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DOSSIÊ TÉCNICO
CULTIVO DE ACEROLA
Ivo Pessoa Neves
Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/BA
OUTUBRO
2007
DOSSIÊ TÉCNICO
Sumário
1
2
2.1
2.2
2.3
3
3.1
4
4.1
4.2
4.3
4.4
5
5.1
5.2
5.3
5.4
5.5
6
6.1
7
7.1
8
9
10
11
INTRODUÇÃO
CARACATERÍSTICAS CLIMÁTICAS E DE SOLO
Solos compatíveis para o plantio
Preparo do solo
Correção de acidez do solo
SELEÇÃO DAS VARIEDADES
Variedades de plantio comercial
TÉCNICAS DE PLANTIO
Irrigação
Propagação e produção de mudas
Enxertia
Cultura intercalar
TRATOS CUTURAIS
Poda da formação e condução
Produção e produtividade
Controle de plantas daninhas
Roçagem manual e mecânica
Controle químico
DOENÇAS
Medidas de controle
PRAGAS
Sintomas e medidas de controle
COLHEITA
ARMAZEAGEM
CONTROLE E PÓS COLHEITA
COMERCIALIZAÇÃO
Conclusões e recomendações
Referências
Anexo 1 – Composição nutricional da acerola in natura não
processado de acerola por 100 gramas de porção
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19
DOSSIÊ TÉCNICO
Título
Cultivo da acerola
Assunto
Cultivo de frutas de lavoura permanente não especificadas anteriormente
Resumo
Escolha e técnica de implantação de áreas cultiváveis, preparo do solo, seleção das
variedades, técnicas de plantio, tratos culturais, princípios básicos sobre pragas e doenças,
colheita e comercialização.
Palavras chave
Acerola; agricultura; cultivo
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO
A acerola (Malpighia emarginata), também é conhecida popularmente como cereja-dasantilhas ou cereja-de-bárbaros, tem origem nas Antilhas, América Central e norte da
América do Sul. Pertence a família das Malpighiaceae.
O fruto nasce na aceroleira que é um arbusto de até três metros de altura, seu tronco se
ramifica desde a base, e sua copa é bastante densa com pequenas folhas verde-escuras e
brilhantes. Suas flores, de cor rósea-esbranquiçada, são dispostas em cachos, têm floração
durante todo o ano, e após três ou quatro semanas se dá sua frutificação. Por ser uma
planta muito rústica e resistente, ela se espalhou facilmente por várias áreas tropicais,
subtropicais e até semi-áridas (FIG.1).
Figura 01: Aceroleira
Fonte: Informativo Ceplac. 2000.
As folhas são opostas, inteiras com pecíolos curtos de coloração verde-escura, brilhante na
parte superior e verde-pálido na inferior.
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2
As flores são pequenas, hermafroditas (macho e fêmea), com 1 a 1,3 cm de diâmetro,
coloração róseo-pálida a violeta-esbranquiçada, aparecendo nas inflorescências de 2 a 6
flores.
O fruto é uma drupa carnosa, vermelha, ovóide, variando bastante na forma, tamanho e
peso. O epicarpo (casca externa) é uma película fina. O mesocarpo ou polpa, representa 70
ou 80 % do fruto.
O endocarpo é constituído por 3 caroços unidos, com textura pergaminácea, que dão ao
fruto o aspecto tribolado. Cada caroço pode conter no seu interior uma semente, com 3 a 5
mm de comprimento, de forma ovóide, com dois cotilédones (FIG.2).
Figura 02. morfologia do fruto da acerola
Fonte:Caderno Tecnológico, CENTEC, 2004
A propagação da aceroleira tem que ser feita por semente. Os pomares são formados por
plantas não identificadas, sem variedades definidas. Algumas plantas são mais produtivas
que outras, por isso recomenda-se que o produtor utilize mudas clonadas.
A acerola é um fruto pequeno, pesando em média de 3 a 15 gramas, de coloração vermelha
quando madura, apresentando como componentes, que a caracteriza como de alto valor
nutritivo, indicado no QUADRO 01, de composição média por 100 gramas de polpa.
Quadro 01. Composição média por 100 gramas de polpa
COMPONENTES
GRAMAS
Água
91,10
Proteínas
0,68
Gorduras
0,19
Fibras
0,60
Cinzas
0,45
Carboidratos
6,98
Fonte:Caderno Tecnológico, CENTEC, 2004
De grande valor nutricional a acerola é consumida de forma in natura e industrializada na
forma de doces em caldas, geléias, sucos, sorvetes, xaropes, licores etc.
Destaca-se pela fonte de nutrientes como vitamina C, vitamina A, ferro, cálcio e vitaminas do
complexo B (Tiamina, Riboflavina e Niacina).
O desenvolvimento de estudos evidenciaram as ricas condições econômicas devido ao altos
teores da vitamina C, que atinge um valor de cem vezes superior ao de outras frutas cítricas
que contém a vitamina C, (QUADRO 02).
