Unidade II Contas externas brasileiras - Indymedia

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V i ren e R oxo Ma t e s c o
Unidade II
Contas externas brasileiras
Tópicos da unidade
•
Relações Internacionais: setor externo
•
Balanço de Pagamentos: estrutura básica
•
Reservas Internacionais: composição
•
Tipos de Empréstimo do FMI
•
Fundo Monetário Internacional – FMI
•
FMI e as Negociações com o Brasil
•
Indicadores Externos
•
Regime Cambial
Palavras-chave:
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•
Transações Correntes
•
Poupança Externa
•
Capitais Autônomos e Compensatórios
•
Reservas Internacionais
•
Câmbio Fixo e Flutuante
•
Fragilidade Internacional
Economia
Sugestões de consultas
a) Extrato da Revista Conjuntura Econômica do IBRE/FGV, em anexo.
b) Consultas à Sites
Banco Central : www.bcb.gov.br
Banco Mundial: www.worldbank.org
FMI: www.ifm.org.
Fundação Getúlio Vargas: www.fgv.br
IBGE: www.ibge.gov.br
IPEA : www.ipea.gov.br
Relações Internacionais é o
Sugestões de Referências
levantamento sistemático
de todas as transações correntes que ocorrem duran-
Vide Item 1.6
te um determinado período
de tempo entre residentes
Desenvolvimento dos tópicos
e os não residentes.
Relações Internacionais: setor externo
Conceito: É o levantamento sistemático de todas as transações correntes que ocorrem durante um determinado período de tempo entre residentes (pessoas físicas, pessoas jurídicas, instituições sem fins lucrativos e entidades governamentais) e os não residentes.
Definido de acordo com o Manual do Balanço de Pagamentos do FMI,
editado em 1993 e adotado por todos os países-membros, a partir de
1995.
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Turistas
Estrangeiros Residentes
Transnacionais em
operação no país
Embaixada
Residentes em seus países de origem.
Nacionais Residentes
Residentes
Considerada “Internacional”
Categorias
1) Fluxo comercial de mercadorias e as prestações de serviço, com
contrapartidas monetárias.
2) Movimento permanente monetário, resultante de empréstimos internacionais de curto e longo prazo e fluxos de entrada e saída de
capitais para investimentos diretos
3) Transferências Correntes (donativos, auxílios, remessas pessoais)
sem contrapartida.
DICA: Acompanhe a evolução das contas externas brasileiras, no
extrato da Revista Conjuntura Econômica em anexo.
Balanço de Pagamentos: estrutura básica
• Categorias:
Correntes: Fluxo real de bens e serviços e os pagamentos correspondentes às receitas e despesas realizadas;
Capital: Créditos e débitos resultantes dos fluxos reais, com variações de
crédito - débito ou em suas reservas monetárias internacionais.
5 0
Economia
•
Estrutura e Interpretação
1. Balança Comercial: Bens
a. Exportação de bens;
b. Importação de bens.
2. Serviços
2.1 - Viagens Internacionais: Turismo
a. Despesas: gastos com residentes em viagens ao exterior.
b. Receitas: gastos com estrangeiros no país.
2.2 - Transportes, Fretes
a. Despesas: pagamentos feitos pelos residentes às empresas estrangeiras.
b. Receitas: fretes internacionais pagos pelos estrangeiros às empresas nacionais.
2.3 - Seguros
a. Despesas: pagamento às seguradoras estrangeiras por prêmios e indenizações da prestação de serviços de seguros residentes no país.
b. Receitas: recebimento pelas seguradoras nacionais pelos prêmios
e indenizações da prestação de serviços de seguros a residentes no
exterior.
2.4 - Renda de Capital (lucros e dividendos, lucros reinvestidos, juros
decorrentes de empréstimos, linhas de créditos e financiamentos)
a. Despesas: são remessas realizadas por residentes do país (por transnacionais e entidades governamentais) referentes a juros sobre empréstimos contraídos no centro financeiro do exterior ou de lucros resultantes dos investimentos diretos estrangeiros.
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b. Receitas: são ingressos realizados por brasileiros no exterior (por
empresas e entidades governamentais) referentes a juros sobre empréstimos concedidos no país ou de lucros resultantes de investimentos
realizados por empresas nacionais no exterior.
