Articular a construção coletiva de um projeto pedagógico,priorizando não só o desenvolvimento profissional/técnico dos seus professores e funcionários, porém investindo, no desenvolvimento pessoal desses, a partir de um plano de formação continuada, elaborado com a participação efetiva dos mesmos. Junto à Direção Junto aos especialistas afins Junto à Comunidade em geral Junto ao Serviço de Orientação Psicopedagógica Coordenador Supervisor Orientador Junto aos Funcionários Junto aos Professores Junto aos alunos Junto aos familiares Atua como mediador e assessor no planejamento, acompanhamento, orientação e avaliação de processos educacionais. Deve comprometer-se na implantação das políticas nas escolas,na articulação com os demais setores das Secretarias Estaduais, no aprimoramento da gestão pedagógica e administrativa, na valorização e fortalecimento dos canais de participação da comunidade e na orientação das equipes escolares. Necessita exercer com competência o seu papel de líder dentro das escolas. Liderar significa conquistar as pessoas, envolvê-las de forma que coloquem o seu coração, mente, espírito, criatividade e excelência a serviço de um objetivo. É preciso fazer com que se empenhem ao máximo, na missão, dando tudo pela equipe. A liderança legítima deve ser baseada na autoridade e não no poder. A autoridade é a essência da pessoa; está ligada a seu caráter. Paciência (demonstrar autocontrole) Gentileza (tratar os outros com cortesia; dispensar atenção e encorajamento aos outros) Humildade (demonstrar ausência de orgulho, arrogância ou pretensão) Respeito (tratar todas as pessoas com a devida importância) Altruísmo (atender as necessidades dos outros) Perdão (deixar para lá o ressentimento) Honestidade (não tentar enganar ninguém) Compromisso (ser fiel a sua escolha) James Hunter Para a liderança ser assegurada, precisamos manter o foco nessas duas dinâmicas simultaneamente. Segundo Hunter, a chave para a liderança é executar as TAREFAS enquanto se constróem os RELACIONAMENTOS Esqueça a necessidade de ser interessante e procure se mostrar interessado. A escuta empática é uma habilidade que um líder precisa desenvolver. Entre elas: A necessidade de uma grande liderança; A necessidade de significado e propósito; A necessidade de ser apreciado, reconhecido e respeitado; A necessidade de fazer parte de alguma coisa especial. Exercerem suas funções com segurança e autonomia. Terem ampla experiência educacional, preferencialmente já tendo exercido o papel de professor(a). Serem bem preparados teoricamente. Encararem a formação de educadores como uma área de conhecimento em si, buscando dominar suas especificidades. Cooperar efetivamente com a Direção, no sentido de consolidar uma gestão educacional democrática e solidária. Favorecer a melhoria contínua da qualidade de ensino das escolas. Criar um bom vínculo de confiança com os(as) professores(as), constituindo-se num(a) parceiro(a) presente, disponível, exigente, estimulador(a). Planejar e coordenar situações de aprendizagem que promovam a atividade mental construtiva do (a) professor (a) num contexto de resolução de problema, pesquisa, reflexão, diálogo permanente com diferentes interlocutores. Observar sistematicamente o(a) professor(a) na sua atuação diária, na relação com os demais membros de sua comunidade de aprendizagem, com os alunos e seus familiares e na participação em reuniões diversas. Conversar francamente com o(a) professor sobre adequações e inadequações observadas em classe, registrando-as, para que o(a) mesmo(a) tome maior consciência delas e invista nas mudanças necessárias. Analisar as diferentes produções do(a) professor(a), principalmente, seus registros reflexivos sobre a própria prática, dando ao(à) mesmo(a) retornos pertinentes, seguros e construtivos. Ajudar os(as) professores(as) a desenvolverem a sua competência profissional (capacidade de articular recursos cognitivos múltiplos – conceitos, conhecimentos, informações, hipóteses, esquemas de inferência e de processamento, métodos) para resolver situações complexas ou incertas da prática educativa (Perrenoud). Estabelecer metas com cada professor(a) sobre os aspectos que devem ser priorizados na sua capacitação visando à transformação dos esquemas orientadores da prática de cada um(a) “habitus”, negociando as