Fluxo em moeda estrangeira está no azul em 2016 Bancos

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QUINTA-FEIRA, 4 DE FEVEREIRO DE 2016 G DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS
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Finanças
No mês janeiro de 2015, o volume de
entradas de divisas superou o valor
das saídas em US$ 3,903 bilhões
Bradesco e Itaú exibiram crescimento em receitas com a
gestão e administração de recursos em 2015, puxado pela
rentabilidade das carteiras e competição com tesourarias
Fluxo em moeda
estrangeira está
no azul em 2016
Bancos privados reduzem
taxas cobradas em fundos
CÂMBIO
G Depois de registrar saídas líquidas de US$ 2,146 bilhões
em dezembro, o fluxo cambial
brasileiro voltou ao terreno
positivo no primeiro mês de
2016. Segundo dados do Banco Central, o resultado ficou
no azul em US$ 1,475 bilhão.
Em janeiro de 2015, o volume de entradas tinha superado o de saídas em US$ 3,903
bilhões. O envio de dólares
pelo canal financeiro no mês
passado foi de US$ 1,879 bilhão, resultado de entradas
no valor de US$ 27,985 bilhões e de saídas no total de
US$ 29,864 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em
carteira, remessas de lucro e
pagamento de juros, entre
outras operações.
Já no comércio exterior, o
saldo em US$ 3,354 bilhões
ficou positivo em janeiro, diferença de importações de
US$ 9,646 bilhões e exportações de US$ 13,000 bilhões.
Nas exportações, estão incluídos US$ 2,014 bilhões em
Adiantamento de Contrato de
Câmbio (ACC), US$ 4,174 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 6,813 bilhões em
outras entradas do comércio.
Swap cambial
Depois da perda recorde em
2015 de R$ 89,657 bilhões com
operações de swap cambial, o
Banco Central registrou prejuízo de R$ 16,769 bilhões com
esses leilões no primeiro mês
de 2016 pelo resultado caixa e
de R$ 2,282 bilhões pelo competência. O resultado pelo critério de competência inclui ganhos e perdas ocorridos no
mês, independentemente da
data de liquidação financeira.
A liquidação financeira desse
resultado (caixa) ocorre no dia
seguinte. As operações de
swap são como a venda de dólares no mercado futuro.
Em contrapartida ao prejuízo, o BC obteve ganho de rentabilidade com a administração das reservas de R$ 54,278
bilhões em janeiro. Entram
nesse cálculo ganhos e prejuízos com a correção cambial, a
marcação a mercado e os juros. /Estadão Conteúdo
Regulador vai alterar normas
MERCADO DE CAPITAIS
G A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) realizará três audiências públicas para tratar
de mudanças pontuais em algumas normas: do segmento
de fundos imobiliários, de distribuição em ofertas; e a prestação de serviços de escrituração em valores mobiliários .
Uma delas é incluir consultores especializados no rol de
participantes do mercado
com possibilidade de praticar
atos em conflito com Fundos
de Investimento Imobiliários
(FIIs), o que depende de alte-
ração na Instrução 472.
A ideia é adicionar a previsão de que esses atos dependam da aprovação de cotistas
dos fundos em assembleia geral, como já ocorre para os atos
praticados entre fundos e seus
administradores e gestores.
A segunda audiência conduzida pela Superintendência de
Desenvolvimento de Mercado
(SDM) vai alterar a Instrução
505. Em uma terceira audiência a autarquia reguladora do
mercado de capitais pretende
aprimorar as regulamentações
sobre a prestação de serviços
de escrituração de valores mobiliários. /Estadão Conteúdo
INVESTIMENTOS
QUEDA LEVE
Ernani Fagundes
Taxas de administração em fundos de investimentos renda fixa no
varejo com ticket abaixo de R$ 1 mil Em % ao ano
São Paulo
[email protected]
G Os grandes bancos privados
nacionais – Bradesco e Itaú –
reduziram suas taxas de administração em fundos de investimentos ano passado, principalmente em carteiras de
renda fixa com aportes iniciais
abaixo de R$ 1 mil. A estratégia
possibilitou mais receitas.
Num ano de Selic (taxa básica da economia) elevada
como 2015, o aumento do
patrimônio das carteiras de
renda fixa devido a rentabilidade com os juros gerou mais
receitas em taxas de administração aos bancos privados e
até permitiu uma pequena
redução nas tarifas cobradas
dos investidores do varejo.