2.5 - Serviços Governamentais e Diplomáticos
a. Despesas: manutenção de efetivos militares e de atividades diplomáticas no exterior.
b. Receitas: gastos efetivos pelos serviços diplomáticos, efetivos militares instalados no país.
2.6 - Serviços Diversos
a. Despesas: serviços tecnológicos - assistência técnica, fornecimento
de tecnologia industrial, marcas, patentes, royalties adquiridos no exterior.
b. Receitas: serviços tecnológicos - assistência técnica, fornecimento de
tecnologia industrial, marcas, patentes, royalties adquiridos no país.
3. Transferências Unilaterais - não retribuídas
Donativos (compulsórios, voluntários, privados ou oficiais de
países, sem compensações prévias ou futuras). Doações para fins
assistenciais e reparações de guerra. Remessas de Renda dos não residentes, oriundas comumente de trabalhos (empregos no exterior).
4. Transações Correntes (1+2+3)
4.1- Saldo em Transações Correntes Reais
Balança Comercial + Serviços não Fatores: fretes, seguros, turismo e serviços diplomáticos e governamentais (conta 1 e parte da 2).
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Economia
4.2- RLEE
Serviços de Fatores (salários, aluguéis, juros, lucros e dividendos)
+ Transferências Unilaterais (parte da conta 2 e conta 3, a parte referente a salários e outras remunerações do trabalho).
5. Conta Capital e Financeira
5.1 – Conta Capital
Investimentos Diretos Estrangeiros tem como obje-
Refere-se à transferência de
tivo a participação na gespatrimônio de não residentes que pastão de uma empresa de
sam a morar no país, transformandooutro país.
se em residentes. E vice-versa. (essa
conta tem pouca importância em termos de montante de recursos envolvidos)
5.2 – Conta Financeira
5.2.1 - Investimentos Diretos Estrangeiros (de risco)
São investimentos realizados com o propósito de adquirir participações numa empresa operando em um país que não é aquele de origem do investidor. O objetivo é participar da gestão da empresa (decisão empresarial e estratégica).
IDE – Difere do investimento de portfólio que envolve compras/
vendas de ações e de títulos de longo prazo sem que o investidor
estrangeiro exerça controle sobre a empresa.
5.2.1.1 - Brasileiros no Exterior
Retorno = (+) IDE – ingressados dos residentes no exterior
Saída = (-)
IDE – realizados por residentes no exterior
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5.2.1.2 - Estrangeiros no País
Ingresso (+) Absorção de IDE
Retorno (-) Repatriação
5.2.2 – (Re) Investimentos
5.2.3 – Empréstimos e Financiamentos de Médio e Longo Prazo
Operações internacionais, junto a instituições privadas ou oficiais de crédito, destinadas ao funcionamento de projetos e de aquisições
externas de alto custo, de iniciativas de grupos de empresários privados ou governamentais.
5.2.4 – Amortizações de Médio e Longo Prazos
São amortizações parciais ou totais, de empréstimos e de financiamentos contraídos no exterior. Amortizações crescentes significam que
a dívida externa está crescendo.
5.2.5 – Capitais de Curto Prazo
Contas bancárias internacionais resultantes de movimentos de
crédito e débito de transações correntes de importação e exportação, ou
receitas e despesas de serviços, cuja liquidação se opere em curto prazo.
Trata-se de compensar déficit de transações correntes não estruturais,
resultantes de desajustes temporais.
5.2.6 – Outros Capitais; Capitais Voláteis
São capitais estrangeiros que operam nas bolsas de valores e nas
compras de títulos do governo, de curto prazo.
6. Erros e Omissões
5 4
Economia
7. Saldo do Balanço de Pagamentos (7 = 4 + 5 +6)
(+) estoques, logo as reservas internacionais aumentam
(-) estoques, logo as reservas internacionais diminuem
8. Movimento de Capitais Compensatórios = Financiamento
8.1 – Conta de Caixa (variações de reservas internacionais)
a)
Haveres de Curto Prazo no Exterior – variação do estoque de moeda estrangeira e títulos externos de curto prazo em poder da autoridade monetária.
b) Ouro Monetário Internacional
c)
DES
d) Reservas em Moeda no F.M.I.
