Associação Keynesiana Brasileira ENCONTRO INTERNACIONAL Programa e Caderno de Resumos 13 a 15 de agosto de 2014 São Paulo, SP Fundação Getúlio Vargas Escola de Economia de São Paulo - EESP Realização: Apoio: VII Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira 13 a 15 de agosto de 2014 São Paulo, SP, Fundação Getulio Vargas Escola de Economia de São Paulo -­‐ EESP Programa e Caderno de Resumos 1 PATRONOS E DIRETORIA PATRONOS Fernando Cardim de Carvalho Jan Kregel Luiz Carlos Bresser Pereira Luiz Gonzaga de Mello Belluzo Maria Lourdes R. Mollo Mário Possas Phillip Arestis Silvia Schor DIRETORIA (2013-2015) Presidente: José Luis da Costa Oreiro (IE/UFRJ) Vice-Presidente: Nelson Marconi (FGV/EESP) Diretores Andre Modenesi (UFRJ) Eliane Araujo (UEM) Fabio Terra (IE/UFU) Giuliano Contento (IE/Unicamp) Otavio Conceição (UFRGS) Conselho Consultivo Fernando Ferrari Filho (UFRGS) Luiz Fernando de Paula (UERJ) Conselho Fiscal Alain Hersovici (UFES) Elton Eustáquio Casagrande (Unesp-Araraquara) Lauro Mattei (UFSC) 2 Apresentação A Associação Keynesiana Brasileira (AKB) é uma Associação Civil, sem fins lucrativos, e conta atualmente com mais de 130 associados de diversas instituições brasileiras, incluindo UNICAMP, UFMG, UFRJ, USP, UFU, UFRGS, UnB, UFPR, UFF, UERJ, FGV-SP, PUC-SP e IPEA, entre outras. Recentemente a Associação publicou, em coedição com a Editora Campus/Elsevier, o livro “Sistema Financeiro e Política Econômica em Uma Era de Instabilidade” e, em coedição com a Editora UNESP, o livro “Crise Financeira Internacional: origens, desdobramentos e perspectivas”. A AKB tem como patronos os seguintes professores: Fernando Cardim de Carvalho, Jan Kregel, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Luiz Gonzaga Belluzzo, Maria de Lourdes Rollemberg Mollo, Mario Possas, Philip Arestis e Silvia Schor. Seu website é: http:// http://www.akb.org.br. Seus primeiros presidentes foram: Fernando Ferrari Filho (2008-2009) e Luiz Fernando de Paula (2009-2013). Atualmente, a AKB tem como Presidente, José Luis Oreiro (IE/UFRJ e Pesquisador nível 1B do CNPq), e como Vice-Presidente, Nelson Marconi (EESP-FGV e Pesquisador do IPEA). A AKB foi criada em 18 de abril de 2008, quando da realização de seu I Encontro Internacional, ocorrido no Instituto de Economia Universidade Estadual de Campinas (IE/UNICAMP), Campinas/SP. Desde então, foi estabelecido que haveria um encontro da AKB a cada ano. Neste sentido, o II Encontro Internacional da AKB ocorreu em Porto Alegre, no período de 9 a 11 de setembro de 2009, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o III Encontro Internacional da AKB, entre 11 e 13 de agosto de 2010, na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EESP-FGV), o IV Encontro, no período de 3 a 5 de agosto de 2011, no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), o V Encontro, nos dias 22, 23 e 24 de agosto de 2012, na EESP/FGV, em São Paulo e, por fim, o VI 3 Encontro ocorreu em vitória, no período de 14 a 16 de agosto de 2013, na Universidade Federal do Espírito Santo. Estes encontros contaram com uma participação média de 200 pessoas, sejam palestrantes e apresentadores de trabalhos acadêmicos, sejam estudantes de graduação e de pós-graduação. Contaram com a participação de ilustres convidado-palestrantes, dentre os quais: Paul Davidson, Philip Arestis, John McCombie, Dominique Plihon, Júlio Lopez, Roberto Frenkel, Fernando Cardim de Carvalho e Júlio S. Gomes de Almeida, no I Encontro; Jan Kregel, Gary Dymski, Marc Lavoie, Nélson Barbosa Filho, Maria de Lourdes Mollo, Fernando Cardim de Carvalho, Luiz C. Bresser-Pereira e Mário Possas, no II Encontro; Steven Fazzari, Thomas Palley, Yoshiaki Nakano, Luiz C. Bresser-Pereira, Julio S. Gomes de Almeida, Fernando Ferrari Filho e Luiz Fernando de Paula no III Encontro; Jan Kregel, Malcolm Sawyer, Luiz C. Bresser-Pereira e Fernando Cardim de Carvalho no IV Encontro; Jan Kregel, Giuseppe Fontana, Luiz C. Bresser-Pereira e José L. Oreiro, no V Encontro; e Mário Luiz Possas, Phillip Arestis e Jorg Bibow, no VI Encontro. Além disto, foram apresentados uma média de 80 trabalhos nos referidos encontros. A partir do III Encontro (em 2010) passaram a ser realizados minicursos de 3 horas dirigido para profissionais e estudantes de graduação e pós-graduação, cujas temáticas foram as seguintes: “Minsky e a crise financeira internacional”, ministrado por Steven Fazzari e Thomas Palley no III Encontro; “Sistema financeiro pós-crise”, com Jan Kregel e Fernando Cardim de Carvalho no IV Encontro; “Macroeconomia durante e depois da crise”, com Giuseppe Fontana e José L. Oreiro no V Encontro; “Keynes, Kalecki e Schumpeter: uma ponte necessária?”, ministrado por Mário Luiz Possas, no VI Encontro. Para tanto, a AKB tem patrocinado a vinda de cerca de 20 alunos de pós-graduação de outros centros de pós-graduação (UFRGS, UFRJ, UFMG, UNICAMP, UnB, UEM etc.), fornecendo acomodação em hotel para eles. Nos encontros contou-se em geral com o apoio de recursos da CAPES, CNPq, IPEA, CORECON-MG, IPEAD/UFMG, e outras fontes eventuais como Caixa Econômica Federal, BNDES, FAPESP, BRDE, Banrisul e PETROBRAS. O VII Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira Keynesiana tem como tema geral “Políticas Econômicas para o Crescimento 4 Sustentado com Equidade Social numa Era de Instabilidade”, e será realizado na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, no período de 13 a 15 de agosto de 2014. O Encontro terá seis sessões especiais, um minicurso e várias sessões ordinárias (em que serão apresentados artigos submetidos e aprovados pela Comissão Científica). As sessões especiais terão como tema “Macroeconomia e desenvolvimento econômico: homenagem ao Professor Luiz Gonzaga Belluzzo”, onde o Professor Luiz Gonzaga Belluzzo, patrono da AKB, será homenageado, “Macrodinâmica Pós-Keynesiana”, “Câmbio, Indústria e Crescimento”, “O programa de pesquisa Keynesiano – estruturalista na DIMAC/IPEA”, “The Economics of Fraud” e “Crescimento Econômico, Desindustrialização e Doença Holandesa: a experiência da América Latina e Europa”. O tema do minicurso é “Crescimento e Distribuição” e será ministrado pelo Prof. Nelson Barbosa Filho (FGV-SP). Para as sessões especiais estão convidados Luiz Carlos Bresser-Pereira (FGV-SP), Fernando de Holanda Barbosa (EPGE-FGV), Samuel Pessoa (IBRE-FGV), Frederico Mazzucchelli (IE/Unicamp), Gilberto Tadeu Lima (FEA/USP), Júlio Sérgio Gomes de Almeida (IE/Unicamp), Mark Setterfield (Trinity College, Hartford), Roberto Frenkel (CEDES), Robert Prasch (Middlebury College) e Lionello Punzo (Universitá di Siena). Neste encontro está prevista a apresentação de 97 papers, bem como a participação de cerca de 250 pessoas no Encontro, incluindo alunos de graduação e pós-graduação. A Comissão Científica foi composta por Fernando Ferrari Filho (UFRGS), Luiz Fernando de Paula (UERJ), José Luís Oreiro (UFRJ) e Fábio Terra (UFU) e a Comissão de Organização do Encontro foi constituída pelos membros externos Eliane Araújo (UEM), Giuliano Contento (IE/Unicamp) e José Luis Oreiro (IE/UFRJ) e membros internos Nelson Marconi e Laura Carvalho, ambos da FGV-SP. 5 Resumo da Programação do VII Encontro Internacional da AKB 13/08/2014 14/08/2014 11h30 – 14h30 Inscrições – Auditório Itaú 9h00 – 10h45 sessões ordinárias – Salas de Aula 12h30 – 15h00 Minicurso “Crescimento e Distribuição de renda” – Auditório Itaú Coordenador: Eliane Araujo (UEM) Palestrante: Nelson Barbosa Filho (FGV/EESP) 10h45 - 11h15 – Coffee Break – Auditório Itaú 17h15 – 18h15 Inscrições – Auditório Itaú 18h30 – 18h45 Abertura - Auditório Itaú José Luis Oreiro (AKB), Yoshiaki Nakano (FGV/EESP) e Nelson Marconi ( FGV/EESP) 18h45 - 19h00 Entrega do II Prêmio AKB de Teses e Dissertações 19h00 - 20h30 Sessão Especial: “Macroeconomia e desenvolvimento: homenagem a Luiz Gonzaga Belluzzo” - Auditório Itaú Coordenador: Luiz Fernando de Paula (UERJ) Palestrantes: Julio Gomes de Almeida (IE-Unicamp), Frederico Mazzucchelli (IE-Unicamp) 20h30 Coquetel - Auditório Itaú 11h15 – 13h00, sessão especial Auditório Itaú “Macrodinâmica Pós-Keynesiana” Coordenador: José Luis Oreiro (IEUFRJ) Palestrantes: Mark Setterfield (Trinity College/Hartford) e Gilberto Tadeu Lima (FEA-USP) 12h45 - 13h30 – Brunch – Auditório Itaú 13h30 - 15h00 Sessão Especial: “Câmbio, Indústria e Crescimento” Auditório Itaú Coordenador: Luiz Fernando de Paula (UERJ) Palestrantes: Fernando de Holanda Barbosa (FGV/EPGE), José Luis Oreiro (UFRJ/IE), Nelson Marconi (FGV/EESP) e Samuel Pessoa (FGV/IBRE). 15h15 - 17h00 – Sessões Ordinárias (Salas de aula) e Sessão Especial: “O programa de pesquisa Keynesiano – estruturalista na DIMAC/IPEA” – Auditório Itaú Coordenador: Claudio Hamilton dos Santos (IPEA) Debatedora: Laura Barbosa (FGV/EESP) 17h15 - 19h00 – Sessões Ordinárias (Salas de aula) e Sessão Especial “The Economics of Fraud” - Auditório Itaú Coordenador: Fernando Ferrari Filho (UFRGS) Palestrante: Robert E. Prasch (Middlebury College) 19h15 - 20h30 – Assembleia Geral da AKB Auditório Itaú 15/08/2014 08h00 - 09h45 – Sessões Ordinárias– Salas de Aula 09h45 - 10h00 – Coffee Break - Auditório Itaú 10h00 - 11h45 – Sessões Ordinárias - – Salas de Aula 12h00 - 13h30 Sessão Especial: “Crescimento Econômico, Desindustrialização e Doença Holandesa: a experiência da América Latina e Europa” - Auditório Itaú Coordenador: Nelson Marconi (FGV/EESP) Palestrantes: Roberto Frenkel (CEDES), Luiz Carlos Bresser-Pereira (FGV/EESP) e Lionello Punzo (Università di Siena) 13h30 - 13h45 Sessão de Encerramento do Encontro Auditório Itaú José Luis Oreiro (UFRJ) e Nelson Marconi (FGV/EESP) 6 PROGRAMAÇÃO DETALHADA DO VII ENCONTRO INTERNACIONAL DA AKB 13/08/2014 ü 11h30 às 14h30 – Inscrições – Auditório Itaú ü 12h30 às 15h00 - Minicurso “Crescimento e Distribuição de renda” Auditório Itaú o Nelson Barbosa Filho (Professor da EESP/FGV e do IE/UFRJ) o Coordenador: Eliane Araujo (UEM) ü 17h15 às 18h15 – Inscrições – Auditório Itaú ü 18h30 às 18h45 – Sessão Solene de Abertura do Encontro - Auditório Itaú o José Luis Oreiro (Presidente da AKB e Professor do IE/UFRJ) o Yoshiaki Nakano (Diretor da FGV/EESP) o Nelson Marconi (Vice-Presidente da AKB e Professor da FGV/EESP) ü 18h45 às 19h00 – Entrega do II Prêmio AKB de Teses e Dissertações. ü 19h00 às 20h30 – Sessão Especial: “Macroeconomia e desenvolvimento: homenagem a Luiz Gonzaga Belluzzo” - Auditório Itaú o Coordenador: Luiz Fernando de Paula (Professor Titular da FCE/UERJ) o Palestrantes: Julio Gomes de Almeida (Professor do IE-Unicamp), Frederico Mazzucchelli (Professor Livre-Docente do IE-Unicamp) ü 20h30 - Coquetel - Auditório Itaú 7 14/08/2014 ü 09:00-10:45 – Sessões Ordinárias • Mesa 1 - Câmbio, indústria e crescimento (Presidente: José Luis Oreiro) – Sala 1102 – 10º andar o Teses equivocadas no debate sobre desindustrialização. Autor(es): José Luis Oreiro (IE-UFRJ) e Nelson Marconi (FGV-SP). o Desalinhamento cambial, volatilidade cambial e crescimento econômico: uma análise para a economia brasileira (1995-2011). Autor(es): Aderbal Damasceno (IE-UFU) e Flávio Vilela Vieira (IE-UFU). o Política cambial, estrutura produtiva e crescimento econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil. Autor(es): Eliane Cristina Araújo (UEM) e Samuel Costa Peres. • Mesa 2 - Financiamento do desenvolvimento (Presidente: Ana Rosa de Mendonça). - Sala 1003 – 10º andar o Funcionalidade dos sistemas financeiros e o financiamento a pequenas e médias empresas: o caso do crowdfunding: Autor(es): Noberto Martins (IE-UFRJ). o Financiamento do investimento e o papel dos bancos de desenvolvimento na perspectiva pós-keynesiana: uma resenha bibliográfica. Autor(es): Ricardo Agostini Martini (BNDES). o Notes on development banks and the investment decision: finance and coordination. Autor(es): Ana Rosa Ribeiro de Mendonça (IE-UNICAMP). o Inovação e Finanças: da visão míope à correção refrativa. Autor(es): Marília Bassetti Marcato e Fernanda Oliveira Ultremare (UNICAMP) • Mesa 3 – Demanda e investimento: questões teóricas e empíricas (Presidente: Eliane Araujo). - Sala 1006 – 10º andar o Determinantes macroeconômicos dos investimentos privados no Brasil (1996-2012). Autor(es): Marcos Tadeu Caputi Lélis (UNISINOS), Sabrina Monique Schenato Bredow (UNISINOS), André Moreira Cunha (UFRGS). 8 o Decisões de investimento e indicadores contábeis: uma análise da condição financeira e do IDE das transnacionais mais relevantes para o Brasil. Autor(es): Silas Thomaz da Silva, Marcelo Sartorio Loural o Uma investigação empírica sobre os determinantes do investimento no Brasil (1995-2013). Autor(es): Erica Oliveira Gonzales (UnB), Allan Silveira dos Santos. o • The access to demand. Autor(es): Luiz Carlos Bresser Pereira (FVG-SP) Mesa 4 - Teoria econômica: abordagens heterodoxas (Presidente: Fernando Cardim de Carvalho). - Sala 1007 – 10º andar o Pós-keynesianos e instuticionalistas: em busca de mútuas contribuições: Autor(es): Bruno Paim (FEE-RS) e Emanuel Heuser. o Which developmentalism? A Keynesian-Institutionalist proposal. Autor(es): Fernando Ferrari Filho (UFRGS) e Pedro Cezar Dutra Fonseca (UFRGS). o Incerteza, tomada de decisão, hábito e instituição: uma possível articulação entre keynesianos e neoinstitucionalistas. Autor(es): Fábio Terra (IE-UFU) e Gustavo Chagas Goudard (UFRGS). o O desenvolvimento econômico: uma proposta de abordagem teórica evolucionária e institucionalista. Autor(es): Herton Castiglioni Lopes (UFFS) • Mesa 5 – Economia brasileira: finanças públicas, moeda e crédito (Presidente: Giuliano Contento de Oliveira) - Sala 1004 – 10º andar o Análise da distribuição espacial do impacto da política monetária sobre o crédito per capita na região sudeste do Brasil. Autor(es): Bruno Henrique Picon de Carvalho, Patrícia Lopes Rosado, Simone de Faria Narciso Shiki, Luiz Eduardo de Vasconcelos Rocha. o Moeda e crescimento: uma análise para os municípios brasileiros (2000 a 2010). Autor(es): Fábio Gama, Suzana Bastos, Ana Maria H. C. de Oliveira. o As finanças públicas e o impacto fiscal entre 2003 e 2012: dez anos de governo do Partido dos Trabalhadores. Autor(es): Fernando Maccari Lara, Roberto de Souza Rodrigues, Carlos Pinkusfeld Bastos. o Salário mínimo e impacto nas finanças públicas no período 2004 – 2013. Autor(es): Denise Lobato Gentil e Victor Leonardo de Araújo. ü 10h45-11h15 – Coffee Break – Auditório Itaú 9 ü 11h15 às 12h45 - Sessão Especial: “Macrodinâmica Pós-Keynesiana” Auditório Itaú. o Coordenador: José Luis Oreiro (UFRJ/IE) o Palestrantes: Mark Setterfield (New School of Social Research), Gilberto Tadeu Lima (FEA/USP) ü 12h45 às 13h30 – Brunch – Auditório Itaú ü 13h30 às 15h00 - Sessão Especial: “Câmbio, Indústria e Crescimento” Auditório Itaú o Coordenador: Luiz Fernando de Paula (UERJ) o Palestrantes: Fernando de Holanda Barbosa (FGV/EPGE), José Luis Oreiro (UFRJ/IE), Nelson Marconi (FGV/EESP), Samuel Pessoa (FGV/IBRE) ü 15h15 às 17h00 – Sessões Ordinárias • Mesa 6 – Política Monetária e inflação: o caso brasileiro (Presidente: Fábio Terra). - Sala 1007 – 10º andar o Taxa de juros no regime de metas de inflação da economia brasileira: uma análise empírica. Autor(es): Luma de Oliveira e Mateus Boldrine Abrita (UEMS). o Uma leitura pós-keynesiana da dinâmica de preços e da política monetária no Brasil pós-Metas de Inflação: uma análise por Vetores Autorregressivos. Autor(es): Guilherme Jonas Costa da Silva (IE-UFU), Fábio Terra (IE-UFU), Ana Paula Coutinho (BTG-Pactual). o Política monetária nos anos de 2011 e 2012: rupturas ou continuísmo?. Autor(es): Brunno Henrique Sibin (IE-Unicamp) e Ana Rosa Ribeiro de Mendonça (IE-UNICAMP). o A inflação no Brasil: uma crítica à atual política monetária e a alternativa pós-keynesiana. Autor(es):Anderson Nunes de Carvalho Vieira Alexandro Rodrigues Ribeiro, Dirceu Grasel. • Mesa 7 - Teoria econômica: contribuições kaleckianas (Presidente: Otávio Conceição) - Sala 1004 – 10º andar o Distribuição e crescimento: uma análise do padrão de crescimento da demanda a partir de uma perspectiva neokaleckiana para o Brasil de 1956 a 2008 usando vetores autorregresivos (VAR). Autor(es): Patieene Alves Passoni e Janaina da Silva Alves. 