Terceira Edição CAPÍTULO RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Ferdinand P. Beer E. Russell Johnston Jr. Tensão e Deformação – Carregamento Axial Resistência dos Materiais Capítulo 2 – Tensão e Deformacão: Carregamento Axial 2.1 - Introdução 2.2 - Deformação Específica Normal no carregamento Axial 2.3 - Diagrama de Tensão– Deformação 2.4 - Lei de Hooke: Módulo de Elasticidade 2.5 - Comportamento Elástico vs. Plástico 2.6 - Deformação de barras sob Cargas Axiais 2.7 - Problemas Estaticamente Indeterminados 2.8 - Problemas Envolvendo Variação da Temperatura 2.9 - Coeficiente de Poisson 2.10 - Generalização da Lei de Hooke 2.11 - Dilatação Volumétrica: Módulo de Elasticidade de Volume 2.12 - Deformação de Cisalhamento 2.13 - Relação entre E, ν e G 2.14 – Materiais Compósitos 2.15 – Princípio de Saint-Venant 2.16 – Concentração de Tensão 2-2 Resistência dos Materiais 2.1 - Introdução • As deformações em uma estrutura ou membro estrutural são causadas pela aplicação de cargas. Por meio da análise dessas deformações pode-se também determinar as tensões. • Considerar estruturas como corpos deformáveis permite a determinação de forças e reações que são estaticamente indeterminadas. • Determinação da distribuição de tensões dentro de um membro também requer considerações de deformações no membro. • No Cap. 2, as deformações de um membro estrutural sob carregamento axial são de interesse. 2-3 Resistência dos Materiais 2.2 - Deformação Específica Normal no carregamento Axial δ − deslocamento ε − deformação normal σ= ε= P = tensão A δ L = deformação normal σ= ε= 2P P = 2A A δ L P A 2δ δ ε= = 2L L σ= 2-4 Resistência dos Materiais Exemplo 2.1 É aplicada uma carga axial em uma barra de comprimento L = 0,600 m. Sabendo que o deslocamento axial é δ = 0,15 mm e que a área da seção transversal é constante, determinar a deformação axial na barra. δ 0,15 mm 0,15 ×10−3 m ε= = = L 600 mm 0,600 m = 250 ×10−6 m/m ε = 250µ 2-5 Resistência dos Materiais 2.3 - Diagrama de Tensão–Deformação • Corresponde a uma curva que caracteriza as propriedades do material e que não depende das dimensões da amostra do material • É traçada por meio do ensaio de tração em uma amostra do material • Por meio das características obtidas pelos diagramas, dividimos o material em: materiais dúcteis – aço estrutural e outros metais; materiais frágeis – ferro fundido, vidro, pedra. 2-6 Resistência dos Materiais 2.3 - Diagrama de Tensão–Deformação Ensaio de tração 2-7 Resistência dos Materiais 2.3 - Diagrama de Tensão–Deformação Materiais Dúcteis “escoamento” à temperaturas normais 2-8 Resistência dos Materiais 2.3 - Diagrama de Tensão–Deformação Materiais Dúcteis “escoamento” à temperaturas normais Estricção - Quando o carregamento atinge um certo valor máximo, o diâmetro do corpo de prova começa a diminuir. Após ter começado a estricção, um carregamento menor é suficiente para manter o corpo de prova se deformando até romper. 2-9 Resistência dos Materiais 2.3 - Diagrama de Tensão–Deformação Materiais Dúcteis - Alumínio e muitos outros • Início do escoamento não é caracterizado pelo trecho horizontal (patamar de escoamento). • Tensão de escoamento obtida pela deformação específica de 0,2%. 2 - 10 Resistência dos Materiais 2.3 - Diagrama de Tensão–Deformação Materiais Dúcteis Ductibilidade (alongamento percentual) 100 Lr − L0 L0 Sendo: L0 – comprimento inicial do corpo de prova; e Lr – comprimento final (comprimento no instante de ruptura). 2 - 11 Resistência dos Materiais 2.3 - Diagrama de Tensão–Deformação Materiais Frágeis A ruptura ocorre sem mudança sensível no modo de deformação. 