Liquidez internacional à
disposição dos residentes
nacionais.
8.2 – Empréstimos de Regularização
Crédito obtido junto ao FMI
8.3 – Atrasados
O Balanço de Pagamentos encontra-se equilibrado em seu conjunto quando eventuais déficits ou superávits em transações correntes
(conta 4) são cobertos pelo movimento de capitais autônomos (conta
5). Capital externo sem objetivo de cobrir desajustes ou capitais compensatórios ou induzidos, destinados a cobrir saldos deficitários no
BP (conta 7).
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Reservas Internacionais: composição
a.
Ouro
b. Reservas Cambiais: divisas estrangeiras (dólar, libra, yen etc.)
•
Títulos, dos quais o emissor está sediado no Brasil;
•
Depósitos Totais (outros bancos centrais e no BIS; bancos sediados
no Brasil e bancos sediados no exterior).
c.
DES (Direito Especial de Saque). Reservas em moeda junto ao FMI,
contribuição que cada país-membro faz junto ao FMI, e que possui
direito incondicional de saques. Criado no final da década de 60, o
DES constitui uma forma alternativa de reservas, alocadas ou distribuídos em proporção às quotas dos países-membro. Um DES
equivale a pouco mais de um dólar americano.
d. Outros ativos de reservas: derivativos e empréstimos a não-residentes não-bancários e, ainda, cédulas e moedas.
Tipos de Empréstimo do FMI
a.
Stand-by - Empréstimo de até cinco anos. O desembolso depende
do cumprimento das metas pré-estabelecidas.
b. Crédito de Reserva Complementar - Criado recentemente, esse crédito destina-se a socorrer os países com problemas de balanço de
pagamentos. Exige um rigoroso programa de ajuste interno.
Dica: Acompanhe a evolução das reservas internacionais do Brasil, na revista Conjuntura Econômica: conjuntura estatística. p.
XVII.
5 6
Economia
Fundo Monetário Internacional – FMI
O FMI foi criado em 27 de dezembro de 1945, por um grupo de
35 países, com um capital inicial de cerca de US$ 8 bilhões. Iniciou
suas operações apenas em 1º de maio de 1947. A França foi o primeiro
país a utilizar os recursos do Fundo. O Brasil passou a fazer parte do
FMI em janeiro de 1946.
John Maynard Keynes, economista inglês de destaque mundial,
participou da reunião, realizada em Bretton Woods em julho de 1944,
onde foi criado o FMI. Keynes desenhara um sistema monetário global
centrado na autoridade de um “banco central dos bancos centrais”, com
poder de emissão de moeda escritural de reserva (Bankor), moeda cotada por uma cesta das principais moedas. A proposta de Keynes foi derrotada e o FMI foi criado a partir de um sistema centrado no dólar americano. Keynes previu o fim do FMI em três décadas. Criado para atuar
como “xerife” severo da taxa de câmbio, o FMI acabou desmoralizado
em 1971 pelos EUA, quando esse desvinculou o padrão-ouro como lastro do dólar norte americano, lançando-o como “moeda universal”. O
FMI, de severo controlador das moedas nacionais, passou a condição de
auditor dos bancos privados e das contas públicas dos países endividados.
O FMI tem por objetivo evitar que os desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países membros possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais internacionais. O FMI favorece a progressiva eliminação das restrições
cambiais e concede recursos financeiros temporariamente para evitar
ou remediar crises externas, planejando e monitorando programas de
ajustes estruturais e favorece assistência técnica e treinamento para os
países membros.
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Divisão de votos no FMI
Atualmente, seis países-membro controlam quase metade dos
votos:
• EUA (US$ 36 bilhões), com 17,78%;
•
Alemanha (US$11,2 bilhões), com 5,54%;
•
Japão (US$11,2 bilhões), com 5,54%;
•
França (US$ 10,1 bilhões), com 4,98%;
•
Grã-Bretanha (US$ 7,1 bilhões), com 4,98%;
•
Arábia Saudita (US$ 3,9 bilhões), com 3,45%.