10 o Kalecki, complexidade e subdesenvolvimento. Autor(es): Fernanda Graziella Cardoso. o Endividamento dos trabalhadores, consumo autônomo e acumulação de capital em um modelo kaleckiano de crescimento e ciclo. Autor(es):Leandro da Silva Fagundes (UFRRJ). o Emprego, investimento e classes: uma proposta de socialização dos investimentos a partir de Kalecki e Meidner. Autor(es):Marcelo Soares de Carvalho. • Mesa 8 – Inovação tecnológica e crescimento econômico (Presidente: Gilberto Tadeu Lima) - Sala 1006 – 10º andar o Inovação e capacidade exportadora: evidência para empresas brasileiras. Autor(es):Luciana Carvalho (IE-UFU) e Ana Paula Avellar (IEUFU). o Crescimento econômico, exportações e sistema nacional de inovação em um modelo com restrição externa: evidências para o Brasil. Autor(es): Fabricio J. Missio (UEMS) e Luciano F. Gabriel (UFMG). o Exchange rate, income distribution and technical chance in a balanceof-payments constrained growth model. Autor(es): Rafael Saulo Marques Ribeiro, Gilberto Tadeu Lima (FEA-USP), John S. L. McCombie (University of Cambridge). o O processo de inserção da economia brasileira nos paradigmas tecnoeconômicos da produção em massa e da tecnologia da informação. Jonattan Castelli • Mesa 9 – Economia brasileira: a questão da produtividade (Presidente: Flavio Basílio) - Sala 1003 – 10º andar o Esforço inovativo, inovação e produtividade: análise em nível da firma no Brasil. Autor(es): Felipe Queiroz Silva (IE-UFU) e Ana Paula Avellar (IE-UFU). o Produtividade do trabalho nos setores formal e informal no Brasil: uma avaliação do período recente. Autor(es): Gabriel Coelho Squeff (IPEADF). o Economia brasileira em retrospectiva: análise da produtividade do trabalho pós-Plano Real. Autor(es): Laura Díaz Abramo (Min. Fazenda) e Flávio Augusto Corrêa Basilio (Min. Fazenda). o O aumento da demanda estimula a produtividade? Uma análise de Causalidade de Granger para a manufatura brasileira. Autor(es): Henrique Morrone (UFRGS) 11 • • Mesa 10 – A Macroeconomia da Zona do Euro (Presidente: Luiz Carlos Bresser-Pereira). - Sala 1102 – 10º andar o A teoria da área monetária ótima e a experiência do Euro: lições significativas. Autor(es): Ludmila Giuli Pedroso, André Maia Gomes Lages (UFAL), Manoel Joaquim de Arruda Neto. o Soberania, taxa de câmbio e a crise do euro. Autor(es): Luiz Carlos Bresser Pereira (FGV-SP) e Pedro Rossi (IE-UNICAMP). o O Euro e a crise europeia recente vis-à-vis o padrão-ouro e a Grande Depressão: institucionalidades, especificidades e interfaces. Autor(es):Giuliano Contento de Oliveira (IE-UNICAMP) e Paulo José Whitaker Wolf . • Sessão especial “O programa de pesquisa Keynesiano-Estruturalista na DIMAC/IPEA” - Auditório Itaú. o Coordenador: Claudio Hamilton dos Santos (IPEA) o Palestrantes: Claudio Hamilton dos Santos, Claudio Armitrano e Gabriel Squeff (IPEA) o Debatedor: Laura Carvalho (FGV/EESP) ü 17h15 às 19h00 – Sessões Ordinárias • Mesa 11 – Teoria econômica: abordagens heterodoxas (Presidente: Alain Herscovici) - Sala 1003 – 10º andar o O problema da realização econômica reinterpretado a partir de um novo paradigma. Autor(es): Paulo Van Noije e Bruno De Conti (IEUNICAMP). o Multiplicadores de emprego e renda: uma ponte necessária entre a teoria da produção e a macroeconomia. Autor(es):Fabrício Pitombo Leite (UFRN). o Teoria da renda diferencial e heterogeneidade do capital: uma análise neoricardiana. Autor(es): Alain Herscovici (UFES). o A instabilidade dual do capitalismo e a construção do consenso heterodoxo. Autor(es): Patieene Alves Passoni e Paulo Fernando de M. B. Cavalcanti Filho (UFPB). • Mesa 12 – Abordagens heterodoxas do comércio internacional (Presidente: Ricardo Araujo). - Sala 1102 – 10º andar 12 o Conciliating Prebisch-Singer and Thirlwall: an assessment of the dynamics of terms-of-trade in a balance-of-payments-constraint growth model. Autor(es): Marwil Dávila-Fernández e Adriana Amado (UNB). o Um novo olhar sobre um artigo debate: a tese de Prebisch-Singer é, ainda, válida? Autor(es): Luiz Carlos D. Prado (IE-UFRJ), Julia Ferreira Torraca , Julio Castro Alves de Lima e Silva. o The multi-sectoral Thirlwall’s Law: evidence from 14 western European countries using product level data. Autor(es): João P. Romero (University of Cambridge), John S. L. McCombie (University of Cambridge). o • A Multi-sectorial assessment of the static Harrod foreign trade multiplier. Autor(es): Andrew B. Trigg e Ricardo Azevedo Araújo (UNB). Mesa 13 - Diferentes perspectivas sobre o crescimento econômico (Presidente: Fábio Freitas). - Sala 1006 – 10º andar o Effective demand and sustained trajectories of economic growth: a post-keynesian-structuralist-developmental perspective. Autor(es): Roberto A. Z. Borghi (University of Cambridge). o Growth rate and level effects, the adjustment of capacity to demand and the Sraffian supermultiplier. Autor(es): Franklin Serrano (IE-UFRJ) e Fábio Freitas (IE-UFRJ). o A sectoral approach to the impact of increasing returns on countries’ long-term growth. Autor(es): Guilherme Riccioppo Magacho (University of Cambridge). o • Alternative economic policy under a regime with inflation targeting, primary surpluses and a floating exchange rate: an analysis for developing economies. Autor(es): Ricardo Ramalhete Moreira (UFES) Mesa 14 - Economias emergentes (Presidente: Igor Rocha). - Sala 1007 – 10º andar o The new millennium Argentine saga: from Crisis to success and from success to failure. Autor(es): Mario Damill (CEDES), Roberto Frenkel (CEDES), Martín Rapetti (CEDES). o One decade of economic recovery in Argentina (2003-2013): an empirical evaluation. Autor(es):Vitor Schincariol (UFABC). o A macroeconomia da federação Russa do tratamento de choque à recuperação nacionalista: uma interpretação heterodoxa. Autor(es): Franklin Serrano (IE-UFRJ) e Numa Mazat. o Leading sectors and productive structural dynamic: an input-output analysis contrasting Brazil and the other BRICs. Autor(es): Nelson 13 Marconi (FGV/EESP), Guilherme R. Magacho (University of Cambridge), Igor Rocha (University of Cambridge) • Mesa 15 – Finanças internacionais (Presidente: Marco Flavio Resende). - Sala 1004 – 10º andar o Divisa-chave, elasticidade, liquidez internacional e autonomia de política econômica no Sistema Monetário Internacional. Autor(es): Adriano Vilela Sampaio e Maurício Andrade Weiss o Keynes at the periphery: currency hierarchies and its challenges for economic policy in emerging economies. Autor(es): Barbara Fritz (Free University of Berlin), Daniela M. Prates (IE-UNICAMP) e Luiz Fernando de Paula (UERJ) o A hierarquia de moedas e a relação centro-periferia revisitada. Autor(es): Alex Wilhans A. Palludeto e Saulo Cabello Abouchedid o Dolarização financeira e liquidez internacional na abordagem póskeynesiana. Autor(es): Fabrício A. C. Vieira e Marco F. C. Resende (CEDEPLAR-UFMG) • Sessão Especial “The Economics of Fraud” - Auditório Itaú o Robert E. Prasch (Middlebury College). o Coordenador: Fernando Ferrari Filho (UFRGS) ü 19h15-20h30 – Assembleia Geral da AKB. Auditório Itaú. 14 15/08/2014 ü 08h00 às 09h45 – Sessões Ordinárias • Mesa 16 - Mercado de capitais: questões teóricas e empíricas (Presidente: Fabricio José Missio). - Sala 1003 – 10º andar o Estrutura de controle e governança corporativa das empresas nãofinanceiras do novo mercado e N2 da Bovespa. Autor(es): Bernardo Pádua J. de Miranda, Marco Aurélio C. Afonso, Fabiana B. Teixeira dos Santos. o Hipótese da instabilidade financeira e o modelo de gestão corporativa, o shareholder value. Autor(es): Luma Souza Ramos e Jaime Ernesto Winter Hughes Léon. o Formação de expectativas e comportamento econômico no mercado de capitais: uma análise para o Brasil no período entre 2003 e 2012. Autor(es): João Paulo Morais e Daniela Almeida Raposo Torres (UFSJ). o Produção de petróleo: uma abordagem sob a ótica do custo de uso e da especulação. Autor(es): Breno Carvalho Roos e Márcia Maria de O. Bezerra (UFRN) • Mesa 17 - Teoria econômica: história do pensamento keynesiano (Presidente: Gabriel Mandarino). - Sala 1006 – 10º andar o O debate Keynes-Tinbergen: relato histórico de uma controvérsia sobre a origem da econometria. Autor(es): Rafael Galvão de Almeida. o John Maynard Keynes e a teoria das relações internacionais: um resgate do “internacional” na filosofia social keynesiana. Autor(es): Felipe Nogueira da Cruz (IE-UFU). o A taxa normal de utilização da capacidade produtiva pode ser considerada uma convenção? Autor(es): Gabriel Mandarino. o Crítica pós-keynesiana a revisão do Novo Consenso Macroeconômico. Autor(es): Paulo Jose Saraiva (UFJF) e Luiz Fernando de Paula (UERJ). • Mesa 18 – Economia brasileira e Mercosul: comércio exterior (Presidente: Carolina Baltar) - Sala 1206 – 12º andar o A estrutura tecnológica da pauta comercial brasileira nos anos 2000: uma análise subnacional. Autor(es): Tomás Amaral Torezani (UFRGS) e Antônio Carlos de Campos (UEM) 15 o Da fragmentação produtiva à especialização comercial: uma análise para o Mercosul entre 1992 e 2012. Autor(es): Kaio Glauber Vital da Costa. o Brazilian export dynamism and the threat of Chinese exports from 2008 to 2012. Autor(es): Carolina Troncoso Baltar e Daniela Magalhães Prates (IE-UNICAMP). o Por que a elasticidade-câmbio das importações é baixa no Brasil? Evidências a partir das desagregações das importações por categorias de uso. Autor(es): Cláudio Hamilton M. dos Santos (DIMAC-IPEA), André G. Cieplinsk, Débora Pimentel , Gustavo Bhering. • Mesa 19 - Taxa de Câmbio (Presidente: Lauro Mattei). - Sala 1004 – 10º andar o A taxa de câmbio como instrumento do desenvolvimento econômico. Autor(es):Lauro Mattei (UFSC) e Thaís Ortega Scaramuzzi. o Fluxos de capitais versus exportações de commodities: efeitos sobre a taxa de câmbio real brasileira no período 2000-2013. Autor(es): Michele Poline Veríssimo (IE-UFU) e Vanessa da Costa Val Munhoz (IEUFU). o • Restrição de divisas e política cambial no Brasil pós-Segunda Guerra Mundial. Autor(es): Paulo Van Noije e Julio Manuel Pires Mesa 20 - Instabilidade financeira e a Crise do Subprime (Presidente: Maryse Fahri). - Sala 1102 – 10º andar o Revelations from the crisis: Treasury and central bank´s relations in a fiat money system. Autor(es): Maryse Farhi (IE-UNICAMP). o O Fed antes da crise: erros de percepção ou de concepção? Análises das atas do Fomc e das falas de Greenspan e de Bernanke de 2001 a 2007. Autor(es): Daniel Nicolau Ferrara e Carlos Eduardo Carvalho (PUCSP). o Agências de classificação de risco e regulação após a crise de 2008: uma abordagem pós-keynesiana. Autor(es): Cristina B. de Souza Rossetto e Guilherme Ricardo dos Santos Souza e Silva (UFPR). o Do risco crescente à instabilidade financeira: uma conexão entre as abordagens de Kalecki e Minsky. Autor(es): Daniel Nogueira Silva e Andreia Andrade dos Santos. ü 09h45-10h00 – Coffee Break – Auditório Itaú ü 10h00-11h45 – Sessões Ordinárias 16 • Mesa 21 - Inflação e política monetária: questões teóricas e empíricas (Presidente: Alexandre Salles). - Sala 1004 – 10º andar o Teorias da inflação: uma abordagem heterodoxa. Autor(es): Karla Vanessa B. S Leite (UEM). o A curva de Rangel: origem, desenvolvimento e a formalização de Bresser-Pereira e Nakano. Autor(es): Osmani Pontes Moreno (IE-UFRJ) e Andre de Melo Modenesi (IE-UFRJ). o Política monetária e regimes macroeconômicos: uma análise empírica com base em um modelo MS-VAR. Autor(es): Mateus Ramalho Ribeiro da Fonseca (UFRGS) e Eliane Cristina de Araujo (UEM). o O paradigma sistêmico e sua contribuição para a abordagem póskeynesiana da política monetária. Autor(es): Tales Rabelo Freitas (UFES) e Alexandre Ottoni Teatini Salles (UFES). • Mesa 22 - Economia brasileira: desempenho macroeconômico (Presidente: Marcos Lamonica). - Sala 1206 – 12º andar o Accumulation pattern of the Brazilian economy in the 1990s and 2000s. Autor(es): Carmem Feijo (UFF), Marcos Tostes Lamonica (UFF), Julio Cesar Albuquerque Bastos o Mobilidade de capitais e performance macroeconômica: evidências para a economia brasileira no período 1999 – 2012. Autor(es): Antoniele D`Lean Pereira, Antônio M. Queiroz (UFG e IE-UFU), Sabrina F. de Queiroz (UFG), Sérgio Fornazier M. Filho (UFG). o Insuficiência de poupança ou alocação improdutiva de capital na economia brasileira? Limites de um discurso pré-keynesiano à luz dos fatos estilizados do período recente. Autor(es): Miguel Bruno (UERJ) e Ricardo Caffe. o • Distribuição funcional da renda e crescimento econômico: uma análise da dinâmica econômica brasileira no período de 1991 a 2013. Autor(es): Vitor Carvalho Lira e Antônio Ricardo Dantas Caffé. Mesa 23 - Comportamento bancário, crédito e mercado imobiliário (Presidente: Elton Casagrande). - Sala 1003 – 10º andar o The behavior of the residential building construction in Brazil: 20082013. Autor(es): Elton Eustáquio Casagrande (UNESP-Araraquara) e Cláudio Cesar Paiva. o Determinantes macroeconômicos e o papel das expectativas: uma análise do spread bancário no Brasil (2003-2011). Tarciso Gouveia da Silva (IE-UFRJ) e Eduardo Pontual Ribeiro (IE-UFRJ). 17 o A expansão do crédito e a valorização dos imóveis residenciais no Brasil (2005 a 2013). Autor(es): Rafael Fagundes Cagnin e Claudia Magalhães Eloy. • Mesa 24 - Dinâmica econômica (Presidente: Ricardo Dathein). - Sala 1006 – 10º andar o O princípio da demanda efetiva e a relação entre demanda efetiva, propensão a consumir e multiplicador da renda em Keynes. Autor(es): André Cutrim Carvalho e David Ferreira Carvalho. o Mudança estrutural como estratégia de desenvolvimento: a eficiência dinâmica em perspectiva. Autor(es): Tomás Amaral Torezani (UFRGS), Denise Piper (UFRGS), Ricardo Dathein (UFRGS). o Choques da financeirização e elasticidade do crédito: alguns experimentos stock-flow consistente. Autor(es): Paulo Francisco do Nascimento e Antonio Carlos M. e Silva (IE-UNICAMP) o • O princípio da demanda efetiva e a determinação da oferta de trabalho e dos salários nominais na Teoria Geral: novas luzes? Autor(es): André Luís Cabral de Lourenço (UFRN) Mesa 25 - Determinação da taxa de câmbio (Presidente: Ricardo Summa). Sala 1102 – 10º andar o Relação entre a taxa de câmbio e taxa de juros: uma avaliação crítica aos teoremas de paridade e um proposta alternativa. Autor(es): Ricardo Summa (IE-UFRJ) e André Cieplinski. o Visões pós-keynesianas sobre a determinação da taxa de câmbio. Autor(es): Alexandre J. de Freitas e Marcelo P. Fernandes. o Financial integration and exchange rate determination: a Brazilian case study. Autor(es): Annina Kaltenbrunner (University of Leeds). ü 12h00 às 13h30 • Sessão Especial: “Crescimento Econômico, Desindustrialização e Doença Holandesa: a experiência da América Latina e Europa” - Auditório Itaú. o Coordenador: Nelson Marconi (FGV/EESP) o Palestrantes: Roberto Frenkel (CEDES), Luiz Carlos Bresser-Pereira (FGV/EESP), Lionello Punzo (Università di Siena). ü 13:30 -13:45 Sessão de Encerramento do Encontro – Auditório Itaú. o José Luis Oreiro (UFRJ) e Nelson Marconi (FGV/EESP). 18 Resumos dos Artigos Aprovados Accumulation Pattern of the Brazilian Economy in the 1990s and 2000s Autor(es): Carmem Feijo (UFF), Marcos Tostes Lamonica (UFF), Julio Cesar Albuquerque Bastos Resumo: Este artigo investiga as relações dinâmicas entre a distribuição de renda, a relação dívida e acumulação de capital na economia brasileira nos anos 1990 e 2000. Uma explicação para o crescimento relativamente lento da economia brasileira é a baixa taxa de investimento. O trabalho apresenta um modelo econométrico, com base em Nishi (2012), para investigar as causas da instabilidade do investimento no período. Conclui-se que a economia brasileira desde a abertura econômica apresenta um padrão ‘debt-burned’ de acumulação de capital. Palavras-Chave: Economia Brasileira, Regimes de Crescimento , VAR Estrutural AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E REGULAÇÃO APÓS A CRISE DE 2008: UMA ABORDAGEM PÓS-KEYNESIANA Autor(es): Cristina B. de Souza Rossetto e Guilherme Ricardo dos Santos Souza e Silva (UFPR). Resumo: O objetivo central deste artigo é a discussão do papel das agências de rating no sistema financeiro, observando benefícios e limites de sua ação. O trabalho não se dedica às causas da crise econômica de 2008, mas resgata os acontecimentos que tornaram a crise particularmente importante para a história das agências de rating. Um segundo objetivo do artigo é abordar as discussões ou resoluções sobre novos marcos regulatórios para as agências de rating e para o sistema financeiro como um todo. A base teórica proposta para análise é de inspiração pós-keynesiana, com destaque para as contribuições de Minsky e Davidson. Os referidos autores demonstram a importância da regulação do funcionamento das AR, mas destacam a necessidade de reformas profundas e duradouras no sistema financeiro de modo a reduzir as instabilidades geradas pelos mercados. A curva de Rangel: origem, desenvolvimento e a formalização de Bresser-Pereira e Nakano Autor(es): Osmani Pontes Moreno (IE-UFRJ) e Andre de Melo Modenesi (IE-UFRJ). Resumo: Para Rangel a inflação é causada por oligopólios e é necessária, pois evita uma depressão em uma economia com baixa propensão a consumir. Diante da inflação, o governo emite moeda para evitar uma crise de liquidez. Essa visão se opõe duplamente ao pensamento monetarista: enxerga uma funcionalidade da inflação e inverte a relação de causalidade da TQM. Bresser e Nakano são influenciados pela 19 visão de Rangel ao considerarem a inflação causada por oligopólios e ao identificarem um papel sancionador do Estado. No entanto, esses autores vão além e sustentam que em períodos de recessão a inflação se acelera, explicitando assim a curva de Rangel. Palavras-Chave: curva de Rangel; inflação; oligopólios; crescimento. A expansão do crédito e a valorização dos imóveis residenciais no Brasil (2005 a 2013) Autor(es): Rafael Fagundes Cagnin e Claudia Magalhães Eloy. Resumo: Esse artigo tem o objetivo de discutir a expansão do financiamento habitacional no Brasil entre 2005 e 2013 e seu desdobramento sobre a evolução dos preços das residências. Em um primeiro momento, mudanças regulamentares estiveram desse processo. O aquecimento do mercado de trabalho e o crescimento da renda das famílias, bem como a redução do patamar de juros do país, ampliaram a capacidade de endividamento das famílias, aumentando a demanda por essas operações. Em seguida, a partir de 2008, atuou a política anticíclica do governo federal, por meio dos bancos públicos e da ampliação de subsídios à habitação (Programa Minha Casa Minha Vida). A solvabilização da demanda em um mercado onde a oferta tem baixa elasticidade, como é o caso do mercado imobiliário, traduziuse em forte elevação dos preços, a ponto de a discussão sobre a existência de “bolha” nesse mercado ter se tornado frequente. A hierarquia de moedas e a relação centro-periferia revisitada. Autor(es): Alex Wilhans A. Palludeto e Saulo Cabello Abouchedid Resumo: O presente trabalho tem por objetivo reavaliar a relação centro-periferia à luz dos desenvolvimentos recentes do sistema monetário internacional, com particular destaque à hierarquia de moedas. Com efeito, o foco de análise da relação centroperiferia na literatura tem sido a divisão internacional do trabalho, o ritmo e difusão do progresso técnico a ela associados e o padrão de consumo que ela incorpora. Os teóricos da relação centro-periferia conferiram, de fato, pouca importância à dimensão financeira do capitalismo mundial. No entanto, parece ser esta, hoje, seu aspecto mais relevante. De acordo com a hipótese aqui adotada, a esfera financeira, sobretudo a hierarquia de moedas, é um aspecto essencial para se compreender a relação centroperiferia contemporânea, sobretudo no que se refere ao grau de autonomia de política dos países periféricos, uma das principais dimensões nas quais se manifesta. O artigo está organizado em cinco seções: uma breve introdução; a segunda seção, que se dedica ao exame sumário das teorias da relação centro-periferia; a seção seguinte, que trata da hierarquia de moedas e suas implicações; a quarta seção, que apresenta as principais consequências dessa estrutura hierárquica sobre as economias periféricas; e as considerações finais, à guisa de conclusão. Palavras-chave: hierarquia de moedas; centro-periferia; desenvolvimento. 