Em outras palavras, quanto maior o patrimônio administrado, maior o volume em
receitas. De acordo com os
últimos balanços publicados,
a receita do Bradesco com a
administração de fundos
cresceu 10,5% em 2015 para o
montante de R$ 2,617 bilhões, frente o ano anterior.
No Itaú, a receita com a administração
de
recursos
avançou 8,5% para R$ 2,867
bilhões em 2015, na comparação com 2014. No quarto
trimestre último, o desempenho foi melhor, alta de 16,3%
para R$ 756 milhões, ante
igual trimestre de 2014.
Mas por outro ângulo, na
média calculada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro
e de Capitais (Anbima), a taxa
de administração cobrada
em fundos de renda fixa com
tickets de entrada abaixo de
R$ 1 mil caiu 0,1 ponto percentual, de 2,92% ao ano no
final de 2014 para 2,82% ao
ano no final de 2015.
Ainda conforme dados da
tabela de fundos da Anbima,
Bradesco e Itaú estão com taxas abaixo dessa média. No
varejo do Itaú, as carteiras
disponíveis para aplicação
estão com taxa máxima de
2,50% ao ano. E no Bradesco,
apenas a carteira Hiperfundo
possui tarifa de 3,90% ao ano
devido ao custo do programa
de sorteios aos investidores.
“As taxas de administração
cobradas pelos grandes bancos no varejo ainda são muito
altas. Mas hoje, os fundos enfrentam a concorrência até
de produtos de tesouraria do
próprio banco como o CDB
(certificado de depósito bancário) que rende pouco acima da caderneta de poupança. O tamanho da taxa vai
depender da estratégia de cada banco”, explica o diretor
da gestora Queluz Investimentos, Luiz Monteiro.
Ele explicou que fundos de
investimentos de renda fixa
no varejo que cobram taxas
muito altas limitam os ga-
Média Anbima
3,57
3,65
2,96
2,92
2013
2014
2,82
2,81
0
2010
2011
2012
2015
Taxas atuais nos bancos
3,80
BB RF LP 100
BB REFERENCIADO
DI SOCIAL 50
2,60
BB CP 200
2,50
BRADESCO HIPERFUNDO
3,9
BRADESCO FIC
REFERENCIADO DI BRILHANTE
BRADESCO FIC CP
2,5
1,8
5
CAIXA FIC PRÁTICO RF CP
3,10
CAIXA FIC LIQUIDEZ RF CP
CAIXA FIC TRANSFERÊNCIA
VOLUNTÁRIA RF CP
3
2,5
ITAÚ SUPER DI
ITAÚ UNICLASS DI
2
ITAÚ UNICLASS RF
2
5,5
SANTANDER INTELIGENTE CP
SANTANDER SENIOR DI
2,5
SANTANDER SENIOR DI
2,5
FONTE: ANBIMA
nhos dos aplicadores. “Mas
com os juros altos, os fundos
batem a rentabilidade da poupança, e dependendo da taxa
cobrada superam a inflação”.
Rentabilidade x taxas
Uma simulação desenvolvida
pelo diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da
Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de
Oliveira, mostra que fundos de
renda fixa com taxas de administração acima de 2,5% ao
ano perdem para a poupança
num horizonte de até um ano,
também afetados pela tributação maior no curto prazo.
“Os fundos terão um rendimento líquido superior ao da
poupança quando suas taxas
de administração forem inferiores a 2,50% ao ano”, afirma
Miguel de Oliveira em sua simulação com a Selic no patamar atual de 14,25% ao ano.
Pelos dados do consolidado
histórico de fundos de investimentos da Anbima, a rentabilidade bruta das principais categorias de renda fixa em 2015
ficou em: 10,10% em carteiras
de longa duração risco soberano; 12,19% em carteiras média
duração
risco
soberano;
13,17% em carteiras de baixa
duração e risco soberano; e de
13,96% em renda fixa simples,
a mais próxima do patamar da
taxa básica pós-fixada, a Selic.
Na média da Anbima, investidores com mais de R$ 1 mil de
ticket de entrada conseguem taxas de administração de 1,13%
ao ano em fundos de renda fixa.
“Uma alternativa aos grandes
bancos é o investidor procurar
uma gestora independente, onde as taxas costumam ser menores”, diz Luiz Monteiro. Como
exemplo, o fundo Queluz FI
Renda Fixa LP de aporte inicial
de R$ 2 mil, possui uma tarifa de
administração de 0,5% ao ano, e
rendeu 13,71% em 12 meses.
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