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Devido às características evidenciadas, é utilizada na terapêutica da medicina moderna
para tratamento ou prevenção de diversas doenças diferentes.
Quadro 2. Teores Médios de Vitamina “C” de algumas frutas
Fonte: Caderno Tecnológico, CENTEC, 2004
2 CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS E DE SOLO
Com desenvolvimento muito bom em clima tropical e subtropical, a aceroleira é uma planta
rústica, resistente à temperatura próxima a 0ºC.
A temperatura ideal média para seu cultivo é em torno de 26ºC. As condições pluviométricas
de 1300 a 1600 anuais podem proporcionar a produção de frutos com boa qualidade, desde
que ocorra uma considerada distribuição equilibrada, podendo sofrer interferência pelos
fatores de aptidão térmica e hídrica (QUADRO 3)
Quadro 3: Classificação quanto à aptidão
Fonte:Revista Brasileira Engenharia Agrícola Vol.10 Abril /Junho 2006
A vegetação e o florescimento são constantes diante de uma elevação da temperatura,
enquanto que nos períodos de seca e frio a planta fica estacionária (GRAF1).
No período compreendido entre a primavera e o verão é que ocorre a frutificação, chuvas
excessivas podem prejudicar o desenvolvimento da fruta e consequentemente interferir, de
forma prejudicial, no teor de vitamina C.
Outro fator que deve ser considerado, é a altitude, para ser favorável ao cultivo, pode variar
de 0 nível do mar até 800m ou mais.
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Gráfico 1 : Estação meteorológica para o cultivo da acerola
Fonte: Revista Brasileira Engenharia Agrícola Vol.10 Abril /Junho 2006
2.1 Solos compatíveis para o plantio
Na escolha do solo, é preciso considerar as propriedades físicas, químicas e biológicas, pois
o desenvolvimento da planta dependerá destas condições, principalmente quanto à
distribuição e vigor do sistema radicular.
As propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, constituem-se em elementos
importantes no momento da escolha do solo, pois as mesmas interferem no vigor do sistema
radicular, se não forem favoráveis, prejudicaram o desenvolvimento da planta.
Os solos mais indicados para a acerola são os de textura argilo-arenoso, profundos e bem
drenados.
Os solos pesados, encharcados, arenosos e rasos, são restritivos ao cultivo. Os arenosos
apresentam menor fertilidade, menor retenção de umidade, além de maior facilidade de
infestação por nematóides.
Geralmente os solos que se apresentam encharcados e que sofrem efeitos da salinização,
denominados tecnicamente como solos compactos e limosos, não são indicados, devido aos
problemas relacionados com o desenvolvimento do sistema radicular e também devido ao
altos custos impostos para o cultivo na aplicação das práticas de manejo, face aos efeitos
nos períodos de chuva que impõem uma má oxigenação das raízes, enquanto que na seca
a indisponibilidade de água é acentuada.
Pela sua rusticidez a planta da acerola, desenvolve-se bem em solos dos tipos profundos,
bem drenados, os chamados férteis.
Os solos mais aconselháveis, são intermediários dos grupos argilo-arenoso, franco-argiloarenoso, franco-argiloso e franco, por contribuírem com o vigor, rendimento e longevidade
da planta.
Deve-se ressaltar que a profundidade e a declividade, não podem deixar de ser
consideradas.
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A área cultivada no Brasil é estimada em cerca de 10.000 ha., com destaque para os
estados da Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco, que juntos detém 60% da produção
nacional
Os estados da Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco, somam em torno 60% da produção
nacional, destacando-se como principais áreas de cultivo, com cerca de 10.000 hectares
(TAB. 1).
Fonte: Censo agropecuário,IBGE,1996.
A produção formada por sementes apresenta ótimas características genotípicas quanto à
produtividade, porte, arquitetura da copa, rendimento de polpa, cor, sabor, consistência e
tamanho do fruto, aspectos que predominantes no cultivo dos pomares.
Tabela 02: Aplicações de fertilizantes a partir do segundo ano
Fonte: Boletim Técnico Toda Fruta, 2007.
2.2 Preparo do solo
Um bom preparo é aquele que, de acordo com as características de cada solo, permite uma
germinação uniforme e rápida e um enraizamento profundo, possibilitando melhor
aproveitamento da água e dos nutrientes e conferindo, assim, maior sustentação e
tolerância aos períodos de seca.
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2.3 Correção da acidez do solo
Para suprir as possíveis deficiências de cálcio e magnésio (Ca e Mg), corrigir a acidez do
solo, neutralizar elementos tóxicos e elevar o pH, deve-se adotar o procedimento de
correção da acidez do solo.
Após s a realização do exame da análise química do solo e obtenção dos resultados, é que
se recomenda a aplicação da calagem.
3 SELEÇÃO DAS VARIEDADES
Os pomares devem ser formados a partir de variedades bem definidas, com características
agronômicas e tecnológicas adequadas, para evitar uma produção de formas e tipos de
plantas variadas, desuniformes que causando assim perdas na produtividade dos pomares e
na qualidade dos frutos.
