4 Marketing ambiental em uma distribuidora de energia elétrica, na cidade de Sobral – CE Missias Aguiar Alcantara1 Lúcia Maria Bezerra da Silva² Resumo: No período pós-revolução industrial, percebemos como o modelo de desenvolvimento que foi adotado está acabando com os recursos naturais de forma desenfreada. Esta pesquisa tem como objetivo identificar os benefícios que tratam o mercado com um erro ambiental de forma estratégica e que podem trazer aos consumidores e a empresa a maximização de lucros, fidelizando clientes. Ao final, indicar caminhos a serem seguidos por empresas que queiram transformar o Marketing em uma área mais responsável. A metodologia da pesquisa é de caráter descritivo,exploratória, quantitativo e qualitativo. A entrevista foi realizada em uma organização onde pretendemos focar os estudos. É muito importante que as empresas se conscientizem e possam conscientizar seus colaboradores da importância da responsabilidade socioambiental, pois isso estará ajudando a equilibrar o meio ambiente, não comprometendo gerações futuras. Palavras-chave: Abordagem ambiental.Sociedade do consumo. Marketing ambiental. 1 Acadêmico do curso de Administração da Faculdade Luciano Feijão. E-mail:[email protected] ² Professora Mestre do curso de Administração da Faculdade Luciano Feijão. E-mail:[email protected] 5 1 INTRODUÇÃO Ao observar o período pós-revolução industrial, percebe-se como o modelo de desenvolvimento que foi adotado está acabando com os recursos naturais de forma desenfreada. O homem passou a consumir demasiadamente sem pensar em consequências e as empresas tratam de destruir a natureza para atender aos anseios do consumo. Esse mesmo aumento da produção de bens levou ao crescimento dos resíduos decorrentes de embalagens em restos gerados pelos bens consumidos. Com isso algumas problemáticas globais foram surgindo, tais como: mudança climática, diminuição de recursos naturais, poluição e a perda da biodiversidade, dentre outros problemas que só comprometem a vida na terra. A mobilização das empresas é fundamental para a recuperação e a prosperidade do meio ambiente. Hoje a responsabilidade socioambiental também é um diferencial para as empresas que o fazem. Quais benefícios podem ser obtidos da prática do marketing socioambiental para a empresa e para a sociedade? Analisar os benefícios que podem ser obtidos na prática do marketing socioambiental para a empresa e para a sociedade, assim como verificar quais as ferramentas que a empresa usa para tornar sua missão mais responsável, sendo assim será possível; Saber o que os consumidores internos vêm na empresa responsável ambientalmente; Os funcionários aplicam as ações, executadas pela empresa, em sua residência; Observar por que as empresas estão incluindo temáticas ambientais em seus valores; Saber os resultados esperados na utilização das práticas de marketing ambiental; Perceber as dificuldades na implantação de ferramentas de gestão ambiental. Segundo Barbieri (2011) “Os recursos naturais são tradicionalmente classificados em renováveis e não renováveis. Essa classificação, embora bastante utilizada deve ser vista com reserva,pois ela depende de uma escala temporal humana.” A partir da década de 60, iniciou-se uma preocupação com o meio ambiente, não que antes não houvesse nada a esse respeito, mas daí então, aconteceram vários fóruns mundiais com debates na pauta ambiental. O primeiro programa de meio ambiente foi criado em 1972, sob influência da conferência de Estocolmo para vigorar de 1973 a 1979, porém, somente em 1987, no inicio do quarto programa, a questão ambiental passou a ser incorporada no tratado de Roma por meio de um ato único Europeu, onde foram introduzidas disposições específicas 6 sobre meio ambiente, que determinaram o processo de conciliação das legislações nacionais sobre saúde, segurança, meio ambiente e defesa do consumidor. Com tudo isso, percebe-se que a medida que as sociedades tornam-se mais sensíveis em relação aos temas ambientais, existe uma necessidade de assumir novos comportamentos no que se refere ao contexto ambiental. Por outro lado, as questões ecológicas vêm, aos poucos, tendo uma maior importância junto aos consumidores, que passam a procurar produtos e serviços que incorporam a abordagem socioambiental. Nessa conjuntura verde aparece uma vertente do marketing que trata da relação consumo – meio ambiente e está envolvido com as necessidades recentes do cliente cidadão, consciente da importância da preservação da natureza, cuidando das implicações mercadológicas dos produtos que atendem às especificações da legislação ambiental, que atendem às expectativas de uma boa parcela dos consumidores, no que tange aos produtos e processos que não agredirem o meio ambiente. Por isso, esta pesquisa tem como objetivo identificar os benefícios que tratam o mercado com um erro ambiental de forma estratégica e que podem trazer aos consumidores e a empresa a maximização de lucros, fidelizando clientes. Ao final, indicar caminhos a serem seguidos por empresas que queiram transformar o Marketing em uma área mais responsável. 