20 A inflação no Brasil: uma crítica à atual política monetária e a alternativa póskeynesiana Autor(es):Anderson Nunes de Carvalho Vieira Alexandro Rodrigues Ribeiro, Dirceu Grasel Resumo: O presente estudo busca primeiramente conceituar um dos fenômenos mais estudado nas ciências econômicas que é a inflação. Feito tal conceituação realizou-se uma pesquisa dos seus principais tipos e aquelas que estão mais ligadas com o processo inflacionário brasileiro. Com isso foi possível identificar quais os tipos de inflação que afeta a economia brasileira atualmente e quais as políticas que estão sendo adotadas pelo governo para conter o crescimento inflacionário. Posteriormente foi realizada uma abordagem das variáveis causadoras desse fenômeno e a constatação da saturação da atual política monetária praticada pelo governo federal. A constatação de tal saturação levou a compreensão de que tais políticas não estão mais realizando uma resolução de problemas e sim amenizando e controlando o processo inflacionário. Por fim, foi proposto através da ótica do pensamento keynesiano, as principais medidas que o governo poderia adotar para obter resultados mais satisfatórios concernentes ao controle e a estabilização de preços na economia. Palavras-chave: Inflação, Política, Economia. A INSTABILIDADE DUAL DO CAPITALISMO E A CONSTRUÇÃO DO CONSENSO HETERODOXO Autor(es): Patieene Alves Passoni e Paulo Fernando de M. B. Cavalcanti Filho (UFPB) Resumo: Este estudo tem como objetivo identificar e distinguir analiticamente os tipos de instabilidade econômica presentes nas teorias de Marx, Schumpeter, Kalecki, Keynes e Minsky. Para tal exercício se fez uso dos conceitos de instabilidade dinâmica e estrutural, desenvolvidos por Vercelli (1985, 1999, 2008), buscando compreender as ideias centrais dos autores. Com a análise destas teorias, percebeu-se a existência de instabilidade dinâmica e estrutural em todas, alterando-se apenas o grau de importância de cada processo, bem como a relação existente entre estes dois processos. A partir desta classificação e hierarquização se conclui que é possível afirmar um consenso macroeconômico no tocante às interações entre a instabilidade dinâmica e a instabilidade estrutural configuram um processo dual, com alteração na estrutura monetário-financeira, geradas pelo papel da moeda e do crédito, e produtivotecnológica, derivadas da introdução de inovações em geral. Palavras-chave: Instabilidade dinâmica. Instabilidade estrutural. Teoria econômica. Macroeconomia. 21 A MACROECONOMIA DA FEDERAÇÃO RUSSA DO TRATAMENTO DE CHOQUE À RECUPERAÇÃO NACIONALISTA: UMA INTERPRETAÇÃO HETERODOXA Autor(es): Franklin Serrano (IE-UFRJ) e Numa Mazat Resumo: Este artigo discute a relação entre crescimento econômico e regimes de política econômica na Federação Russa, desde sua criação no final de 1991 até os dias de hoje. As características centrais do período de recessão prolongada da economia russa entre 1992 e 1998 são analisadas. Este trabalho estuda, também, a recuperação nacionalista da economia russa, entre 1998 e 2008, mostrando como a mudança do regime de política econômica foi o elemento central para a retomada do crescimento. Enfim, o impacto da crise mundial de 2008 sobre a economia russa é brevemente discutido. A Multi-sectorial Assessment of the Static Harrod Foreign Trade Multiplier. Autor(es): Andrew B. Trigg e Ricardo Azevedo Araújo (UNB) Resumo: With this inquiry we seek to develop a multi-sectorial version of the static Harrod foreign trade multiplier, by showing that indeed it can be derived from an extended version of the Pasinettian model of structural change to international trade. This new version highlights the connections between balance of payment and the level of employment and production. It is also shown that departing from this disaggregated version of the Harrod foreign multiplier we can arrive at the aggregated version thus proving the consistency of our analysis. By following this approach we go a step further in establishing the connections between the Structural Economic Dynamic and Balance-of-Payments Constrained Growth approaches. Keywords: structural economic dynamics; foreign trade multiplier; balance-ofpayments constrained growth. A Sectoral approach to the impact of increasing returns on countries’ long-term growth Autor(es): Guilherme Riccioppo Magacho (University of Cambridge) Resumo: Embora mudanças estruturais sejam essenciais para o entendimento do processo de divergência de renda entre os países, isso não foi completamente incorporado nos modelos Kaldorianos. Consequentemente, esses modelos não apresentam uma explicação consistente para as origens do processo de causação cumulativa em uma economia aberta. Esse artigo busca apresentar uma perspectiva setorial para o crescimento econômico de longo prazo e para a divergência de renda entre os países, assim como aplicá-la para identificar quais são os setores capazes de garantir altas e sustentáveis taxas de crescimento. Em síntese, verifica-se que as elasticidades-renda setoriais das importações e exportações e diferenças setoriais no 22 grau de returnos de escala são variáveis complementares para explicar a origem de processos de causação cumulativa e o crescimento de longo prazo dos países. Palavras-chave: Dinâmica Estrutural, Crescimento restrito pelo Balanço de Pagamentos, Causação Cumulativa, Lei de Verdoorn. A Taxa de Câmbio Como Instrumento de Desenvolvimento Econômico Autor(es):Lauro Mattei (UFSC) e Thaís Ortega Scaramuzzi Resumo: O artigo discute a importância da taxa de câmbio no processo de desenvolvimento econômico. Após fazer uma breve discussão do tema, apresenta-se um histórico sobre a política cambial no Brasil após 1995 no âmbito do programa de estabilização econômica. Neste caso, discutem-se os efeitos da política cambial sobre a indústria brasileira realçando-se o fato de que existem evidências empíricas que apontam para a desindustrialização. Este aspecto, em grande medida, é explicado pelo comportamento dos dados sobre intensidade tecnológica dos produtos exportados e importados. Recentemente, observou-se uma expansão bastante expressiva dos produtos não industriais na pauta do comércio externo do país, indicador que pode estar sinalizando a existência de um processo de desindustrialização em curso. Palavras-chave: política econômica, taxa de câmbio, desindustrialização A TAXA NORMAL DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA PODE SER CONSIDERADA UMA CONVENÇÃO? Autor(es): Gabriel Mandarino Resumo: O presente artigo tem como objetivo principal o estabelecimento de um diálogo acerca da determinação da taxa normal de utilização da capacidade produtiva, taxa esta que desempenha papel fundamental nas teorias de crescimento heterodoxas. Será argumentado que as convenções podem servir como guias para a tomada de decisões dos agentes em um ambiente de incerteza. Conclui-se que conceitos keynesianos como animal spiritis e confiança podem ser utilizados para a discussão da forma como os agentes tomam decisões concernentes à produção. Palavras-chaves: convenções, taxa de utilização da capacidade produtiva. A TEORIA DA ÁREA MONETÁRIA ÓTIMA E A EXPERIÊNCIA DO EURO: LIÇÕES SIGNIFICATIVAS. Autor(es): Ludmila Giuli Pedroso, André Maia Gomes Lages (UFAL), Manoel Joaquim de Arruda Neto Resumo: O presente trabalho desenvolve uma revisão de literatura sobre áreas ótimas monetárias, apontando a evolução teórica do tema e suas principais contribuições. À guisa de aplicação, o artigo dispõe do exemplo do Euro na União Europeia e questiona o possível abandono do critérios de convergência do bloco. Conclui-se que essa forma de condução da política sem uma coordenação macroeconômica o torna 23 mais vulnerável, como refletido no debate entre autores reconhecidos. ,Por fim, propõe-se uma agenda de pesquisa relativo ao tema para ser aplicada à outras possibilidades de áreas monetárias ótimas. Palavras-chave: Área Monetária Ótima; União Europeia; Tratado de Maastricht. Alternative economic policy under a regime with inflation targeting, primary surpluses and a floating exchange rate: an analysis for developing economies Autor(es): Ricardo Ramalhete Moreira (UFES) Resumo: Inflation targeting, primary surpluses and a floating exchange rate under supply and exchange-rate shocks can combine to create deleterious effects on the economic dynamic. This paper reports on computer simulation experiments using a dynamic and stochastic model that can incorporate different restrictions. In general, the data show that under supply and exchange-rate shocks, a better method for minimising social loss includes flexible inflation targeting, counter-cyclical primary surpluses and capital control without eliminating the floating exchange rate. Key-words: inflation targeting; primary surpluses; exchange rate fluctuation. ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO IMPACTO DA POLÍTICA MONETÁRIA SOBRE O CRÉDITO PER CAPITA MUNICIPAL NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL Autor(es): Bruno Henrique Picon de Carvalho, Patrícia Lopes Rosado, Simone de Faria Narciso Shiki, Luiz Eduardo de Vasconcelos Rocha Resumo: A política monetária está entre os temas mais debatidos da economia, porém, os modelos tradicionais de diferenças regionais não incorporam o papel da moeda. Esta assume um papel essencial, porque o investimento necessita ser financiado para que possa ser realizado além da restrição do capital inicial. Para este fim, os bancos assumem um papel essencial devido à ausência de substitutos perfeitos. Desta forma, o trabalho apresenta como objetivo identificar os determinantes das operações de crédito per capita municipal na região sudeste do Brasil. O método de análise utilizado foi o de painel dinâmico de Arellano e Bond. O principal resultado obtido foi que os choques monetários possuem efeitos diferenciados sobre os municípios. Nas regiões com muito crédito a política é menos efetiva e possui maior impacto do que nas regiões com menor crédito. Isto indica que devido a ausência de bancos regionais, dado uma elevação na taxa de juros, os bancos não apenas retiram a oferta, como deslocam parte dessa oferta das regiões com pouco crédito para as regiões com muito crédito, o que acentua o efeito na região periférica e ameniza o efeito sobre a região desenvolvida. Por outro lado, uma política monetária expansionista será mais efetiva nos municípios com menos crédito, pois essas regiões tendem a possuir uma maior demanda por crédito não atendida e maior oportunidade de investimentos. Assim, dado o atual cenário do mercado bancário brasileiro, conclui-se que o uso da política monetária pode acentuar ou diminuir as condições heterogênicas no acesso ao crédito, sendo que políticas monetárias restritivas não 24 apenas diminuem a atividade econômica e o crédito, mas podem aumentar a disparidade entre as regiões, e políticas expansionistas, além de incentivar atividade econômica, podem levar a convergência das condições de crédito entre os municípios. Palavras Chaves: Política monetária, crédito per capita, painel dinâmico. As finanças públicas e o impacto fiscal entre 2003 e 2012: dez anos de governo do Partido dos Trabalhadores Autor(es): Fernando Maccari Lara, Roberto de Souza Rodrigues, Carlos Pinkusfeld Bastos Resumo: Desde a crise externa no final da década de 1990, a economia brasileira adota um conjunto de políticas econômicas. Dentre essas medidas estava a meta de superávit primário como o principal objetivo da política fiscal, que é utilizado até hoje, mesmo com a entrada do Partido dos Trabalhadores (PT), oposição e crítico destas medidas. Este artigo tem por objetivo cotejar as finanças públicas e analisar política fiscal durante dez anos do governo do PT (2003 a 2012), contestando o instrumental meta de superávit primário. Para tanto, foram utilizados os dados oficiais do governo e o impacto fiscal (IF) a partir do princípio da demanda efetiva. Diante do estudo, chegou-se a conclusão de este instrumental tornou-se mais um dogma do que um instrumento racional de política econômica e de que o instrumental do IF é condizente com políticas econômicas que tem como meta o desemprego reduzido. Brazilian Export Dynamism and the Threat of Chinese Exports from 2008 to 2012 Autor(es): Carolina Troncoso Baltar e Daniela Magalhães Prates (IE-UNICAMP). Resumo: A trajetória de queda do superávit comercial brasileiro a partir de 2007 e o crescente aumento do déficit com bens manufaturados tem colocado em discussão o futuro do comércio exterior brasileiro. O crescimento econômico e da demanda externa da China foi um dos principais condicionantes do perfil atual desse comércio mediante dois efeitos antagônicos – o “efeito complementaridade”, que beneficiou as exportações brasileiras; e o “efeito concorrência”, associado à consolidação da China como produtora e exportadora de produtos manufaturados –, que se reforçaram após a crise financeira e econômica global de 2008-2009 devido à estratégia da China de aumentar sua presença na periferia capitalista para compensar a perda de dinamismo nas economias centrais.. Este artigo analisa o impacto do “efeito concorrência” das exportações chinesas após a crise sobre as exportações brasileiras para o Mercosul, Aladi e Nafta (que respondiam por 38% do total dessas exportações em 2008 e 32% em 2012) e conclui que o “efeito concorrência” das exportações chinesas – que já era expressivo em 2008 – aumentou ainda mais após a crise, deslocando exportações brasileiras de produtos manufaturados em tradicionais regiões de destino. Palavras-chave: relações comerciais China-América Latina, exportações brasileiras, crise global de 2008-2009. 25 Choques da financeirização e elasticidade do crédito: alguns experimentos stockflow consistent Autor(es): Paulo Francisco do Nascimento e Antonio Carlos M. e Silva (IE-UNICAMP) Resumo: O presente trabalho utiliza uma versão modificada do modelo stock-flow consistent (SFC) e neo-kaleckiano proposto por Dos Santos & Zezza (2005). O modelo – modificado pela inclusão do crédito ao consumo rentista e, num segundo momento, também do crédito ao consumo dos trabalhadores – é submetido a alguns dos “choques da financeirização” (aumento dos juros reais e da distribuição de dividendos, redução da emissão de ações), mas em dois contextos institucionais diferentes. Num deles, o crédito é infinitamente elástico. No contexto alternativo, a expansão do crédito acarreta uma elevação dos juros bancários, tanto ativos quanto passivos. As modificações não deixam de gerar os resultados paradoxais – e embaraçosos, do ponto de vista da economia política – encontrados em outros exercícios SFC neo-kaleckianos. Procuramos, porém, com base nessa empreitada, destilar alguns insights sobre o porquê desses resultados – e sugerir, a partir daí, alguns caminhos alternativos para a pesquisa teórica futura. Palavras-chave: financeirização; abordagem estoque-fluxo consistente; modelos macroeconômicos Conciliating Prebisch-Singer and Thirlwall: An assessment of the dynamics of terms-of-trade in a balance-of-payments-constraint growth model Autor(es): Marwil Dávila-Fernández e Adriana Amado (UNB). Resumo: Os modelos de crescimento balance of payments constrained podem ser utilizados para capturar importantes insights tanto da tradição keynesiana quanto estruturalista do pensamento econômico. Sugerimos que a Lei de Thirlwall corresponde a uma derivação matemática da regra de Prebisch. Dada sua similaridade, nos perguntamos por que a tese Prebisch-Singer da deterioração dos termos de troca não é incluída explicitamente no modelo. Dessa forma, este trabalho se propõe a estreitar a relação entre a Lei de Thirlwall e o pensamento cepalino através da inclusão na primeira de um componente que capte a hipótese de Prebisch-Singer, empregando para tal uma definição de taxa de câmbio real alternativa. Chamamos a expressão final obtida de regra Prebisch-Thirlwall. Propomo-nos ainda a endogeneizar a taxa de crescimento do produto e da produtividade a partir da combinação de nossa versão da lei de Thirlwall com a lei de Kaldor-Verdoorn CRESCIMENTO ECONÔMICO, EXPORTAÇÕES E SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÃO EM UM MODELO COM RESTRIÇÃO EXTERNA: EVIDÊNCIAS PARA O BRASIL Autor(es): Fabricio J. Missio (UEMS) e Luciano F. Gabriel (UFMG) Resumo: O objetivo do presente trabalho é investigar as inter-relações teóricas e empíricas entre o crescimento econômico, Sistema Nacional de Inovação (SNI) e as 26 exportações. Teoricamente, propõem-se alterações no modelo de Kaldor-DixonThirlwall que incorporem a hipótese de endogeneidade das elasticidades renda do comércio internacional e da produtividade. Posteriormente, realizam-se testes empíricos para o Brasil utilizando-se da metodologia de Vetores Auto Regressivos (VAR), funções de impulso repostas (FIR) e da análise da decomposição da variância (ADV). Os principais resultados mostram que após 10 trimestres as exportações de bens manufaturados afetam de maneira mais duradoura a taxa de crescimento do produto real trimestral, bem como que o grau de desenvolvimento do SNI tem efeitos importantes sobre as exportações. Ou seja, o grau de desenvolvimento do referido sistema é um determinante qualitativo do potencial produtivo, o qual exerce um papel central na explicação das exportações por fator agregado da produção nacional (e, portanto, também para as elasticidades renda da demanda), conforme os pressupostos teóricos apresentados. Palavras Chaves: Crescimento Econômico; Exportações, endogeneidade das elasticidades e Sistema Nacional de Inovações. CRÍTICA PÓS-KEYNESIANA A REVISÃO DO NOVO MACROECONÔMICO . Autor(es): Paulo Jose Saraiva (UFJF) e Luiz Fernando de Paula (UERJ) CONSENSO Resumo: O presente artigo tem por objetivo efetuar uma crítica a revisão do Novo Consenso Macroeconômico, a partir de uma abordagem keynesiana. Inicialmente são apresentados os elementos teóricos que foram reafirmados pelos autores do Novo Consenso e na sequencia são avaliadas as propostas de flexibilização do regime de metas de inflação. Finalmente conclui-se que a essência da visão ortodoxa foi mantida e as propostas de mudança são apenas superficiais, na medida em que corresponde “mais do mesmo”. Palavras-chave: Novo Consenso Macroeconômico, Política Monetária, Regime de