Este suplemento faz parte da edição do jornal Correio do Minho de 18 de Abril de 2017 e não pode ser vendido separadamente 2 EDITORIAL Abril’17 CM Fazer Cidade P Ana Fragata Diretora Executiva do FICIS Para discutir Smart Cities tem lugar em Braga, de 18 a 20 de abril, o FICIS 2017 – Fórum Internacional das Comunidades Inteligentes e Sustentáveis – e tem como lema Fazer Cidade - Placemaking. A New Way of Thinking foi o lema do FICIS 2015 e Utopia o do FICIS 2016. No FICIS, cidades, líderes de opinião, decisores, especialistas com ideias e empresas com meios para transformar as ideias em realidade, todos a partilham o mesmo espaço onde as ideias e os projetos para as Smart Cities podem transformar-se em realidade. Uma cidade é um sistema de sistemas com redes e infraestruturas urbanas, pessoas, edifícios, comunidades, entidades, transportes e serviços. Uma Smart City é uma cidade inovadora que utiliza as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para melhorar a qualidade de vida, a eficiência das operações urbanas e dos serviços e a sua competitividade. Uma Smart City sustentável assegura as necessidades das gerações do presente sem comprometer as do futuro, através de um equilíbrio entre os fatores ambientais, económicos e sociais. Cada cidade afirma-se em diferentes domínios onde o ambiente, a mobilidade e a governança são os mais relevantes, uma vez que as metas associadas são coletiva e amplamente partilhadas. Ao nível do ambiente, a melhoria das condições ambientas, nomeadamente ruído e qualidade do ar e da água são fundamentais, assim como a melhoria da eficiência energética ao nível de equipamentos públicos, monitorização dos consumos e das redes de água e resíduos. As iniciativas de gestão da energia e da iluminação com ligações inteligentes, tecnologia LED e sensores, podem ser aplicadas na maioria dos projetos em construção e contextos da cidade. A redução dos custos energéticos a curto prazo é o principal impacto. O transporte urbano e a mobilidade são fatores decisivos na afirmação das cidades, promovendo a sua sustentabilidade, participam na coesão social, desenvolvimento económico e qualidade de vida dos cidadãos. Os planos cicláveis inteligentes, viagens multimodais integradas e a gestão inteligente de tráfego com recurso a geo-sensores, monitorização e smart cards, por exemplo, são algumas das iniciativas bem-sucedidas. A prioridade dada aos modos ativos e transporte coletivo urbano pode ter vantagens do ponto de vista da saúde e ambiente e aqui também com repercussões económicas relevantes; estas soluções podem ser aplicadas em toda a cidade, podem reduzir as emissões de gases efeito estufa através da redução de veículos e redução da sinistralidade, podendo ser desenvolvidas nas infraestruturas existentes. Por vezes basta “uma lata de tinta e um pincel”. Na Governança iniciativas bottom-up com recurso a plataformas abertas – nas quais os município cria um interface para disponibilizar dados e serviços a terceiros, incluindo empresários e cidadãos, permite aos cidadãos participarem ativamente –, o portal único – janela única para serviços municipais ou portais municipais online – e iniciativas sustentáveis integradas – para gestão mais eficiente da energia, monitorização e feedback dos utilizadores –, facilitam a apropriação e participação desde o início. Os impactos económicos, melhoria dos serviços associados ao ambiente e mobilidade são vantagens deste tipo de iniciativas. Publicidade Smart Cities VISION-BASED SURVEILLANCE ENERGY EVERYWHERE 3 Abril’17 CM SMART CITIES FÓRUM INTERNACIONAL DAS COMUNIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS Placemaking A integração e monitorização das redes e infraestruturas de forma centralizada e global num centro dedicado, que corresponde ao cérebro da cidade digital, com uma gestão capaz e tecnologicamente apetrechado e que assuma a visão da cidade, é uma das iniciativas essenciais numa Smart City. Este centro recebe todos os dados dos sensores e redes e através de ferramentas de business inteligence coloca à disposição dos serviços públicos, investidores e utilizadores da cidade, informação útil para a tomada de decisão. Aqui é importante garantir a privacidade e a proteção da informação por um lado, e por outro lado, garantir padrões abertos da informação a quem dela necessita. Desta forma será possível adotar soluções integradoras e alinhadas com todas as entidades e que abordem os problemas de forma eficaz. Tecnologia é a resposta. E qual é a questão? Como é que as TIC podem ser utilizadas nas cidades para “cozer” as redes e infraestruturas urbanas umas com as outras, de modo a que, estando as pessoas no centro do processo, elas lhes sejam mais acessíveis e úteis de um modo mais facilmente percecionado? Ou seja, como resolver os problemas reais das cidades e de forma eficaz, contribuindo para o bem-estar e felicidade dos cidadãos. Para o sucesso de uma Smart City é essencial uma visão clara assumida pelo “líder” da cidade que permita trilhar o caminho dos grandes objetivos a atingir. Esse caminho deve ser paulatinamente construído com iniciativas nos domínios em que cada cidade se pretende afirmar, com recurso às TIC e com o envolvimento ativo dos seus cidadãos. Atualmente é difícil pensar-se em projetar um espaço que não atraia as pessoas. O que é notável constatar é quantas vezes isso foi feito. Fruto da sua história, património, cultura e conhecimento cada cidade tem a sua própria identidade. O futuro das cidades exige A New Way of Thinking onde a Utopia ajuda-nos a caminhar e a estabelecer metas e o Placemaking – Fazer Cidade devolve-nos a liberdade de nos reinventarmos a nós próprios e às nossas cidades. Através do Placemaking – Fazer Cidade pode-se construir espaços mais vibrantes e tornar as comunidades mais felizes. É um processo que inclui projetar, criar e manter espaços públicos, que estimula uma maior interação entre