2 ABORDAGEM AMBIENTAL A degradação ambiental foi intensificada a partir da Revolução Industrial ocorrida há aproximadamente 250 anos, no século XVIII. A partir daí, o planeta tem sofrido impactos em todos os níveis da biosfera, causados pelos avanços tecnológicos e desenvolvimento acelerado dos países ricos, provocando, assim, crescimento econômico, mas a custos ambientais enormes. Na busca de encontrar instrumentos de intervenção eficazes e capazes de atingir o ambiente internacional, em decorrência dos crescentes problemas ambientais, foram realizadas várias conferências em diversos países. Seguem as que tiveram maior repercussão: Conferência da Biosfera (Paris, 1968); Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (Estocolmo, 1972); Eco 92 ou Rio 92 (Rio de Janeiro, 1992); Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável ou 7 Rio + 10 (Johanesburgo, 2002); e, mais recentemente, a divulgação do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Paris, 2007). Todas essas conferências resultaram em documentos que auxiliam na conscientização da população e, consequentemente, numa mudança de postura dos indivíduos e das empresas. No contexto histórico, a temática que envolve a gestão ambiental teve inicio na Europa pós-guerra, onde começaram as primeiras discussões sobre este assunto no Clube de Roma. Que logo, resultou na Primeira Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente em junho de 1972, na cidade de Estocolmo, na Suécia, seu enfoque foi sobre a poluição ambiental que colocava em risco a saúde humana e a qualidade de vida. Já em meados de 1983, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, onde se pretendeu realçar a importância da proteção do ambiente na realização do desenvolvimento sustentável. No decorrer da década de 1990 houve o surgimento da Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável e também a Conferência Mundial do Meio Ambiente. A criação da Carta Empresarial surgiu como um documento elaborado por uma comissão de representantes de empresas e desenvolvido no âmbito da Câmara de Comércio Internacional, uma entidade instituída com o objetivo de ajudar organizações em todo mundo a melhorar os resultados das suas ações sobre o ambiente. A mesma foi apresentada na Segunda Conferência Mundial da Indústria (WICEM II), sobre a temática que engloba a Gestão Ambiental, sendo que a partir deste encontro foram estabelecidos dezesseis princípios relativos à gestão do ambiente, no qual o objetivo era de auxiliar as empresas a cumprir, de forma abrangente, as suas obrigações em matéria de gestão do ambiente. Houve no Rio de Janeiro (RIO 92) a Conferência Mundial de Meio Ambiente, onde foram estabelecidas normas que procuraram orientar para o estabelecimento de diretrizes para a implementação de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) nas diversas atividades econômicas, com ações para avaliação e certificação destes sistemas com metodologias uniformes e aceitas internacionalmente. Como exemplo, a série ISO 14000, que atestam os diversos aspectos acerca da responsabilidade social das empresas. 8 O SGA é uma ferramenta utilizada pelas organizações com o intuito de estabelecer ou manter um processo de gestão ambiental, buscando, assim, a redução dos impactos ambientais e a melhoria da empresa referente ao seu desempenho ambiental. Berté (2009), complementa esta ideia quando defini SGA como:“... um sistema de gerenciamento que considera os possíveis danos causados ao meio ambiente por atividades de produção, bem como aqueles causados por produtos que sejam postos à disposição do mercado.” Entende-se, portanto,que uma das melhorias é o resultado efetivo no desempenho ambiental das empresas, permitindo uma melhor cooperação entre o órgão ambiental e o empreendedor, fortalecendo assim a corresponsabilidade ambiental, facilitando o processo de renovação da licença ambiental na qual concede a empresa e ampliando o prazo de validade da mesma. Caso esta demonstre interesse em obter o beneficio para o órgão fiscalizador, atenderá assim ao cumprimento das exigências legais estabelecidas na legislação ambiental. Porém, convém mencionar que a adoção de um SGA deve ser feita de modo estratégico por cada organização, pois, o desenvolvimento do sistema é específico e diferente para cada tipo de empresa, assim como a acreditação ambiental e a elaboração dos produtos das mesmas. É comum, quando pensares em impactos ambientais, lembrar daqueles amplamente divulgados pela mídia, no entanto, costumeiramente há aqueles que estão bem próximos e, muitas vezes, não tomamos conhecimento ou, quando cientes de sua existência, não refletimos sobre eles. (BERTÉ, 2009). Em decorrência das novas mudanças, as empresas começaram a se mobilizar em busca de soluções para diversos conflitos sociais, entre eles o conflito do desenvolvimento econômico versus preservação ambiental, revendo, desta forma, aliar a atividade produtiva e mercadológica, tendo em vista sempre os problemas ambientais decorrentes de suas atividades. 