Primeiro passo para a extração do petróleo pré-sal A s reservas de petróleo encontradas na camada présal do litoral brasileiro estão dentro da área marítima considerada zona econômica exclusiva do Brasil. São imensas reservas com petróleo considerado de média a alta qualidade. O conjunto de campos petrolíferos do pré-sal se estende no litoral entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina, com uma profundidade próxima a 7.000 metros, incluindo uma camada que varia de 200 a 2000m de sal. Apenas com a descoberta dos três primeiros campos do pré-sal, Tupi, Iara e Parque das Baleias, as reservas brasileiras comprovadas, que eram de 14 bilhões de barris, aumentaram para 33 bilhões de barris. Além destas existem reservas possíveis e prováveis de 50 a 100 bilhões de barris. Esse volume, caso pudesse ser economicamente extraído, incluiria o Brasil entre os maiores produtores de petróleo do mundo. A Petrobras, a empresa estatal de petróleo brasileira, está à frente da exploração desse petróleo, que necessita de tecnologias modernas de prospecção, de sondas de alta resistência, de uma logística complicada de transporte e armazenamento (as plataformas de extração estão no mar) e, consequentemente, de aportes de recursos vultosos. A empresa, entretanto, estava no limite de seu endividamento e sem capacidade de ampliar seu capital via empréstimos. A Petrobras tinha que ser capitalizada para o desafio do pré-sal. Em 24 de setembro desse ano, houve a maior capitalização de uma empresa através da oferta pública de ações no mundo. Com a operação, a Petrobras conseguiu obter um aporte total de R$ 120,36 bilhões (cerca de US$ 70 bilhões), sendo cerca de R$ 45 bilhões de investidores privados e o restante da União, através de troca de ações da empresa por 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal. Com isso, a participação do governo no novo capital da empresa subiu de 39,8% para 48,03%. Após a conclusão de sua capitalização, a Petrobras passará a se tornar a segunda maior empresa de petróleo do mundo em valor de mercado (passa de US$ 213,10 bilhões para US$ 283,10 bilhões), superando o da ­PetroChina (US$ 265,92 bilhões). A estatal brasileira será superada apenas pela gigante americana Exxon Mobil, cujo valor situa-se em US$ 314,93 bilhões. Na verdade a Petrobras só pode contar, hoje, com os recursos privados de R$ 45 bilhões, que é pouco diante dos planos de investimento da empresa para o período de 12 - BRAZIL EXPORT 2010 a 2014, que totalizam US$ 224 bilhões, dos quais US$ 33 bilhões estão previstos para o pré-sal. Essa capitalização, entretanto, é muito importante porque reduz o nível de endividamento da empresa em relação ao patrimônio, viabilizando novos empréstimos, nos próximos 5 anos, para investimentos. O governo comemora o sucesso da capitalização e a iniciativa privada olha com desconfiança a excessiva participação governamental numa empresa de capital aberto com ações nas Bolsas de Valores. O temor dos empresários e investidores privados é que a Petrobras seja administrada levando em conta muitos critérios políticos, o que prejudicaria o desempenho da empresa. Para que o petróleo das camadas do pré-sal comece a jorrar e possa ser comercializado, muitos obstáculos terão que ser vencidos. Desde a alta tecnologia na prospecção até o seu escoamento e armazenamento, tudo isso obedecendo a normas internacionais de segurança e seguros cada vez mais onerosos. A verdade é que a Petrobras está contando com um petróleo muito valorizado no futuro e numa sociedade ainda dependente dele, para justificar o volume de recursos já empregado e a empregar. É uma aposta da empresa e de seus investidores. De qualquer forma, o primeiro passo para que o Brasil seja um dos grandes produtores mundiais de petróleo acaba de ser dado. REVISTA BRAZIL EXPORT – 41 ANOS Nunca os exportadores brasileiros precisaram tanto de aliados quanto no período durante e após a crise mundial, em que o mercado externo se tornou extremamente restrito. Nas horas difíceis é que se conhece os verdadeiros aliados. E a Revista BRAZIL EXPORT esteve, nesse período, sempre ao lado do exportador brasileiro, divulgando os seus produtos e abrindo espaço nesse competitivo mercado que se formou. Nesse mês de setembro, a Revista comemora 41 anos de existência, o que significa um acúmulo de experiência inédito em uma revista brasileira de comércio exterior. A equipe da BRAZIL EXPORT conhece a sua força e coloca a excelência do seu trabalho à disposição do exportador brasileiro; aliás, como vem fazendo durante todo esse tempo. Não há duvida de que se trata de uma revista única. Parabéns Revista BRAZIL EXPORT!