2 - 12 Resistência dos Materiais 2.4 - Lei de Hooke: Módulo de Elasticidade • No trecho reto do diagrama, a tensão é diretamente proporcional à deformação específica σ = Eε E – “módulo de Young” ou “módulo de elasticidade” “limite de proporcionalidade” Maior valor da tensão para o qual a lei de Hooke é válida 2 - 13 Resistência dos Materiais 2.5 - Comportamento Elástico vs. Plástico • Se a deformação desaparece quando a tensão (carga) é removida, o material é dito ter comportamento elástico. • A maior tensão para o qual isto ocorre é chamada de limite elástico. • Quando a deformação não retorna a zero depois da carga ser removida, o material é dito ter comportamento plástico. 2 - 14 Resistência dos Materiais 2.6 - Deformação de barras sob Cargas Axiais • Da lei de Hooke: σ = Eε ε= σ E = P AE • Da definição de deformação: δ ε= L • Equacionando e resolvendo para o deslocamento, δ = PL AE • Com variações no carregamento, área da seção transversal ou propriedades do material PL δ =∑ i i i Ai Ei 2 - 15 Resistência dos Materiais Exemplo 2.01 Determine a deformação da SOLUÇÃO: barra de aço mostrada sob as cargas dadas. 1. Divide a barra em componentes nos pontos de aplicação das cargas e mudanças de área; E = 29 × 106 psi D = 1,07 in. d = 0,618 in 2. Faça uma análise de corpo livre em cada componente para determinar as forças internas; 3. Encontre o deslocamento total da barra. 2 - 16 Resistência dos Materiais SOLUÇÃO: • Análise de corpo livre em cada componente para determinar as forças internas, • Divide a barra em três componentes: P1 = 60 ×103 lb P2 = −15 ×103 lb P3 = 30 ×103 lb • Calculando o deslocamento total, δ =∑ i Pi Li 1 PL PL PL = 1 1+ 2 2+ 3 3 Ai E i E A1 A2 A3 ( 60 × 10 3 )12 ( − 15 × 10 3 )12 1 = + + 29 × 10 6 0, 9 0, 9 ( 30 × 10 )16 + 3 L1 = L2 = 12 in. A1 = A2 = 0.9 in 0, 3 L3 = 16 in. 2 A3 = 0.3 in 2 = 75, 9 × 10 −3 in δ = 75, 9 × 10 − 3 in 2 - 17 Resistência dos Materiais Exemplo 2.2 A barra rígida BDE é suportada por duas hastes AB e CD. A haste AB é de alumínio (E = 70 GPa) e tem área da seção transversal igual a 500 mm2. A haste CD é de aço (E = 200 GPa) e área de 600 mm2. Para a força de 30 kN mostrada, determine o deslocamento (a) do ponto B; (b) do ponto D; (c) do ponto E. 2 - 18 Resistência dos Materiais 2.7 - Problemas Estaticamente Indeterminados • Estruturas nas quais as forças internas e as reações não possam ser determinadas usando apenas as equações da estática são ditas ser estaticamente indeterminadas. • Uma estrutura será estaticamente indeterminada sempre que possua mais apoios do que são necessários para manter seu equilíbrio. 2 - 19 Resistência dos Materiais Exemplo 2.3 A barra AB tem seção transversal de área constante e é presa a suportes fixos em A e B. Uma força P é, então, aplicada verticalmente para baixo no ponto C. Determinar as tensões nas partes AC e BC da barra bem como as reações de apoio. 2 - 20 Resistência dos Materiais 2.7 - Problemas Estaticamente Indeterminados Método da superposição: • Reações redundantes são substituídas por cargas (forças) desconhecidas que, juntamente com as demais cargas aplicadas, devem produzir deformações (ou deslocamentos) compatíveis. • Deslocamentos devidos às cargas reais e às reações redundantes são determinados separadamente e, então, adicionados ou superpostos. δ = δL +δR = 0 2 - 21 Resistência dos Materiais Exemplo 2.4 Determine as reações em A e B para a barra de aço e carregamento mostrado, assumindo que a barra é presa a dois apoios fixos. SOLUÇÃO: • Considere a reação em B como redundante, retire o apoio neste ponto, e resolva para o deslocamento em B devido às cargas aplicadas, sem a restrição