3 SOCIEDADE DO CONSUMO 9 Atualmente, observa-se que um dos principais motivos para a atual crise ecológica global é o atual padrão de consumo em que vive a sociedade. A valorização de novos modos de viver tornara-se o maior desafio para o meio ambiente, pois garantir aos padrões atuais de consumo sem comprometer o consumo das gerações futuras é um grande questionamento contemporâneo. A partir da década de 90 que se intensificou a percepção do impacto ambiental dos altos padrões de consumo da sociedade, possibilitando a emergência de um novo discurso dentro de um pensamento ambientalista internacional. A questão ambiental começa a ser redefinida, levando-se em consideração os altos padrões de consumo e estilo de vida, onde apareceu fortemente o consumismo. Sollomom (2011) enfatiza que “é a busca por saciar somente aos desejos, estando sempre conectado ao supérfluo, e se diferencia do consumo por uma questão de grau, exagero e dependência. É difícil conciliar consumismo e ecologia.” A sociedade do consumo desenvolveu modos de consumir que estão associados a alguns mecanismos que contribuem para o aumento do consumo dos produtos. Alguns parâmetros, tais como as novas tecnologias, a obsolescência programada, o aumento do nível de vida e da educação, o aumento demográfico, parâmetros que podem ser qualificados como catalisadores de consumo, influenciam os aspectos ligados à utilização dos produtos através destes, o consumo dos recursos e da energia. Sociedade de consumo é um dos inúmeros rótulos utilizados por intelectuais, acadêmicos, jornalistas e profissionais de marketing para se referir à sociedade contemporânea. Ao contrario de termos como sociedade pós-moderna, pós-industrial e pós-iluminista, que sinalizem o fim ou uma ultrapassagem de uma época... (BARBOSA, 2010). No termo Sociedade do consumo, observando por conceitos individuais e atuais traz consumir como fins de satisfação de “necessidades básicas” e/ou “supérfluas” duas categorias básicas no entendimento da atividade de consumo nas sociedades ocidentais contemporâneas. O termo sociedade do consumo vem sendo muito associado a outros conceitos como sociedade de consumidores, cultura de consumo, cultura de consumidores e consumismo, que são na maioria das vezes, usados como sinônimos uns dos outros. 10 4 CONCEITOS DE MARKETING Para tratar de marketing ambiental precisará primeiro entender um pouco da história e dos conceitos de marketing. O marketing passou a ganhar importância perante as organizações a partir dos anos 50 e foi caracterizada pela orientação ao consumidor, ou seja, atendimento de suas necessidades e desejos. De acordo com SILVA (2011), no Brasil, o surgimento do marketing deuse a partir da década de 1950, onde o mesmo foi trazido pelas multinacionais norteamericanas e europeias com o conceito de que ele era a solução de todos os problemas da organização. A palavra marketing na língua portuguesa não obteve tradução sendo antes chamado de comercialização ou ainda de mercadologia, mas que caiu em desuso devido a não conter a amplitude e abrangência que o marketing possui. O marketing deve ser um fator básico dentro de todas as organizações, e ser praticados por todos os setores trabalhando em conjunto para que se obtenha o sucesso desejado. O termo marketing significa ação no mercado. Originário do inglês, sua conotação mercadológica é bastante ampla. É usado, não apenas para ajudar as empresas a vender mais, mas também para coordenar qualquer processo de troca. As empresas podem aplicar marketing para corrigir mercados, aumentar o nível de conscientização dos consumidores a respeito de determinados produtos, além de uma série de outras alternativas. (LAS CASAS, 2010). Em meio a tantas mudanças que vêm ocorrendo no mercado, e mesmo nos métodos de comercialização, hoje é bastante questionado as formas de atividades tradicionais. O consumidor exige um diferencial nos produtos que, cada vez mais, ficam padronizados em funções e usualidade, e observando um crescimento muito forte na temática do meio ambiente os profissionais de marketing perceberam a necessidade de atrelar a imagem de suas organizações à responsabilidade socioambiental. 