Força em trajetórias curvilíneas • • Em trajetórias curvilíneas há variação da velocidade vetorial. A força centrípeta aponta para o cento da circunferência e pode ser calculado pela fórmula: = • . → ² = Em uma pista sobrelevada, desprezando a força de atrito, pode-se determinar a seguinte relação: = sendo • . Em uma pista plana a velocidade máxima que um carro consegue fazer uma curva sem derrapar é calculada pela fórmula: á • = ² o ângulo de sobrelevação. Exercícios clássicos: 1. (Fuvest 2014) Uma estação espacial foi projetada com formato cilíndrico, de raio R igual a 100 m, como ilustra a figura abaixo. Para simular o efeito gravitacional e permitir que as pessoas caminhem na parte interna da casca cilíndrica, a estação gira em torno de seu eixo, com velocidade angular constante ω. As pessoas terão sensação de peso, como se estivessem na Terra, se a velocidade ω for de, aproximadamente, Note e adote: 2 A aceleração gravitacional na superfície da Terra é g = 10 m/s . a) 0,1 rad/s b) 0,3 rad/s c) 1 rad/s d) 3 rad/s e) 10 rad/s Resposta: [B] A normal, que age como resultante centrípeta, no pé de uma pessoa tem a mesma intensidade de seu peso na Terra. N = Rcent = P ⇒ m ω2 R = m g ⇒ ω = g 10 1 = = r 100 10 ⇒ ω = 0,3 rad/s. 2. (Fgv 2013) Em um dia muito chuvoso, um automóvel, de massa m, trafega por um trecho horizontal e circular de raio R. Prevendo situações como essa, em que o atrito dos pneus com a pista praticamente desaparece, a pista é construída com uma sobre-elevação externa de um ângulo α , como mostra a figura. A aceleração da gravidade no local é g. A máxima velocidade que o automóvel, tido como ponto material, poderá desenvolver nesse trecho, considerando ausência total de atrito, sem derrapar, é dada por a) m ⋅ g ⋅ R ⋅ tgα . b) www.soexatas.com m ⋅ g ⋅ R ⋅ cosα . c) g ⋅ R ⋅ tgα . d) g ⋅ R ⋅ cosα . e) g ⋅ R ⋅ senα . Página 1 Resposta: [C] A figura 1 mostra as forças (peso e normal) agindo nesse corpo. A resultante dessas forças é a centrípeta (figura 2). Na figura 2, o triângulo é retângulo: R tg α = C = P v= m v2 R m g ⇒ tg α = v2 R g ⇒ v 2 = R g tg α ⇒ R g tg α . 3. (Cesgranrio 2011) Uma esfera de massa igual a 3 kg está amarrada a um fio inextensível e de massa desprezível. A esfera gira com velocidade constante em módulo igual a 4 6 m/s, formando um cone circular imaginário, conforme a figura abaixo. 15 O fio permanece esticado durante todo o movimento, fazendo um mesmo ângulo α com a vertical, cuja tangente é 8/15. A componente horizontal da tração no fio vale 16 N e é a força 3 centrípeta responsável pelo giro da esfera. O volume do cone imaginário, em cm , é a) 280π b) 320π c) 600π d) 960π e) 1800π Resposta: [B] 2 4 6 2 2 mV / R V 8 15 8 96 96x15 tgα = = → = → = 2 →R = = 0,08m = 8cm mg Rg 15 10R 15 15 x10R 80x15 2 tgα = V= R 8 8 → = → h = 15cm h 15 h 1 1 πR 2h = π.82.15 = 320 π cm3 3 3 4. (Ufsc 2010) Rotor é um brinquedo que pode ser visto em parques de diversões.Consiste em um grande cilindro de raio R que pode girar em torno de seu eixo vertical central. Após a entrada das pessoas no rotor, elas se encostam nas suas paredes e este começa a girar. O rotor aumenta sua velocidade de rotação até que as pessoas atinjam uma velocidade v, quando, então, o piso www.soexatas.com Página 2 é retirado. As pessoas ficam suspensas, como se estivessem “ligadas” à parede interna do cilindro enquanto o mesmo está girando, sem nenhum apoio debaixo dos pés e vendo um buraco abaixo delas. Em relação à situação descrita, é CORRETO afirmar que: 01) a força normal, ou seja, a força que a parede faz sobre uma pessoa encostada na parede do rotor em movimento, é uma força centrípeta. 