Ficha formativa

Actividade 8 Preservar e recuperar o meio ambiente Tragédia na baía de Chesapeake
Antes dos anos 70, a baía de Chesapeake (maior estuário norte-americano) era extremamente
produtiva, rendendo milhões de quilos de pescado e de marisco e albergando grandes bandos de aves
aquáticas. Quase todas as cadeias alimentares que ai existiam tinha origem nos 200.000 hectares de
vegetação aquática que crescia um a dois metros abaixo da superfície. A vegetação fornecia alimento,
habitat para a desova, abrigo para as crias e oxigénio para respirar.
No início dos anos 70, a vegetação aquática de todos os rios e subestuários que desembocavam na
baía começou a morrer. As populações de peixes, moluscos e aves aquáticas que dependiam da vegetação
também começaram a diminuir. Contudo, o mais devastador ocorreu na água das zonas mais profundas,
onde o oxigénio dissolvido se esgotou, o que provocou a morte por asfixia a muitos peixes e moluscos.
Uma equipa de cientistas da Universidade de Maryland (EUA) investigou o problema. A hipótese de
a causa se dever a despejos quimicos tóxicos provenientes da indústria foi refutada porque, embora
acusassem danos em determinados lugares, não poderiam ser os causadores da extinção em toda a baía.
Sobravam os herbicidas usados nos campos agrícolas, mas a sua concentração não era prejudicial, excepto
nos canais que recebiam directamente a água dos campos.
Os investigadores dirigiram a sua investigação para a questão da claridade da água, que se tinha
tornado muito turva, permanecendo assim durante longos períodos de tempo.
Figura 1- Efeito de descargas orgânicas num curso de água
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Observe a figura e responda às perguntas.
1 Que impactos acarreta o aumento da concentração de nutrientes?
2 A que se deve a diminuição da concentração de oxigénio na água?
3 Quais são os impactos do fenómeno referido na questão anterior ao nível do ecossistema estuarino?
4 Caracterize, sumariamente, o sucedido na baía de Chesapeake.
5 Considerando que a baía sofreu um processo de eutrofização, caracterize-o resumidamente, indicando as
causas deste fenómeno, tendo em conta a figura 1.
6 Procure indicar as influências do clima na eutrofização dos rios.
7 Comente a afirmação: "Os ecossistemas naturais conseguem recuperar de impactos ambientais, mas
necessitam de tempo e condições para tal".
8 Discuta a importância de "investigarmos as causas do problema, assim como os meios de o prevenir".
9 Faça uma pesquisa sobre ambientes aquáticos em Portugal que tenham sofrido eutrofização.
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Tragédia na baía de Chesapeake
Resoluçao da ficha de trabalho
1 Provoca o desenvolvimento do fitoplâncton e a diminuição da quantidade de oxigénio dissolvido na água.
2 Como existem mais nutrientes, o fitoplâncton vai desenvolver-se mais, bloqueando a passagem de luz para
as camadas mais profundas. Isso provoca a diminuição da fotossíntese em profundidade, com impactos na
concentração de O2.
3 Para além das plantas, todos os organismos vão ser afectados pela diminuição de O2, aumentando a morte
por asfixia.
4 O aumento da quantidade de fitoplâncton incrementa a turbidez, diminuindo a taxa fotossintética, com
acumulação de grandes quantidades de sedimentos e diminuição da profundidade.
5 A eutrofização é causada pelo aumento do teor de nutrientes na água, que provocam uma explosão no
crescimento dos microrganismos, agravado nos locais em que a água se encontra com menor corrente.
6 Se ocorrer uma diminuição da precipitação, por exemplo, a diminuição do fluxo de água poderá aumentar a
concentração dos nutrientes provocando uma maior eutrofização.
7 Com base no gráfico, verificamos que a jusante da descarga ocorre uma recuperação lenta do curso de
água, se não ocorrerem mais descargas, em simultâneo, ao longo do percurso do rio.
8 O conhecimento das causas deste fenómeno permitirá o desenvolvimento de estratégias, como é exemplo
a baía de Chesapeake, onde, depois de diagnosticado o problema, se procurou implementar medidas de
minimização.
9 O rio Guadiana é um dos melhores exemplos de eutrofização, bem como a maioria dos rios, principalmente
ao nível dos seus estuários.
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