5 MARKETING AMBIENTAL No momento em que se sentiu a necessidade de adotar medidas para conter o avanço da degradação ambiental, as indústrias, diante da pressão de legislações específicas e dos consumidores, passaram a adaptar seus processos de 11 forma a obter uma boa imagem institucional no mercado, atuando de forma ecologicamente responsável, pois a cada dia é maior o número de consumidores dispostos a pagar mais por um produto que não agrida o meio ambiente. Essa nova forma de gestão pode ser entendida como as diferentes atividades administrativas e operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais decorrentes da sua atuação ou para evitar que eles ocorram no futuro. O desenvolvimento de estratégias gerenciais ambiental é possível tanto para o setor produtivo como para entidades do terceiro setor que atuam na área ambiental, no desenvolvimento de suas atividades, do aval e da adesão da sociedade. Não é suficiente falar a linguagem verde; as companhias dever ser verdes. Longe da questão de apenas fazer publicidade que muitos comerciantes perceberam originalmente, a abordagem satisfatória de preocupação ambiental requer um “esverdeamento” completo que vai fundo na cultura corporativa. Somente por intermédios da criação e implementação de políticas ambientais fortes e profundamente valorizadas é que a maioria dos produtos e serviços saudáveis podem ser desenvolvidos. É só por meio da criação de uma ética ambiental que abranja toda a empresa que estratégias de marketing podem ser executadas. (DIAS, 2009). O marketing ambiental é bom para as empresas porque busca eficiência no uso dos materiais e, também, ajuda a reduzir os custos. Empresas que não respondem as questões ambientais com produtos mais seguros e ambientalmente mais sustentáveis estão se arriscando a perder sintonia com o consumidor. Dias (2009) diz que marketing ambiental é: [...] a vertente do marketing que trata da relação consumo – meio ambiente e está envolvida com as necessidades recentes do cliente cidadão, consciente da importância da preservação da natureza, à qual foram atribuídas varias denominações: marketing ecológico, marketing verde, marketing ambiental, eco marketing e marketing sustentável, sendo que todas elas têm como preocupação fundamental as implicações mercadológica dos produtos que atendem as especificações da legislação ambiental e que contemplam as experiências de uma boa parcela de consumidores, no que diz respeito aos produtos e a seus processos não serem agressivos ao meio ambiente. Ao empregar estratégias de gestão ambiental, a instituição pode aumentar a credibilidade e legitimidade, definir sua personalidade, área de atuação e imagem, além de agregar valor à marca junto a todas as partes interessadas. 12 A tendência de preservação ambiental e ecológica, por parte das organizações, deve continuar de forma permanente e definitiva. A gestão ambiental é a resposta natural das empresas ao novo cliente, o consumidor verde e ecologicamente correto. A empresa verde é sinônimo de bons negócios e no futuro será a única forma de empreender negócios de forma duradoura e lucrativa. Em outras palavras o quanto antes as organizações começarem a enxergar o meio ambiente como seu principal desafio e como oportunidade competitiva, maior será a chance de que sobrevivam (TACHIZAWA (2002). Com tudo isso pode-se observar o marketing, cada vez mais, assumindo a gestão ambiental como o desenvolvimento da responsabilidade da empresa e uma oportunidade de crescimento na mesma, pois observa-se uma mudança de perspectiva na forma de fazer negócios. O marketing verde deve está designado a gerar e facilitar qualquer troca com o objetivo de satisfazer os desejos ou necessidades humanas, desde que a satisfação dessas necessidades e desejos ocorra, com o menor índice de impacto ambiental que prejudique o meio ambiente. Não é suficiente falar que é responsável ambientalmente, as empresas devem ser responsáveis ambientais. Devem ficar distantes de apenas fazer publicidade que muitos comerciantes perceberam originalmente, a abordagem satisfatória de preocupação ambiental precisa de uma sensibilização completa que vai de encontro com a cultura da empresa. Somente por intermédios de criação e implementação de políticas ambientais fortes e profundamente valorizadas é que a maioria dos produtos e serviços saudáveis pode ser desenvolvida. Através da criação de uma ética ambiental que abranja toda a empresa que estratégias de marketing podem ser executadas. 