Uma produtividade próxima de 100 kg/planta/ano e os frutos com coloração vermelha e
peso superior a 8 – 10 gramas e teor de vitamina C acima de 2.000 mg/100g de polpa são
características que numa média seria a ideal da acerola para cultivo em áreas irrigadas do
Nordeste
No processo de seleção deve-se buscar escolher plantas desprovidas de pêlo urticantes,
que produzam frutos mais rígidos e resistentes ao transporte.
A classificação da variedade de acerola é definida como doces, ácidas e sub-ácidas, que se
diferenciam principalmente pelos teores de açúcares - sólidos solúveis totais (SST) e acidez
total titulável (ATT) nos frutos maduros.
As definidas como doces caracterizam-se por apresentar valores de STT elevados, iguais ou
superiores a 11º Brix, e valores de ATT iguais ou inferiores a 1% de ácido málico, o que faz
com que as mesmas sejam preferidas para consumo in natura, principalmente pela sua
melhor palatabilidade.
As ácidas apresentam sabor pouco agradável, por conter teor de acidez elevado, são mais
utilizadas na industrialização.
Já as sub-ácidas apresentam teores intermediários de açúcares e acidez, podendo ser
utilizadas para ambas as finalidades.
Tabela 3: Mudanças que ocorrem em função da maturação da acerola
Estádios de maturação
1
2
3
4
5
6
4,41
1,67
0,27
0,23
0,06
0,10
Carotenóides (mg 100Ml )
0,00
0,61
0,71
0,86
1,24
1,44
Sólidos solúveis (°Brix)
6,50
6,50
6,50
6,70
7,10
7,10
Açúcares solúveis (%)
2,47
3,34
3,88
4,28
4,62
5,05
Açúcares redutores (%)
2,34
3,18
3,78
3,81
3,81
4,84
Acidez titulável (%)
1,65
1,34
1,27
1,19
1,19
1,08
3,40
3,50
3,50
3,50
3,50
3,60
1822
1371
1259
1186
1120
1021
Característica
-1
Clorofila (mg 100g )
-1
pH
-1
Vitamina C (mg 100g )
Fonte: Gongatti Netto et al. (1996).
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Tabela 4: Algumas exigências de exportação de acerola para Europa e Japão
Características
Exigências
Coloração
Vermelha
Sólidos solúveis (ºBrix)
Mínimo de 7,0
Vitamina C (mg/100g)
Mínimo de 1000mg/100g (Europa e Japão
Fonte: Frupex – Acerola para Exportação, 2001.
3.1 Variedades de plantio comercial
Desenvolvidas mediante a seleção e clonagem de genótipos, com resultados
agronomicamente superiores, estão sendo cultivadas na maioria das regiões produtoras,
variedades como: Barbados, Flor Branca, Inada, Número 1, Okinawa, Olivier e Sertaneja.
Outra variedade de interesse comercial, selecionada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura
é a Variedade Cabocla, adequada para o consumo como fruta doce e de boa palatabilidade.
A FIG. 3 indica os clones que podem ser utilizados na formação de um hectare de pomar de
aceroleira, sendo BRS 235 (Apodi), BRS 236 (Cereja), BRS 237 (Roxinha) e BRS 238
(Frutacor), dividindo a área em quatro blocos de 0,25 ha. para cada clone.
Com este procedimento, evita-se a uniformidade genética no pomar, tornando-o menos
vulnerável às pragas e doenças.
De acordo com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, tem sido utilizada a grande variabilidade
genética observada entre plantas de acerola oriundas de semente, associada à clonagem,
via propagação vegetativa, daqueles genótipos que reúnem maior número de características
agronomicamente desejáveis.
As plantas selecionadas devem apresentar elevada produção de frutos (acima de 40
kg/planta/ano), sendo estes de tamanho médio a grande e com alto conteúdo de polpa em
relação ao caroço, ricos em vitamina C (acima de 1.000 mg de ácido ascórbico/100 g de
polpa), de casca vermelha, grossa, e polpa firme, visando resistir a danos mecânicos
durante a colheita e transporte.
Além disso, os frutos devem apresentar sabor agradável, conforme a preferência pessoal e
uso: frutos doces para consumo in natura, ácidos para processamento industrial e
exportação, e semi-doces para uso geral.
O hábito de crescimento é variável entre genótipos, sendo que alguns produtores preferem o
tipo globular e aberto.
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Figura 3: BRS 237 Roxinha, BRS 238 Furta Cor, BRS 236 Apodi, BRS 236 Cereja
Fonte: Boletim Nordeste Rural : João Rodrigues de Paiva, 2006.
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Quadro 4: Indicadores agroindustriais para os frutos de clones de aceroleira.
Indicadores agroindustriais
BRS 235
(Apodi)
BRS 236
(Cereja)
BRS 237
(Roxinha)
BRS 238
(Frutacor)
Sertaneja
BRS (Test.)