metas de Inflação, Economia Monetária da Produção. Da fragmentação produtiva à especialização comercial: uma análise para o Mercosul entre 1992 e 2012 Autor(es): Kaio Glauber Vital da Costa Resumo: O objetivo deste artigo é analisar quais os impactos do atual processo de fragmentação dos processos produtivos sobre o padrão de especialização comercial dos países pertencentes ao Mercosul. Em primeiro lugar, localizamos teoricamente a análise, definindo os conceitos e termos que foram utilizados ao longo do estudo. Em seguida, mostramos como a fragmentação produtiva ou a formação de redes globais de produção reforçou o padrão de especialização comercial vigente nos países do Mercosul: exportações de recursos naturais semi-processados e operações de montagem de bens finais. A hipótese que serve de fio condutor ao presente estudo é a de que a participação dos países nas redes globais de produção não gerou, per se, fortes efeitos de transbordamento para as economias da região. Na verdade, a 27 participação nas etapas da cadeia de produção global intensivas em mão de obra e de baixa e média qualificação, característica das economias do Mercosul, é improvável resultar em uma inserção dinâmica no comércio internacional. Palavras-chave: Fragmentação internacional da produção; especialização comercial; comércio exterior Decisões de investimento e indicadores contábeis: uma análise da condição financeira e do IDE das transnacionais mais relevantes para o Brasil Autor(es): Silas Thomaz da Silva, Marcelo Sartorio Loural Resumo: O presente trabalho se propõe a analisar, a partir de uma perspectiva minskyana, os impactos da crise mundial recente sobre as decisões de grandes transnacionais em realizar investimentos diretos externos (IDEs). Para tanto, recorrese à análise dos demonstrativos contábeis (balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício e demonstrativo de fluxo de caixa) e indicadores financeiros construídos a partir destes de 13 empresas das que mais anunciaram a realização de IDE no Brasil entre 2006 e 2010. Conclui-se que, conforme esperado, tais empresas assumem posições mais líquidas em resposta à crise, porém sem afetar significativamente seus projetos de investimento no Brasil. Palavras-chaves: IDE; indicadores contábeis; crise. Desalinhamento Cambial, Volatilidade Cambial e Crescimento Econômico: Uma Análise para a Economia Brasileira (1995-2011) Autor(es): Aderbal Damasceno (IE-UFU) e Flávio Vilela Vieira (IE-UFU) Resumo: O objetivo deste trabalho é investigar a importância do desalinhamento cambial e da volatilidade cambial para o crescimento da economia brasileira no período de 1995 a 2011. As evidências sugerem: i) o desalinhamento cambial é relevante para explicar o crescimento econômico da economia brasileira e subvalorização cambial (sobrevalorização cambial) estimula (desestimula) o crescimento econômico; ii) a volatilidade cambial é relevante para explicar o crescimento econômico da economia brasileira e maior (menor) volatilidade cambial desestimula (estimula) o crescimento econômico; iii) mudança na taxa de investimento e a taxa de crescimento das exportações têm coeficientes estimados positivos no modelo de crescimento. Como recomendação de política, sugere-se a manutenção de uma taxa real de câmbio em um nível competitivo e com baixa volatilidade. Palavras-Chave: Desalinhamento Cambial; Volatilidade Cambial; Crescimento Econômico. Determinantes Macroeconômicos dos Investimentos Privados no Brasil (19962012) 28 Autor(es): Marcos Tadeu Caputi Lélis (UNISINOS), Sabrina Monique Schenato Bredow (UNISINOS), André Moreira Cunha (UFRGS) Resumo: O presente trabalho discute os determinantes do investimento privado na economia brasileira no período 1996-2012. Mais especificamente, busca-se compreender quais variáveis macroeconômicas afetaram os gastos com bens de investimento no segmento de máquinas e equipamentos (FBME). Após decompor as séries utilizadas nos seus componentes não observados e aplicar um modelo vetorial de correção de erros (VEC), constatou-se que variáveis associadas aos modelos keynesianos (nível de atividade/demanda, crédito e expectativas) apresentaram melhor poder explicativo em nossa variável de interesse. Nas considerações finais, nossos resultados são contrastados com a literatura recente sobre as perspectivas de crescimento da economia brasileira. Palavras-chave: investimento privado; modelos Keynesianos; Brasil; crescimento econômico. Determinantes Macroeconômicos e o Papel das Expectativas: uma análise do spread bancário no Brasil (2003-2011) Autor(es): Tarciso Gouveia da Silva (IE-UFRJ) e Eduardo Pontual Ribeiro (IE-UFRJ) Resumo: A teoria econômica reconhece a importância das expectativas para a tomada de decisão dos agentes econômicos em um ambiente dinâmico sem previsibilidade perfeita. Apesar de relativamente extensa, a literatura sobre spread bancário no Brasil trata desta questão apenas de forma superficial, não incluindo variáveis macroeconômicas expectacionais. Estas expectativas, que podem afetar as estratégias da firma bancária no processo de maximização sua rentabilidade, são rotineiramente coletadas e divulgadas pela autoridade monetária e de regulação bancária brasileira e por outras entidades. Incorporamos estas variáveis em um modelo empírico dinâmico de determinação do spread bancário específico de cada banco, seguindo a abordagem de Maudos e Solís (2009).Os dados são trimestrais e a amostra vai de 2003 a 2011. Os resultados corroboram a hipótese aqui proposta de que as variáveis macroeconômicas expectacionais, como a inflação esperada e os juros futuros, são relevantes na determinação do spread bancário no Brasil. Palavras chave: Spread bancário; Variáveis macroeconômicas expectacionais; Dados em painel. Distribuição e crescimento: uma análise do padrão de crescimento da demanda a partir de uma perspectiva neokaleckiana para o Brasil de 1956 a 2008 usando vetores autorregressivos (VAR) Autor(es): Patieene Alves Passoni e Janaina da Silva Alves Resumo: Este estudo teve como objetivo analisar o padrão de comportamento do crescimento da economia brasileira no período de 1956 a 2008 frente a uma mudança na distribuição de renda, analisada sob a ótica dos modelos neokaleckianos. O modelo 29 analisa os efeitos da participação dos salários e lucros na renda em relação a taxa de crescimento do consumo, das exportações, das importações do produto, e da taxa de acumulação de capital. Foram estimados dois modelos usando a metodologia de vetores auto-regressivo (VAR), um para a participação do lucro na renda e outro para a participação dos salários e a análise foi realizada foi através das funções impulso resposta e da decomposição da variância aos choques na participação do lucro e do salários na renda. Pelos resultados encontrados pode-se dizer que o regime de crescimento da economia brasileira para o período de 1956 a 2008 é wage-led, uma vez que uma mudança na distribuição pró-salário gera efeitos positivos para a economia como um todo, e uma mudança pró-capital gera efeitos negativos o PIB. Palavras-chave: Economia brasileira. Wage share e profit share. Wage-led e profitled growth. Modelos neokaleckianos. Distribuição Funcional da Renda e Crescimento Econômico: uma análise da dinâmica econômica brasileira no período de 1991 a 2013 Autor(es): Vitor Carvalho Lira e Antônio Ricardo Dantas Caffé. Resumo: Nos últimos anos a economia brasileira passou a exibir um crescimento econômico marcado pela redistribuição da renda a favor dos trabalhadores. De acordo com os modelos de crescimento econômico de inspiração kaleckiana, a repartição funcional da renda afeta a dinâmica econômica por meio da demanda agregada. Deste modo, este trabalho pretende examinar, no período de 1991 a 2013, os indícios de que o aumento da participação dos salários na renda nacional (wage-share), observado a partir de 2004, tenha elevado a demanda e o produto agregado, o que daria à economia brasileira um perfil de crescimento puxado pelos salários (wage-led), entre 2004 e 2010, bem como os elementos que vêm pondo limites a este modelo desde 2011. Para isso, utiliza-se a análise exploratória dos dados das variáveis apontadas como relevantes pela literatura. Os estudos apontam evidências de que a elevação da wage-share contribuiu para o aumento da demanda e do produto agregado através do consumo dos trabalhadores, sustentando a hipótese de um regime de crescimento wage-led para a economia brasileira no período. Palavras Chave: Distribuição funcional da renda, crescimento econômico, teoria kaleckiana. Divisa-chave, elasticidade, liquidez internacional e autonomia de política econômica no Sistema Monetário Internacional. Autor(es): Adriano Vilela Sampaio e Maurício Andrade Weiss Resumo: A autonomia de política econômica dos países no sistema monetário internacional (SMI) foi uma preocupação fundamental de Keynes nos acordos que deram origem ao regime de Bretton Woods e ainda é objeto de grande interesse na economia internacional. Neste artigo é feita uma análise entre a autonomia de política econômica e um dos componentes do SMI, a divisa-chave. Mais especificamente, 30 buscou-se analisar dois elementos relacionados à divisa-chave, quais sejam, a elasticidade do sistema e a liquidez internacional. É defendido aqui que um sistema mais elástico e em que a liquidez internacional não seja restringida, é possível reduzir a assimetria entre os países de moeda conversível e inconversível. Para isso é fundamental que tais variáveis (elasticidade e liquidez) sejam passíveis de serem administradas pelos formuladores de política econômica. Ademais, tratou-se das implicações políticas advindas de sistemas em que os países tenham maior ou menor autonomia. Palavras-chave: sistema monetário internacional; divisa-chave; autonomia de política econômica; economia política internacional. Dolarização financeira e liquidez internacional na abordagem pós-keynesiana Autor(es): Fabrício A. C. Vieira e Marco F. C. Resende (CEDEPLAR-UFMG) Resumo: Este trabalho explica a dolarização financeira, suas causas e persistência temporal, para uma amostra de 79 economias com diferentes graus de desenvolvimento, utilizando o arcabouço teórico Pós Keynesiano. Nossa proposição é a de que a busca por moeda externa forte em períodos de boom e de escassez de Liquidez Externa varia de acordo com a categoria minskyana dos países. Isto ocorre porque as oscilações dos fluxos de capitais externos provocam efeitos distintos sobre a Preferência pela Liquidez em países hedge e em países especulative-ponzi. Os resultados empíricos mostram que uma menor disponibilidade de recursos externos para as economias mais vulneráveis causa um aumento na Preferência pela Liquidez dos seus agentes. O aumento na Preferência pela Liquidez gera uma elevação no grau de dolarização financeira, de modo que em períodos de baixa entrada de capitais externos as economias especulative e Ponzi aumentam sua demanda por moeda externa forte, que serve tanto para a compra de ativos nesta moeda, quanto para mantê-la em seu poder como forma de proteção contra incertezas econômicas. Este resultado não foi encontrado para economias hedge. Além disso, a persistência da dolarização financeira, mesmo após a queda da inflação, é explicada pelo alto nível de endividamento público interno presente em economias mais vulneráveis externamente. Elevações na dívida pública interna geram aumentos na dolarização financeira em países com menor capacidade de pagamento de seus Passivos Externos. Palavras-chave: Dolarização Financeira; Risco de Inflação; Risco de Calote; Instabilidade Financeira; Liquidez Externa Do Risco Crescente a Instabilidade Financeira: Uma Conexão entre as Abordagens de Kalecki e Minsky Autor(es): Daniel Nogueira Silva e Andreia Andrade dos Santos Resumo: A recorrência das crises no sistema capitalista e a persistência do desemprego são algumas das questões que se colocam para serem compreendidas, especialmente pelos economistas. Contudo o arcabouço teórico fornecido pelo 31 "mainstream" econômico, que guia as principais ações dos policy makers, tem dificuldades em trazer as respostas para esses problemas, o que reforça a necessidade de buscar caminhos alternativos para tais questões. Entre os diversos teóricos que ajudam a entender esses problemas, Minsky fornece importantes elementos para compreender as crises financeiras, sendo a sua análise diretamente ligada com a de outros autores. Apesar de ser comum na literatura pós-keynesiana fazer conexões entre a abordagem de Minsky com pensadores como Keynes, pouco tem se aprofundado sobre a contribuição de Kalecki na obra do Minsky. Visando contribuir com esse debate, o objetivo deste artigo é avançar na construção de relações entre esses dois autores, analisando especialmente o "princípio do risco crescente" kaleckiano e as suas interconexões com a hipótese da instabilidade financeira de Minsky. Palavras-Chave: Sistema Financeiro, Princípio do Risco Crescente, Hipótese da Instabilidade Financeira. Economia Brasileira em Retrospectiva: análise da produtividade do trabalho pós-Plano Real Autor(es): Laura Díaz Abramo (Min. Fazenda) e Flávio Augusto Corrêa Basilio (Min. Fazenda) Resumo: O objetivo principal deste artigo consiste em caracterizar a trajetória percorrida pelos grandes setores produtivos da economia brasileira, isto é, a agropecuária, a indústria e os serviços, em termos da evolução de produtividade do trabalho, utilizando como marco inicial a adoção do Plano Real. Por meio do Sistema de Contas Nacionais (SCN), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), busca-se avaliar a produtividade do trabalho e os seus fatores explicativos – valor adicionado e pessoal ocupado – assim como a sua relação com os salários por trabalhador e os investimentos destinados ao setor industrial1. Deve-se mencionar que para mensurar a evolução da produtividade do trabalho em termos reais, faz-se necessário expurgar a série de valor adicionado das distorções provenientes de mudanças nos preços relativos. Utilizam-se, deste modo, os mecanismos de índice de preços de Paasche e índice de quantidade de Laspeyres para calcular deflatores anuais para cada uma das 42 atividades econômicas do SCN2 que, por sua vez, permitem calcular a série de valor adicionado a preços constantes de 1995. Além da análise da produtividade do trabalho – e suas questões relacionadas – por setor produtivo e por atividade econômica, realiza-se um agrupamento das atividades econômicas da indústria de transformação segundo sua intensidade tecnológica e das atividades econômicas do setor de serviços segundo sua intensidade em conhecimento. A finalidade deste agrupamento consiste na identificação das atividades econômicas que compreendem a chamada alta tecnologia. A abordagem aqui utilizada permite, portanto, avaliar a questão da produtividade do trabalho sob uma nova perspectiva. De fato, o tratamento conferido ao setor de serviços permite a obtenção de novos resultados que, por sua vez, permitem rediscutir a evolução da estrutura produtiva do país. Além disso, a partir das informações referentes ao valor adicionado, ao pessoal 32 ocupado, à produtividade do trabalho, aos salários por trabalhador e aos investimentos destinados ao setor industrial, é possível tecer importantes considerações acerca do comportamento da economia brasileira. Deste modo, aborda-se o debate sobre um possível processo de desindustrialização em curso, decompõe-se o crescimento da produtividade do trabalho mediante a técnica shift-share, avalia-se a evolução dos custos unitários do trabalho –identificando, através da relação entre salários por trabalhador e produtividade do trabalho, as estratégias de crescimento adotadas ao longo do período 1995-2009 –, identificam-se as atividades econômicas chaves e estratégicas da economia por meio dos dos investimentos para as indústrias extrativas e de transformação. Effective demand and sustained trajectories of economic growth: a PostKeynesian-Structuralist-Developmental perspective Autor(es): Roberto A. Z. Borghi (University of Cambridge) Resumo: Baseado em contribuições pós-keynesianas, estruturalistas e desenvolvimentistas, o objetivo deste trabalho é oferecer um arcabouço teórico para o entendimento de trajetórias sustentadas de crescimento econômico no período da globalização, como uma alternativa aos argumentos econômicos convencionais de que reformas e liberalização econômicas resultariam necessariamente em taxas de crescimento mais elevadas. A análise é construída a partir do princípio da demanda efetiva, o qual assume a demanda como a força motriz da atividade econômica, mas que requer uma resposta compatível da oferta doméstica. Os principais destaques da abordagem pós-keynesiana-estruturalista-desenvolvimentista sugerida para a compreensão de taxas elevadas e sustentadas de crescimento em meio à inserção externa dos países incluem: (i) o papel central desempenhado pela demanda, em particular pelo investimento; (ii) a importância de uma estrutura produtiva doméstica diversificada e integrada para assegurar que a demanda seja domesticamente efetiva; e (iii) a necessidade de políticas nacionais para promover uma inserção internacional que mantenha e, possivelmente, desenvolva a estrutura produtiva doméstica em um contexto de maior mobilidade de bens e capitais. Palavras-chave: crescimento econômico; demanda keynesianas, estruturalistas e desenvolvimentistas. efetiva; tradições pós- Emprego, investimento e classes: uma proposta de socialização dos investimentos a partir de Kalecki e Meidner. Autor(es):Marcelo Soares de Carvalho Resumo: A obra de Kalecki é pioneira no tratamento das questões macroeconômicas desde um ponto de vista que contempla a divisão da sociedade em classes. O protagonismo macroeconômico dos capitalistas estaria essencialmente associado ao seu poder de definição dos níveis agregados de renda, produção e emprego a partir das suas decisões de investimento. Daí a hipótese de que a manutenção do pleno emprego seria impedida por conta de condicionamentos essencialmente políticos / de 33 classe. O enfrentamento desses obstáculos haveria de dar-se pela criação de instituições capazes de prover os trabalhadores com poder de decisão relevante em escala