6 METODOLOGIA Neste trabalho o foco foi em uma pesquisa descritiva, que buscou conhecer o marketing ambiental de uma empresa que fornece energia elétrica na cidade de Sobral. Segundo Mattar (2009) as pesquisas descritivas compreendem grande número de métodos de coleta de dados, tais como: entrevistas pessoais, entrevistas por telefone, questionários pelo correio, fax/internet, questionários pessoais e observação. 13 A metodologia do trabalho se deu por uma pesquisa qualitativa, a escolha justifica como a mais adequada a fim de que se possam extrair as mais diversas impressões dos funcionários da empresa para entender como a mesma passa sua visão de responsabilidade ambiental para seus colaboradores, Neves (1996), nas pesquisas qualitativas, é freqüente que o pesquisador procure entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada e, a partir, daí situe sua interpretação dos fenômenos estudados. Para realização desta pesquisa, utilizou-se também de uma pesquisa bibliográfica para fazer a relação da prática com a teoria. A pesquisa foi feita entre os dias 10 e 11 de novembro de 2013, através de entrevista com 06 perguntas diretas e claras, a fim de obter dados concretos para poder alcançar os objetivos propostos. O questionário teve questões sobre as políticas ambientais, sobre as práticas adotadas pela empresa, sobre o grau de conhecimento dos funcionários sobre sua utilização, e o envolvimento dos colaboradores com o pensamento ambiental. Nesta pesquisa foram utilizados dados primários, que de acordo com Lopes (2011) “são aqueles que não foram antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisadores, e que são coletados com o propósito de atender às necessidades especificas da pesquisa em andamento”, e dados secundários que segundo o mesmo autor “são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e, às vezes, até analisados, com o propósito outros ao atender às necessidades da pesquisa em andamento, e que estão coletados à disposição dos interessados”. Os dados primários foram coletados através de pesquisa de campo utilizando questionários a fim de entender como a empresa usa as ferramentas de marketing ambiental para seus colaboradores e as dificuldades encontradas na implantação destas ferramentas. Já os dados secundários foram obtidos através de pesquisa bibliográfica – livros, artigos e demais publicações sobre o assunto – bem como através de informações da própria empresa. 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO A entrevista foi realizada em uma organização onde se pretendeu focar os estudos, foram utilizados perguntas em aberto, que segundo Barbosa e Silva (2010), 14 têm natureza exploratória, não havendo restrições sobre o tipo e tamanho de respostas, é útil quando não temos conhecimento sobre a situação ou quando queremos obter a opinião das pessoas. Sendo aplicada com três funcionários da empresa. Você tem conhecimento se empresa utiliza práticas ambientais como política de valores, segundo o funcionário X, sim a empresa tem uma política ambiental muito forte e passa para seus colaboradores de forma bem clara para o envolvimento de todo o corpo organizacional. Para o funcionário Y, sim a empresa tem uma cultura ambiental muito forte e compartilha com seus colaboradores. Já o funcionário Z, fala que todos os trabalhos realizados dentro do marketing ambiental da empresa são bem direcionados e buscam sempre a sustentabilidade ambiental. Tachizawa (2009), para ele as empresas devem focar em seus colaboradores de maneira a enfatizar de forma clara a responsabilidade ambiental para que os mesmo entendam a necessidade de aplicar, também, fora da organização. Tentando entender a intenção da empresa ao aplicar práticas ambientais, modismo ou conscientização, segundo o funcionário X a empresa deixa bem clara a situação em que vivemos hoje e o perigo iminente que está por vir se as instituições não conscientizarem seus colaboradores da situação atual do meio ambiente, segundo o funcionário Y a empresa é preocupada com o meio ambiente e é transparente de suas intenções com a utilização de marketing ambiental, e para o funcionário Z as ferramentas ambientais utilizadas pela empresa servem para reduzir seus custos. Para Barbieri (2009) é de extrema importância que as organizações utilizem práticas ambientais, pois as fortalecerão competitivamente e firmará sua responsabilidade socioambiental. A prática ambiental sendo usada somente para se tornar mais competitiva pode trazer problemas futuros já que não haverá uma ideia ambiental em jogo e sim uma ideia financeira e os clientes podem perceber. A empresa utiliza ferramentas ambientais? Quais? O funcionário X respondeu que a empresa possui um sistema de gestão ambiental que é utilizado para desenvolver e implementar a política ambiental e gerenciar os aspectos ambientais na