Teor
1.260,9
1.854,9
1.193,9
1.656,1
1.421,5
6,4
6,2
8,3
8,3
6,4
1,03
1,33
1,12
1,48
1,26
6,21
4,66
7,41
5,61
5,08
12,26
9,3
12,64
4,57
11,35
.Rendimento de polpa (%)
53,99
51,90
41,93
-
53,45
.Firmeza do fruto (Newton)
2,56
3,69
3,25
3,38
3,65
.Peso médio do fruto (g)
11,8
7,56
10,8
6,6
7,2
.Produção média de
2,53
2,42
1,89
2,18
1,95
39
39
39
38
38
49,34
47,19
36,86
41,42
43,2
de
vitamina
C
(mg/100g de polpa)
Teor de sólidos solúveis
totais – SST (o Brix)
.Acidez total titulável – ATT
(%)
.SST/ATT
.Teor
de
antocianinas
(mg/100g
de polpa)
frutos/colheita/ planta em
2002 (kg)
o
.N de colheitas no ano de
2002
.Produtividade (t/ha.)
Fonte: Boletim Nordeste Rural : João Rodrigues de Paiva, 2006.
4 TÉCNICAS DE PLANTIO
O preparo do solo consiste na eliminação da vegetação existente, balizamento e correção
do solo, se necessário. Os espaçamentos mais indicados para o seu cultivo variam de 4 x 4
m, (625 plantas/ha.); 4 x 3 m (833 plantas/ha.) e 5 x 4 m (500 plantas/ha.).
As covas de plantio devem ter as dimensões de 0,40 x 0,40 x 0,40 m, sendo utilizado o
alinhamento nos sistemas quadrangular e retangular e para melhor aproveitamento da área,
pode ser utilizado o sistema triangular, neste caso, o terreno pode comportar mais de 15%
de mudas por hectare (FIG. 4)
A adubação na cova deve conter 20 litros de esterco de curral e 300 g de superfosfato
simples.
Figura 4 – Sistema de plantio normal e triangular
Fonte: Caderno Tecnológico, CENTEC, 2004
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4.1 Irrigação
A irrigação na cultura da acerola tem sido usada especialmente em regiões com
problemas de insuficiência e/ou má distribuição de chuvas (abaixo de 1.600mm
anuais).
Quando ocorre diminuição da disponibilidade de água, há uma redução no crescimento do
sistema radicular e da parte aérea da planta, enquanto que o excesso de água em causa
diminuição da qualidade do fruto, reduzindo os teores de vitamina C.
O uso da irrigação de forma racional permite no mínimo a duplicação da produção e o
aumento no número de safras.
Segundo Scaloppi (1986), a escolha dos sistemas de rega depende de uma série de
fatores técnicos, econômicos e culturais com as condições específicas da propriedade:
•
•
•
•
•
•
•
Recursos hídricos (potencial hídrico, situação topográfica, qualidade e custo da água);
Topografia;
Solos (características morfológicas, retenção hídrica, infiltração, características químicas
e variabilidade espacial);
Clima (precipitação, ventos e evapotranspiração potencial);
Culturas (sistema e densidade de plantio, profundidade efetiva do sistema radicular,
altura das plantas exigências agronômicas e valor econômico);
Aspectos econômicos (custos iniciais, operacionais e de manutenção);
Fatores humanos (nível educacional, poder aquisitivo, tradição, etc.).
Comumente os tipos de irrigação utilizados são: aspersão convencional, microaspersão,
gotejamento, e por tubos perfurados, por sulco de infiltração com bacias de captação na
projeção da copa e irrigação por mangueira no mesmo estilo.
Os sistemas de irrigação por sulcos (FIG. 5) e gotejamento (FIG. 6) são indicados para solos
argilo-arenosos, já os sistemas de aspersão e microaspersão se prestam melhor os
solos arenosos e areno-argilosos.
Figura 5: Sistema de irrigação por sulcos
Fonte: UNESP,2003.
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Figura 6. Sistema de irrigação gotejamento
Fonte: UNESP, 2003.
4.2 Propagação e produção de mudas
Comparando-se as práticas de propagação vegetativa, a estaquia é que possibilita a
formação de mudas geneticamente uniformes, em maior quantidade em relação à enxertia e
com início de produção mais precoce, 6 a 8 meses após o plantio.
Como resposta à aplicação dessa prática, as plantas apresentam um sistema radicular
superficial e pouco desenvolvido, com disposição mais ao tombamento em regiões de
ocorrência de ventos fortes, sendo mais suscetíveis ao estresse hídrico, devido a menor
profundidade de seu sistema radicular e ausência de raízes pivotantes.
Como outra característica, têm-se o enraizamento das estacas em algumas variedades,
sendo necessário o uso de reguladores de crescimento para acelerar o processo de
enraizamento, o ácido indolbutírico é um dos mais utilizados.
Na estaquia o material propagativo a ser usado deve ser coletado a partir de matrizes préselecionadas, comprovadamente produtivas e com boa qualidade de frutos, livres de pragas
e doenças.