formas como serão operacionalizadas as referidas metas e explicitando os critérios de avaliação. Ajudar o(a) professor(a) a construir uma nova visão do erro (trocando a visão funcional pela estrutural – aquela que passa pela compreensão das razões dos erros, a partir de sua própria atuação como orientador(a)). Valorizar as didáticas específicas, estudando-as junto com os(as) professores(as) e discutir criticamente uma prova, um plano, uma atividade elaborada pelo (a) professor(a). Estimular e orientar o(a) professor(a) a tornar-se um(a) pesquisador(a) em seu universo de trabalho, para que possa mobilizar-se na busca de respostas, ressignificando aprendizagens anteriores e avançando na produção de conhecimento didático. Retroalimentar a ação do(a) professor(a) com uma justa avaliação do seu percurso formativo, tão particular e diferenciado do dos demais. Orientar os(as) professores(as) para a realização de uma auto-avaliação sistemática e contínua do seu desenvolvimento pessoal e profissional. Conhecer e saber interpretar a legislação educacional, dando o suporte necessário à Direção da(s) escola(s). Ler e fazer esquemas relativos às resoluções, deliberações,indicações e pareceres emitidos pelos órgãos competentes, para auxiliar os diretores de escolas e preparar orientações técnicas para os professores. Organização e execução de horários de trabalho pedagógico coletivo; Organização do início dos períodos; Relações formais e informais com direção, professores, alunos, pais, órgãos superiores; Leitura de redes e comunicados, e elaboração de relatórios; Atendimento às emergências. Atuar como ponte entre a escola e a universidade Articular os conhecimentos dos(as) professores(as) aplicação pedagógica- com os dos pesquisadores resultados das pesquisas. Transpor idéias teóricas para a prática. Resumir textos teóricos, selecionando a quantidade e complexidade de informações de que necessita cada professor(a) num determinado estágio de sua formação. Trabalhar em equipe ( apoio de vários especialistas). Afixar periodicamente, no mural da sala dos professores (as) estímulos com informações, provocações (crônicas, textos gostosos, matérias de jornal, poesias, etc). Ter documentados e de fácil acesso para o atendimento dos(as) professores(as). • Currículos do colégio • Parâmetros Curriculares Nacionais. • Registros dos(as) professores(as) atuais e antigos (diários de classe, relatórios). • Regimento – normas definidas para o grupo. • Textos selecionados para estudo – importantes como subsídios teóricos da prática. • Modelos de projetos bem e mal sucedidos para reflexão. • Filmes em vídeo para análise. • Bibliografia selecionada acerca dos conhecimentos teóricos referenciais para o trabalho na instituição. O PLANEJAMENTO E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DO SUPERVISOR PEDAGÓGICO A importância e o papel do Supervisor Escolar De acordo com o dicionário SUPERVISIONAR significa: Dirigir, orientar ou inspecionar em plano superior. E na prática, o supervisor escolar, organiza os processos da ação e da reflexão dos professores, do planejamento, dos planos de ensino e da avaliação. E, também arranja as rotinas pedagógicas e liga e interliga pessoas, ampliando os ambientes de aprendizagem. No dia-a-dia da escola, há um planejamento e um cronograma (ou calendário) das atividades de Supervisão Escolar? O planejamento do Supervisor Escolar pode ser visto como uma meta de organização e como uma alternativa de sanar dificuldades encontradas no cotidiano escolar. Como ter a previsão,organização, a flexibilidade e realização dos processos pedagógicos? O dia-a-dia do supervisor exige que ele administre seu tempo para cumprir as tarefas que lhe são designadas. Formar professor, planejar reuniões, atualizar-se, envolver o aluno em projeto... Diante dessa realidade tão diversificada, exige do Supervisor a necessidade de um planejamento. Como planejar? PLANO DE AÇÃO INSTITUCIONAL O quê? Quem? Onde? Como? Indicadores Planejamento anual Supervis or escola Analisando as realizações do ano; avaliando os projetos e propondo novos projetos para o ano seguinte. 100% dos professores com os planejamentos feitos. Enturmação Supervis or escola Analisando composição das turmas do ano anterior e partir da análise fazer enturmação. 90% de satisfação Organização dos horários de aula Supervis escola or e professor Reunião com professores e verificando Horário com 80% de satisfação. O quê? Quem? Onde? Como? Indicadores Planejamento de ensino Profs. Sala de reunião Acompanhando da elaboração. Aulas planejadas Acompanhamento do processo ensinoaprendizagem Supervis or escola Reunião com os professores; acompanhamento do planejamento; atendimento à alunos; conselho de classe; análise de resultados. Resultados escolares e programa cumprido. Formação dos professores Supervis or escola Participando do Profs. Programa de capacitados. formação integrada da Rede Pitágoras e elaborando programa de Cronograma das atividades Atividades J F Planejamento-1ª s X Apresentação de metas X Conselho de classe X Análise planejamento e projetos X Reunião de professores M J J A S O X X X X X X X X X X X X X X N D X X Reunião de pais Acompanhamento dos processos. M A X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Sugestão de Cronograma de Reunião de Professores Obs. Data de compensação de acordo com os recessos compensáveis. Data Tema/assunto 28/01 Estudo do programa de Formação Planejamento 1ª semana de aula 11/02 Estudo de instrumentos de avaliação Elaboração de avaliação diagnóstica. 18/02 Análise dos resultados da avaliação diagnóstica e elaboração de projetos. 25/02 Aprofundar tema - eixo do Programa de formação. Supervisor Escolar e a Dimensão relacional É importante que o supervisor Escolar, trabalhe na perspectiva de grupo, mostrando a importância das relações interpessoais aos professores, alunos, pais, funcionários e busque desenvolver, nele mesmo e nos outros as habilidade de olhar, ouvir, falar e cuidar. Olhar- um olhar atento, ativo, que acolha as mudanças, as semelhanças e as diferenças; um olhar que capte antes de agir, que compartilhe dúvidas e transmita confiança. Ouvir- o ouvir consiste em colocar-se no lugar do professor através da percepção de sues sentimentos, e assumir ajudá-lo em suas dívidas, sentimentos, etc. Falar- Ao falar, o coordenador pode ajudar, tranqüilizar, dar segurança, oferecer dicas ao professor, como pode também demonstrar ameaça e causar tensão. A fala pode ser organizadora do pensamento do professor ou bloqueadora; ela pode tanto fortalecer ou destruir o relacionamento interpessoal. Cuidar- cuidar é uma atitude, portanto abrange mais que um momento de atenção, zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro. PROJETOS INTERDISCIPLINARES É necessário realçar a mediação necessária da Supervisão em um projeto escolar. Boa parte dos professores apresenta interesse e desenvolve projetos. Porém o dia a dia de uma rotina fragmentada, disciplinar, retira do professor a preocupação do planejamento, de efetivar um roteiro que oriente não só aluno, mas a sua própria dinâmica. Vale a pena relembrar que a realidade da escola é no máximo multidisciplinar. Cada disciplina está acostumada a atuar separadamente. Cada professor está acostumado a agir só e durante um determinado momento. Sem a existência de uma Supervisão Escolar atuante o processo tende a perder a coerência. A coerência pedagógica e a obtenção de um resultado de excelência não se dão de forma espontânea. É como o fio, invisível para quem olha, que garante a coerência e a beleza Alguns passos podem orientar e ajudar a montar e desenvolver projetos. 1ª etapa: Definir um tema. A escolha do tema que conduzirá a execução do projeto. 2ª etapa: Explicitar a necessidade do tema escolhido. Através de um processo participativo definir o porquê é necessário trabalhar o tema escolhido. 3ª etapa: Definir a abrangência do projeto. Explicitar quais as disciplinas que participarão desse projeto 4ª etapa: Definição dos objetivos gerais e específicos. É fundamental ter clareza do que se pretende atingir. 5ª etapa: Definição das metodologias necessárias. Explicitar não somente o que cada disciplina efetiva no projeto, mas também como será efetuado cada objetivo específico. 6ª etapa: Elaboração de um cronograma. Na verdade desenvolver um programa de ação, definindo claramente o que será feito, como será feito, quando será feito, por quem será feito. REFLEXÕES E ORIENTAÇÕES SOBRE O TRABALHO DO SUPERVISOR COM OS PROFESSORES A ESCOLA E O PROJETO PEDAGÓGICO Um projeto – laço entre presente e futuro, mola de dinamismo, instrumento de ação e transformação – supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Significa quebra de um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade em função da promessa de estado melhor do que o presente. (Moacir Gadotti) O Projeto Pedagógico de uma escola é o instrumento de balizamento para o fazer pedagógico, que permite pautar permanentemente as práticas pedagógicas escolares. A ESCOLA E O PROJETO PEDAGÓGICO De acordo com a LDB, toda escola deve ter o seu Projeto Político Pedagógico e a sua elaboração deve envolver os agentes educacionais da escola. A ESCOLA E O PROJETO PEDAGÓGICO O Projeto Pedagógico contém os princípios e fundamentos pedagógicos que norteiam a proposta educacional da escola. Esses princípios, bem como todo o Projeto Pedagógico, devem ser divulgados e dados a conhecer a toda a comunidade escolar (lideranças escolares, professores, funcionários, pais, alunos). Como essa divulgação é feita na sua escola? Os professores estudam o Projeto Pedagógico da escola? O Projeto Pedagógico é constantemente revisitado? Os pais dos alunos têm conhecimento dos princípios pedagógicos definidos pelo Projeto Pedagógico da escola? Vejamos, a seguir, os princípios pedagógicos gerais Certamente, a escola deve ter outros princípios que também devem ser divulgados. Contextualização: os conteúdos não são apresentados de maneira direta, mas a partir de uma situação que permite a identificação ou a aplicação de conceitos, fórmulas, princípios. Aprendizagem como processo: o aluno não aprende tudo de uma vez; deve-se respeitar a faixa etária, o ritmo, a maturidade cognitiva e realidade social. Professor como mediador: o professor é o orientador da aprendizagem e faz a mediação entre o CONHECIMENTO e o ALUNO, adotando as estratégias que facilitem a aprendizagem. Aluno como produtor do conhecimento: o aluno não recebe o conhecimento pronto para ser memorizado, mas as ferramentas necessárias para lidar com as informações e apropriar-se do conhecimento. Sociointeracionismo: a aprendizagem está condicionada às relações que se estabelecem na sala de aula e no espaço da escola, pelo fazer cotidiano do professor e de seus alunos. Alinhamento pedagógico: as disciplinas têm eixos estruturadores próprios contemplados em todas as séries e intercalados entre si. A ESCOLA E O PROJETO PEDAGÓGICO “Quando o supervisor está devidamente posicionado em relação aos princípios defendidos pela escola, eles passam a ser seus também, a ponto de não se enfraquecer diante dos questionamentos das famílias, da pressão de algum grupo de professores, diante do novo, por exemplo.” O que o Supervisor Escolar pode fazer para divulgar e tornar cada vez mais conhecidos os princípios pedagógicos da escola: Elaboração de cartazes Apresentação as reuniões durante Comunicações enviadas aos pais Estudos feitos com os professores Cursos de formação para os funcionários da escola AS CONCEPÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS DA ESCOLA O livro “Construtivismo na sala de aula”, organizado por César Coll, na página 80, cita três concepções da aprendizagem e do ensino escolar mais habituais entre os docentes. 1. A aprendizagem escolar consiste em conhecer as respostas corretas para as perguntas formuladas pelos professores. O ensino proporciona aos alunos o reforço necessário para obter essas respostas. 2. A aprendizagem escolar consiste em adquirir os conhecimentos relevantes de uma cultura. Nesse caso, o ensino proporciona aos alunos a informação de que necessitam. 3. A aprendizagem escolar consiste em construir conhecimentos. Os alunos e as alunas elaboram, mediante sua atividade pessoal, os conhecimentos culturais. Por tudo isso, o ensino con-siste em prestar aos alunos a ajuda necessária para que possam ir construindo-os. AS CONCEPÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS DA ESCOLA Qual dessas concepções melhor atende à proposta pedagógica da sua escola? Na sua escola, os professores têm essa mesma concepção pedagógica? Os processos e a prática pedagógica da escola corroboram essa concepção? Os pais têm conhecimento da concepção pedagógica da escola? A escola divulga adequadamente essa concepção? O ALINHAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA A palavra “alinhamento”, durante algum tempo, foi empregada para indicar o posicionamento político unilateral de um determinado país ou pessoa e tomou uma conotação de imposição ou sectarismo. Nós, quando usamos a expressão “alinhamento pedagógico”, não concordamos com essa conotação, mas a empregamos no sentido de definição da linha pedagógica que a escola defende, adota e segue. Mas esse posicionamento não pode ficar somente no discurso e nas intenções. Ele deve estar presente em todas as ações pedagógicas dos agentes escolares. Como garantir esse alinhamento? É possível? O esquema a seguir apresenta alguns aspectos da vida escolar que devem estar alinhados ao Projeto Pedagógico de forma a garantir o sucesso da instituição. Envolvimento de Professores / Equipe Técnica Sistema de avaliação Materiais didáticos Educação com a qualidade pretendida Projeto Pedagógico Planejamento das atividades pedagógicas Estrutura física Matriz curricular Se um dos aspectos citados estiver desconectado ou desalinhado, todo o esforço da equipe estará comprometido. Cabe ao Supervisor Escoalr detectar os problemas e elaborar um plano de ação para solucioná-los. Se não existir problemas, mesmo assim, é preciso ter ações para garantir o processo e evitar o desalinhamento pedagógico: Reuniões frequentes Grupos de estudo Participação da equipe nos cursos de capacitação Análise dos planejamentos e dos instrumentos de avaliação Análise dos resultados de desempenho dos alunos seguida de adoção de medidas de correção ou aprimoramento O SUPERVISOR E O PLANEJAMENTO DIDÁTICO Planejar é processo: de reflexão sobre nossas ações e opções; de tomada de decisão sobre ação futura; de previsão de necessidades visando à concretização de objetivos. Planejar é organizar um conjunto de atividades interdependentes, é definir metas, organizar recursos e esforços para alcançá-las, medindo resultados, confrontando expectativas. Qual o papel do Supervisor Escolar nesse processo? O Supervisor Escolar é o orientador desse processo, é aquela pessoa que discute e define com os professores a melhor forma de planejar, estabelece prioridades, faz as intermediações necessárias, questiona e assegura a coerência entre o planejamento e a proposta pedagógica da escola Colocamos, a seguir, algumas orientações que podem contribuir para o processo de elaboração de um bom planejamento didático em qualquer disciplina. Esses princípios podem ser comunicados aos professores e servir de critérios para o Supervisor ao analisar os planejamentos dos professores. Planejar requer: pesquisar sempre; ser criativo na elaboração da aula; estabelecer prioridades e limites; estar aberto para acolher o aluno e sua realidade; ser flexível para replanejar sempre que necessário. Leve sempre em conta: as características e necessidades de aprendizagem dos alunos; os objetivos educacionais da escola e seu projeto pedagógico; o conteúdo de cada série; os objetivos e seu compromisso pessoal com o ensino; as condições objetivas de trabalho. Com base nisso, defina: o que vai ensinar; como vai ensinar; quando vai ensinar. o que, como e quando avaliar. Agora, um texto para reflexão (ele pode ser lido com os professores, no início da elaboração dos planejamentos) FAÇA SEUS PLANOS Um jornalista que não organiza as perguntas para uma entrevista jamais montará uma boa reportagem. Se um advogado não estuda com atenção um processo, só por sorte ganhará a causa. E o professor... O professor, você sabe, desenvolve aulas melhores quando prepara de antemão um plano com o que vai apresentar à classe. Se o planejamento está (ou deveria estar) incorporado à rotina, por que deveríamos tratar desse tema? É porque os professores estão sendo solicitados a produzir planos de aula mais abrangentes e flexíveis. Tomemos como exemplos a interdisciplinaridade, que coloca em torno de uma mesa mestres de variadas especialidades, e a introdução de temas contextualizados no currículo, nos quais se exige uma cuidadosa sintonia dos conteúdos escolares com a realidade. Tais recursos pedagógicos, cada vez mais adotados, só terão sucesso se escorados em bons planos de aula. O que se propõe é uma reflexão sobre sua rotina de trabalho. O jornalista tem chance de rever seu erro na edição seguinte. Um advogado sempre pode apelar de uma sentença desfavorável. Mas os professores correm mais riscos: a chance de usufruir um daqueles momentos mágicos em que os alunos abrem os olhos e o coração para o aprendizado pode não se repetir. O SUPERVISOR E A AVALIAÇÃO ESCOLAR Qual deve ser o sentido e a finalidade da avaliação escolar? Conhecer melhor o aluno: suas competências curriculares, seu estilo de aprendizagem, seus interesses, etc. Constatar o que está sendo aprendido Adequar o processo de ensino aos alunos, tendo em vista os objetivos propostos. Julgar globalmente um processo de ensinoaprendizagem em função dos objetivos previstos. Para avaliar e qualificar a aprendizagem dos educandos é preciso que estejam bem claros : a teoria pedagógica que norteia e dá suporte à prática educativa; o planejamento de ensino que faz a mediação entre a teoria e a prática de ensino na aula. Sem uma consistente teoria pedagógica e sem um planejamento de ensino bem elaborado, os atos avaliativos serão praticados aleatoriamente, de forma arbitrária, sem vínculos com a realidade educativa dos alunos. Além de uma boa relação e de uma prática pedagógica eficiente, a escola e o professor devem cuidar muito bem dos instrumentos de avaliação, adotando critérios técnicos e pedagógicos em todas as etapas do processo avaliativo (elaboração e aplicação dos instrumentos de avaliação, entrega e análise dos resultados, adoção de medidas pedagógicas a partir da análise dos resultados). A equipe pedagógica da escola deve definir os critérios para cada uma das etapas da avaliação escolar e o coordenador pedagógico, com base nos critérios definidos, deve cuidar desse processo. A seguir, alguns critérios para cada uma das etapas do processo de avaliação escolar: Elaboração dos instrumentos de avaliação Bons instrumentos de avaliação devem ser: •Reflexivos •Essenciais •Abrangentes •Contextualizados •Claros •Compatíveis Aplicação dos instrumentos de avaliação Durante a aplicação de instrumentos de avaliação, é importante: •O estabelecimento de um clima de confiança; •O esclarecimento do que se espera da avaliação; •A disponibilidade do professor para fazer da avaliação mais um momento de aprendizagem; •A previsão de tempo adequado para resolução. Análise dos instrumentos de avaliação aplicados aos alunos Os critérios para análise devem ser claros, definidos, coerentes, tanto em termos de correção, quanto de determinação de valores e de patamares mínimos de aprendizagem. Para afinar o critério de correção, o professor pode primeiro elaborar a chave de correção e pontuação e organizar a forma de analisar os instrumentos. Comunicação de resultados Para terem efeito no processo educativo, os instrumentos devem ser o mais rapidamente possível analisados e devolvidos aos alunos, e não acumulados para serem "corrigidos" só no final do mês ou bimestre. É importante o aluno ter garantido pelo menos o espaço para solicitar esclarecimentos sobre a correção feita pelo professor. Tomada de decisão Com os resultados observados, é possível perceber as necessidades dos alunos para planejar o que fazer para ajudá-los a superá-las: •Os objetivos não atingidos pelos alunos devem ser retomados e retrabalhados imediatamente em sala de aula; •O professor deve fazer auto-análise para saber se há necessidade de rever sua forma de ensinar aquele conteúdo; •Estes objetivos devem ser incluídos na próxima avaliação, dando oportunidade de expressão da nova síntese de conhecimento e permitindo ao professor saber se os alunos superaram a dificuldade. Será que isso é suficiente? É possível implementar mudanças na avaliação escolar sem alterar os outros processos escolares? Philippe Perrenoud, em seu livro Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas, afirma que “para mudar as práticas no sentido de uma avaliação mais formativa, menos seletiva, talvez se deva mudar a escola, pois a avaliação está no centro do sistema didático e do sistema de ensino”. Para exemplificar, ele apresenta um esquema em que a avaliação é colocada no centro de um octógono, mostrando que ela se relaciona com todos os processos escolares e que não adianta mexer com a avaliação sem alterar todos os outros processos. Veja o esquema a seguir: Pode-se dizer, para concluir, que não se poderia separar a reflexão sobre avaliação de um questionamento mais global sobre as finalidades da escola, das disciplinas, do contrato pedagógico e didático e dos procedimentos de ensino e de aprendizagem. (Philippe Perrenoud)