as pessoas e propõe a transformação dos pontos de encontro de uma comunidade – parques, praças, ruas e calçadas – em lugares mais agradáveis e atrativos. Para isso, é essencial ouvir as ambições e necessidades daqueles que vivem e usufruem dos espaços a serem transformados. Na verdade as cidades só tem a capacidade de oferecer algo, se esse algo for criado por todos. O direito à cidade é muito mais do que a liberdade de cada um no acesso aos recursos urbanos: é o direito de mudarmo-nos a nós mesmos mudando a própria cidade. Trata-se de um direito comum e não individual, uma vez que essa transformação depende inevitavelmente do exercício de um poder coletivo. O conhecimento e a cultura, tornam cada cidade única apesar do conceito Smart City ser global. Certo é que não há duas cidades iguais. Publicidade 4 Abril’17 CM Smart Governance Por Smart Governance entendem-se as relações de poder das instituições da cidade e para além dela, que ligam entidades públicas e privadas, a sociedade civil e, inclusivamente, quando necessário, instâncias europeias, que organicamente combinadas contribuem para uma gestão mais eficaz e eficiente da cidade. A ferramenta mais importante para este objetivo é a interoperabilidade das TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação (infra-estruturas, software e hardware) suscitada através de processos e dados inteligentes. As ligações nacionais, internacionais e com o hinterland (para além da cidade) são também importantes, pois, neste sentido, a cidade deve ser entendida como um “nó” de “nós” na nova sociedade da informação. Esta perspetiva acarreta uma colaboração e subsidiariedade entre entidades públicas e privadas, num trabalho de cooperação permanente de prosseguimento de objetivos inteligentes ao nível da Cidade. Estes objetivos inteligentes incluem a transparência, open data, E-government e qualquer ferramenta de TIC que permita uma participação na decisão e na produção de serviços. Sendo um fator transversal, a Smart Governance, pode comandar e integrar quaisquer outras das características da Smart City. Neste domínio inclui-se a participação na vida política, nos serviços públicos e sociais e na transparência da governança. Publicidade 5 Abril’17 CM SMART CITIES FÓRUM INTERNACIONAL DAS COMUNIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS Smart Economy A Smart Economy inclui novos modelos de negócio e comércio eletrónicos apoiados nas TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação. Interliga a economia local e internacional com fluxo físico e virtual de mercadorias, serviços e conhecimento. Neste domínio inclui-se o espírito inovador, empreendedorismo, imagem económica e marcas, produtividade, flexibilidade do mercado de trabalho e internacionalização. Faz sentido a existência das infra-estruturas de Fibra Ótica (FO), assim como a existência de estradas e ruas e nelas circularem quaisquer agentes. Essas infraestruturas de livre acesso são vitais para o aparecimento de novos serviços de muita proximidade e com alto grau de diferenciação em relação aos tradicionais. Esta nova geração de negócios altamente rentáveis, Smarts portanto, vão desde o apoio a idosos até controlo de redes de iluminação, passando por serviços de segurança, televisões locais, distribuidores locais, negócios de segurança de dados, etc. A própria rede de fibra ótica é também um negócio, sendo que há vários modelos: fibra escura, fibra iluminada, circuitos específicos, anéis de redundância, lacete local, transporte regional, data centre, etc. Publicidade 6 Abril’17 CM Smart Mobility Smart Mobility refere-se a sistemas integrados de transportes e logística apoiados nas TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação. Dá prioridade aos transportes ambientalmente sustentáveis e modos ativos (andar a pé e de bicicleta). Inclui informação em tempo real acessível ao público para otimização dos transportes. O acordo de Paris foi uma mudança na estratégia das cidades que se vêm obrigadas a desenvolver planos de mobilidade urbana para alcançarem os objetivos propostos a nível ambiental. Para isso os cidadãos são encorajados a mudar o seu comportamento de viagens e experimentar alternativas ao automóvel, como a bicicleta, o andar a pé e o transporte público. As cidades são incentivadas a promover esses modos de transporte e a investir em infraestruturas necessárias para um planeamento a longo prazo, em detrimento do automóvel. A Comissão Europeia recomenda, com insistência, às autoridades locais que elaborem e apliquem planos sustentáveis de transporte urbano. Sustentado, por exemplo, pelo programa Portugal 2020, por fundos nacionais, pelo Compromisso para o Crescimento Verde e pelo “Plano Junker”, Portugal definiu como objetivos para 2030: aumentar a utilização de transportes públicos, incentivar a utilização de combustíveis com melhor desempenho ambiental, promover o uso da bicicleta e criar parques de estacionamento periféricos a funcionarem como interfaces de transporte. Publicidade Transformamos a Manutenção de Frotas numa Ciência Exacta www.stratioautomotive.com 7 Abril’17 CM ENTREVISTA RICARDO RIO “BRAGA É HOJE MAIS INTELIGENTE DO QUE HÁ TRÊS ANOS ATRÁS” raga acolhe, pelo terceiro ano consecutivo, o Fórum Internacional das Comunidades Inteligentes e Sustentáveis. Um evento referência que este ano reúne na capital do Minho dez autarcas, um ministro e vários especialistas. Em entrevista, o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Rio, considera que é vital para Braga potenciar-se como “centro de discussão” ao torno das cidades inteligentes e que o FICIS é “uma verdadeira mais-valia para o concelho”. O autarca sente que Braga é mais inteligente do que há três anos atrás, contudo ainda há muito por fazer. Todavia sente que este é o caminho a seguir. B 8 Abril’17 CM ENTREVISTA RICARDO RIO “BRAGA É HOJE UM CENTRO DE INOVAÇÃO NAS VÁRIAS ÁREAS DA ECONOMIA” Terceira