macroeconômica, via controle sobre novas inversões – um formato peculiar para a proposta keynesiana de socialização dos investimentos. O Plano Meidner teria significado um importante avanço nessa direção, além de sugerir novas possibilidades para os dias atuais a partir da análise de sua parcial implantação concreta. Palavras-chave: pleno emprego; socialização do investimento; classes sociais. Endividamento dos trabalhadores, consumo autônomo e acumulação de capital em um modelo kaleckiano de crescimento e ciclo Autor(es):Leandro da Silva Fagundes (UFRRJ) Resumo: Neste artigo, desenvolvemos um modelo kaleckiano de crescimento que incorpora consumo financiado por crédito e endividamento dos trabalhadores. Esta extensão em relação ao modelo kaleckiano canônico busca adequá-lo à evidência empírica presente em trabalhos como Green (1997), Coulson & Kim (2000), Gauger & Snyder (2003) e Leamer (2007). Em nossa interpretação, seus trabalhos atestam a relevância dos gastos autônomos das famílias na explicação das flutuações de curto prazo e na tendência de longo prazo da economia americana. O modelo mostra que aumentos nos gastos das famílias baseados em endividamento podem tanto diminuir o grau de utilização de capacidade e a taxa de acumulação de capital quanto aumentálos. Além disso, tentativas de diminuir o endividamento dos trabalhadores através de maiores restrições à sua capacidade de contrair crédito podem ter um efeito adverso, piorando seu endividamento conforme a desaceleração da economia diminui o emprego e a massa de salários. Palavras-chave: Dívida das Famílias, Consumo, Acumulação de Capital, Modelo Kaleckiano de Crescimento Esforço Inovativo, Inovação e Produtividade: Análise em Nível da Firma no Brasil Autor(es): Felipe Queiroz Silva (IE-UFU) e Ana Paula Avellar (IE-UFU) Resumo: O objetivo deste artigo é analisar o impacto do esforço inovativo sobre a inovação, e desta sobre a produtividade das empresas brasileiras. Trata-se de uma análise em nível da firma que utiliza o cruzamento dos dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) e da Pesquisa Industrial Anual (PIA), ambas elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 2006 a 2008. A análise é feita através do método econométrico CDM e também visa identificar as diferenças dos padrões intersetoriais do processo inovativo pela delimitação de dois níveis de intensidade tecnológica. Entre outras evidências, verificou-se que a probabilidade de inovar aumenta com um maior nível de investimento em atividades inovativas, e que o nível de produtividade é influenciado positivamente, na média, pela inovação, seja ela de produto ou processo. Esses resultados também são encontrados considerando os recortes em indústrias de baixa e alta intensidades, 34 porém, para estas últimas, o impacto da inovação sobre a produtividade não se mostrou significativo. Palavras-chave: Inovação, Produtividade, Modelo CDM, Indústria Brasileira Estrutura de Controle e Governança Corporativa das Empresas NãoFinanceiras do Novo Mercado e N2 da Bovespa Autor(es): Bernardo Pádua J. de Miranda, Marco Aurélio C. Afonso, Fabiana B. Teixeira dos Santos Resumo: Um dos aspectos mais importantes da governança corporativa (GC) é a estrutura de propriedade e controle do capital das empresas. A GC pode se diferenciar de acordo com o grau de concentração da propriedade e o tipo de controle do acionista principal. Quando a propriedade é dispersa, o problema decorre da relação de agência entre o gestor e os acionistas externos. Quando a propriedade é concentrada o problema se estabelece entre o bloco controlador e os minoritários. O objetivo deste trabalho é apresentar a estrutura de propriedade das empresas nãofinanceiras do Novo Mercado (NM) e do Nível 2 (N2) da Governança Corporativa da Bovespa e como o processo de financeirização afetou a governança dessas empresas. A amostra foi composta por 116 empresas não-financeiras do NM e 13 do N2 no ano de 2012 e para determinar o tipo de controle utilizou-se a metodologia proposta por Thomsen e Pedersen (1997). Os resultados mostraram que a adoção de boas práticas de GC no NM levou a uma estrutura de propriedade mais dispersa e que as famílias e os indivíduos são os principais controladores destas empresas. A análise dos resultados sugere que a governança das empresas do NM e do N2 da Bovespa tornouse mais alinhada à criação de riqueza ao acionista e este processo aumentou a fragilidade destas empresas. Palavras Chaves: Financeirização, Governança Corporativa; Estrutura de Controle. ESTRUTURA TECNOLOGICA DA PAUTA COMERCIAL BRASILEIRA NOS ANOS 2000: UMA ANALISE SUBNACIONAL Autor(es): Tomás Amaral Torezani (UFRGS) e Antônio Carlos de Campos (UEM) Resumo: O presente trabalho objetiva em investigar comportamento dos fluxos comerciais brasileiros por conteúdo tecnológico no período 2000-2001, bem como oferecer um panorama da estrutura tecnológica da pauta comercial do pais a partir de um recorte regional, por unidades da federação, de modo a evidenciar a evolução do modo de inserção do Brasil no comercial internacional durante o período contemplado e se houve mudanças no padrão de especialização dos fluxos comerciais dos últimos anos. Argumenta-se que a tecnologia exerce papel fundamental na trajetória de crescimento econômico de longo prazo de uma nação, pois modela seus padrões, determinando sua competitividade no cenário internacional. Os dados analisados indicam que a economia brasileira, ao longo dos anos 2000, voltou-se a um padrão de especialização comercial perverso, com grande heterogeneidade regional e concentração geográfica de seus fluxos comerciais, comprometendo a 35 competitividade do pais a longo prazo, o dinamismo da economia e uma inserção de qualidade no comercio internacional. Palavras-chave: Comercio Internacional. Tecnologia. Competitividade. EXCHANGE RATE, INCOME DISTRIBUTION AND TECHNICAL CHANCE IN A BALANCE-OF-PAYMENTS CONSTRAINED GROWTH MODEL Exchange rate, income distribution and technical chance in a balance-of-payments constrained growth model. Autor(es): Rafael Saulo Marques Ribeiro, Gilberto Tadeu Lima (FEA-USP), John S. L. McCombie (University of Cambridge). Resumo: Este trabalho desenvolve um modelo formal capaz de avaliar o efeito líquido do impacto de uma desvalorização cambial sobre a razão entre as elasticidades-renda da demanda por exportações e importações e, consequentemente, sobre o crescimento restringido pelo balanço de pagamentos no longo prazo. Tal modelo mostra como a taxa de câmbio impacta sobre o padrão d especialização do país via mudanças nas variáveis da estrutura econômica, como a distribuição funcional da renda e o nível tecnológico do país. O modelo se baseia em duas hipóteses principais. Primeiramente, o modelo assume que inovações tecnológicas impactam positivamente na elasticidade-renda das exportações e negativamente na elasticidade-renda das importações. A outra hipótese afirma que um aumento na participação dos salários na renda reduz a elasticidade-renda das importações. Por fim, o modelo mostra como o impacto do câmbio sobre o crescimento de longo prazo é ambíguo e depende de uma série de condições. Palavras-chave: distribuição de renda, progresso tecnológico, taxa real de câmbio e crescimento restringido pelo balanço de pagamentos. FLUXOS DE CAPITAIS VERSUS EXPORTAÇÕES DE COMMODITIES: EFEITOS SOBRE A TAXA DE CÂMBIO REAL BRASILEIRA NO PERÍODO 2000-2013 Michele Poline Veríssimo (IE-UFU) e Vanessa da Costa Val Munhoz (IE-UFU) Resumo: Este trabalho analisa a importância relativa de variáveis comerciais (exportações e preços das commodities) e financeiras (entradas de investimento em carteira, taxa de juros e risco-país) para a explicação da tendência de apreciação da taxa de câmbio real brasileira, durante o período 2000-2013. Para isso, utiliza a metodologia de Vetores Auto-Regressivos (VAR), Funções de Resposta aos Impulsos e Análise de Decomposição de Variância. As evidências obtidas sugerem que tanto as variáveis financeiras, especialmente os influxos de investimento em carteira e o riscopaís, quanto as variáveis comerciais, sobretudo em termos dos preços das commodities, contribuíram para a apreciação da taxa de câmbio real no Brasil ao longo do período. Porém, os elementos do mercado financeiro tiveram maior peso relativo (cerca de 45%) na apreciação cambial ocorrida na economia brasileira em comparação aos fatores comerciais (menos de 20%). Neste sentido, fica a lição de que 36 a política econômica prudencial deve ampliar a consideração do efeito negativo potencial dos influxos de capitais e incluir aqueles associados à Doença Holandesa para promover uma taxa de câmbio mais adequada para o desenvolvimento econômico do país. Palavras-chave: Taxa de câmbio real, exportações de commodities, fluxos de capitais, Brasil. Formação de Expectativas e Comportamento Econômico no Mercado de Capitais: uma Análise para o Brasil no Período entre 2003 e 20121 Autor(es): João Paulo Morais e Daniela Almeida Raposo Torres (UFSJ) Resumo: O artigo tem como objetivo principal avaliar no âmbito das teorias neoclássicas, Keynesiana e da psicologia econômica o comportamento dos investidores brasileiros no mercado de capitais, frente às turbulências do mercado. Mais especificamente, o estudo propõe discutir de acordo com essas teorias a questão da formação de expectativas dos agentes econômicos e a tomada de decisões mediante mudanças no ambiente econômico. Para a análise de como os agentes orientam suas decisões escolheu-se estudar o mercado de capitais, especificamente as ações que compõem o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) para o período de janeiro de 2003 a dezembro de 2012, levando em consideração a influência advinda do ambiente macroeconômico e também da percepção de risco dos investidores. Como resultado constatou-se uma significativa influencia das variáveis de expectativa de taxa de câmbio, taxa de juros e desempenho macroeconômico medido pelo PIB. Ademais, constatou-se alguma influencia das variáveis de risco país e confiança do consumidor sobre o mercado de capitais. Palavras-chave: mercado de capitais, psicologia econômica, expectativas. Financial Integration and Exchange Rate Determination: A Brazilian Case Study Autor(es): Annina Kaltenbrunner Resumo: This paper investigates the impact on exchange rate determination of two recent changes in developing and emerging countries’ (DECs) financial integration: first, the rising volume and heterogeneity of short-term portfolio flows; second, foreign investors’ increased exposure to domestic rather than foreign currency assets. In its analysis of Brazil, the paper shows that both changes have potentially destabilizing implications for the exchange rate and may create the risk of selffeeding bubble dynamics leading to large and sudden swings in exchange rates. The results have important implications for the regulation of international capital movements and the choice of exchange rate regime. 37 Financiamento do Investimento e o Papel dos Bancos de Desenvolvimento na Perspectiva Pós-Keynesiana: Uma Resenha Bibliográfica Autor(es): Ricardo Agostini Martini (BNDES) Resumo: O presente trabalho faz uma revisão bibliográfica sobre o funcionamento do mercado de crédito e o papel dos bancos de desenvolvimento dentro de uma perspectiva pós-keynesiana. Escolheu-se seguir essa vertente teórica porque se considera que é ela que melhor descreve o funcionamento real do circuito financeiro, incorporando elementos que são negligenciados pelo mainstream do pensamento econômico, tais como a existência de incerteza não-probabilística, a preferência pela liquidez e a tendência de deterioração da posição financeira dos agentes econômicos. Conforme identificado na pesquisa realizada, a teoria pós-keynesiana faz uma sólida descrição do funcionamento do mercado de crédito e aponta a importância dos bancos de desenvolvimento para a construção de um sistema financeiro funcional. Funcionalidade dos sistemas financeiros e o financiamento a equenas e médias empresas: o caso do crowdfunding Autor(es): Noberto Martins (IE-UFRJ) Resumo: O presente artigo analisa a relação entre a funcionalidade do sistema financeiro e o financiamento coletivo através da Internet (crowdfunding), a partir de um ponto de vista keynesiano. Destaca-se que, em meio à corriqueira desfuncionalidade do sistema financeiro à obtenção de recursos e financiamento por pequenas e médias empresas, o crowdfunding pode auxiliar estes agentes a acessar os recursos de terceiros e levar a cabo suas atividades, projetos e negócios. Todavia, o crowdfunding, especialmente as formas de retorno financeiro, engendra riscos e, portanto, alguns desafios regulatórios, que necessitam ser endereçados. Nesse contexto, argumenta-se que a regulação precisa ser redesenhada para permitir que o crowdfunding entregue seus benefícios e garantir a proteção apropriada aos investidores. Além disso, argumenta-se que construir uma agenda de pesquisa sobre o tema pode ser particularmente relevante para países como o Brasil, onde as mídias sociais e a Internet possuem relevante peso e o sistema financeiro é tradicionalmente excludente em relação a agentes de menor representatividade econômica. Palavras-chave: Sistema Financeiro; Funcionalidade; Crowdfunding; Inclusão Financeira; Regulação Financeira. Growth Rate and Level Effects, the Adjustment of Capacity to Demand and the Sraffian Supermultiplier Autor(es): Franklin Serrano (IE-UFRJ) e Fábio Freitas (IE-UFRJ) 38 Resumo: O artigo apresenta uma versão formal simples, porém completa, do modelo do Supermultiplicador Sraffiano. Neste modelo o crescimento econômico é liderado pelos componentes autônomos da demanda que não geram capacidade, o investimento privado produtivo é um gasto induzido e a distribuição de renda é determinada exogenamente. O artigo mostra que os principais resultados em termos de efeitos nível e taxa (de crescimento) obtidos com base nas versões do modelo com ajustamento incompleto (longo prazo) e completo da capacidade produtiva à demanda são muito similares. Em seguida são analisadas as condições suficientes de estabilidade dinâmica que garantem a tendência ao ajustamento completo da capacidade produtiva à demanda e a partir das quais podemos estabelecer um limite superior para a taxa de crescimento liderada pela demanda de acordo com o modelo. Na sequência, a literatura crítica ao modelo é revisada, mostrando que o modelo tem sido incorretamente interpretado como sendo um modelo de crescimento com restrição de oferta e que esta leitura incorreta do modelo levou a uma confusão entre, de um lado, a análise da convergência das taxa de crescimento da economia para um valor exógeno da taxa garantida harrodiana com a demanda ajustada à capacidade produtiva e, de outro, a análise oposta da tendência de ajustamento da capacidade produtiva à demanda, em que a taxa garantida de crescimento se ajusta endogenamente ao ritmo de expansão da demanda agregada. Hipótese da Instabilidade Financeira e o modelo de gestão corporativa, o shareholder value Autor(es): Luma Souza Ramos e Jaime Ernesto Winter Hughes Léon Resumo: A crise subprime permite resgatar alguns traços fundamentais do capitalismo contemporâneo. Segundo Hyman Minsky, a estratégia de desenvolvimento capitalista iniciada em 1982, como ele denomina money manager capitalism, é produto da afirmação do ambiente de liberalização, das ondas de inovações e do fortalecimento dos fundos de pensão. O presente trabalho tem o objetivo de analisar as transformações sistêmicas rumo à ascensão dos fundos institucionais e das finanças dentro dos portfólios das corporações não-financeiras, e articular elementos da perspectiva macroeconômica com os aspectos microeconômicos das empresas americanas. O intuito é argumentar que associado ao movimento observado, sobretudo, a partir dos anos 1970, de ampliação e dominância das finanças, se afirmou, progressivamente, um novo modelo de estrutura e gestão nas corporações norte-americanas, conhecido como shareholder value. Este direcionou e aprofundou as estratégias empresariais para ganhos e alocação da riqueza na sua forma mais abstrata, modificou a lógica de valorização do capital, incentivou a exacerbação das posições mais arriscadas,- pela maior especulação e alavancagem-, e submeteu as decisões de alocação dos recursos das corporação aos interesses dos mercados financeiros. Assim, este modelo corporativo cooperou para a ampliação da instabilidade sistêmica. Palavras-chaves: Hyman Minsky, money manager capitalism, Hipótese da Instabilidade Financeira, shareholder value 39 Incerteza, tomada de decisão, hábito e instituição: uma possível articulação entre keynesianos e neoinstitucionalistas Autor(es): Fábio Terra (IE-UFU) e Gustavo Chagas Goudard (UFRGS) Resumo: Por um lado, é possível, a partir de Keynes e dos pós-keynesianos, inferir que existem duas naturezas para a incerteza: a que diz respeito ao processo pelo qual o sujeito conhece (epistemológica) e a que se refere ao comportamento da realidade que se quer conhecer (ontológica), sendo que nos processos de tomada de decisão, ambas incertezas estão presentes. Por outro lado, para a abordagem neoinstitucionalista, o hábito como substrato das instituições possui repercussão tanto em nível do indivíduo quanto em âmbito do todo. Assim sendo, não seriam os hábitos e as instituições hábeis a reduzir a incerteza? O objetivo deste trabalho é responder a esta questão, articulando as teorias keynesiana e neoinstitucionalista no que toca ao modo pelo qual os hábitos e as instituições podem contribuir, sob esta perspectiva, para a diminuição das incertezas epistemológica e ontológica, naquela perspectiva. Palavras-chave: Teoria Keynesiana; Teoria Neoinstitucionalista; Incerteza; Hábito; Instituição. Inovação e Capacidade Exportadora: Evidências para Empresas Brasileiras Autor(es):Luciana Carvalho (IE-UFU) e Ana Paula Avellar (IE-UFU) Resumo: O objetivo deste artigo é verificar se a inovação das empresas brasileiras tem impactos positivos sobre a probabilidade de exportar e a intensidade de exportação. A amostra é composta por informações do cruzamento da PIA e da PINTEC, ambas do IBGE, com os registros de comércio exterior do SECEX/MDIC, para os anos de 2003, 2005 e 