02) se duas pessoas dentro do rotor tiverem massas diferentes, aquela que tiver maior massa será a que terá maior chance de deslizar e cair no buraco abaixo de seus pés. 04) o coeficiente de atrito estático entre a superfície do rotor e as roupas de cada pessoa gR dentro dele deve ser maior ou igual a . ν2 08) o coeficiente de atrito estático entre a superfície do rotor e as roupas de cada pessoa dentro dele é proporcional ao raio do rotor. 16) o coeficiente de atrito estático entre a superfície do rotor e as roupas de cada pessoa dentro dele é proporcional à velocidade v do rotor. Resposta: 01 + 04 = 05 A figura a seguir mostra as forças que agem na pessoa. 01) Correta . A força normal ( N ) é sempre perpendicular a superfície de apoio, conforme ilustra a figura acima. Nesse caso ela é dirigida para o centro, portanto é uma força centrípeta. 02) Falsa. Como a pessoa efetua movimento circular uniforme, na direção horizontal a normal age como resultante centrípeta ( R Cent ) e, na direção vertical, a força de atrito ( Fat ) deve equilibrar o peso. O piso somente deve ser retirado quando a força de atrito estática máxima for maior ou igual ao peso, caso contrário a pessoa escorrega pelas paredes. Assim: mv 2 N= R Fat ≥ P ⇒ µ N ≥ m g. Inserindo nessa expressão a expressão anterior, vem: µ m v2 R g R g ≥ m g ⇒ µ≥ ⇒ v≥ . Nessa expressão, vemos que a massa da pessoa não interfere e que a 2 R µ v velocidade mínima com que o piso pode ser retirado depende apenas do raio do rotor da intensidade do campo gravitacional local e do coeficiente de atrito entre as roupas da pessoa e a parede do rotor. 04) Verdadeira, conforme demonstração no item anterior. 08) Falsa. O coeficiente de atrito depende apenas das características das superfícies em contato. 16) Falsa, conforme justificativa do item anterior. 5. (Ita 2009) ° A partir do repouso, um carrinho de montanha russa desliza de uma altura H = 20 3 m sobre uma rampa de 60 de inclinação e corre 20 m num trecho horizontal antes de chegar a um loop circular, de pista sem atrito. 1 , assinale o valor do 2 raio máximo que pode ter esse loop para que o carrinho faça todo o percurso sem perder o contato com a sua pista. Sabendo que o coeficiente de atrito da rampa e do plano horizontal é www.soexatas.com Página 3 a) R = 8 3 m b) R = 4( 3 - 1)m c) R = 8( 3 - 1)m d) R = 4(2 3 -1)m e) R = 40 ( )m 3 −1 3 Resposta: [B] 2 No ponto máximo do looping para que o corpo complete o percurso P = m.g = m.v /R O comprimento da rampa → v2 = R.g → cos60° = H/L → L = 40 m A energia gravitacional no início da rampa → Eg = m.g.H = 20mg 3 → W = F.d = µNL = µmgL = 10mg 3 O trabalho do atrito no deslocamento horizontal → W’ = µNd = 10mg A energia cinética do início do looping → Ec = Eg - W - W’ O trabalho do atrito na rampa Ec = 20 mg 3 – 10 mg 3 – 10 mg = 10 mg( 3 – 1) Esta energia cinética se converte em gravitacional e cinética no alto do looping 10 mg( 3 – 1) = mg.2R + (m/2).Rg 10( 3 – 1) = 2R + R/2 10( 3 – 1) = 5R/2 R = 4.( 3 – 1) m • Resultante centrípeta e resultante tangencial No movimento circular uniforme a resultante das forças é a força centrípeta. Nos movimentos curvilíneos variados, tem-se tanto a força centrípeta quanto a força tangencial. • Força em referencial não-inercial A força centrífuga só existe para referenciais não-inerciais. Assim, um motorista ao fazer uma curva sente uma força que apresenta sentido do centro para fora da curva. Bibliografia: Junior, Francisco R.; Ferraro, Nicolau G. ; Soares, Paulo A. de Toledo. Fundamentos da física 1. 9ª Edição. São Paulo, moderna, 2007. www.soexatas.com Página 4