organização. O funcionário Y citou o SGA, já citado pelo funcionário X, e enfatizou em alguns benefícios como cumprir o que a legislação exige. O 15 funcionário Z afirmou que a empresa utiliza ferramentas ambientais e citou o ciclo PDCA que é utilizado como ferramenta estratégica na gestão ambiental. De acordo com Dias (2009) a empresa de conhecer suas ferramentas de gestão para aplicá-las com maior propriedade. A empresa consegue observar benefícios em utilizar o marketing ambiental, para o colaborador X a empresa consegue uma boa relação além de melhorar o controle de custos a fim de que não aconteçam desperdícios. Para o funcionário Y muito importante é a melhoria da imagem institucional e a valorização das ações no mercado e para o funcionário Z, eles conseguem critérios para a qualificação de empresas parceiras e conseguem atender às legislações ambientais evitando punições. De acordo com Takizawa (2009) Política ambiental é elemento fundamental para implementação e o aprimoramento do sistema de gestão ambiental para a organização, permitindo que seu desempenho ambiental seja mantido e potencialmente aperfeiçoado. Os benefícios obtidos na implementação de uma política ambiental devem ser previstos no planejamento para que todas as ações sejam focadas e direcionadas para o que está se propondo a organização. Ao implementar um sistema de gestão ambiental a empresa encontrará dificuldades em sua execução, a empresa percebe essas dificuldades, Para o funcionário X é perceptivo que umas das maiores dificuldades é a conscientização dos próprios colaboradores, para o funcionário Y o treinamento para capacitar os funcionários que irão executar as ações e o planejamento deve estar sempre sendo checado para analise. Já o funcionário Z enfatiza que cumprir a legislação, em alguns momentos, é muito difícil já que envolvem algumas variáveis que a legislação não prevê. Como em qualquer política para ser implantada em uma organização, o marketing ambiental tem suas peculiaridades que trazem dificuldades para que a empresa possa implanta-lo. Os funcionários praticam as atividades ambientais, orientados pela empresa, em suas residências? O funcionário X disse que sim, aplico e utilizo material impresso pela empresa para conscientizar minha esposa e meus filhos da necessidade da responsabilidade ambiental. 16 O funcionário Y falou que nem sempre aplica em sua residência o que a empresa ensina, mas que está se conscientizando e mudará seus hábitos. Já o funcionário Z respondeu que sempre acreditou nas práticas ambientais, mesmo antes de sua empresa incluir na política organizacional. Disse que “o desperdício não é bom nem para o meio ambiente, nem para o bolso da gente”. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pelo que foi estudado para concluir este trabalho, observou-se a que a implantação de ações ambientais em uma organização é importante. Já que para Dias (2009): “Marketing Ambiental abrange as atividades de marketing que assumem a gestão ambiental como desenvolvimento da responsabilidade de uma empresa e uma oportunidade de crescimento para ela”, podemos entender que, diferente do que muitos pensam, marketing ambiental não é só a propaganda que as empresas fazem de suas ações ambientais e sim desde o ato de planejar as ações até o ponto de divulgar os resultados obtidos, tudo isso faz parte do marketing ambiental. A entrevista com os funcionários foi fundamental para o entendimento do que se passa na organização para implantar e manter ações ambientais. Com os funcionários foram abordadas questões corporativas e pessoais no que diz respeito à consciência ambiental e toda dinâmica que envolve o tema proposto. É muito importante que as empresas se conscientizem e possam conscientizar seus colaboradores da importância da responsabilidade socioambiental, pois isso estará ajudando a equilibrar o meio ambiente, não comprometendo gerações futuras, melhorará a visibilidade da empresa perante as partes interessadas e acaba criando um círculo virtuoso onde todos ganham. 17 REFERÊNCIAS BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial. 2ª ed. rev. e atual. São Paulo Saraiva, 2011. BARBOSA, Lívia. Sociedade de consumo. 3º ed. Rio de Janeiro. Zahar. 2010. BARBOSA, Simone Diniz Junqueira; SILVA, Bruno Santana da., Interação Humano-computador. Elsevier Editora Ltda. São Paulo. 2010. BERTÉ, R. Gestão socioambiental no Brasil. Curitiba: IBPEX, 2009. DIAS, Reinaldo. Marketing Ambiental: ética, responsabilidade social e competitividade nos negócios. São Paulo: Atlas, 2009. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Administração de marketing. 1.ed. São Paulo. Atlas, 2010. MATTAR, Fauze Najib. 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