2008. Foram estimados os modelos Probit, Probit bivariado e Probit Ordenado. Os resultados revelam que a inovação influencia positivamente a propensão a exportar, em especial, quando inseridas as variáveis de inovação defasadas ao modelo. No entanto, os coeficientes associados ao impacto da inovação na intensidade da exportação foram negativos e estatisticamente significativos, revelando que os indicadores de inovação de produto e processo têm impacto negativo na intensidade de exportação das empresas brasileiras. Palavras Chaves: Inovação, Exportação, Indústria brasileira Inovação e Finanças: da visão míope à correção refrativa Autor(es): Marília Bassetti Marcato e Fernanda Oliveira Ultremare (UNICAMP) Resumo: Este artigo procura analisar a relação entre finanças e inovação schumpeteriana. Parte-se do papel central ocupado pela inovação, repleta de riscos e incerteza, na dinâmica capitalista. Após investigar a dominância da lógica financeira curto-prazista que penaliza o processo inovativo, recuperam-se os elemento centrais do funcionamento dos fundos privados de venture capital, apontando para o vazio criado pelo seu tímido desempenho diante dos desafios inerentes à inovação, uma vez 40 que esses tendem a concentrar-se em áreas de baixa complexidade tecnológica. Por fim, argumenta-se que os Bancos de Investimento Público revelam-se uma ferramenta poderosa no financiamento da inovação, corroborando para a criação de novos espaços de valorização do capital. Palavras-chave: Inovação; Venture Capital; Banco de Investimento Público. Insuficiência de poupança ou alocação improdutiva de capital na economia brasileira? Limites de um discurso pré-keynesiano à luz dos fatos estilizados do período recente Autor(es): Miguel Bruno (UERJ) e Ricardo Caffe Resumo: O diagnóstico de insuficiência de poupança na economia brasileira é antigo e recorrente nas análises convencionais que se baseiam em fundamentos teóricos neoclássicos. Entretanto, o exame dos fatos estilizados do período recente mostra que as regularidades macroeconômicas relativas ao comportamento da poupança no Brasil não são compatíveis com as concepções pré-keynesianas. Não é surpreendente que seus proponentes os considerem, frequentemente, como puzzles. Este artigo discute a problemática da formação e da alocação de poupança no plano teórico e analisa os determinantes das taxas de poupança agregada, a partir de sua desagregação por setores de atividade econômica. Os resultados mostram que os referenciais teóricos adequados para uma correta compreensão das relações entre poupança-investimentocrescimento econômico são os propostos por Keynes, Kalecki e Kaldor. JOHN MAYNARD KEYNES E A TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: UM RESGATE DO “INTERNACIONAL” NA FILOSOFIA SOCIAL KEYNESIANA Autor(es): Felipe Nogueira da Cruz (IE-UFU) Resumo: Para além da natureza e da dinâmica das economias monetárias domésticas, pode-se inferir dos desenvolvimentos teóricos de Keynes um conjunto de ideias acerca do funcionamento das relações internacionais, bem como diretrizes para a constituição de uma ordem mundial baseada na coordenação das políticas econômicas entre os países. Entende-se que tais elementos são suficientes para eleger Keynes como um teórico das Relações Internacionais (RI). No entanto, a ausência de um debate sólido e a carência de trabalhos acadêmicos sobre o tema indicam que a proximidade entre a teoria keynesiana e a Teoria das Relações Internacionais é relegada a segundo plano ou até mesmo negligenciada. Por meio de uma revisão teórica, este artigo procurou superar essa lacuna. Verificou-se que, ao analisar a dinâmica da realidade internacional de sua época e, ao mesmo tempo, propor uma administração racional das interações entre os países, Keynes superou o impasse entre realistas e idealistas que marcou o nascimento das RI como um corpo teórico independente. Tal conclusão justifica a importância de novas leituras de sua obra sob a perspectiva do internacional. 41 Palavras-chave: Keynes; Paradigmas das Relações Internacionais; Políticas econômicas multilaterais. Kalecki, complexidade e subdesenvolvimento Autor(es): Fernanda Graziella Cardoso Resumo: Por meio da retomada de alguns textos de Kalecki que discutiram as especificidades dos problemas dos países subdesenvolvidos, este artigo busca argumentar que a sua perspectiva teórica sobre o desenvolvimento se coaduna com uma perspectiva complexa a respeito do tema, assim como a sua abordagem macroeconômica fornece elementos para entender o funcionamento do sistema econômico a partir de seu caráter dinâmico e complexo. Keynes at the Periphery: Currency hierarchies and its challenges for economic policy in emerging economies Autor(es): Barbara Fritz (Free University of Berlin), Daniela M. Prates (IE-UNICAMP) e Luiz Fernando de Paula (UERJ) Resumo: Enquanto a literatura pós-keynesiana oferece um conceito bastante claro para as políticas orientadas para o crescimento, é necessário adaptá-la para as economias emergentes periféricas. Baseamos nossa análise em uma combinação de políticas keynesianas apropriado para esses países com o conceito de hierarquia moeda de Cohen e outros autores, além de considerarmos as especificidades da ordem global atual de liberalização financeira. Dentro da hierarquia monetária global, as moedas dos países emergentes periféricos são caracterizadas por um prêmio de liquidez mais baixo do que as moedas de economias avançadas. Sob essas condições, nós argumentamos que a coordenação das políticas econômicas deve estabelecer um foco principal sobre uma taxa de câmbio competitiva, a fim de evitar o surgimento de ciclos de crescimento “boom-bust” e crises financeiras que possam reduzir ainda mais o prêmio de liquidez. Finalmente conclui-se que é um objetivo bastante ambicioso e de longo prazo subir na hierarquia de moedas, especialmente sob as condições atuais da ordem monetária e financeira global assimétrica, e parece ser uma opção de política disponível apenas para um grupo seleto de países. MOBILIDADE DE CAPITAIS E PERFORMANCE MACROECONÔMICA: EVIDÊNCIAS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO 1999-2012 Autor(es): Antoniele D`Lean Pereira, Antônio M. Queiroz (UFG e IE-UFU), Sabrina F. de Queiroz (UFG), Sérgio Fornazier M. Filho (UFG) Resumo: O presente trabalho tem como objetivo central analisar empiricamente possíveis relações entre o grau de mobilidade internacional de capitais e a performance da economia brasileira, no período de 1999 a 2012, sumarizada no comportamento das taxas de crescimento, de juros e de inflação. Preliminarmente, apresenta-se uma breve discussão sobre os problemas envolvidos na mensuração da 42 mobilidade de capitais, bem como uma revisão sintética da literatura empírica sobre seus possíveis impactos, notadamente, sobre o crescimento de longo prazo, considerados diferentes períodos e amostras de países. Na sequência, são detalhados os aspectos metodológicos e os resultados centrais da investigação empírica proposta. Mediante a estimação econométrica de vetores auto-regressivos (VAR), utilizando-se um indicador de integração financeira baseado na soma dos fluxos brutos de entrada e saída de capitais, os resultados deste estudo fornecem limitada evidência de que uma maior abertura aos fluxos internacionais de capital, esteja, no caso em análise, associada a uma melhora efetiva da performance macro, sendo que nenhuma das variáveis analisadas parece exibir uma relação positiva robusta vis-à-vis as variações do grau de integração financeira da economia. Leading sectors and productive structural dynamic: An Input-Output Analysis Contrasting Brazil and the Other BRICs Autor(es): Nelson Marconi (FGV-SP), Guilherme R. Magacho (University of Cambridge), Igor Rocha (University of Cambridge) Resumo: The complex relationship between the production structure and economic growth has been the subject of heated debate among economists. During the 2000s, the BRIC’s experienced a period of growth that, along with the potential market of those large countries, addressed many markets and policy makers. The growth strategy for Brazil and Russia was based in the production and export of primary goods while in China and India the pattern of industrial development stayed grounded in manufacturing exports and services respectively. These distinct strategies of economic growth resulted in a vast range of interpretations about sectors that act as the relevant engine for growth. On the one hand, some economists support the idea that the expansion based on the production and exports of commoditized or services sectors did not have a negative effect. According to them, besides being capable of generating income in export sectors, primary and services sectors have also indirect effects on other productive chains and capacity to generate additional income to consumption that would feed back the domestic production. Alternatively, the main argument of those who do not support economic growth based on primary products exports is that manufacturing is the main engine of economic development. According to this view, development is essentially a process of structural change. Broadly speaking, sustained economic growth is associated with the capacity to diversify the structure of domestic production, i.e. generate new activities to expand possibilities of production, linkages and higher value-added goods by providing incentives to manufacturing. A services-based productive structure would be a characteristic of a mature economy. Therefore, with the aim of analyzing the capacity of distinct sectors (primary sector, manufacturing and services) in generate economic growth either in the export sector itself or in its upstream supply chain, this paper seeks to assess, based on input-output tables, the performance of the BRIC’s economic sectors. Based on such analyses, this paper’s main conclusion is that in order to boost economic growth the development strategy should takes into account comparative advantages in the economy without denying the advantages of a 43 production structure oriented toward expanding manufacturing. The comparison between the Brazilian and the other BRICs’ (China, India and Russia) production structure showed unmistakably that sectors related to manufactured products can stimulate the economy more intensely as a result of their linkage effects on other sectors of the economy. Moeda e Crescimento: Uma Análise para os Municípios Brasileiros (2000 a 2010) Autor(es): Fábio Gama, Suzana Bastos, Ana Maria H. C. de Oliveira Resumo: O objetivo do presente trabalho é analisar as relações entre o desempenho regional e variáveis financeiras para os municípios brasileiros, tendo como pano de fundo os conceitos da teoria pós-keynesiana. A partir da técnica de estatística multivariada de clusters foi possível agrupar os municípios de acordo com as suas similaridades de desenvolvimento socioeconômico. Como resultado, obteve-se três grupos de municípios: centrais, intermediários e periféricos. Empregando a técnica de dados em painel avaliaram-se as implicações das variáveis financeiras e seus efeitos sobre o nível de atividade dos diferentes grupos de municípios. Os resultados para o período de 2000 a 2010 mostraram evidências a favor da hipótese de existência de efeitos diferenciados da moeda no sentido pós-keynesiano sobre o nível de atividade dos municípios brasileiros. Não obstante, essas evidências corroboram os resultados encontrados por uma gama de estudos aplicados para a questão regional do Brasil. Palavras-chave: desempenho regional, pós-keynesianos, crédito, moeda e incerteza. Palavras-chave: Integração Financeira Performance Macroeconômica. Internacional.Controles de Capitais. Mudança Estrutural como Estratégia de Desenvolvimento: A eficiência Dinâmica em Perspectiva Autor(es): Tomás Amaral Torezani (UFRGS), Denise Piper (UFRGS), Ricardo Dathein (UFRGS) Resumo: Este artigo investiga a relação entre as diferentes noções de eficiências estática e dinâmica existentes na literatura e a dinâmica do desenvolvimento econômico. Argumenta-se que para um pais em desenvolvimento lograr aumento na produtividade, renda e qualidade de vida, deve engendrar uma mudança estrutural, caracterizada pela busca da eficiência dinâmica em detrimento da eficiência estática. As experiências históricas de países bem-sucedidos no processo de emparelhamento com os países avançados confirmam essa perspectiva. Palavra-chave: Mudança estrutural. Eficiências Estática e Dinâmica. Catching-up. Multiplicadores de Emprego e Renda: Uma Ponte Necessária Entre a Teoria da Produção e a Macroeconomia Autor(es):Fabrício Pitombo Leite (UFRN) 44 Resumo: O artigo trata da conceituação e uso dos multiplicadores de emprego e renda, tanto do ponto de vista da macroeconomia quanto da teoria da produção. Para tal, são recuperadas contribuições originais em ambas as áreas, bem como sínteses recentes. A concepção segundo a qual os multiplicadores de Kahn-Keynes não levam em conta os encadeamentos entre as atividades é atacada, assim como a pretensa generalização desses multiplicadores para um esquema multissetorial. Não obstante, conclui-se que o cálculo de multiplicadores na macroeconomia não deveria prescindir do conhecimento da estrutura produtiva, incorporando elementos da análise insumoproduto, apesar de demonstrar-se que o conceito de multiplicador keynesiano é insensível à composição da demanda final. Palavras-chave: Multiplicadores; Macroeconomia; Teoria da Produção Notes on Development Banks and the Investment Decision: finance and coordination Autor(es): Ana Rosa Ribeiro de Mendonça (IE-UNICAMP) Resumo: O desenrolar da crise financeira internacional iniciada em 2008, após a falência do Lehman Brothers, e políticas de enfrentamento de seus desdobramentos adotadas por diferentes países acabaram por lançar luzes a mecanismos e instituições, entre os quais bancos públicos e, entre estes, bancos de desenvolvimento. Tal experiência acabou por estimular alguns países, mesmo que sem tradição e presença histórica importante de instituições dessa natureza, tais como Estados Unidos e Reino Unido, a discutir a criação de bancos de desenvolvimento, motivados, vale notar, por preocupações e objetivos distintos. O processo de criação de bancos de desenvolvimento, marcado por condicionalidades históricas e, sobretudo, por institucionalidades específicas, por si só, coloca limites para tentativas de conceituação de tais instituições. Consciente de tais limitações, o presente trabalho tem como objetivo apresentar como a literatura sobre o tema vem tratando o papel dos bancos de desenvolvimento. E partindo da aceitação do: i. papel histórico dessas instituições na viabilização de decisões de investimento; e ii. das contribuições de Keynes, que destaca a centralidade do investimento assim como a instabilidade que marca as decisões de investimento, o presente trabalho defende que bancos de investimento podem assumir não somente o papel de financiamento, mas também de organização do ambiente no qual tais decisões são tomadas. Com esse intuito, o artigo esta organizado da seguinte forma. Depois da introdução, a seção 2 discute peculiaridades do financiamento do investimento. A seção 3 destaca como a literatura apresenta os bancos de desenvolvimento. Na seção 4, apresentam-se, a partir da contribuição de Keynes, a centralidade do investimento, a instabilidade em torno da decisão de investimento e a proposta de socialização do investimento. Considerações finais são então delineadas. 