Quanto ao uso de estacas herbáceas (ramos terminais), essas devem ser túrgidas, com 0,3
a 0,4 cm de diâmetro e 10 a 15 cm de comprimento, tendo de dois a quatro internódios e
dois pares de folhas, devendo portanto plantá-las logo após a coleta, sendo esse o indicador
de um maior percentual de enraizamento.
Figura 7: Método de mini-esterquia
Fonte: Boletim Informativo EMBRAPA Número 10 Dezembro/2005.
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A FIG. 7 demonstra outra alternativa de produção de muda, com utilização do método de
mini-esterquia, sendo (A) brotação nova, ideal para uso como mini-estaca; (B) bandeja com
mini-estacas coberta com plástico transparente; (C) mini-estacas enraizadas; (D) miniestacas em desenvolvimento transplantadas para tubetes.
Além das bandejas, tubetes, sacos plásticos, canteiros, outros substratos também podem
ser utilizados:
•
•
•
•
•
•
Areia lavada;
Areia lavada acrescida de vermiculita, na proporção de 1:1;
Areia lavada acrescida de casca de árvore triturada, a exemplo do pinheiro, ou de
serragem, na proporção de 1:1;
Areia lavada acrescida de esterco bovino, curtido, na proporção de 3:1;
Vermiculita acrescida de casca de árvore triturada, a exemplo do pinheiro, ou de
serragem, na proporção de 1:1;
Vermiculita acrescida de esterco bovino, curtido, na proporção de 3:1.
Esses substratos de enraizamento devem ser desinfetados antes de sua utilização, para
possibilitar a eliminação da presença de nematóides do gênero Meloidogyne.
Para assegurar a plena saturação de umidade no ambiente onde as estacas serão
enraizadas é feita a utilização de um sistema de irrigação por nebulização intermitente.
Os fitohormônios devem ser usados para acelerar o enraizamento, pode-se usar os ácidos
indolbutírico ou indolacético, em concentrações em torno de 200 mg/l, com imersão da base
das estacas, no seu terço inferior, na solução por um período aproximado de 14 horas.
Após o período de enraizamento, em bandejas, que deve durar em torno de 50 a 60 dias, as
mudas enraizadas são transplantadas para tubetes ou sacos plásticos.
4.3 Enxertia
Trata-se de prática que apresenta como fator de vantagem para o aproveitamento os efeitos
benéficos de porta-enxerto, conferindo à combinação copa/porta-enxerto a possibilidade em
relação ao sistema radicular das plantas, proporcionando uma maior resistência/tolerância a
nematóides e ao estresse hídrico e outros efeitos decorrentes.
Pode-se considerar que o porta-enxerto influencia no vigor, produtividade, qualidade de
frutos, resistência/tolerância a pragas e doenças, comparado a outras espécies frutíferas
propagadas por enxertia.
Quando as mudas propagadas por enxertia são oriundas da base, os portas-enxerto obtidos
de sementes possuem um sistema radicular vigoroso, tendo uma raiz pivotante, que confere
maior firmeza da planta ao solo, condição importante sob o efeito de ventos fortes e que
deve ser observado na implantação de pomares.
Na obtenção das sementes é preciso buscar a seleção proveniente de frutos maduros e não
aquelas encontradas caídas no solo. Depois de colhidos, os frutos devem ser lavados para a
retirada dos caroços que contêm as sementes, eliminando toda a polpa.
Obtido através desse processo de limpeza, os caroços devem ser secos em ambiente
ventilado com umidade em torno de 12%.
Essa umidade indicada poderá ser alcançado após três dias a uma temperatura ambiente
em torno de 27º C e umidade relativa do ar entre 60% e 70%.
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Figura 8 : A flor da acerola
Fonte: Fonte: UNESP,2003.
4.4 Cultura intercalar
O plantio de culturas intercalares é uma condição indicada para pomares de aceroleiras cujo
objetivo comercial é a exportação, porém sujeito a algumas restrições, como por exemplo, o
método de irrigação utilizado – neste caso a consorciação só é possível quando se adota a
irrigação por aspersão ou se for feita no período de chuvas.
5 TRATOS CULTURAIS
Os tratos culturais são necessários para que a cultura possa manifestar o seu potencial de
produção, produtividade e rentabilidade. Como forma de reduzir custos e otimizar os
resultados, deve-se, sempre que possível, realizar o maior número de práticas
simultaneamente, orienta LIMA,Marcelo Bezerra et al.
5.1 Poda da formação e condução
•
Poda de formação – altura 30 a 40 cm do solo;
•
Poda de condução (após a safra) – eliminação dos ramos ladrões e mal formados para
facilitar a colheita (altura 1,70 a 2,0 m).
5.2 Produção e produtividade
A planta, oriunda de sementes ou estacas, começa a produzir cedo, ou seja, entre1,5 ou 2 a
2,5 anos após o plantio e frutifica três a quatro vezes ao ano.