redundante. • Depois, resolva para o deslocamento em B devido a reação redundante em B. • Os deslocamentos devido às cargas e devido à reação redundante devem ser compatíveis, ou seja, a soma de ambos deve ser zero. • Resolva para a reação em A devido às cargas aplicadas e a reação encontrada em B. 2 - 22 Resistência dos Materiais SOLUÇÃO: • Deslocamento em B devido às cargas aplicadas sem a restrição redundante, P1 = 0 P2 = P3 = 600 × 103 N A1 = A2 = 400 × 10−6 m 2 P4 = 900 × 103 N A3 = A4 = 250 × 10−6 m 2 L1 = L2 = L3 = L4 = 0,150 m PL 1,125 × 109 i i δL = ∑ = E i =1 Ai Ei 4 • Deslocamento em B devido à restrição redundante, P1 = P2 = − RB A1 = 400 × 10−6 m 2 A2 = 250 × 10−6 m 2 L1 = L2 = 0,300 m 1,95 × 103 ) RB ( PL i i δR = ∑ =− E i =1 Ai Ei 2 2 - 23 Resistência dos Materiais • Sabendo que os deslocamentos são compatíveis, δ = δL + δR = 0 3 1,125 ×109 (1,95 ×10 ) RB δ= − =0 E E RB = 577 × 103 N = 577 kN • Reação em A devido às cargas e a reação em B +↑ ∑F y = 0 ⇒ RA − 300 kN − 600kN + 577kN = 0 RA = 323kN R A = 323 kN RB = 577 kN 2 - 24 Resistência dos Materiais 2.8 - Problemas Envolvendo Variação da Temperatura • A mudança de temperatura resulta numa mudança no comprimento ou deformação térmica. • Não existirá uma tensão associada com a deformação térmica a menos que o alongamento da barra seja limitado pelos apoios (anteparos). • Tratando o apoio adicional como redundante e aplicando o princípio da superposição. δ T = α ( ∆T ) L δP = α = coef. de dilatação térmica − PL AE • α é uma constante característica do material cuja unidade é (oC)-1 (“por graus Celsius) ou (oF)-1 2 - 25 Resistência dos Materiais 2.8 - Problemas Envolvendo Variação da Temperatura • Tratando o apoio adicional como redundante e aplicando o princípio da superposição. δ T = α ( ∆T ) L δP = α = coef. de dilatação térmica − PL AE • A deformação térmica e a deformação da força redundante devem ser compatíveis. δ = δT + δ P = 0 α ( ∆T ) L − PL =0 AE P = AEα ( ∆T ) σ= −P = − Eα ( ∆T ) A 2 - 26 Resistência dos Materiais Exemplo 2.5 A barra AB é perfeitamente ajustada aos anteparos fixos quando a temperatura é de +25 oC. Determine as tensões atuantes nas partes AC e CB da barra para a temperatura de -50 oC. Dados: E = 200 GPa e α = 12×10-6/ oC. 2 - 27 Resistência dos Materiais Exemplo 2.6 Considere que a barra CDE seja rígida. O cilindro de latão BD tem área da seção transversal igual a 70,7×10-5 m2 e o parafuso AC tem área de 38×10-5 m2 . A estrutura é montada sem nenhum aperto à temperatura T = 20 oC. Determine a tensão no cilindro BD quando sua temperatura é aumentada para 50oC. Dados: Parafuso de aço com E = 200 GPa e α = 12×10-6/ oC. Cilindro de latão com E = 105 GPa e α = 18,8×10-6/ oC. 2 - 28 Resistência dos Materiais 2.9 - Coeficiente de Poisson • Para uma barra delgada homogênea, carregada axialmente: σ εx = x σ y =σz = 0 E • O alongamento por uma força P (direção x) é acompanhado por uma contração em qualquer direção transversal. Assumindo que o material é isotrópico (propriedades não dependem da direção), εy = εz ≠ 0 • Coeficiente de Poisson é definido como ν= εy ε deformação específica transversal =− =− z εx εx deformação específica longitudinal 2 - 29 Resistência dos Materiais Exemplo 2.7 A barra mostrada é de material homogêneo e isotrópico. Sob a ação da carga axial de 12 kN, o comprimento da barra aumenta em 300 µm e seu diâmetro se reduz em 2,4 µm. Determine o módulo de elasticidade e o coeficiente de Poisson do material. 2 - 30 Resistência dos Materiais 2.10 - Generalização da Lei de Hooke • Para um elemento sujeito a um carregamento multiaxial, os componentes de deformação normal resultantes dos componentes de tensão podem ser determinados do princípio da superposição. 1) deformação está linearmente relacionada à tensão 2) deformações são pequenas • Com essas restrições: σ νσ y νσ z − εx = + x − E εy = − εz = − νσ x E νσ x E E + − E σ y νσ z E νσ y − E σ + z E E 2 - 31 Resistência dos Materiais Exemplo 2.8 Um bloco de aço foi submetido à pressão uniforme P em todas as faces. A aresta AB contraiu de 24 µm. Determine: (a) a variação do comprimento das outras duas arestas; (b) a pressão P aplicada nas faces. Dados: E = 200 GPa e ν = 0,29. 2 - 32 Resistência dos Materiais 2.11 - Dilatação Volumétrica: Módulo de Elast. de Volume • Com relação ao estado sem tensão, a mudança no volume é e = (1 + ε x ) (1 + ε y ) (1 + ε z ) − 1 = 1 + ε x + ε y + ε z − 1 1 − 2ν (σx + σ y + σz ) E = dilatação volumétrica = εx + ε y + εz = (mudança no volume por unidade de volume) • Para um elemento sujeito à pressão hidrostática uniforme, 3 (1 − 2ν ) P e = −P k= E =− k E = módulo de elast. volume 3 (1 − 2ν ) • Sujeito a uma pressão uniforme, a dilatação deve ser negativa, portanto 0 < ν < 12 2 - 33 Resistência dos Materiais Exemplo 2.9 Determine a variação de volume do bloco de aço sob pressão hidrostática P = 180 MPa. Dados: E = 200 GPa e ν = 0,29. 2 - 34 Resistência dos Materiais 2.12 - Deformação de Cisalhamento • Um cubo elementar sujeito a tensões de cisalhamento se deformará como um paralelepípedo oblíquo (ou rombóide). • A deformação de cisalhamento correspondente é quantificada em termos da mudança no ângulo entre os lados, τ xy = f (γ xy ) • O pequeno ângulo γxy (deformação de cisalhamento, expressa em radianos) define a distorção do cubo. 2 - 35 Resistência dos Materiais 2.12 - Deformação de Cisalhamento • Um diagrama da tensão cisalhamento vs. deformação de cisalhamento é semelhante ao diagrama da tensão normal vs. deformação normal. Para pequenas deformações, τxy = Gγ xy τ yz = Gγ yz τzx = Gγ zx onde G é o módulo de rigidez ou módulo de cisalhamento ou módulo de elasticidade transversal. • Esta expressão é conhecida como a lei de Hooke para tensões e deformações de cisalhamento. 2 - 36 Resistência dos Materiais 2.12 - Deformação de Cisalhamento • Para materiais homogêneos e isotrópico, a lei de Hooke na forma generalizada é: εx = + εy = − εz = − σ x νσ y νσ z E − νσ x E E + − σ y νσ z E − νσ x νσ y E − E E + E σz E e γ xy = τ xy G ; γ yz = τ yz G ; γ zx = τ zx G 2 - 37 Resistência dos Materiais Exemplo 2.10 Um bloco retangular é feito de material com G = 600 MPa. O bloco é colocado entre duas chapas horizontais rígidas. A chapa inferior é fixa, enquanto a chapa superior é sujeita a uma força horizontal P. Sabendo que a chapa superior se move 0,8 mm sob a ação da força P, determine: (a) a deformação de cisalhamento média no bloco; (b) a força P necessária que atua na chapa superior. 2 - 38 Resistência dos Materiais SOLUÇÃO: (a) Determine a deformação angular média ou a deformação de cisalhamento do bloco γ xy ≈ tan γ xy = 0,8mm 40 mm γ xy = 0,020 rad (b) Aplique a lei de Hooke para a tensão de cisalhamento e deformação para encontrar a tensão de cisalhamento correspondente. τ xy = Gγ xy = ( 600 MPa )( 0,020 rad ) = 12 MPa • Use a definição de tensão de cisalhamento para encontrar a força P. P = τ xy A = (12 ×106 Pa ) ( 0,160 m )( 0,050 m ) = 96 ×103 N P = 96 kN 2 - 39 Resistência dos Materiais 2.13 - Relação entre E, ν e G • Uma barra delgada carregada por uma força axial P apresenta alongamento na direção axial e contração nas direções transversas. • Um elemento cúbico orientado como na figura (a) se deformará em um paralelepípedo retangular. A carga axial produz apenas deformação normal. • Se um cubo elementar é orientado como na figura (b), a face mostrada na figura se transforma em um losango. A carga axial também produz uma deformação de cisalhamento, além da normal. • As constantes E, ν e G se relacionam como: E G= 2 (1 + ν ) 2 - 40 Resistência dos Materiais Exemplo 2.11 Um círculo de diâmetro d = 230 mm é desenhado em uma chapa de alumínio com espessura t = 20 mm. Forças agindo no plano da chapa causam tensões normais σx = 84 MPa e σz = 140 MPa. Para E = 70 GPa e ν = 1/3, determine as variações que ocorrem: a) No comprimento do diâmetro AB, b) No comprimento do diâmetro CD, c) Na espessura da chapa, e d) No volume da chapa. 2 - 41 Resistência dos Materiais SOLUÇÃO: • Deslocamentos: • Aplicando a lei de Hooke δ AB = ε x d = ( +533 ×10−6 m/m ) ( 230 mm ) generalizada para encontrar as três componentes da deformação δ AB = +122,6 ×10−3 mm normal: δ CD = ε z d = ( +1600 ×10−6 m/m ) ( 230 mm ) σ x νσ y νσ z − εx = + − E E E δ CD = +368 ×10−3 mm 1 140 −6 δ = ε t = − 1067 × 10 m/m ) ( 20 mm ) ( = 84 − 0 − t y 70 × 103 3 δ t = −21,3 × 10−3 mm −6 = +533 × 10 m/m νσ σ νσ • Variação do volume: εy = − x + y − z E E E e = ε x + ε y + ε z = ( 533 − 1067 + 1600 ) ×10−6 = −1067 ×10−6 m/m = 1067 × 10−6 νσ νσ σ ∆V = eV = 1067 × 10−6 ( 380 × 380 × 20 ) εz = − x − y + z E E E ∆V = +3081 mm3 = +1600 × 10−6 m/m 2 - 42 Resistência dos Materiais Princípio de Saint-Venant • Cargas transmitidas por placas rígidas resultam em uma distribuição uniforme de tensão e deformação. • Cargas concentradas resultam em grandes valores de tensão na vizinhança do ponto de aplicação da carga. • A distribuição de tensões e deformações torna-se uniforme em uma distância relativamente pequena dos pontos de aplicação das cargas. • Princípio de Saint-Venant: a distribuição de tensão pode ser adotada independente do modo de aplicação do carregamento, exceto na vizinhança do ponto de aplicação da carga. 2 - 43 Resistência dos Materiais Materiais Compósitos • Materiais compósitos são formados de lâminas de fibras de grafite, vidro ou polímeros incrustados em uma resina matriz. • Tensões normais e deformações são relacionadas à lei de Hooke, mas com módulo de elasticidade dependente da direção, σy σ σ Ex = x E y = Ez = z εx εy εz • As contrações transversais são relacionadas pelos valores dos coeficientes de Poisson dependentes da direção, ou seja, ν xy = − εy εx ν xz = − εz εx • Materias com as propriedades mecânicas dependentes da direção são conhecidos como anisotrópicos. 2 - 44 Resistência dos Materiais Concentração de tensão: Furo Descontinuidades na seção transversal podem resultar em altas tensões localizadas ou concentradas. σ K = max σ ave 2 - 45 Resistência dos Materiais Concentração de tensão: Filete (cantos arredondados) 2 - 46 Resistência dos Materiais Exemplo 2.12 Determine a maior carga axial P que pode ser seguramente suportada por uma barra plana de aço consistindo de duas porções, ambas com 10 mm de espessura, e respectivamente com 40 e 60 mm largura, conectadas por filetes de raio r = 8 mm. Assuma que a tensão normal admissível seja de 165 MPa. 2 - 47 Resistência dos Materiais SOLUÇÃO: • Determine as razões geométricas e encontre o fator de concentração de tensão pela Fig. 2.64b. D 60 mm = = 1, 50 d 40 mm K = 1,82 8 mm r = = 0, 20 d 40 mm • Encontre a tensão normal média admissível usando a tensão normal admissível do material e o fator de concentração de tensão. σ 165 MPa σ med = max = = 90, 7 MPa K 1,82 • Aplique a definição da tensão normal para encontrar a carga admissível. P = Aσmed = ( 40 mm )(10 mm )( 90, 7 MPa ) = 36,3 ×103 N P = 36,3kN 2 - 48