45 O aumento da demanda estimula a produtividade? Uma análise de Causalidade de Granger para a manufatura brasileira Autor(es): Henrique Morrone (UFRGS) Resumo: O objetivo deste artigo é testar a proposição Kaldoriana sobre a relação causal entre a demanda manufatureira brasileira e a sua produtividade, conhecida como Lei de Kaldor-Verdoorn, no período 2004-2013. Utiliza-se a metodologia desenvolvida por Toda & Yamamoto (1995) a fim de verificar a hipótese de não causalidade de Granger. Duas especificações serão testadas. Na primeira, será examinada a relação entre a produção manufatureira e a produtividade. Na segunda, estima-se uma equação que capta a interação entre a produtividade, o câmbio e as exportações manufatureiras. Os resultados para a Lei de Kaldor-Verdoorn indicam que existe bicausalidade entre as variáveis produção manufatureira e sua produtividade. Para a segunda especificação, encontrou-se que apenas a taxa de câmbio “Granger-causa” a produtividade. Isto valida às estratégias de desenvolvimento centradas na desvalorização cambial como fator indutor do crescimento manufatureiro. Palavras-chave: Lei de Kaldor-Verdoorn, Manufatura. O debate Keynes-Tinbergen: relato histórico de uma controvérsia sobre a origem da econometria Autor(es): Rafael Galvão de Almeida Resumo: Este artigo tem como objetivo realizar um estudo sobre a controvérsia Keynes-Tinbergen sobre métodos econométricos, que ocorreu entre 1939 e 1940. O debate se iniciou após uma resenha crítica de Keynes ao trabalho econométrico de Tinbergen, o que gerou um debate sobre o papel da nascente econometria na análise de problemas da economia, como os ciclos econômicos e, assim, preparar um caminho para uma maior utilização de métodos econométricos nos anos seguintes ao debate. Embora a econometria se desenvolvesse para se moldar de acordo com o modelo proposto por Tinbergen, economistas ainda acreditam que a crítica de Keynes pode ser útil, especialmente porque os modelos econométricos não conseguem capturar fenômenos como incertezas e animal spirits. O FED ANTES DA CRISE: ERROS DE PERCEPÇÃO OU DE CONCEPÇÃO? ANÁLISE DAS ATAS DO FOMC E DE FALAS DE GREENSPAN E DE BERNANKE DE 2001 A 2007 Autor(es): Daniel Nicolau Ferrara e Carlos Eduardo Carvalho (PUC-SP) Resumo: O artigo discute as percepções do Federal Reserve - Fed nos anos de formação da bolha imobiliária, para avaliar se o BC norte-americano subestimou os riscos ou preferiu conviver com eles. No rescaldo das crises de 2001-2002, o Fed reconhecia no consumo e no mercado imobiliário forças importantes na recuperação econômica. A partir de 2003-2004, membros do Federal Open Market Comittee – 46 FOMC passaram a mostrar preocupação com os riscos dos processos em curso no mercado imobiliário e com os efeitos de uma possível reversão da política monetária expansionista sobre os preços dos imóveis, mas daí não resultou a adoção de iniciativas firmes para conter o que se revelaria uma bolha especulativa de grandes proporções. A leniência do Fed pode ser atribuída à crença na resiliência do sistema financeiro diante de crises, à confiança na condução pragmática da política monetária orientada pelo risk management approach e à convicção de que um BC não deve adotar medidas especiais para conter a formação de bolhas especulativas. O artigo analisa as atas das reuniões do FOMC de 2001 a 2007 e alguns pronunciamentos dos presidentes do Fed naqueles anos, Greenspan e Bernanke, de modo a compreender as percepções do Fed diante dos processos em curso. A análise de atas e pronunciamentos se justifica porque a comunicação com o mercado tornara-se instrumento relevante para o Fed na execução da política monetária desde os anos 1990. Palavras-chave: Federal Reserve, política monetária 2001-2007, risk management approach O Euro e a Crise Europeia Recente vis-à-vis o Padrão-Ouro e a Grande Depressão: Institucionalidades, Especificidades e Interfaces Autor(es): Giuliano Contento de Oliveira (IE-UNICAMP) e Paulo José Whitaker Wolf Resumo: O artigo busca estabelecer interfaces entre a Grande Depressão dos anos 1930 sob o Padrão-Ouro e a Crise Europeia recente sob o Euro. Argumenta-se que, a despeito de suas especificidades, as duas crises revelaram os efeitos potencialmente nocivos, em termos econômicos e sociais, de arranjos institucionais que reduzem consideravelmente a autonomia das políticas monetária, fiscal e cambial dos países participantes, sem, entretanto, serem acompanhados pelo aumento da cooperação liderado por uma potência hegemônica, em âmbito global ou regional, que não apenas seja capaz, mas que também esteja disposta a exercer as funções de comprador e emprestador de última instância, sobretudo em momentos caracterizados pelo aumento da incerteza, pela deterioração do estado geral das expectativas e pelo aumento da preferência pela liquidez. De fato, tanto os países do centro europeu no passado como os países da periferia europeia no presente foram empurrados em direção a ajustes deflacionários em que a redução de preços e salários foi acompanhada pela redução do produto, da renda e do emprego. Assim, na ausência da possibilidade de se restaurar a autonomia de política econômica, a superação da crise pressupõe, tanto ontem como hoje, ações conjuntas destinadas a assegurar que a responsabilidade do ajuste seja distribuída igualmente entre todos e que, portanto, uns não sejam beneficiados à custa de outros nesse processo. Palavras-chave: Padrão-Ouro; Grande Depressão; Crise Europeia; Euro. 47 O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: UMA PROPOSTA DE ABORDAGEM TEORICA EVOLUCIONÁRIA E INSTITUCIONALISTA Autor(es): Herton Castiglioni Lopes (UFFS) Resumo: o trabalho objetiva propor uma abordagem teórica para analisar o desenvolvimento econômico unindo elementos da Teoria da Regulação (T.R.), do antigo institucionalismo de Veblen e da teoria evolucionária neoschumpeteriana. O texto congrega os conceitos de inovação, rotinas e revoluções tecnológicas, demonstrando que o crescimento emerge das firmas ao plano macroeconômico a partir do progresso técnico. Com a teoria da regulação se demonstra que as formas institucionais devem estar adequadas e fornecer o estímulo à inovação tecnológica e aproveitamento das janelas de oportunidade abertas pela revolução em curso. A essa análise, incorpora-se a noção de hábitos de pensamento de Veblen que, no plano microeconômico, representam as rotinas e afetam as inovações no interior das empresas. Os hábitos são ainda o elemento de sustentação da regulação macroeconômica, pois consolidam a configuração das formas institucionais que podem afetar a acumulação de capital e o desenvolvimento tecnológico. Enfim, entende-se o desenvolvimento a partir das formas institucionais, dos hábitos dos agentes, da inovação e do progresso técnico. Palavras-Chave: Institucionalismo. Desenvolvimento Econômico; Neoschumpeterianos, O paradigma sistêmico e sua contribuição para a abordagem Pós-Keynesiana da política monetária Autor(es): Tales Rabelo Freitas (UFES) e Alexandre Ottoni Teatini Salles (UFES) Resumo: Desde a implementação do regime de metas de inflação em 1999, a política monetária brasileira tem lançado mão recorrentemente de taxas de juros elevadas para conter a inflação sem contudo obter o sucesso almejado pela política econômica do governo. Tal resultado se opõe ao estabelecido pelo cânon da abordagem convencional sobre o regime de metas e representa uma anomalia considerada intratável nos manuais de economia, onde a taxa de juros é o único instrumento necessário para o controle inflacionário. Modenesi (2012) propõe uma revisão das teses que buscam explicar a resistência à queda da inflação face à elevação da taxa Selic. Seguindo a proposta mas utilizando outra metodologia, o artigo objetiva expor as contribuições do paradigma sistêmico - surgido de debates envolvendo a física clássica e da mecânica quântica - para o entendimento dos métodos de análise da política monetária. Para isso, buscou-se compreender os principais componentes do sistema no qual a atividade da autoridade monetária está inserida, ou seja, um contexto representado por bancos e moeda. Ao final, o artigo demonstra a fragilidade do uso de leis determinísticas para a orientação da política monetária e propõe uma abordagem interdisciplinar compatível com o método Keynesiano de análise. Palavras-chave: Política monetária, mecanicismo, paradigma sistêmico. 48 O princípio da demanda efetiva e a determinação da oferta de trabalho e dos salário nominais na Teoria Geral: novas luzes? Autor(es): André Luís Cabral de Lourenço Resumo: Defende que a aceitação completa do princípio da demanda efetiva é dificultada pelos parcos desenvolvimentos de uma função oferta de trabalho capaz de gerar resultados tipicamente keynesianos, ainda quando alicerçada em microfundamentos comportamentais de otimização. Identifica ainda no modelo de Hoover (1995) o melhor caminho disponível para fazer avançar uma agenda de pesquisas neste campo. Palavras-Chave: princípio da demanda efetiva, Keynes, Teoria Geral. O PRINCÍPIO DA DEMANDA EFETIVA E A RELAÇÃO ENTRE DEMANDA EFETIVA, PROPENSÃO A CONSUMIR E MULTIPLICADOR DA RENDA EM KEYNES Autor(es): André Cutrim Carvalho e David Ferreira Carvalho Resumo: O objetivo do presente artigo é discutir a relação existente entre o princípio da demanda efetiva (PDE), a propensão a consumir e o multiplicador da renda numa visão pós-keynesiana. De acordo com o PDE, os agentes econômicos determinam o nível do produto e, portanto, do emprego quando tomam a decisão de produzir ou de investir. Neste sentido, como a decisão de cada agente é tomada no âmbito microeconômico, o PDE é formulado tendo em vista o modelo de comportamento da empresa. Para criticar a Lei de Say e, portanto, os fundamentos da economia clássica, Keynes (e, mais adiante Kalecki) criaram uma nova taxonomia que confere a economia política uma estrutura conceitual diferente e foi, justamente, a elevada capacidade lógica de Keynes que permitiu a construção de uma nova taxonomia. A verdadeira prova da validade da Teoria Geral, não é a lógica, nem os fatos, mas sim a utilidade da sua aplicação no mundo real em que vivemos. Palavras-Chave: princípio da demanda efetiva, Keynes, Teoria Geral. O PROBLEMA DA REALIZAÇÃO ECONÔMICA REINTERPRETADO A PARTIR DE UM NOVO PARADIGMA Autor(es): Paulo Van Noije e Bruno De Conti (IE-UNICAMP) Resumo: Esse artigo tem o objetivo de resgatar a análise sobre o problema da realização econômica. Primeiro, apresentam-se as visões ortodoxa e heterodoxa sobre o tema, para depois rediscuti-lo a partir das relações entre o preço de oferta agregada, o poder de compra e a demanda agregada. Aponta-se, no que foi classificado como o problema de realização do tipo I, que o preço de oferta agregada pode ser superior ao poder de compra que é gerado pela produção, por conta do lucro que não é distribuído (ex-ante). Mas, mostra-se que esse poder de compra pode ser suficiente para realizar 49 toda a produção quando todo o lucro é gasto (num contexto de assincronia das vendas). O problema de realização do tipo II acontece quando uma parcela do poder de compra é retida como reserva de valor, situação que pode ser contornada pelos gastos autônomos. Nota-se, portanto, que para o entendimento da economia capitalista é essencial incorporar na análise os estoques de riqueza financeira, uma vez que o mercado financeiro pode tanto injetar quanto retirar poder de compra do mercado real, sendo que essa interação determina o poder de compra disponível para realizar a produção existente. Palavras-chave: realização econômica; reserva de valor; poder de compra; demanda; preço de oferta agregada; lucro. O PROCESSO DE INSERÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA NOS PARADIGMAS TECNO-ECONÔMICOS DA PRODUÇÃO EM MASSA E DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Jonattan Castelli Resumo: O objetivo principal deste artigo é analisar o processo de industrialização da economia brasileira, enfatizando seu catching-up ao paradigma da produção em massa e o seu subsequente falling-behind frente à revolução das tecnologias da informação. A hipótese assumida é de que a dificuldade enfrentada pelo Brasil para assimilar os fatores-chave derivados da quinta revolução tecnológica advém da precária estrutura institucional construída ao longo da industrialização via substituição de importações, que foi incapaz de endogenizar o processo inovativo. Palavras-chave: Industrialização brasileira. Catching-up. Falling-behind. One decade of economic recovery in Argentina (2003-2013): an empirical evaluation Autor(es):Vitor Schincariol (UFABC) Resumo: Este trabalho pretende avaliar o desempenho macroeconômico da economia argentina entre 2003 e 2013. Ele contém uma descrição e uma discussão das principais políticas adotadas pelas administrações Kirchner e uma avaliação empírica do desempenho geral da economia, incluindo inflação. Esta análise é sucedida por uma breve conclusão. Palavras-chave: Argentina; neo-desenvolvimentismo; políticas econômicas na Argentina. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil Autor(es): Eliane Cristina Araújo (UEM) e Samuel Costa Peres 50 Resumo: O objetivo deste artigo é analisar o perfil da estrutura produtiva brasileira e de que forma este foi impactado pelo regime de câmbio vigente. A hipótese que se explicita é a de que o regime de câmbio apreciado foi prejudicial aos setores e ramos tecnologicamente mais sofisticados, favorecendo os ramos mais tradicionais e aqueles ligados às atividades primárias. Esse regime contribuiu para mudar o perfil da estrutura produtiva brasileira, provocando um processo de “desindustrialização relativa”, que se reflete em variáveis do setor externo e possui importantes consequências para o crescimento econômico. Tendo em vista tal situação, a retomada do crescimento econômico sustentado só será possível mediante a reindustrialização da economia brasileira, para a qual a política cambial é a variável-chave para determinar essa mudança estrutural. Palavras chaves: Mudança estrutural. Comércio exterior. Política cambial. POLÍTICA MONETÁRIA E REGIMES MACROECONÔMICOS: UMA ANÁLISE EMPÍRICA COM BASE EM UM MODELO MS-VAR Autor(es): Mateus Ramalho Ribeiro da Fonseca (UFRGS) e Eliane Cristina de Araujo (UEM) Resumo: Este artigo analisa a hipótese de não linearidade da política monetária brasileira, após, implantação do regime de metas de inflação. No âmbito teórico, este trabalho analisa brevemente os regimes macroeconômicos sob a ótica pós-keynesiana. No aspecto histórico, buscou-se analisar o comportamento da economia brasileira, entre os anos de 1999 a 2013, por meio das principais variáveis macroeconômicas: taxa de juros, inflação, produção, dívida pública e câmbio. Como a política monetária vem se modificando ao longo do tempo, buscou-se analisá-la de maneira não linear, por meio de uma estimação econométrica de vetores autoregressivos com mudanças markovianas (MS-VAR). Desta forma, pôde-se comprovar que a política monetária brasileira é não linear, e que tem dois regimes bem definidos e persistentes, isto é, quando se esta em um regime, dificilmente a economia muda para outro regime. Assim, percebe-se que o principal instrumento da politica monetária agiu de maneira distinta no período analisado, sendo esta uma característica da presença de não linearidade. Palavras-chave: Não linearidade, Regime de Metas de Inflação, Vetores autoregressivos com correntes de Markov. POLÍTICA MONETÁRIA NOS ANOS DE 2011 E 2012: RUPTURAS OU CONTINUÍSMO? Autor(es): Brunno Henrique Sibin (IE-Unicamp) e Ana Rosa Ribeiro de Mendonça (IEUNICAMP) Resumo: A adoção do regime de metas de inflação tornou-se o principal norteador de política monetária de diferentes bancos centrais a partir do início dos anos de 1990. Sua concepção se baseia em anunciar de maneira previa uma meta para a inflação em 51 um determinado prazo e no estabelecimento, por parte do Banco Central, de um compromisso para a manutenção da meta fixada. Em 1999, o Banco Central do Brasil passou a conduzir sua política monetária a partir do arcabouço do regime de metas inflacionárias, no contexto de fortes desvalorizações do real em função de ataques especulativos, num cenário externo desfavorável caracterizado por elevada aversão aos riscos. Entendendo a necessidade de que a atuação do Banco Central se comprometa não apenas com a manutenção da estabilidade dos preços, mas também com o crescimento econômico e que, para tal, na execute a política monetária de forma junto com as demais políticas, esse artigo se propõe a investigar a atuação do Banco Central do Brasil nos anos de 2011 e 2012, a procura evidências se a gestão durante o período trouxe consigo uma alteração nas estratégias de política monetária. Com tal intuito, o artigo está organizado da seguinte forma. Na primeira seção, realiza-se uma breve apresentação de diversas contribuições teóricas que justificam centralidade da política monetária como instrumento para a busca da estabilidade de preços e, nesse contexto, o regime de metas inflacionárias. A segunda seção procura analisar o comportamento do Banco Central do Brasil (BCB) entre os anos de 2003 e 2012, com destaque para os dois últimos anos do período, e busca identificar continuidades e rupturas em relação ao mandato anterior, com o intuito de avaliar se houve mudança no viés anticrescimento até então observado. Por fim, conclusões são tecidas. POR QUE A ELASTICIDADE-CÂMBIO DAS IMPORTAÇÕES É BAIXA NO BRASIL? EVIDÊNCIAS A PARTIR DAS DESAGREGAÇÕES DAS IMPORTAÇÕES POR CATEGORIAS DE USO. Autor(es): Cláudio Hamilton M. dos Santos (DIMAC-IPEA), André G. Cieplinsk, Débora Pimentel , Gustavo Bhering Resumo: Estudos recentes têm sugerido – talvez contrariamente à intuição treinada de muitos macroeconomistas – que a elasticidade-câmbio real das importações brasileiras é relativamente baixa. Utilizando diversos modelos de séries temporais, aplicados a dados trimestrais das importações de bens e serviços do país desagregadas em sete “categoria de uso” para o período 1996/2013, este estudo confirma os resultados da literatura anterior, apresentando estimativas para a elasticidade-câmbio real das importações brasileiras que variam entre -0,2 e -0,5, a depender do modelo preciso utilizado. Baseado em estimativas econométricas para as sete desagregações previamente mencionadas o estudo sugere, ainda, uma explicação relativamente simples para este fenômeno, qual seja, o fato da maior parte das importações brasileiras consistir em produtos (combustíveis, químicos complexos, serviços de transporte, etc) que a economia doméstica simplesmente não tem condições de ofertar adequadamente. PÓS-KEYNESIANOS E INSTITUCIONALISTAS: EM BUSCA DE MÚTUAS CONTRIBUIÇÕES Autor(es): Bruno Paim (FEE-RS) e Emanuel Heuser 52 Resumo: O artigo pretende abordar a relação entre as teorias pós-keynesiana e institucionalista. Mostra-se que o desenvolvimento das teorias, a partir dos cânones de cada uma, aprofundou a relação entre as duas escolas e, cada vez mais, serve de embasamento para uma convergência entre as duas. Dessa forma, pretende mostrar dois pontos principais: (i) o conceito de incerteza enfatizado pelos pós-keynesianos está na raiz de uma análise evolucionária retomada pelos institucionalistas; (ii) o estudo das instituições fornece a chave para se analisar como o comportamento microeconômico se relaciona com o agregado macroeconômico. PALAVRAS-CHAVE: Economia Pós-keynesiana, Economia Institucional, incerteza, instituições. PRODUÇÃO DE PETRÓLEO: uma abordagem sob a ótica do custo de uso e da especulação. Autor(es): Breno Carvalho Roos e Márcia Maria de O. Bezerra (UFRN) Resumo: O propósito desse trabalho é examinar a produção de petróleo a partir de sua característica de recurso não renovável, priorizando a análise dos aspectos econômicos e especulativos do emprego do conceito de custo de uso, desenvolvido por Keynes. A aplicação desse conceito é relevante para se pensar a gestão dos estoques desse recurso natural de um ponto de vista intertemporal, tanto mais quando se analisa o caso de uma mercadoria que constitui um insumo básico, como o petróleo. Este conceito é o ponto de partida, conforme mostra Davidson, para explicar a oferta e preços no setor. Os dois autores fornecem meios para a compreensão dos movimentos de especulação e formação de bolhas. Palavras chave – indústria do petróleo; custo de uso; especulação. Produtividade do trabalho nos setores formal e informal no Brasil: uma avaliação do período recente Autor(es): Gabriel Coelho Squeff (IPEA-DF) Resumo: Este trabalho discute a evolução da produtividade do trabalho nos setores “formal”, “informal” e “outras unidades familiares” segundo atividade econômica. Com base em um shift share modificado que lida com o problema de perda de aditividade, verificou-se que a produtividade agregada cresceu 7,0% entre 2001 e 2009 em decorrência do setor formal – uma vez que as atividades informais contribuíram negativamente – e de contribuições positivas da produtividade dentro das atividades (efeito direto) e da composição das ocupações (efeito ocupação). Ao excluir atividades com elevada parcela de produção não-mercantil e imputada, obtémse resultados distintos: crescimento da produtividade agregada de apenas 2,2%, menor contribuição positiva do setor formal, efeito direto negativo e efeito ocupação positivo. Deste modo, é premente a adoção de políticas públicas que reduzam a informalidade e que promovam uma mudança estrutural em prol de atividades econômicas de maior valor agregado. 