Verifica-se que no Nordeste brasileiro, em algumas regiões de alta disponibilidade de luz e
temperatura e sob irrigação, as plantas oriundas de sementes ou estacas começam a
frutificar em menos de um ano e produzem praticamente o ano inteiro.
Sobre o rendimento alcançado por planta e por hectare, a aceloreira apresenta diferenças
em relação a outras áreas cultivadas, pois podem depender da variedade ou clone
explorado, dos tratos culturais e do manejo da irrigação, entre outros fatores.
As condições edafoclimáticas da região alicerçada ao potencial genético poderá influir
fortemente na produção e produtividade da aceroleira.
No manejo de plantas em áreas de sequeiro em regime de dependência das chuvas,
com precipitação anual média em torno de 1.480mm, as produções podem apresentar
variação de 2,01 e 27,11kg, com quatro safras ao ano.
É importante adotar como referência que um sistema de produção com rígido controle de
qualidade na produção dos frutos para
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produtividade de conteúdo acentuado de ácido ascórbico, torna-se elemento preponderante
para os produtores na conquista e consolidação de mercado interno e externo que
demandam a acerola para consumo in natura ou para industrialização, principalmente para o
processamento de sulco.
5.3 Controle de plantas daninhas
Como prática fundamental, o controle das plantas daninhas contribui para eliminar os
transtornos que prejudicam o crescimento e desenvolvimento das plantas frutíferas,
acarretando perdas qualitativas e quantitativas e favorecendo o aparecimento de pragas e
doenças.
A presença das plantas daninhas dificultam a inspeção e manutenção dos sistemas de
irrigação, com aumento do custo operacional nas áreas irrigadas por sistema de aspersão
móvel, bem como, das dificuldades na fase colheita.
5.4 Roçagem manual e mecânica
Um dos métodos mais utilizados é a capina manual na projeção da copa, deixando o mato
para ser rebaixado com roçadeiras ou manualmente com ferramentas apropriadas.
5.5 Controle químico
A aplicação de herbicidas exige um controle efetivo com assistência técnica permanente
sendo, portanto, aconselhável seu uso em situações de plantio que tem assegurado essa
condição, logo, não se aconselha para pequenos produtores, devido à carência de técnica.
Esse procedimento exige domínio técnico sobre a população invasora, como também
herbicida e seus efeitos face a sua aplicação.
Poucos são os dados registrados na área de aplicação dos herbicidas e os efeitos tóxicos
decorrentes, relativos à planta e a contaminação dos frutos para destino comercial, tanto
para exportação, quanto para o consumo interno.
6 DOENÇAS
Diversas doenças acometem a aceroleira, dependendo da região de plantio e das condições
climáticas, como variantes para a severidade. Dentre as doenças mais comuns destacam-se
a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides), a cercosporiose (Cercospora sp.), e a seca
descendente de ramos (Lasiodiplodia theobromae).
Figura 08: Antracnose
Fonte: Unesp, 2003.
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6.1 Medidas de controle
Como alternativa para o controle de doenças e pragas têm-se o uso de produtos químicos.
A ausência de produtos com registro para uso em cultivos de acerola e o risco de resíduos
em frutos, devido ao curto período entre a floração e a colheita (aproximadamente 21 dias),
são problemas comuns.
A utilização do controle químico deve ser direcionada para problemas que estejam afetando
mudas em viveiro e plantas fora da época de floração e frutificação.
Recomenda-se ainda a utilização de produtos de baixa toxicidade e curto período de
carência, principalmente na eventualidade de utilização do controle químico em plantas no
estádio inicial de floração.
Considerando as características da aceroleira, deve-se enfatizar e priorizar o uso do
controle integrado com a aplicação de práticas culturais que reduzam a incidência e/ou
severidade de doenças e pragas, destacando-se:
•
Utilização de podas de limpeza, para eliminação de ramos secos muitas vezes afetados
por Lasiodiplodia theobromae, bem como ramos atacados por cochonilhas;
•
Utilização da poda de raleio, para a eliminação do excesso de ramos, muito comum na
aceroleira. Esta técnica melhora o arejamento da copa, reduz o nível de umidade no seu
interior, permite maior penetração de luz e, consequentemente, reduz a proliferação de
fungos;
•
Coleta e enterrio dos frutos atacados e caídos no solo.
7 PRAGAS
As principais pragas da aceroleira são as seguintes: pulgão (Aphis spp), percevejo vermelho
(Crinocerus sanctus), ortézia (Orthezia praelonga), bicudo do botão floral (Anthonomus
acerolae), cigarrinha (Bolbonata tuberculata), mosca-das-frutas (Ceratitis capitata),
cochonilha parda (Coccus hespiridium) e formigas cortadeiras (Atta spp).
Das espécies descritas, o pulgão, o percevejo vermelho e a ortézia são as que causam os
maiores prejuízos. A inspeção dessas pragas no pomar deve ser feita quinzenalmente
durante o período de setembro a janeiro.
7.1 Sintomas e medidas de controle
Dentre os problemas fitossanitários que afetam a produtividade de pomares de acerola,
destaca-se a presença de nematóides, especialmente o nematóide-das-galhas (Meloidigyne
spp).
O ataque caracteriza-se pela formação de intumescimentos nas raízes, denominados
galhas.
Quando a formação de galhas nas raízes é elevada, a aceroleira exibe amarelecimento na
parte aérea, redução no tamanho das folhas e nanismo, podendo resultar em declínio e
morte das mesmas.
As medidas preventivas são as mais eficazes no controle de nematóides, destacando-se:
•
obtenção de mudas sadias em solo tratado com nematicida fumigante;
•
o plantio em áreas livres do nematóide, com adição de matéria orgânica e adubação
química adequada.
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8 COLHEITA
As aceroleiras de pés-francos florescem aos 15-18 meses após o plantio e as propagandas
por enxertia aos 7 - 9 meses.
A formação do fruto se processa rapidamente entre 22 e 25 dias e a colheita manual é
realizada quando a película dos frutos apresentar coloração avermelhada. Nesta fase, há
alto teor de açúcar e baixa acidez.
A colheita dos frutos da aceroleira destinados ao consumo in natura ou de sucos para fins
de exportação deve ser feita de maneira criteriosa, para que seja obtido sucesso na
comercialização do produto. Recomenda-se a colheita dos frutos sempre no horário que a
temperatura esteja amena.
Após a seleção e lavagem, os frutos são colocados em uma câmara de congelamento com
circulação forçada de ar que mantém a temperatura a 10°C abaixo de zero.
Os colhedores devem ser treinados e conscientizados da importância de cuidar para que as
acerolas não sofram pancadas ou danos mecânicos, pois, uma vez machucadas ou
lesionadas terão o processo de deterioração acelerado.
O fator determinante do ponto de colheita é o destino que se pretende dar aos frutos. No
caso de congelamento ou processamento, os frutos deverão ser colhidos com coloração
vermelho intensa, mas ainda firmes para suportar o manuseio.
Neste estágio, o fruto apresenta elevado teor de açúcar, baixa acidez e menos teor de
vitamina C, entretanto, ainda supera cerca de 20 a 30 vezes os frutos cítricos tidos como
ricos em vitaminas C.
Os frutos podem ser colhidos no inicio da maturação (verde, verde amarelado ou até o início
da pigmentação vermelha) quando se destina a fabricação de produtos em pó, cápsulas,
concentrados para o enriquecimento de outros alimento.
A colheita deve ser efetuada duas a três vezes por semana, ou diariamente, dependendo do
pique de produção, para evitar que caiam depois de determinado ponto de maturação.
As acerolas destinadas a mercados consumidores distantes devem ser colhidas de uma só
vez, já as vendidas para os mercados locais e indústrias processadoras devem ser colhidas
maduras.
9 ARMAZENAMENTO
A acerola é um fruto que apresenta maturação muito rápida, o que dificulta o seu manuseio
e o seu armazenamento e conservação pós-colheita. Isto resulta de uma atividade de
respiração muito intensa do fruto, sendo este classificado entre os frutos climatérios, isto é,
aqueles que apresentam aumento acentuado da taxa de respiração na fase de
amadurecimento, acompanhado por perda da firmeza (textura), mudança na coloração e o
desenvolvimento do sabor e do aroma.
Na acerola ocorre, geralmente, um pico respiratório na fase de mudança da pigmentação da
casca, do amarelo para o vermelho.
Todos os fatores que possam diminuir as taxas respiratórias e de síntese e atividade do
etileno precisam ser acionados para aumentar a vida útil da acerola.
Neste contexto, deve-se atentar, sobretudo, para a redução da temperatura ambiente, que
sabidamente diminui as atividades metabólicas, além de se evitar lesões nos frutos, que
sempre resultam em aumento da evolução de etileno, constituindo-se também em portas de
entrada de microorganismos.
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10 CONTROLE PÓS-COLHEITA
Inicialmente, os frutos colhidos devem ser protegidos do sol, pois a sua exposição à
radiação diminui o teor de vitamina C e os deprecia por perda de umidade, e devem ser
transportados o mais rápido possível para o beneficiamento.
Os frutos são submetidos a uma seleção rigorosa, eliminando-se frutos feridos, podres,
moles e quaisquer detritos, além de frutos imaturos.
Em seguida, os frutos são lavados com água fria, se possível clorada, visando proteger os
frutos de contaminação por diversos fungos que atuam na fase pós-colheita. Depois os
frutos são acondicionados em embalagens, a exemplo de pequenas cumbucas plásticas, e
pesados.
11 COMERCIALIZAÇÃO
Os frutos de acerola não destinados ao congelamento devem ser conservados por
refrigeração à temperatura de 7º C a 8º C e à umidade relativa igual ou superior a 90%.