edição do FICIS, um evento que já está a tornarse numa referência na cidade de Braga? É uma referência e diria que para a cidade é muito bom que este conjunto de discussões e todas as iniciativas que estão acopladas ao FICIS aqui tenham lugar e que seja, de forma directa, potenciando o contacto com os cidadãos e as instituições locais. Noutro âmbito, e a FICIS projecta, a partir de Braga, para o resto do país e para interlocutores internacionais este tipo de discussões, já que queremos que olhem para Braga como um caso que está a fazer o seu caminho, nomeadamente a potenciar, com base nos recursos que temos, a construção de um futuro diferente, mais inteligente, mais tecnológico e mais inovador, que assenta nos agentes locais. Em suma, espero que decorra com o sucesso das duas edições anteriores, até porque este evento é para Braga muito importante. A temática deste ano - Fazer Cidade - pode servir de rampa de lançamento para efectuar um balanço sobre o que se tem feito em Braga nesse aspecto…. Obviamente quando se fala das cidades inteligentes, dos muitos contactos que fui tendo com as várias empresas que falamos e que temos desenvolvido projectos, sabemos bem que esta temática é praticamente abrangente para todas as dimensões de intervenção municipal. Seja em matéria de gestão energética, de gestão de de tráfego, de questões de sustentabilidade e ligações aos meio ambiente, resíduos, contagem da água, da informação prestada aos utilizadores turísticos e de vivência diária, das questões de segurança, da governança municipal, percebe-se que está sempre presente. Temos vindo, em cada uma destas áreas, a dar passos para melhorar o nosso desempenho para cumprir aquele que é o nosso objectivo fundamental, que é servir melhor as pessoas, ou seja, em todas estas transformações uma das tónicas que tenho colocado é que não me interessa ter uma solução muito avançada se ela não for entendida pelas pessoas como uma mais-valia para a sua interacção para o universo municipal. Nessa perspectiva, vamos dando passos sólidos em cada uma dessas dimensões e julgo que nesta fase pode dizer-se que Braga é hoje uma cidade mais inteligente do que há três anos atrás, mas está muito áquem daquilo que pretendemos. Aliás, nesse ponto disse recentemente que um dos grandes focos do próximo mandato autárquico tem que ser obviamente o consolidar des- 9 Abril’17 CM “O processo de renovação da frota dos Transportes Urbanos de Braga é um dos grandes desafios no futuro próximo” te processo e avançar para projectos ainda mais arrojados do ponte de vista da qualificação da cidade. Dentro desse cenário…Braga tem a ambição de tornar-se um pólo tecnológico de referência. É possível num próximo mandato dar passos nesse sentido? É e em duas dimensões. A primeira, diria, dentro da próxima organização interna e dentro do que é a qualificação dos serviços municipais - as empresas e os serviços públicos de forma integrada. Há muitos projectos que temos em carteira para desenvolver. Muitos deles ainda não avançaram por questões de natureza de financiamento, outros porque estão em fase de estudo relativamente aos parceiros para os concretizar e há ainda uma preocupação de existir uma interligação entre vários projectos no sentido de combater iniciativas estanques e isoladas que, à posteriori, não possam ser articuladas com projectos de áreas adjacentes. Obviamente que o nosso objectivo é, em primeiro lugar, trabalhar a organização interna, qualificando os serviços municipais. Dou-lhe um exemplo, sob o ponto de vista da mobilidade, vamos avançar agora com uma candidatura para os autocarros eléctricos, apostando muito na questão ambiental, naturalmente que estamos a tra- balhar uma questão interna, mas que tem um benefício enorme da melhoria da qualidade de vida para a cidade, nomeadamente no combate à poluição. Naturalmente que há também uma dimensão de interligação com os outros agentes. Projectos como a questão do tráfego, a promoção das vias cicláveis, a mobilidade em bicicleta, são de ligação com outras instituições, seja a Universidade do Minho, o INL, a Bosch, IBM a Enermeter ou outros agentes que fazem já hoje trabalho nessa área em conjunto com o universo municipal e que vão servir, todos juntos, para que se faça de Braga a tal cidade inteligente que nós pretendemos. Falou de uma candidatura aos autocarros eléctricos. Já se vêm alguns a circular na cidade em testes. Isto representa um momento importante para o concelho e para o universo dos transportes em Braga? Todos temos consciência que o processo de renovação da frota é um dos grandes desafios que todos os Transportes Urbanos enfrentam em termos futuros. Por razões de sustentabilidade, as viaturas actuais - pela idade e consumo - representam sob o ponto de vista económico um custo elevado. As viaturas hoje mais sustentáveis têm um custo menor e, nesse prisma, são indutoras de economias. Por outro lado, há a questão ambiental. Entre termos viaturas poluidoras ou amigas do ambiente, naturalmente que preferimos a segunda opção, desde que não prejudique o serviço prestado às populações. Nesta perspectiva acompanhamos desde a primeira hora este processo que hoje se sente de forma mais intensa nas viaturas eléctricas. Estamos com viaturas teste e o resultado tem sido muito positivo. Vamos avançar para esta candidatura tendo em conta as condições de financiamento que o Governo disponibilizou e, se as coisas correrem da forma como esperamos quer do ponto de vista desta candidatura, quer do ponto de vista da utilidade dos veículos para o funcionamento dos Transportes Urbanos de Braga - poderemos, no futuro, vir a adquirir um número muito substancial de viaturas ao abrigo deste procedimento o que poderá representar um momento histórico para Braga. Na primeira edição da FICIS, Ricardo Rio lançou um desafio aos agentes económicos, isto é, que se tornassem mais activos na transformação de Braga e que