53 Palavras-chave: Produtividade do Trabalho, Setores Formal e Informal, Sistema de Contas Nacionais RELAÇÃO ENTRE TAXA DE CÂMBIO E TAXA DE JUROS: UMA AVALIAÇÃO CRÍTICA AOS TEOREMAS DE PARIDADE E UMA PROPOSTA ALTERNATIVA Autor(es): Ricardo Summa (IE-UFRJ) e André Cieplinski Resumo: O presente artigo tem como objetivo avaliar criticamente os teoremas da paridade de juros e propor uma explicação alternativa heterodoxa para a determinação da taxa nominal de câmbio. Para tanto, avaliamos criticamente os teoremas de paridade de juros do ponto de vista da abordagem da taxa de juros exógena. Seguimos a visão pós-keynesiana/cambista de Lavoie (2000) para a explicação da paridade coberta da taxa de juros. Com relação ao teorema da paridade descoberta, incorporamos duas modificações: 1) a existência de expectativas cambiais endógenas; e 2) imperfeições no mercado de capitais internacional (substitutabilidade imperfeita entre ativos). A partir dessas modificações no teorema da paridade descoberta, apresentaremos uma proposta teórica de explicação para a relação entre a taxa de juros e a taxa nominal de câmbio, sob a perspectiva da ideia de que tanto a taxa de câmbio quanto a taxa de juros são variáveis políticas. RESTRIÇÃO DE DIVISAS E POLÍTICA CAMBIAL NO BRASIL NO PÓS SEGUNDA GUERRA MUNDIAL Autor(es): Paulo Van Noije e Julio Manuel Pires Resumo: Entre o final da Segunda Guerra Mundial e o início dos anos 1960, a economia brasileira vivenciou um intenso processo de industrialização, acompanhado por crises recorrentes no balanço de pagamentos. Para fazer frente a esse estrangulamento externo e visando promover o crescimento industrial, o Estado brasileiro implementou diversas políticas de comércio exterior com nítido viés favorável ao setor industrial. O artigo visa, a partir do exame das condições do comércio e de fluxos de capitais internacionais no período, analisar o papel das políticas voltadas para o setor externo da economia na promoção da industrialização. Palavras chaves: Economia brasileira, Desenvolvimentismo, Política cambial, Escassez de dólares, Industrialização Revelations from the crisis: Treasury and central bank´s relations in a fiat money system Autor(es): Maryse Farhi (IE-UNICAMP) Resumo: The current crisis shed a new light on issues that, previously, were not perceived as serious or important. It highlighted the close ties between fiat money and government bonds denominated in it or, in other words, the relationship between 54 Treasury and Central Bank. Two ill-conceived views of the “new consensus” on money that had turned into taboos were put in evidence. The first, derived from the quantitative theory of money, concerns the rejection of unsterilized monetary expansion; the second, directly related to the neoliberal ideology, prohibits or imposes strict limits on the role of central banks in the financing of public debts. Salário Mínimo e impacto nas Finanças Públicas no período 2004 – 2013 Autor(es): Denise Lobato Gentil e Victor Leonardo de Araújo Resumo: O artigo tem por objetivo discutir o impacto da política de crescimento real do salário mínimo dos governos Lula e Dilma sobre as finanças da União, Estados e Municípios. O ponto de vista adotado é de que os gastos públicos vinculados ao salário mínimo são um dos principais canais macroeconômicos de influência sobre o crescimento do PIB e da renda. O segundo objetivo é o de demonstrar que a política de recuperação do poder de compra do salário mínimo afetou positivamente as receitas tributárias. Ao provocar o crescimento da demanda agregada e maior dinamismo econômico, gerou um efeito de elevação na arrecadação de contribuições sociais num ritmo elevado, superior ao crescimento do gasto, assegurando um resultado agregado compatível com finanças superavitárias no conceito primário e com dívida líquida em queda. O artigo conclui que as restrições à continuidade do crescimento real do salário mínimo não são de natureza fiscal e sim estrutural, associadas, principalmente, ao baixo crescimento da produtividade e à restrição externa. Palavras-chave: Política Fiscal; Política Macroeconômica; Gasto Público; SalárioMínimo. Soberania, taxa de câmbio e a crise do euro Autor(es):Luiz Carlos Bresser Pereira (FGV-SP) e Pedro Rossi (IE-UNICAMP) Resumo: Esse artigo apresenta uma interpretação da crise europeia a partir dos desequilíbrios internos da zona euro destacando as taxas de câmbio reais implícitas ou internas como causas últimas da crise. Exploram-se as contradições estruturais da moeda única que tornam o euro uma moeda estrangeira para cada um dos países da zona euro. Essas contradições implicam na incapacidade de monetização das dívidas públicas e privadas por parte dos bancos centrais nacionais, o que torna a crise do euro uma crise soberana, aos moldes das crises típicas de países emergentes, mas cujo caminho de saída apresenta obstáculos adicionais. Taxa de Juros no Regime de Metas de Inflação da Economia Brasileira: Uma Análise Empírica Autor(es): Luma de Oliveira e Mateus Boldrine Abrita (UEMS) Resumo: Este artigo tem como principal objetivo verificar como variáveis macroeconômicas selecionadas respondem a choques na taxa de juros básica da 55 economia brasileira, com o propósito de verificar a eficácia do Regime de Metas de Inflação. Ou seja, analisar variáveis, como a taxa de desemprego, a produção industrial, o índice de credibilidade e a taxa de inflação, respondem a mudanças no principal instrumento de política monetária e quais os custos socioeconômicos alcançados por estas mudanças. Portanto, foi desenvolvido um modelo de Vetores Autorregressivos para a economia brasileira no período de janeiro de 2002 a outubro de 2013 e, assim, analisadas as principais ferramentas provenientes deste modelo. Os principais resultados alcançados foram que: existe uma grande defasagem entre mudanças na taxa de juros e a resposta da taxa de inflação; a variação em relação à taxa de desemprego a mudanças nos juros é mínima; e, a produção industrial é altamente prejudicada por alterações na taxa de juros. Teoria da renda diferencial e heterogeneidade do capital: uma análise neoricardiana Autor(es):Alain Herscovici (UFES) Resumo: O objetivo deste trabalho consiste em mostrar porque a teoria da renda diferencial de Ricardo é uma parábola que ressalta a heterogeneidade do capital. Assim, contrariamente à leitura marshalliana, não é possível deduzir desta lei a lei da produtividade marginal decrescente: ao contrário, a interpretação sraffaiana ressalta as incompatibilidades em relação à construção marshalliana, principalmente no que diz respeito(a) à medida de uma quantidade de capital agregada, da maneira como ele é concebida nas funções de produção Cobb-Douglas, e (b) às modalidades de distribuição da renda. Palavras chaves: Heterogeneidade do capital – Lei da produtividade marginal decrescente – Distribuição da renda. Teorias da Inflação: Uma Abordagem Heterodoxa Autor(es): Karla Vanessa B. S Leite (UEM) Resumo: O presente artigo tem por objetivo contribuir o enriquecimento da discussão teórica sobre a formação de preços e processos inflacionários, em ambientes de elevado grau de abertura econômica, de modo a avançar na interpretação heterodoxa para o fenômeno da inflação. Para tanto, será apresentada uma abordagem teórica que está ancorada na teoria de preços desenvolvida por Keynes (1936, Cap. 21) e que permite analisar o comportamento e a formação dos preços em um ambiente de elevado grau de abertura comercial e financeira. Dessa forma, espera-se fornecer um material teórico relevante que permita compreender como os preços são formados e, assim, contribua na elaboração de políticas de controle inflacionário mais adequadas ao atual estágio de desenvolvimento da economia mundial. Palavras-Chave: Keynes. Inflação. Teorias Heterodoxas. 56 Teses Equivocadas no Debate sobre Desindustrialização Competitividade da Indústria Brasileira Autor(es): José Luis Oreiro (IE-UFRJ) e Nelson Marconi (FGV-SP) e Perda de Resumo: O presente artigo tem por objetivo apresentar as teses da ortodoxia sobre a desindustrialização da economia brasileira, apontando a razão pela qual as mesmas são equivocadas. Como iremos argumentar ao longo deste artigo, a desindustrialização brasileira não é uma decorrência natural do processo de desenvolvimento, sendo de natureza precoce e causada, sobretudo, pela apreciação cambial decorrente da valorização dos termos de troca observada nos últimos anos. Além disso, a desindustrialização não é um fenômeno irrelevante sobre o desenvolvimento da economia brasileira no médio e longo-prazo, uma vez que a indústria não é um setor como outro qualquer, mas é o setor onde se observam os maiores níveis da produtividade do trabalho. Palavras-Chave: Brasileira. Desindustrialização, Sobre-Valorização Cambial, Economia The access to demand Autor(es): Luiz Carlos Bresser Pereira (FVG-SP) Resumo: Neste trabalho defendo que, nos países em desenvolvimento, a demanda agregada não é suficiente para motivar o investimento e alcançar o pleno emprego. Além disso, de acordo com a macroeconomia keynesiana de desenvolvimento, as empresas competentes devem ter acesso a essa demanda que é negada à maioria delas porque os países em desenvolvimento enfrentam a tendência à sobrevalorização cíclica e crônica da taxa de câmbio. THE BEHAVIOR OF THE RESIDENTIAL BULDING CONSTRUCTION IN BRAZIL: 2008 – 2013 Autor(es): Elton Eustáquio Casagrande (UNESP-Araraquara) e Cláudio Cesar Paiva Resumo: The current article analyzes the performance of the residential building construction companies listed in the Novo Mercado of BM&F BOVESPA. The period analyzed is from 2008 to 2012. The main instruments used were the economicfinancial indicators and the reports released annually by the board of Directors of the companies. We identified a context of financial fragility of the companies, which is not potentially critical due to the government housing credit policy. We identified the investment needs in bank land s one of the main problems of the sector, given the valorization of this asset. There are potential risks to macroeconomics, for the Brazilian capital market depends intensively on the valorization of the assets in this sector. 57 The Multi-Sectoral Thirlwall’s Law: evidence from 14 Western European countries using product level data Autor(es): João P. Romero (University of Cambridge), John S. L. McCombie (University of Cambridge) Resumo: O presente artigo reporta estimativas de funções de exportação e importação para 5 setores tecnológicos in 14 países da Europa Ocidental. Até o presente momento estas função nunca haviam sido estimadas para países desenvolvidos adotando-se uma divisão setorial baseada na intensidade tecnológica dos produtos. Este artigo apresenta ainda três contribuições para o aprimoramento da robustez dos trabalhos empíricos relacionados aos modelos de crescimento com restrição do balanço de pagamentos. Primeiro, são apresentadas estimativas das elasticidades renda de comércio usando modelos de vetor de correção de erros e modelos de painel entre produtos. Segundo, são apresentadas estimativas das elasticidades usando tanto medidas de preços relativas e deflatores agregados, como índices de preço ajustados para qualidade recentemente calculados por Feenstra and Romalis (2014) para medir preços relativos em cada categoria de produto e para deflacionar os respectivos valores de exportações e importações. Terceiro, é reportada uma avaliação da validade Lei de Thirlwall Multi-Setorial usando setores tecnológicos como referência através da regressão da taxa de crescimento de equilíbrio sobre a taxa de crescimento efetiva. Os resultados indicam que as elasticidades renda das importações e exportações são mais elevadas para as manufaturas de média e alta tecnologia, o que indica a importância de uma mudança estrutural partindo da produção de bens simples para a produção de bens com elevado conteúdo tecnológico. Além disso, os testes indicam também que a Lei de Thirlwall Multi-Setorial é valida para os países analisados, enquanto a comparação das elasticidades releva que o uso de modelos de painel entre produtos gera resultados consideravelmente mais robustos e menos voláteis. Palavras-Chave: Modelos de crescimento com restrição no balanço de pagamentos, Lei de Thirlwall Multi-Setorial, Comércio Internacional, Crescimento econômico. The New Millennium Argentine Saga: from Crisis To Success and from Success to Failure Autor(es): Mario Damill (CEDES), Roberto Frenkel (CEDES), Martín Rapetti (CEDES) Resumo: We analyze Argentina´s macroeconomic performance from late 200 to early 2014. The period began with a severe financial crisis that led to a large default on public debt and a deep economic contraction. A rapid recovery began almost immediately after the devaluation of 2002; recovery then turned into strong and sustained economic growth. By late 2011, despite a very favorable external context, the economy started to face a lack of foreign exchange, which ended up precipitating a currency crisis in early2014. In our view, the reason of this cycle of success and failure lays in the switch of macroeconomic policy from one based on a stable and competitive real exchange rate to another one of populist orientation. 58 Um novo olhar sobre um Antigo Debate: A tese de Prebisch-Singer é, ainda, válida? Autor(es): Luiz Carlos D. Prado (IE-UFRJ), Julia Ferreira Torraca , Julio Castro Alves de Lima e Silva Resumo: o presente artigo tem por objetivo discutir se a tese de Prebisch-Singer, adaptada aos dados e às características do comércio internacional atuais, pode ser, ainda, considerada válida. Para isto, faremos uma discussão sucinta das proposições originais para, posteriormente, testar o comportamento dos termos de troca entre as commodities e diferentes tipos de produtos industriais, para um período tempo similar ao dos estudos originais, mas tendo como ponto inicial o ano de 1976 e final o ano de 2011. Uma Investigação Empírica Sobre os Determinantes do Investimento no Brasil (1995-2013) Autor(es): Erica Oliveira Gonzales (UnB), Allan Silveira dos Santos Resumo: O objetivo do presente estudo é analisar quais as variáveis são determinantes do investimento no Brasil. Em primeiro lugar é apresentada uma análise da trajetória da taxa de investimento da economia brasileira, ao longo das décadas, através da análise da formação bruta de capital fixo, bem como uma comparação entre o investimento no Brasil e no resto do mundo. Por fim, é desenvolvida a análise empírica, através do modelo VEC, para encontrar as principais variáveis que determinam o investimento. Os resultados empíricos mostram que as variáveis que exercem forte influência sobre a decisão de investir são: PIB, taxa de juros, taxa de câmbio, demanda agregada e infraestrutura. A relação negativa verificada entre o aumento da taxa de juros e o aumento dos investimentos corrobora a teoria keynesiana. Palavras-chave: Determinantes do Investimento; Infraestrutura, crescimento econômico Uma Leitura Pós-Keynesiana da Dinâmica de Preços e da Política Monetária no Brasil Pós-Metas de Inflação: uma Análise por Vetores Autorregressivos Autor(es): Guilherme Jonas Costa da Silva (IE-UFU), Fábio Terra (IE-UFU), Ana Paula Coutinho (BTG-Pactual) Resumo: O paper tem por objetivo analisar as raízes da inflação brasileira e a estratégia de condução da política monetária no Brasil via Regime de Metas de Inflação. Para tanto, realiza-se uma análise com Vetores Autorregressivos (VAR), utilizando dados da economia brasileira no período de 1999 a 2013. Os resultados demonstraram que a inflação no País é resultado de um conjunto de problemas, cujas causas não são exclusivamente provenientes do lado da demanda, o que torna o RMI pouco eficiente e muito custoso para combater a dinâmica da inflação verificada na economia brasileira. Assim, torna-se necessário repensar a estratégia de condução da inflação a meta estabelecida pelo Banco Central do Brasil, de modo a combater de 59 forma mais eficaz as várias causas da inflação sem comprometer o potencial de crescimento da economia brasileira. Palavras-chave: Meta de Inflação; Crescimento Autorregressivos; Teoria Pós-Keynesiana; Brasil. Econômico; Vetores Visões Pós-keynesianas Sobre a Determinação da Taxa de Câmbio Autor(es): Alexandre J. de Freitas e Marcelo P. Fernandes Resumo: O presente artigo buscará contribuir para o debate revisando a posição póskeyenesiana sobre a determinação das taxas de câmbio. Para isso, o trabalho se constituirá de 3 partes, além desta introdução. Na primeira parte, será feita uma breve revisão crítica dos modelos ortodoxos. Em seguida apresentaremos algumas abordagens ligadas a escola pós keynesiana. Evidentemente que, como qualquer outra escola de pensamento, a escola pós-keynesiana não é homogênea (Jespersen, 2009). Por isso, dividiremos os modelos pós-keynesianos em três vertentes principais: o Modelo da Formação de Expectativas de Harvey, a Visão Cambista defendida por Lavoie e Smithin e, por fim, uma aplicação da teoria da preferência pela liquidez de Keynes voltada à esfera internacional. Algumas considerações finais concluem o artigo. WHICH DEVELOPMENTALISM? A KEYNESIAN-INSTITUTIONALIST PROPOSAL Autor(es): Fernando Ferrari Filho (UFRGS) e Pedro Cezar Dutra Fonseca (UFRGS) Resumo: As discussões sobre qual deve ser o regime ideal de crescimento para a economia brasileira, export-led ou wage-led, voltou a ser o centro das atenções. O presente artigo objetiva mostrar que os dois regimes são conciliáveis e para, tanto, propõe um approach keynesiano-institucionalista para assegurar a estabilização macroeconômica para a economia brasileira. 60 Realização: Apoio: