Portal Sul América de Investimentos Explicando Economês 03/05/12 Taxa de Câmbio Define-se taxa de câmbio como sendo o preço em moeda nacional de uma unidade de moeda estrangeira. Ou seja, a taxa de câmbio é o preço de uma moeda em termos de outra. Atualmente, o real em termos de moeda norte-americana vale, por exemplo, US$ 0,53 (cinquenta e três centavos de dólar). Para facilitar o entendimento e cálculos, costuma-se, no caso brasileiro, tomar a taxa de câmbio pelo seu inverso. Ao invés de falarmos de quanto vale o real em termos de dólar, usamos o valor do dólar em reais. Assim, 1 real=US$0,53=R$1,88/US$. Naturalmente, há pelo menos tantas taxas de câmbio quanto existem moedas estrangeiras (R$/US$; R$/€; ¥/R$; R$£; etc). Para simplificar, evitandose uma extensa listagem, a expressão “taxa de câmbio” indica o preço de uma moeda internacional de referência, atualmente exercida pelo dólar americano. A taxa de câmbio é um preço como outro qualquer, muito embora desfrute de uma importância ímpar por afetar toda a estrutura de preços da economia. Como todos os demais produtos, ela também é influenciada pela oferta e demanda, no caso de divisas. A oferta e demanda por moeda estrangeira, em dado país e em dado período de tempo, define a taxa de câmbio. A oferta de divisas depende: • Do volume das exportações, uma vez que as moedas estrangeiras recebidas pelas vendas externas têm que ser trocadas por moeda nacional; • Das entradas de capitais externos, que também precisam ser trocados por moeda nacional. Desta forma, quando um exportador vende sua mercadoria no mercado internacional, o importador estrangeiro dessa mercadoria remete divisas – dólares, por exemplo – ao Banco Central (BC) (ou a um banco autorizado a operar com câmbio), que fica com os dólares, pagando ao exportador nacional a quantia equivalente em reais. A demanda por divisas depende de: • Do volume de importações, uma vez que os importadores nacionais necessitam de moeda estrangeira para pagar suas compras realizadas em outros países; • Da saída de capitais externos, sob forma de amortizações de empréstimos, pagamentos de juros, remessas de lucros e dividendos, etc. Regimes Cambiais Câmbio Fixo: Nesse regime, a taxa de câmbio permanece, praticamente, inalterada, sendo determinada pelo BC. Para tanto, a autoridade monetária se compromete a comprar e vender a moeda estrangeira de referência a um preço fixo, expresso em moeda nacional. A grande vantagem desse regime é a de facilitar a tomada de decisão pelos agentes econômicos. A taxa de câmbio é fixada pelo BC em linha com os objetivos da política econômica adotada pelo país. No entanto, há sempre um risco latente. Nada assegura que, à taxa de câmbio fixada pelo BC, a oferta e procura por moeda estrangeira se equilibrem. Isso, de um lado, obriga o governo a conduzir a política monetária e fiscal de tal forma que os déficits e os superávits no balanço de pagamentos sejam transitórios. Por outro, força o BC a manter um volume de reservas cambiais suficiente para atender eventuais excessos de procura sobre oferta de moeda estrangeira. Taxas Flutuantes de Câmbio Nesse regime, o valor da taxa de câmbio é determinado livremente no mercado, mediante a oferta e procura por divisas, sem nenhuma interferência do BC. A característica básica desse regime cambial é que a taxa de câmbio se ajusta equilibrando o mercado de divisas. Quando ocorre um excesso de oferta de moeda estrangeira, seu preço cairá, ou seja, a moeda nacional se valorizará. Da mesma forma, se houver excesso de procura pela moeda estrangeira, o seu preço subirá, isto é, a moeda nacional se desvalorizará. Os atrativos do regime de câmbio flutuante: • assegura o equilíbrio automático do balanço de pagamentos, tornando irrelevante o nível de reservas internacionais; • com isso, isola a política monetária das transações com exterior: não há superávits nem déficits externos que pressionem para mais ou para menos a base monetária; • transfere a determinação da taxa de câmbio para o julgamento dos mercados, evitando qualquer manipulação cambial por parte do governo; O seu maior defeito é não assegurar qualquer estabilidade cambial, nem em termos nominais nem em termos reais. Outros Tipos de Taxa de Câmbio • Flutuação suja (dirty floating): nesse regime a taxa de câmbio continua sendo determinada pelo mercado, mas o BC pode intervir, tanto comprando como vendendo divisas, buscando balizar e suavizar as oscilações da taxa de câmbio. • Regime de bandas: o BC fixa duas taxas extremas dentro das quais deixa flutuar livremente a taxa de câmbio, ao sabor do mercado. Atingido o limite superior passa a vender moedas estrangeiras, alcançando o limite inferior compra-las. Desvalorização Cambial Desvalorização cambial significa um aumento no preço da moeda estrangeira, o que significa que a moeda nacional passa a valer menos em termos de moeda estrangeira. Reciprocamente, uma diminuição da taxa de câmbio denomina-se valorização cambial. Uma desvalorização da taxa de câmbio estimula as exportações, uma vez que os exportadores passarão a receber mais reais por dólar de produtos exportados. Por outro lado, desestimula as importações, já que o importador pagará mais reais por dólar de produto importado. Isso faz aumentar o saldo comercial e de serviços sendo por isso considerado eficaz mecanismo de correção dos déficits em conta corrente do balanço de pagamentos. Uma desvalorização da taxa de câmbio também produz efeitos indesejados. Resulta em pressões inflacionárias resultantes do aumento de custos dos produtos importados. No caso de insumos e matérias primas importadas, a desvalorização da moeda nacional resulta em elevação dos custos de produção, que podem ser repassados pelas empresas aos seus preços finais alimentando a inflação. Redator: Newton Rosa Sul América Investimentos Rua Pedro Avancine, 73 2ºandar São Paulo – SP CEP: 05679-160