trabalhassem em rede. Foram dados passos nesse sentido? Sinto que sim e sinto acima de tudo que do ponto de vista empresarial isso foi muito vantajoso, porque hoje são cada vez mais as áreas em que nós percebemos que os nossos agentes económicos, as nossas empresas, se afirmam não só pela qualidade dos seus produtos ou serviços, mas também sempre com esta dimensão da inovação tecnológica, das gerações de conhecimento de inovação, seja em ligação a centros de investigação, às universidades ou seja dentro das próprias esferas empresariais, há de facto hoje, de forma muito mais vincada, esta ideia que Braga é um centro de inovação nas várias áreas da economia. Noutro âmbito, tem existido a preocupação e isso é perfeitamente visível, os agentes económicos estão conscientes que podem desenvolver e aplicar os seus projectos no contexto da inovação da cidade e do concelho. Seja nas áreas da construção civil, ambiental, mobilidade, tecnologias de informação, vemos cada vez mais projectos que o seu campo natural de implementação é a política pública da gestão das cidades e daí que isso venha responder a esse desafio que lancei há dois anos atrás. Este ano o FICIS tem uma particularidade que reúne dez presidentes de câmara e o ministro do ambiente. Que impacto pode representar? Em primeiro lugar vem corroborar a ideia que é bom que Braga se posicione como centro natural de reflexão destas temáticas e a presença desses convidados e especialistas de outros sectores é também um testemunho da valia do FICIS e da percepção que Braga está a procurar ocupar esse espaço. A segunda dimensão é obviamente fundamental, ou seja, tenho dito muitas vezes que nestas matérias estamos sempre disponíveis para ser pioneiros e pilotos de muitos projectos, mas não temos necessidade nenhuma de inventar a pólvora, portanto a partilha de boas práticas é imperiosa. Felizmente há muitos presidentes de câmara hoje, no nosso país, com um compromisso muito forte com estas dimensões, com projectos muito interessantes e traze-los cá e podermos beber das suas experiências é também um processo de aprendizagem conjunto que é útil para todos. 10 Abril’17 CM Smart Environment Smart Environment inclui as energias renováveis e as TIC no controlo, gestão e monitorização das redes de energia, da poluição, dos edifícios sustentáveis, dos serviços urbanos de iluminação, resíduos, águas e qualidade do ar. Neste domínio incluem-se as condições ambientais, a qualidade do ar, a consciência ecológica e a sustentabilidade na gestão de recursos. A definição mais consensual de Desenvolvimento Sustentável é a que consta no Relatório de Brundtland (1987): "Entende-se por desenvolvimento sustentável o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações do futuro satisfazerem as suas próprias necessidades”. Esta definição envolve o conceito de necessidade, refletindo as necessidades básicas das comunidades mais necessitadas e às quais deve ser prestada especial atenção; e o conceito das limitações impostas pelo desenvolvimento tecnológico e a organização social presentes na capacidade do ambiente satisfazer as necessidades atuais e futuras. Foi efetivamente a partir de meados do séc. XX que se começou a construir uma estratégia global para o desenvolvimento sustentável. Para assumir-se um modelo de crescimento sustentável é essencial a definição de um compromisso em torno de políticas, metas e objetivos que impulsionem um modelo de desenvolvimento capaz de promover o crescimento económico, com um menor consumo de recursos naturais e com justiça social e com a promoção da qualidade de vida das populações. Publicidade 11 Abril’17 CM SMART CITIES FÓRUM INTERNACIONAL DAS COMUNIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS Smart People Smart People está relacionada com a aquisição de competências com apoio das TIC, promovendo a criatividade e a inovação para uma sociedade mais inclusiva. O tratamento personalizado de informação no apoio à tomada de decisão e na criação de novos produtos e serviços permite criar cidadãos habilitados e inteligentes através do envolvimento ativo. Neste domínio inclui-se o nível de qualificações (centros de investigação e desenvolvimento e universidades de topo, população qualificada), afinidade para a aprendizagem ao longo da vida, pluralidade étnica (estrangeiros e nacionais nascidos no estrangeiro) e abertura de espírito (ambiente amigável à imigração e conhecimento sobre a UE). Acima de tudo, uma Smart City é uma comunidade de pessoas inteligentes. Iniciativas centradas no utilizador e “bottom-up” são, portanto, importantes. “Crowd-funding” também pode ser vantajoso no desenvolvimento de apoio e compromisso, para as iniciativas, dentro da comunidade local. O contexto socioeconómico da cidade é descrito pelos seis indicadores nacionais alinhados com as metas da Estratégia da Europa 2020: taxa de emprego; despesas em I & D; emissões de gases com efeito de estufa; quota de energias renováveis; taxa de abandono escolar; taxa de conclusão do ensino superior; população em risco de pobreza ou de exclusão. Publicidade 12 Abril’17 CM Smart Living Com Smart Living pretende significar-se estilos de vida, comportamentos e hábitos de consumo relacionados com as TIC. Inclui-se neste conceito também hábitos de vida saudável, seguros, e culturalmente vibrantes, incorporando também boa qualidade de alojamento. Smart Living está também relacionado com elevados níveis de coesão social. Neste domínio inclui-se o acesso a equipamentos culturais, as condições ao nível dos cuidados de saúde, a segurança individual, a qualidade na habitação, infraestruturas de ensino, atratividade turística e a satisfação económica e social. Uma cidade inteligente e sustentável aproveita a infraestrutura das TIC de forma adaptável, confiável, escalável, acessível, segura e resiliente para melhorar o bem-estar dos seus cidadãos, incluindo a assistência médica, a segurança e a educação. Uma preocupação que vai para além da Estratégia Europa 2020, para tornar uma cidade atrativa, é a polarização da sociedade. A inclusão e participação são metas importantes para o sucesso de uma Smart City que toca todos os residentes, novos e velhos, evitando a exclusão com graves consequências na segurança, na qualidade de vida e na competitividade. No âmbito cultural deve-se garantir o máximo respeito pelo património construído, preservando e reabilitando para novos usos, mas também procurar enaltecer e perpetuar as suas tradições. Uma Smart City é uma cidade onde as crianças podem brincar e os pais podem envelhecer confortavelmente. Publicidade 13 Abril’17 CM SMART CITIES FÓRUM INTERNACIONAL DAS COMUNIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS ʻQuick winsʼ Embora os projetos tecnologicamente avançados sejam muito atrativos, no estágio inicial do projeto é importante avaliar os resultados potenciais a curto prazo. Inclusão FATORES CRÍTICOS DE IMPLEMENTAÇÃO EM SMART CITIES Há mais indicadores para uma cidade atrativa, competitiva e sustentável do que os refletidos na estratégia da Europa 2020. Uma preocupação é a polarização da sociedade em classe alta e baixa. A Inclusão e participação são metas importantes para o sucesso de uma Smart City que toca todos os residentes, novos e velhos. Campeões das cidades Líderes inspiradores estão no centro do sucesso de muitas iniciativas. Abordagens holísticas e participativas As iniciativas em Smart Cities bemsucedidas são uma abordagem fundamentalmente participativa. A colaboração, a cocriação e o codesenvolvimento são condições fundamentais para o sucesso. Uma visão clara do futuro deve ser acompanhada do desenvolvimento de um ambiente participativo que facilita e estimula os negócios, o sector público e os cidadãos a contribuir. Gestão das iniciativas em Smart Cities Para a gestão do conhecimento e a avaliação objetiva e consistente do sucesso das iniciativas e projetos de uma Smart City é essencial uma definição prévia de: Visão, Pessoas e Processos. Visão A necessidade e desejo de transformar a cidade num lugar com melhor qualidade de vida é comum a todas as iniciativas de Smart City. No entanto, cabe a cada cidade definir o que isso significa no seu caso particular. Cidadãos habilitados e inteligentes através do envolvimento ativo Acima de tudo, uma Smart City é uma comunidade de pessoas inteligentes. Iniciativas centradas no utilizador e ʻbottom-upʼ são importantes. O ʻCrowd-fundingʼ pode ser vantajoso no desenvolvimento de apoio e compromisso, para as iniciativas, dentro da comunidade local. ção através de redes internacionais com outras cidades. Pessoas Centro com competências nas Smart Cities que centralize a informação O desenvolvimento da Smart City envolve, na maioria dos casos, inovações intersectoriais. A criação de um centro dedicado que atua como intermediário entre as ideias para a Smart City e as iniciativas desenvolvidas pelos stakeholders é de importância vital. Este centro deve comunicar uma visão clara, mas também intermediar parcerias. Open Data Tornar as informações de serviço público disponíveis de forma aberta contribui para o desenvolvimento eficaz da cidade. A abertura dos dados do serviço público tem um elevado impacto económico. Alinhamento e coordenação local A contextualização do projeto difere de cidade para cidade, mas dentro das cidades há diferenças que também podem ser importantes para a aceitação de uma solução de Smart City. É necessária a colaboração estreita com os utilizadores finais e os stakeholders locais na identificação de soluções integradoras que abordam os problemas reais de forma eficaz. Disseminar através de redes e laboratórios vivos A partilha do conhecimento, sucessos e boas práticas entre as cidades pode dar um avanço crescente nas iniciativas em Smart Cities. Os laboratórios vivos, modernos apoiam a inovação aberta, a cocriação e o desenvolvimento e têm como objetivo a divulga- As Smart Cities não consistem apenas em componentes, mas também pessoas. Garantir a participação dos cidadãos e dos stakeholders nas Smart Cities é determinante para o seu sucesso. Uma abordagem topdown promove um elevado grau de coordenação, enquanto uma abordagem bottom-up permite maior abertura à participação das pessoas. Processo A gestão do processo requer um ʻonestop-shopʼ para a prestação de informações, orientação, apoio prático e assistência. Este ponto único de contato é responsável pela relação com os stakeholders e a comunicação. A gestão também é responsável pela relação com as instituições de financiamento e controlo orçamental. Avaliação A Avaliação das Iniciativas e a Gestão do Conhecimento são determinantes para o sucesso de uma Smart City. Publicidade 14 Abril’17 CM As pessoas, os eventos, os acordos e as estratégias que construíram a trajetória global em nome da sustentabilidade 1962 O livro ʻSilent Springʼ (Primavera Silenciosa), da investigadora americana Rachel Carson, desafia o governo americano e os agrónomos ao apresentar os perigos do uso indevido de pesticidas. 1968 Na Conferência intergovernamental para o uso racional e conservação da Bioesfera, promovida pela UNESCO, surgem as primeiras discussões acerca do desenvolvimento ecologicamente sustentável. 1969 É criada nos E.U.A. a O.N.G. ʻAmigos da Terraʼ, que tem como objetivos a prevenção da degradação do meio ambiente, a preservação da biodiversidade e a salvaguarda da participação dos cidadãos nas tomadas de decisão. 1970 É comemorado o primeiro dia da terra nos E.U.A.. Reúnem-se cerca de 20 milhões de pessoas em manifestações pacíficas pela defesa do meio ambiente. 1971 É criada no Canadá a famosa O.N.G. ʻGreenpeaceʼ com uma agenda agressiva contra os impactos ambientais. No mesmo ano, o investigador René Dubos e a economista Barbara Ward lançam o livro ʻUma Terra Somenteʼ, sobre o impacto da atividade humana na biosfera. 1972 A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia, levou à criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (U.N.E.P.). Nela foram criados os 26 princípios que iriam direcionar os indivíduos de todo o mundo a melhorar e preservar o meio ambiente. No mesmo ano, a organização internacional ʻClube de Romaʼ, que discute os problemas mundiais, lança o polé- mico livro ʻLimites do Crescimentoʼ, que prevê consequências desastrosas se o ritmo de crescimento dos países ricos não for desacelerado. é evacuada e uma poeira radioativa cobre a Europa. É relançada a discussão acerca das fontes energéticas. 1973 1987 Tem início a crise petrolífera que viria a impulsionar o debate acerca dos limites do crescimento económico e a utilização eficiente dos recursos energéticos. Publicação do relatório ʻNosso Futuro Comumʼ ou relatório de ʻBrundtlandʼ pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que cria e define pela primeira vez o conceito ʻDesenvolvimento Sustentávelʼ. 1978 O superpetroleiro Amoco Cadiz naufraga e derrama 227 mil toneladas de crude no mar da costa francesa. É o maior derrame de petróleo da história. No mesmo ano a OCDE relança a investigação das ligações entre o desenvolvimento económico e o ambiente. 1988 O seringueiro e sindicalista Chico Mendes, que lutava contra a destruição da floresta amazónica, é assassinado. Os investigadores passam a estudar e alertar a comunidade, através de imagens de satélites, para a destruição acelerada a que este pulmão mundial tem sido submetido. 1980 O relatório Global 2000, encomendado pelo presidente do E.U.A., Jimmy Carter, afirma pela primeira vez que a biodiversidade é fundamental para o funcionamento do ecossistema planetário. 1982 A Carta Mundial para a Natureza, das Nações Unidas, adota o princípio de que os ecossistemas e organismos devem ser geridos de modo a manter uma produtividade sustentável. 1984 A conferência internacional ʻAmbiente e Economiaʼ promovida pela OCDE concluem que o ambiente e a economia são interdependentes. Nesta conferência foram lançadas as bases para o relatório ʻNosso Futuro Comumʼ. 1985 Cientistas americanos e ingleses descobrem o buraco na camada de ozono sobre a Antárctica. 1986 Acidente na central nuclear de Chernobyl, Ucrânia, ex-U.R.S.S.; A cidade 1996 A Assembleia Geral da ONU estabelece os objetivos de desenvolvimento do Milénio. 1997 Terceira Conferências das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas) – COP 3, na cidade de Quioto no Japão, que culminou na adoção, por consenso, do Protocolo de Quioto, que se tornou um dos marcos mais importantes desde a criação da Convenção no combate à mudança climática. Este acordo sugere a redução de gases do efeito estufa e a sua aprovação dependia da aceitação dos países desenvolvidos, sendo estes países os maiores emissores de gases poluentes para a atmosfera. 2000 A Conferência de Toronto, no Canadá, foi a primeira a alertar para os problemas ambientais, nomeadamente para a redução dos gases que aumentam o efeito estufa. No mesmo ano é estabelecido o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), para avaliar as informações científicas, técnicas e socioeconómicas mais atualizadas sobre o assunto. 1992 Tem lugar no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92 ou Eco-92. Foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente com o cujo objetivo de estabilizar a concentração de gases estufa na atmosfera. Dela resulta a Agenda 21, que estabelece um novo padrão de desenvolvimento ambiental e o acordo designado Convenção da Biodiversidade. A norma ISO 14001 é adotada como padrão internacional para a gestão ambiental de empresas. Na Conferência de Haia – COP6, na Holanda, aumentaram os conflitos entre a Europa e os EUA. Em 2001, os EUA (um dos maiores emissores de gases estufa), o presidente George W. Bush afirmou que o país não participaria do acordo alegando que haveriam custos muito altos para a redução desses gases. 2005 1994 Conferência de Montreal – COP11 (Canadá, 2005), foi constatado que os países em desenvolvimento (Brasil, China e Índia) passaram a ser importantes emissores de gases estufa. Aconteceu a primeira Conferência das Partes do Protocolo de Quioto (COP/MOP1), em que instituições europeias defendem a redução de 20% a 30% de gases até 2030 e de 60 a 80% até 2050. Charles Kibert define pela primeira o conceito de ʻconstrução sustentávelʼ, como “a criação e manutenção responsáveis de um ambiente construído saudável, baseado na utilização eficiente de recursos e em princípios ecológicos”. O Protocolo de Quioto entra em vigor, obrigando países desenvolvidos a reduzir a emissão de gases que provocam o efeito de estufa e estabelecendo o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo para os países em desenvolvimento. 15 Abril’17 CM SMART CITIES FÓRUM INTERNACIONAL DAS COMUNIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS O Desenvolvimento Sustentável é o que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações do futuro satisfazerem as suas próprias necessidades. Este conceito tem evoluído ao longo do tempo. Foi a partir de meados do séc. XX que se começou a construir uma estratégia global para o desenvolvimento sustentável. Compilação Ana Fragata 2007 emissões até 2050 e 20% até 2020. Protocolo de Montreal entra em vigor, para diminuição das emissões que reduzem a camada do ozono, nomeadamente no controlo das emissões dos HCFCs. Pela primeira vez é introduzido o conceito ʻfronteiras planetáriasʼ que quantifica os limites, em nove áreas, incluindo biodiversidade, produtos químicos, alterações climáticas, acidificação dos oceanos, da água doce e outros. O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) divulga o relatório mais dramático sobre o aquecimento global até 2100. O filme ʻUma Verdade Inconvenienteʼ, dirigido por Davis Guggenheim e protagonizado pelo ex-vice-presidente dos E.U.A. Al Gore, ganha o Óscar de melhor documentário. O IPCC e Al Gore são galardoados com o Prémio Nobel da Paz. 2008 Estudo sobre o aumento da urbanização da UNFPA – United Nations Population Fund. Pela primeira vez na história mais de 50 por cento da população mundial vive em zonas urbanas. Uma parte do orçamento do nações passa a ser investido em ações ambientais, a economia de baixo carbono e o crescimento verde são definidos como objetivos para o futuro da economia (OECD – Organiation for Economic Co-operation and Development). Um estudo científico demonstra a correlação entre os níveis de acidez dos oceanos com o aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera com consequências sérias para os ecossistemas globais. 2009 O G20 Pittsburgh Summit fornece orientações para uma economia global, sustentável e equilibrada no século 21 nomeadamente ao nível do consumo de combustíveis fósseis. A China foi considerada como o maior emissor mundial de GEE ultrapassando os Estados Unidos, mas ocupa apenas o 78º em emissões per capita. 2010 Registaram-se alterações climáticas severas com ondas de calor mortais na Europa, que mataram 55.000 pessoas no oeste da Rússia. Os padrões de mudança climática com registos de seca e inundações são generalizados, incluindo o Paquistão, no sul da China e de outras partes do mundo. A China se torna o maior mercado interno do mundo para a energia eólica, superando sua meta de capacidade instalada em 320 por cento. O relatório sobre a Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade exige um maior reconhecimento da contribuição da natureza para a subsistência humana, a saúde, segurança e cultura por parte dos decisores. Explosão da plataforma petrolífera da BP com a libertação de 5 milhões de barris de petróleo no Golfo do México durante 87 dias até à selagem do poço, prejudicando habitats da vida selvagem, das pescas, do turismo e da economia em toda a região. 2011 A população mundial atinge 7 biliões. COP-15, decorreram em Copenhaga as negociações sobre as alterações climáticas com vista ao novo acordo 'Acordo de Copenhague' sobre a redução das emissões de gases com efeito estufa (GEE) após 2012, data do fim do protocolo de Quioto. O documento estima que os países desenvolvidos devem cortar 80% das Decorrem em Durban negociações sobre alterações climáticas que resultaram no estabelecimento de um acordo internacional para além de Quioto e com compromisso de mitigação de todos os principais emissores, incluindo países desenvolvidos e em desenvolvimento. Terramoto e tsunami no Japão com graves danos nas suas centrais nucleares o que originou preocupações globais sobre a segurança da energia nuclear e eliminação progressiva das fábricas no Japão. A China começa a sua mudança para uma ʻeconomia verdeʼ com o 12º Plano Quinquenal da China para o desenvolvimento econômico. Foram definidos objetivos de desenvolvimento sustentável, incluindo reduções substanciais na poluição nas necessidades de carbono e energéticas. 2012 A China torna-se líder no comércio mundial de turbinas eólicas. Os EUA contestam as praticas comerciais desleais da China o que coloca em causa o futuro desta tecnologia limpa quer ao nível do abastecimento quer ao nível da implementação. Uma das primeiras metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio é alcançado antes do prazo de 2015: a percentagem de pessoas no mundo sem acesso à água potável é reduzida para metade. Rio +20 Summitʼ - Conferência sobre Ambiente e Desenvolvimento (Nações Unidas): 50 anos depois da ʻSilent Springʼ, 40 anos após Estocolmo e 20 anos após a Cimeira da Terra Rio-92, a comunidade global reuniu-se num esforço adicional para um acordo que visa a implementação de medidas inteligentes para criar energia limpa, empregos dignos, maior sustentabilidade e utilização equitativa dos recursos. 2013 Climate Change Conference, Warsaw. Metas e ações relativas à redução das emissões de gases com efeito estufa. 2014 UN Climate Summit, em New York, onde os lideres mundiais divulgaram as suas metas e ações relativas à redução das emissões e reforçar a resiliência climática com vista a um acordo em 2015. COP20 realizada em Lima atraiu mais de 15 mil delegados oficiais, e os negociadores concluíram as negociações com o ʻLima Call For Climate Actionʻ, um documento que estabelece as bases para um novo acordo climático global. 2015 FICIS 2015: A New Way of Thinking World Climate Summit, COP21- Paris: pela primeira vez em mais de 20 anos de negociações das Nações Unidas, alcançou-se um acordo juridicamente vinculativo e universal sobre o clima, com o objetivo de manter o aquecimento global abaixo dos 2 °C. Os representantes de 195 países disseram “sim” a um novo tratado, que envolve as nações num esforço para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5º C; A maior tragédia ambiental do Brasil, rompimento da barragem da Samarco em Minas Gerais, Brasil 2016 FICIS 2016: Utopia COP22 - Marrocos, representa um ʻponto de partidaʼ, com foco na definição do chamado ʻlivro de regrasʼ, que estabelecerá como será a implementação das obrigações assumidas em Paris. Desastres naturais em 2016 com valor record de prejuízos, desde 2012. Salientam-se as inundações na China e o furacão ʻMatthewʼ que causou 550 mortos só no Haiti. A Europa foi a terceira região do mundo mais afetada por catástrofes naturais a seguir às Américas e à Ásia. 2017 FICIS 2017: Fazer Cidade - Placemaking COP 23, Bonn na Alemanha, Novembro de 2017. 2007 Protocolo de Montreal entra em vigor, para diminuição das emissões que reduzem a camada do ozono, nomeadamente no controlo das emissões dos HCFCs. O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) divulga o relatório mais dramático sobre o aquecimento global até 2100. O filme ʻUma Verdade Inconvenienteʼ, dirigido por Davis Guggenheim e protagonizado pelo ex-vice-presidente dos E.U.A. Al Gore, ganha o Óscar de melhor documentário. O IPCC e Al Gore são galardoados com o Prémio Nobel da Paz. Arcada Nova - Comunicação, Marketing e Publicidade, SA. Pessoa colectiva n.º 504 265 342. Capital social: 150 mil euros. N.º matrícula 6096 Conservatória do Registo Comercial de Braga FICHA TÉCNICA DIRECTOR DO JORNAL Paulo Monteiro (CP 1838) CHEFE DE REDACÇÃO Rui Miguel Graça (CP 7506) SUB-CHEFE DE REDACÇÃO Paulo Machado (CP 5257) COORDENAÇÃO E TEXTOS Rui Miguel Graça (CP 7506) e Ana Fragata. FOTOGRAFIA CM e Arquivo. DESENHOS Margarida Costa. GRAFISMO Rui Palmeira, Filipe Leite, Filipe Ferreira. PUBLICIDADE Vértice. IMPRIME: Naveprinter, Indústria Gráfica do Norte, SA Tiragem: 12.000 exemplares 2008 Estudo sobre o aumento da urbanização da UNFPA – United Nations Population Fund. Pela primeira vez na história mais de 50 por cento da população mundial vive em zonas urbanas. Uma parte do orçamento do nações passa a ser investido em ações ambientais, a economia de baixo carbono e o crescimento verde são definidos como objetivos para o futuro da economia (OECD – Organiation for Economic Co-operation and Development). Um estudo científico demonstra a correlação entre os níveis de acidez dos oceanos com o aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera com consequências sérias para os ecossistemas globais. 2009 O G20 Pittsburgh Summit fornece orientações para uma economia global, sustentável e equilibrada no século 21 nomeadamente ao nível do consumo de combustíveis fósseis. COP-15, decorreram em Copenhaga as negociações sobre as alterações climáticas com vista ao novo acordo 'Acordo de Copenhague' sobre a redução das emissões de gases com efeito estufa (GEE) após 2012, data do fim do protocolo de Quioto. O documento estima que os países desenvolvidos devem cortar 80% das emissões até 2050 e 20% até 2020. Pela primeira vez é introduzido o conceito ʻfronteiras planetáriasʼ que quantifica os limites, em nove áreas, incluindo biodiversidade, produtos químicos, alterações climáticas, acidificação dos oceanos, da água doce e outros. A China foi considerada como o maior emissor mundial de GEE ultrapassando os Estados Unidos, mas ocupa apenas o 78º em emissões per capita. 2010 Registaram-se alterações climáticas severas com ondas de calor mortais na Europa, que mataram 55.000 pessoas no oeste da Rússia. Os padrões de mudança climática com registos de seca e inundações são generalizados, incluindo o Paquistão, no sul da China e de outras partes do mundo. Decorrem em Durban negociações sobre alterações climáticas que resultaram no estabelecimento de um acordo internacional para além de Quioto e com compromisso de mitigação de todos os principais emissores, incluindo países desenvolvidos e em desenvolvimento. Terramoto e tsunami no Japão com graves danos nas suas centrais nucleares o que originou preocupações globais sobre a segurança da energia nuclear e eliminação progressiva das fábricas no Japão. A China começa a sua mudança para uma ʻeconomia verdeʼ com o 12º Plano Quinquenal da China para o desenvolvimento econômico. Foram definidos objetivos de desenvolvimento sustentável, incluindo reduções substanciais na poluição nas necessidades de carbono e energéticas. 2012 A China se torna o maior mercado interno do mundo para a energia eólica, superando sua meta de capacidade instalada em 320 por cento. A China torna-se líder no comércio mundial de turbinas eólicas. Os EUA contestam as praticas comerciais desleais da China o que coloca em causa o futuro desta tecnologia limpa quer ao nível do abastecimento quer ao nível da implementação. O relatório sobre a Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade exige um maior reconhecimento da contribuição da natureza para a subsistência humana, a saúde, segurança e cultura por parte dos decisores. Uma das primeiras metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio é alcançado antes do prazo de 2015: a percentagem de pessoas no mundo sem acesso à água potável é reduzida para metade. Explosão da plataforma petrolífera da BP com a libertação de 5 milhões de barris de petróleo no Golfo do México durante 87 dias até à selagem do poço, prejudicando habitats da vida selvagem, das pescas, do turismo e da economia em toda a região. 2011 A população mundial atinge 7 biliões. Rio +20 Summitʼ - Conferência sobre Ambiente e Desenvolvimento (Nações Unidas): 50 anos depois da ʻSilent Springʼ, 40 anos após Estocolmo e 20 anos após a Cimeira da Terra Rio-92, a comunidade global reuniu-se num esforço adicional para um acordo que visa a implementação de medidas inteligentes para criar energia limpa, empregos dignos, maior sustentabilidade e utilização equitativa dos recursos. 2013 Climate Change Conference, Warsaw. Metas e ações relativas à redução das emissões de gases com efeito estufa. 2014 UN Climate Summit, em New York, onde os lideres mundiais divulgaram as suas metas e ações relativas à redução das emissões e reforçar a resiliência climática com vista a um acordo em 2015. COP20 realizada em Lima atraiu mais de 15 mil delegados oficiais, e os negociadores concluíram as negociações com o ʻLima Call For Climate Actionʻ, um documento que estabelece as bases para um novo acordo climático global. 2015 FICIS 2015: A New Way of Thinking World Climate Summit, COP21- Paris: pela primeira vez em mais de 20 anos de negociações das Nações Unidas, alcançou-se um acordo juridicamente vinculativo e universal sobre o clima, com o objetivo de manter o aquecimento global abaixo dos 2 °C. Os representantes de 195 países disseram “sim” a um novo tratado, que envolve as nações num esforço para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5º C; A maior tragédia ambiental do Brasil, rompimento da barragem da Samarco em Minas Gerais, Brasil 2016 FICIS 2016: Utopia COP22 - Marrocos, representa um ʻponto de partidaʼ, com foco na definição do chamado ʻlivro de regrasʼ, que estabelecerá como será a implementação das obrigações assumidas em Paris.