEMA GELÓIDE (FEG) Introdução: O Fibro Edema Gelóide(FEG) é uma afecção que provoca deficiência na circulação sanguínea e linfática, como também, hipotonia muscular freqüente, podendo levar a quase total imobilidade dos membros inferiores, além de dores intensas e problemas emocionais. Objetivo: revisar os estudos da literatura, a fim de comparar o efeito da drenagem linfática e da drenagem linfática combinada com ultra som no FEG, Metodologia: foi realizado o levantamento bibliográfico que deu início no período de 1990 a 2010, por meio de livros e das bases de dados LILACS, MEDLINE E SCIELO. Foram selecionados os artigos que faziam referência de dados, relacionados aos recursos e aos métodos utilizados no tratamento do FEG, a efetividade da drenagem linfática e a combinação da drenagem linfática com o ultra som no FEG. Resultados e conclusão: a fisioterapia, com seus amplos recursos, ainda é a escolha mais eficiente no tratamento do Fibro Edema Gelóide, pois consegue não só melhorar como manter a funcionalidade da circulação linfática e oxigenação tecidual, além de prevenir recidivas dessas afecções. Portanto uns dos objetivos da drenagem linfática manual é drenar o excesso de liquido acumulado nos espaços intersticiais, mantendo o equilíbrio das pressões tissulares e hidrostática. O ultra som 3MHz modo continuo esta vinculado efeitos fisiológicos associados á sua capacidade de veiculação de fármacos através ( fonoforese), na técnica combinada com drenagem linfática manual no tratamento do FEG, e obter resultados mais satisfatórios.Considerações finais: Através do levantamentos dos materiais e segundo os autores concluíram que o tratamento do FEG utilizando as técnicas combinadas ultra-som e drenagem linfática manual torna-se um recurso efetivo nesta patologia. Palavras-chave: Drenagem linfática, ultra som e Fibro Edema Gelóide. 1.0. INTRODUÇÃO 1.1. FIBRO EDEMA GELÓIDE(FEG) O FEG, mais conhecido como “celulite” é uma série de alterações estruturais na derme, micro circulação e nos adipócitos, não sendo possível isolar cada um desses fatores, que somados, contribuem com o aparecimento do distúrbio. O FEG é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização da substância fundamental, que se infiltrando nas tramas produz uma reação fibrótica¹. É uma afecção que provoca deficiência na circulação sanguínea e linfática, hipotonia muscular freqüente, podendo levar a quase total imobilidade dos membros inferiores, além de dores intensas e problemas emocionais¹-³. A denominação Fibro Edema Gelóide foi escolhida para figurar os diversos nomes utilizados para designar o FEG, como lipodistrofia localizada, infiltração celulítica, hidrolipodistrofia e infiltração celulálgica4. Diversos autores¹-³,²¹ observaram que os tecidos cutâneos e adiposos são afetados em diversos graus, portanto comprovadamente ocorre disfunção e uma série de alterações estruturais na derme, na micro circulação e nos adipócitos. Essas modificações não são apenas morfológicas, mas também histoquímica, bioquímicas e ultra-estruturais1 . O FEG é um distúrbio do panículo adiposo que afeta mulheres após a puberdade sendo mais comum em caucasianas do que em asiáticas20. O termo “celulite” foi descrito pela primeira vez na França, por volta de 1920, quando o pesquisador Pavioti identificou e descreveu as alterações estéticas que ocorrem na superfície da pele19,20 . Segundo GUIRRO e GUIRRO (2002),¹ o tecido encontra-se espesso e com proliferação das fibras de colágenos interadipocitárias e interlobulares que provocam uma alteração nos tecidos. Assim, a circulação de drenagem é sensivelmente reduzida, e os fibroblastos são encarcerados. As fibras esclerosadas realizam um tipo de rede em forma de força, que comprime os vasos e nervos, onde este quadro se forma uma aparência nodulosa na epiderme. A dor ao contato em fases avançadas é explicada pelo aumento da compressão nos nervos. O tecido com FEG é mal oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, que é o resultado de um mau funcionamento do sistema circulatório e das transformações do tecido conjuntivo. Segundo GUIRRO e GUIRRO (2002)1,19, o FEG é subdividido em quatro fases histológicas: Primeira fase: caracteriza-se por hipertrofia das células adiposas, acúmulo patológico de lipídios se desenvolvendo nos adipócitos, provocando a hipertrofia da célula e empurrando o núcleo para a periferia. A persistência desta congestão, e conseqüentemente desta tensão continua no tecido trazendo uma compressão dos vasos mais importantes, levando uma complicação para desempenhar o seu papel normal. A dilatação e a distensão das paredes da rede venosa aumentam a sua permeabilidade, o que resulta no escape para o tecido conjuntivo do líquido seroso, aumentando assim a pressão, congestão e os fenômenos de bloqueio. Segunda fase: Este líquido assim lançado no tecido conjuntivo contém todos os resíduos do papel de um corpo estranho no organismo e provoca reações de defesa no tecido ocasionando o espessamento dos septos interlobulares e proliferação das fibras colágenas. Isso faz com que o tecido adquira uma consistência gelatinosa, cada vez mais densa das diversas células das regiões mais vizinhas. Os produtos residuais não utilizados pelas células desempenham o papel de um corpo estranho no tecido conjuntivo, provocando assim reações químicas, como também tentativas de defesa contra esses elementos anormais. Terceira fase: Este aumento na densidade do tecido conjuntivo promove irritação das fibras teciduais, dissociando-as em fibrilas, promovendo assim uma lesão acelerada. Segundo alguns autores, esta fase do FEG é irreversível. Então, a organização fibrosa do tecido conjuntivo passou a ser a própria causa do FEG. Quarta fase: O processo é contínuo e nota-se o espessamento do tecido conjuntivo interadipocitário. Nesta fase do FEG a barreira estanca, ou seja, fecha. O tecido fibroso tornase constantemente mais cerrado, endurece continuamente e, fica esclerosado, sem qualquer possibilidade de libertação, como também os produtos nutritivos, residuais, a água, e os lipídios. Com endurecimento tecidual muito denso é produzido uma irritação contínua nas terminações nervosas, resultando em dores a palpação, desproporcionais a pressão exercida. Atualmente grande parte das mulheres tem recorrido a métodos e técnicas na expectativa de buscar resultado satisfatório relacionado com a beleza. Isto motivou um grande investimento na indústria de cosméticos na área de estética e aparelhos, proporcionando um resultado que atende aos anseios dos pacientes e profissionais. Os fatores predisponentes possuem uma probabilidade razoável genética, sexo, idade e desequilíbrio hormonal. Existem os fatores determinantes que estabelecem os maus hábitos alimentares e ainda com um desequilíbrio hormonal, será alvo para infiltrações teciduais como: estresse, fumo, sedentarismo, desequilíbrios glandulares, perturbações metabólicas e disfunções hepáticas.²,³ Segundo Ulrich(1982) as lesões teciduais surgem em três estágios, subdivididos segundo a gravidade de cada um, FEG brando (grau1), FEG moderado (grau 2), FEG grave (grau 3), que são fundamentais na avaliação clínica, não fazendo menção as alterações histológicas19. Essas são consideradas as alterações cutâneas macroscópicas e a sensibilidade a dor, bem como no prognóstico. O FEG exterioriza-se e manifesta-se sob diferentes aspectos e a afecção primária permanece a mesma. As formas clínicas do FEG a manifestações visíveis são condicionadas pela textura das próprias lesões nos seguintes quadros: FEG consistente (duro), FEG brando ou difuso (flácido), FEG edematoso e FEG misto3,4. 1.2. ULTRA SOM O ultra som no tratamento do FEG está vinculado aos efeitos fisiológicos associados a sua capacidade de veiculação da substância através da pele (fonoforese)¹. Dentre outros efeitos, pode-se destacar a neovascularização com conseqüente aumento da circulação, rearranjo e aumento de extensibilidade das fibras colágenas e melhora das propriedades mecânicas do tecido. Constatou-se que a permeabilidade da membrana biológica é o principal fator que torna possível a penetração de fármacos no organismo1,4 . O tempo de aplicação e a intensidade da radiação ultra-sônica devem ser mensurados. A intensidade varia segundo o efeito desejado e o tecido a ser estimulado, tem ação tanto mais profunda quanto for à intensidade. A aplicação do ultra som deve ser realizada via um agente de acoplamento, sendo que este deve ser suficientemente viscoso para agir como um lubrificante entre o transdutor e a pele. O mesmo deve estar estéril para evitar qualquer forma de contaminação e não apresentar bolhas de ar no seu interior, o que favoreceria atenuação do feixe. Independente da técnica de aplicação, o transdutor deve ser mantido sempre perpendicular a área a ser tratada, o que minimiza a energia refletida e refratada. A aplicação do ultra som terapêutico pode ser utilizada nas freqüências de 1 ou 3MHz, dependendo da profundidade da estrutura a ser irradiada. É de conhecimento geral que as freqüências maiores apresentam índices de atenuação maiores, sendo, portanto indicadas para o tratamento de tecidos superficiais como FEG. A fonoforese tem vantagem de que o medicamento a ser introduzido não necessita ter carga elétrica, isto é, ser polarizado. Uma das razões pela qual o feixe ultra-sônico facilita a penetração de substâncias são efeitos que a pressão de radiação e a cavitação estável exercem nas membranas, bem com no interior dos tecidos, contribuindo para o aumento da difusão de eletrólitos. O efeito possibilita o aumento da permeabilidade das membranas, o qual torna possível a maior penetração de fármacos. A pressão depende da intensidade do campo ultra-sônico, a orientação da membrana relativa à direção de propagação da onda, da área de superfície na qual o feixe é aplicado e as propriedades elásticas dos meios em contato. Um ponto de suma importância que deve destacar é a intensidade do feixe ultra-sônico, a qual deve ser analisada periodicamente. O ultra-som possui duas freqüências, de 1MHz e de 3MHz, dependendo da profundidade da estrutura a ser irradiada, porém o tratamento com ultra-som de 3MHz é indicado para tecidos superficiais, enquanto que o tratamento com ultra-som de 1MHz é indicado para tecidos mais profundos. Como as alterações estéticas atingem os tecidos mais superficiais como a pele, o tecido conjuntivo (derme), produzindo alterações circulatórias e mecânicas do tecido, não necessita, portanto de uma penetração muito grande das ondas mecânicas. Sendo assim, o ultra-som de 3MHz é o mais indicado para o tratamento dessas afecções 4. Embora cientificamente não seja comprovado, sobre alguns princípios ativos sobre sua transmissividade das diferentes preparações farmacológicas, podem interferir na penetração e diminuir efetividade da terapia ultra-sônica5 . 1.3. DRENAGEM LINFÁTICA O método de drenagem linfática manual foi desenvolvido em 1932 pelo terapeuta dinamarquês Vodder, que observou que a maioria dos seus pacientes sofria de constipação, retenção de líquidos e apresentavam os gânglios linfáticos alterados. Segundo GUIRRO et. AL. 2002, a drenagem linfática é de grande importância no tratamento do fibro edema gelóide, diante do quadro de estase sanguínea e linfática¹. Essa técnica consiste em captar o líquido intersticial excedente que originou o edema e evacuá-lo em direção aos corredores de reserva ganglionares, mantendo dessa forma, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. A massagem promove analgesia e incremento na circulação sanguínea e linfática, além de aumento da maleabilidade do tecidual. As manobras devem ser realizadas de maneira rítmica, suave e superficial, a princípio, visando a dessensibilização. O objetivo básico da massagem no FEG é drenar o excesso de líquido acumulado nos espaços intersticiais, mantendo o equilíbrio das pressões tissulares e hidrostática. A pressão mecânica da massagem elimina o excesso de fluido e diminui a probabilidade de fibrose, expulsando o líquido do meio tissular para vasos venosos e linfáticos. A drenagem linfática pode melhorar a tonicidade tissular e aumentar o transporte de metabólitos, promovendo um maior turgor da pele, ajudando no transporte de microestruturas, retornando ao seu estado inicial6. A associação da drenagem linfática manual com ultra som tem mostrado bons resultados no pós-cirúrgico de cirurgias plásticas e lipodistrofia genóide .Um artigo de revisão analisou a combinação das técnicas após a realização da drenagem linfática manual com ultra som nas intervenções fisioterapêuticas nos pós operatórios imediatos e mostrou ter grande importância para evitar complicações como a formação de fibrose nas cirurgias plásticas e FEG7 . Segundo VIEIRA e SOUZA, 2008, a drenagem linfática manual nos métodos Vooder, Leduc e Földi além de promover outros benefícios nos procedimentos realizados não só na estética, também favorecem na diminuição do linfedema pós mastectomia. Através de revisão bibliográfica, foi visto que as técnicas manuais empregadas são bases para o tratamento do edema linfático, aumentando a amplitude de movimento e até mesmo a autoestima do paciente. Porém, mostram-se mais eficazes quando utilizadas em associação a outros procedimentos como por exemplo a drenagem linfática com ultra som nas alterações tegumentares como o FEG , melhorando o aspecto da pele, a oxigenação tecidual e aumento do aporte sanguíneo. O diagnóstico precoce, orientações ao paciente e seu acompanhamento aumentam as chances do mesmo na obtenção de plenitude física, mental e emocional.10 1.4. DESCRIÇÃO DAS TÉCNICAS Segundo MARX, 2000, para se ter um bom resultado as manobras de drenagem linfática manual devem ser realizadas por profissionais habilitados em linfoterapia, além do conhecimento da fisiologia e anatomia do sistema linfático²¹. Ter habilidades no trajeto das linhas divisórias utilizadas para um direcionamento dos fluxos linfáticos. Pressões muito elevadas (>60mmHg) podem lesar alguns capilares linfáticos, podendo levar sérias complicações no quadro clínico a médio e longo prazo. Método Vodder: drenagem linfática consiste de uma pressão suave, adaptada de forma lenta e repetitiva, onde não ocorre deslizamento no tecido cutâneo. Na técnica de Vodder, a massagem sempre se inicia distalmente ao segmento. A técnica compreende em dois procedimentos: 1. Captação: O procedimento visa captar a linfa do interstício para os capilares linfáticos. 2. Evacuação: Esta consiste em eliminar a linfa que está dentro dos vasos linfáticos, transportando-a para a região linfonodal distante do local do edema. Alguns autores citaram os quatro movimentos básicos da massagem de drenagem linfática manual de Vodder, que são: • Círculos estacionários: Os dedos são colocados espalmados sobre a pele e movidos igualmente ao mesmo tempo em círculos estacionários. • Técnica de bombeamento: São utilizados o polegar e os dedos, movendo-se no mesmo trajeto, realizando círculos ovais. Todo o controle é feito com o punho. • Técnica da mobilização: É realizada com a palma da mão. Os movimentos são feitos com o punho com um conjunto mão-punho. • Técnica rotatória: Esta técnica é usada em superfícies corporais relativamente planas, onde os movimentos em que a palma da mão toca a pele relaxadamente. Método Leduc: As manobras específicas para a execução de sua técnica consiste nos movimentos que são iniciados proximais do segmento a ser drenado. As manobras consistem em: • Círculos com os dedos: São movimentos rotatórios realizados com os dedos, onde a pele é deslocada em relação ao plano profundo. • Círculos com o polegar: São realizados movimentos circulares com o polegar, utilizando-se da articulação metacarpo falangeana, que possui grande mobilidade. • Movimento combinado: São utilizados os polegares e os dedos em conjunto para a realização deste movimento. • Pressões em braceletes: Este movimento sempre inicia na região proximal e a medida que for evacuada, as mãos seguem distalmente, realizando pressão em direção a região proximal. • Drenagem dos gânglios linfáticos: A manobra é realizada com suavidade e prudência, a compressão dos vasos linfáticos pode ser feita com as duas mãos sobrepostas. Método Godoy A técnica foi desenvolvida pelo casal Godoy baseando-se no uso de rolinhos, chamado de roletes, onde é feito uma leve pressão no trajeto dos linfáticos. As pressões realizadas são para aumentar o fluxo linfático¹¹ Este trabalho tem como objetivo de comparar o efeito da drenagem linfática e da drenagem linfática combinada com ultra som no Fibro Edema Gelóide (FEG), através do levantamento de revisão literária de estudos publicados entre os anos de 1990 à 2010. 2.0 Metodologia O presente estudo foi realizado a partir de uma revisão de literatura. Foram utilizados artigos científicos nos idiomas português e inglês publicados entre o ano de 1990 à 2010. Foram consultados nas bases de dados Scielo, Lilacs, livros; Medline e Pubmed, utilizando as seguintes palavras chave: Drenagem linfática, ultra som, fibro edema gelóide, lipodistrofia ginóide, tratamento, limphatic drainage, ultrasound cellulite, lipodistrofic. 3.0 RESULTADO E DISCUSSÃO Foram encontrados 30 artigos, dos quais foram utilizados 21 para este estudo. A data da última pesquisa foi 01/02/2013. Foram analisados o levantamento desse material, além de verificada a descrição da técnica, o tempo de duração desta, a combinação com outras terapias, como a combinação da drenagem Linfática com ultra som, a porcentagem de redução do aspecto casca de laranja do Fibro Edema Gelóide. Concordando com esse estudo bibliográfico diversos autores observaram que os tecidos cutâneos e adiposos são afetados em diversos graus, portanto comprovadamente ocorre disfunção e uma série de alterações estruturais na derme, na micro circulação e nos adipócitos. Essas modificações não são apenas morfológicas, mas também histoquímica, bioquímicas e ultra-estruturais. Segundo GUIRRO e GUIRRO, 2002. O tecido encontra-se espesso e com proliferação das fibras de colágenos interadipocitárias e interlobulares que provocam uma alteração nos tecidos. Com isso, a circulação de drenagem é sensivelmente reduzida, e os fibroblastos são encarcerados. As fibras esclerosadas realizam um tipo de rede em forma de força, que comprime os vasos e nervos, formando uma aparência nodulosa na epiderme. O ultra som no tratamento do FEG está vinculado aos efeitos fisiológicos associados a sua capacidade de veiculação da substância através da pele (fonoforese). Constatou-se que a permeabilidade da membrana biológica é o principal fator que torna possível a penetração de fármacos no organismo. Dentre outros efeitos, pode-se destacar a neovascularização com conseqüente aumento da circulação, rearranjo e aumento de extensibilidade das fibras colágenas, e melhora das propriedades mecânicas do tecido1- 4,17 . A Drenagem Linfática manual (DLM) é uma técnica de massagem com manobras lentas, rítmicas e suaves que envolvem a superfície da pele e seguem os caminhos anatômicos linfático do corpo, visando a drenar o excesso de líquido no interstício, no tecido e dentro dos vasos, por meio das anastomoses superficiais áxilo-axilar e áxilo-inguinal, como também a estimular pequenos capilares inativos; e a aumentar a motricidade da unidade linfática (linfangion), além de dissolver fibroses linfostáticas que se apresentam em linfedemas mais exuberantes²-8 . Segundo alguns autores como: Neto, Franscischelli e Oliveira a composição corporal por impedância bioelétrica de 77 mulheres caucasianas são mais acometidas (idade media de 30,7 anos), com graus variados de FEG. Os autores verificaram que, mesmo as pacientes com IMC<25kg/m2 apresentavam %G(gordura)), corporal aumentada, demonstrando a associação entre o FEG e o excesso de gordura corporal total, embora apresentassem peso adequado ou mesmo abaixo do considerado adequado. Embora seja possível observar, tanto nas mulheres com peso adequado quanto com sobrepeso, há uma predominância de mulheres com %G considerada elevada sendo esta predominância mais expressiva no grupo de mulheres classificadas em sobrepeso. Todas as avaliadas apresentaram adiposidades localizadas, 80%eram ginoides (16,6% mistas e apenas 3,4% andróides), biótipo que apresenta deposição regional excessiva de gordura com alterações nas regiões alvo principalmente de quadris e coxas, conforme a herança genética associada a alterações hormonais2. O presente estudo colaborou com as pesquisas de alguns autores como Mirrashed et al.22 que verificaram que o tecido adiposo subcutâneo de mulheres com alto grau de FEG é mais espesso, apresentando lóbulos adiposos maiores, independentemente do IMC ser aumentado ou adequado. Esses autores utilizaram analise de micro imagens por RMN da derme e do tecido adiposo subcutâneo de 12 mulheres com idade entre 18 e 46 anos, com IMC adequado e obesidade (> 30 kg/m2) com baixo e alto grau de FEG, classificado em quatro graus. Weimann22, realizou um estudo com 10 pacientes, aleatoriamente, formando dois grupos, onde o primeiro grupo foi submetido à terapia com ultra-som, e o segundo grupo não recebeu nenhuma intervenção terapêutica no período. O ultra-som foi utilizado na freqüência de 3MHz, no modo contínuo, com dose de 1,2W/cm², e foi aplicado por 7 minutos em cada glúteo. O tratamento consistiu de 20 sessões, realizadas 3 vezes por semana, em dias alternados. Todas as voluntárias foram submetidas à avaliação inicial, para verificar o grau do FEG apresentado. Com o término do tratamento proposto nova avaliação foi realizada e revelou que a utilização do ultra-som mostrou-se eficaz no tratamento do FEG, uma vez que diminuiu o grau de acometimento. Francischelli e Oliveira,9 diz que fatores genéticos, emocionais, metabólicos e hormonais, além de idade, sexo, hipertensão arterial, obesidade e hábitos como fumo, sedentarismo, roupas apertadas e má alimentação predispõem ao aparecimento da celulite. Desta forma podem ser destacadas as mulheres mais uma vez, pois a maioria dessas características é mais vistas no sexo feminino. Neste estudo inclusive podemos observar que entre as mulheres há uma incidência muito grande do FEG em várias idades, podendo ser das mais variadas causas. De acordo com alguns autores¹,¹8 a maioria dos estudos pode comprovar que a drenagem linfática associada com ultra som 3MHz no modo contínuo, com dose de 1,2W/cm², otimiza o tratamento de FEG, e as pacientes submetidas só a drenagem linfática manual também teve uma resposta tanto no grau do FEG quanto no aspecto da pele. Isso leva a adotar estratégias de intervenções terapêuticas precoces por profissionais da área de forma que FEG deixe de ser visto como tratamento estético; pois pode interferir na funcionalidade das pessoas acometidas14. 4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pelo levantamento do material e segundo os autores, conclui-se que na Drenagem Linfática, combinada com o ultra som, torna-se um recurso muito utilizado no tratamento da Fibro Edema Gelóide, sendo a freqüência do ultra som de 3 MHz e o modo contínuo os mais empregados. As doses administradas e o tempo de tratamento variam de acordo com o grau do FEG. Os participantes foram unânimes quanto à utilização de Fonoforese associada ao ultra som e dando seqüência a Drenagem Linfática na região a ser tratada. A técnica combinada da drenagem linfática manual associada o ultra som no modo fonoforese com princípios ativos foram mais efetivos, quanto a técnica isolada da drenagem linfática manual. 5.0 REFERÊNCIAS 1- Guirro, ECO. Guirro, RRJ. Fisioterapia Dermato-Funcional: Fundamentos, recursos, patologias. 3.Ed .São Paulo,SP:Manole.2002. 2- Ciporkin, H. Paschoal, LHC. Atualização terapêutica e gisiopatogênica da lipodistrofia Gelóide (LDG) “celulite”. São Paulo,Santos,1992. 3- Campos, MSMP. Fibro Edema Gelóide Subcutâneo. Revista de Ciência e Tecnologia (UNIMEP), Apostila, 1992. 4- Guirro, Elaine, Guirro, Rinaldo. Fisioterapia e Estética – Fundamentos, Recursos e Patologias. 2ª ed. São Paulo: Manole, 1996. 5- Parienti IJ. A celulite. Medicina estética. São Paulo:Andrei,2001. 6- Borges, Fábio. 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This study aims to review studies of the literature in order to verify and evaluate the benefits of physical therapy to compare the effect of lymphatic drainage and lymphatic drainage combined with ultrasound in EGF. Methodology: bibliographical survey was performed in the period 2011 to 2012, through books and databases LILACS, MEDLINE and SCIELO. Searched articles were selected ie those who made reference, data related to resources and methods used in the treatment of fibro gelóide edema, the effectiveness of the combination of lymphatic drainage and lymphatic drainage with ultrasound in EGF. Results and conclusion: physical therapy, with its vast resources, the choice is still more efficient in the treatment of Fibro Edema Gelóide because you can not only improve and maintain the functionality of the lymphatic circulation and tissue oxygenation, and preventing recurrence of such disorders. Keywords: Lymphatic drainage, ultrasound and Fibro Edema Gelóide. Pesquisadores: Sandra Maria Pinto Siriano Costa Fisioterapeuta Elicéia Marcia Batista Fisioterapeuta, Mestre em Ciências da Saúde e Docente do CEAFI PÓSGRADUAÇÃO