Outros 176 países (US$ 116,9 bilhões), com 57,73%.
As Negociações do Brasil com o FMI
1954 – Governo Getúlio Vargas
O FMI concede aval para um empréstimo concedido pelo
Eximbank, EUA, ao país. Foi a primeira operação brasileira com o Fundo Monetário Internacional. Ministro da Fazenda : Oswaldo Aranha.
1958 – Governo Juscelino Kubitschek
As exportações brasileiras estavam baixas, 5,7% do PIB. Num
acordo com o FMI, a equipe econômica se comprometeu a desvalorizar a moeda nacional, o cruzeiro. Isso tornaria os produtos brasileiros
mais baratos no exterior, o que elevaria as receitas de exportação. O
Governo JK desistiu do acerto com o FMI para atenuar os ataques
internos de que “o governo estava entregando o Brasil para os países
5 8
Economia
estrangeiros”. Os desembolsos previstos, de US$ 200 milhões, não foram efetivados. Ministro da Fazenda : Lucas Lopes
1961 – Governo Jânio Quadros
O Governo Jânio tentou renegociar o pagamento de uma dívida
de US$ 300 milhões junto a credores norte-americanos. O acordo foi
feito com o aval do FMI. Para isso, o Brasil deveria reduzir o déficit
público e conter a alta da inflação (48%, em 1961). O Brasil ofereceu
como garantia a produção de ouro de 1961 e 1962. Com a renúncia de
Jânio, o acerto inicial de US$ 2,1 bilhões fracassou. Ministro da Fazenda: Clemente Mariani.
1965 – Governo Castello Branco
O nível das reservas internacionais estava baixo. O país solicitou
ajuda ao FMI, e este exigiu em troca o controle do déficit público e da
inflação. Os recursos foram concedidos, e houve melhora no nível de
reservas internacionais. No período entre 1956 – 1972, praticamente
anual, ocorreram diversos acordos stand by entre o FMI e o país. Ministros da Fazenda: Otávio Gouveia de Bulhões e Delfim Neto.
1983 – Governo João Figueiredo
O país despendia enorme montante de divisas estrangeiras com
importações de petróleo, o que produzia elevados déficits comerciais.
Os serviços da dívida externa dobraram e o Brasil teve que recorrer ao
FMI. Em sete cartas de intenção o governo prometera controlar os
déficits públicos (interno e externo). O Brasil não cumpriu nenhuma
das intenções, e os desembolsos previstos no valor de US$ 5,5 bilhões
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não se realizaram, e o país recebeu somente US$ 2,2 bilhões. Ministro
da Fazenda: Delfim Neto.
1984 – Governo João Figueiredo
O FMI suspendeu o acordo com o país por descumprimento de
metas. Ministro da Fazenda: Delfim Neto.
1988 - Governo José Sarney
Um ano após decretar moratória (1987), pelo então Ministro
Dílson Funaro, o Brasil era visto com desconfiança pela comunidade
financeira internacional. Em abril, após a saída de Dílson Funaro, o
seu sucessor, Ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, foi ao FMI para
discutir a securitização da dívida externa brasileira, o que seria o embrião do Plano Brady. O Brasil precisou de aval do FMI para voltar a
ser aceito nas mesas de negociação internacionais. Em troca, o país se
comprometeu a reduzir as despesas públicas, mas não cumpriu com o
acordo. O Brasil solicitou um empréstimo de US$ 1,4 bilhão, mas recebeu apenas US$ 477 milhões. Ministro da Fazenda: Maílson da
Nóbrega substituiu Luiz Carlos Bresser Pereira.
1992 – Governo Fernando Collor de Melo
O Brasil passava por uma crise que combinava recessão, inflação e descrédito no exterior, e, nesta fase, negociou duas vezes com
o FMI. O acordo serviria para melhorar a imagem do país no exterior. Mais uma vez, a contrapartida era a redução do déficit público, o que não aconteceu. O acerto de US$ 2 bilhões foi cancelado
pela renúncia de Fernando Collor de Melo. Ministra da Fazenda:
Zélia Cardoso de Melo.
6 0
Economia
Em 1992, o país fez um acordo de renegociação da dívida externa
do país junto ao Clube de Paris, sem o aval do FMI. Ministro da Fazenda: Marcílio Marques Moreira.