Nestas condições, ocorre uma redução acentuada da atividade respiratória dos frutos,
tornando mais lento o processo de deterioração, o que possibilita a sua conservação por um
período de até 10 dias a partir da colheita, viável apenas para mercados mais próximos.
Se a acerola for destinada a mercados distantes, sobretudo à exportação, será preciso
recorrer ao seu armazenamento sob congelamento a temperaturas iguais ou inferiores a 20º
C, a única forma de conservá-la por período mais longo, sem perdas mais significativas de
sua qualidade, inclusive com a melhor conservação do seu conteúdo em vitamina C.
Tem sido constatado que acerolas colhidas verdes, semi-maduras e maduras, não alteraram
algumas das suas características químicas como acidez, pH, teores de sólidos solúveis
totais e de ácido ascórbico, quando mantidas a temperaturas de –19ºC a –21ºC por um
período de até 40 dias.
No entanto, mesmo a temperaturas tão baixas, podem ocorrer mudanças físicas,
bioquímicas, microbiológicas e nutricionais, que variam em função do tempo e da
temperatura de armazenamento dos frutos congelados.
A acerola é comercialmente explorada na forma de produtos processados ou “in natura”, o
mercado possui crescimento constante na área do beneficiamento, com utilização da
fabricação de polpa, purê, concentrado, geléia, suco, xarope, compota, conserva, cápsulas
de vitamina C pura e produtos liofilizados.
Considerando-se o período de junho de 1996 a junho de 1997, estima-se que o consumo
interno tenha sido de 25.668 t (cerca de 60% da produção, excluindo-se as perdas).
Do quantitativo de produção brasileira 40% destinam-se ao mercado externo. Isto significa
que, considerando-se o período 1996-97, um total estimado em 17.112 t de frutos foi
transformado em diversos produtos de exportação, compreendendo: polpa integral, polpa
concentrada, acerola em pó (14% de vitamina C) e acerola ultra-filtrada (7% de vitamina C).
Essa produção foi absorvida principalmente pelos Estados Unidos da América, Alemanha,
França, Japão e Países Baixos.
Conclusões e recomendações
A adoção de novas técnicas produtivas aplicadas no cultivo da acerola, contribuem para o
aumento da produtividade, melhoria da qualidade, e consequentemente melhores preços.
Recomenda-se que o cliente busque informações complementares através de todos os sites
citados nessa resposta técnica.
É importante, se possível, contar com o apoio de um profissional especialista na área, para
elaboração de um projeto adequado às
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condições
desejadas.
Referências
ALMEIDA, J.I.L. de & ARAUJO, F.E. de. A acerola Instruções preliminares de cultivo.
Fortaleza, CE: EPACE, 1992.
ALVES, R.E. Cultura da acerola. In: DONADIO, L.C.; MARTINS, A.B.G.; VALENTE, J.P.
(editores). Fruticultura Tropical. Jaboticabal: FUNEP, 1992.
CHOUDHURY, M.M. & CHOUDHURY, E.N. Ocorrência de nematóides das galhas em
aceroleira irrigada no Submédio São Francisco. Petrolina, PE : EMBRAPA-CPATSA,
1992.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Unidade Mandioca e
Fruticultura. Perguntas e Respostas: Acerola. Disponível em:
<http://www.cnpmf.embrapa.br/index.php?p=perguntas_e_respostas-acerola.php>.
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EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Unidade Soja. Preparo do
solo. Disponível em: <http://www.cnpso.embrapa.br/producaogirassol/manejo.htm>. Acesso
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GENTHON, M. Fruticultura: planejamento e administração para o futuro. Manchete Rural,
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INSTITUTO ADOLFO LUTZ (São Paulo, SP). Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz:
métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 2.ed. São Paulo, 1976.
LIMA,Marcelo Bezerra et al. Tratos culturais. Disponível em:
<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia40/AG01/arvore/AG01_20_41020068055.ht
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LUCAS, A.P. Acerola: suco da saúde conquista o mundo inteiro. Manchete Rural, Rio de
Janeiro, v.5, n. 69, jan.1993.
MARINO NETO, L. Acerola : a cereja tropical. São Paulo: Nobel, 1986.
OLIVEIRA, J. R. P. de; SOARES FILHO, W. dos S.; CUNHA, R. B. da. A cultura da acerola
no Brasil. Cruz das Almas: EMBRAPA-CNPMF,1993.
Paiva, J. R. Boletim Rural: Clones de Aceroleira, 2006.
Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas para o Nordeste do Brasil, Simpósio
realizado na Embrapa Semi-Árido, Petrolina, PE 1998.
WIKIPÉDIA – A Enciclopédia Livre. Acerola. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Acerola>. Acesso em: 27 nov. 2007.
Anexos
Anexo -1 : Composição nutricional da acerola in natura e do suco natural (não
processado) de acerola por 100 gramas de porção).
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Fonte: USDA(2003) e Brasil (1998).
Nome do técnico responsável
Ivo Pessoa Neves
Nome da Instituição do SBRT responsável
Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/BA
Data de finalização
27 nov. 2007
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