1998 – Governo Fernando Henrique Cardoso
O Brasil perdeu enormes volumes de reservas internacionais, em
decorrência da crise externa e da manutenção do regime de cambio
semifixo (sistema de bandas). O déficit em transações correntes ficou
acima de 4% do PIB e o déficit público nominal ficou em quase 8% do
PIB. O país negociou, em outubro, um empréstimo “socorro” de cerca
de US$ 41 bilhões. Ministro da Fazenda: Pedro Malan.
2001 - Governo Fernando Henrique Cardoso
O governo negociou em setembro um empréstimo “blindagem”,
stand by, de cerca de US$ 15,7 bilhões. O objetivo deste acordo foi o
receio do impacto da crise Argentina sobre a economia brasileira – descontrole da taxa de câmbio e suas conseqüências para a economia do
país. Ministro da Fazenda: Pedro Malan.
2002 - Governo Fernando Henrique Cardoso
A crise na Argentina e o stress do processo eleitoral no país levaram o Governo FHC a negociar um empréstimo stand by, em agosto de
2002, no valor de US$ 30 bilhões, dos quais US$ 6 bilhões foram liberados no final do mesmo ano. O restante foi liberado em 2003, depois
dos acertos de continuação de alcance das metas fiscal e de inflação
acertadas no início de 2003 com o Governo Lula. Ministro da Fazenda: Pedro Malan.
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2003 A 2005 - Governo Luis Inácio Lula da Silva
O Governo Lula decidiu negociar um novo empréstimo com o
FMI no valor de US$ 14,4 bilhões, dos quais US$ 8,0 bilhões referiamse à parcela vincenda do empréstimo de 2002 e US$ 6,4 bilhões de recursos novos. A decisão deste novo acordo foi para aumentar o nível
das reservas internacionais. Em março de 2005, o Governo decidiu não
mais renovar o acordo com o FMI, encerrando um longo ciclo de negociações. Ministro da Fazenda: Antonio Palocci.
Indicadores Externos
Anotações: ___________________________________________________
________________________________________________________________________
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Economia
Anotações: ___________________________________________________
________________________________________________________________________
___________________________________________________________
6 3
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Regime Cambial
Representa o conjunto de regras ou o “modus operandi” do mercado de câmbio nos diferentes países ou em diferentes períodos de tempo.
O Regime Cambial pode ser:
•
•
Conversível. Quando a sociedade
pode trocar a moeda nacional pela
estrangeira sem muita restrição;
Inconversível. Quando não é permitida a troca da moeda estrangeira pela nacional.
Regime Cambial representa
o conjunto de regras ou o
“modus operandi” do mercado de câmbio nos diferentes países ou em diferentes
períodos de tempo.
Conceito
Taxa de Câmbio Nominal é o preço de uma moeda nacional em
relação a uma outra moeda estrangeira: Taxa de Câmbio = R$ / US$
(real por dólar americano)
Taxa de Câmbio Real é o preço relativo entre os bens estrangeiros
e os de origem nacional.
• Os ajustamentos de desvalorização (valorização) elevam (reduzem)
o preço da divisa estrangeira, com a conseqüente queda (expansão)
do valor relativo da moeda nacional.
A Taxa de Câmbio pode ser:
•
•
6 4
Fixa. O Banco Central atua para manter inalterada a taxa de câmbio nominal.
Flutuante
Economia
a) Livre. Depende do mercado de oferta e demanda de divisas. Não
há intervenção por parte do Banco Central.
b) Controlada/Ancorada/Monitorada pelo Banco Central. Também
considerada como flutuação “suja”, porque tem a participação do Banco
Central. Como exemplo, no Brasil, vigorou, entre o início do Plano
Real em 1994, até 13 de janeiro de 1999, o “Sistema de Bandas” –
limite pré-estabelecido da variação da taxa de câmbio nominal.
Anotações: ___________________________________________________
________________________________________________________________________
___________________________________________________________
6 5
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Questões básicas com respostas
Custo brasil constitui um
1. O que significa capital estrangeiro
volátil?
custo adicional imposto às
Capital volátil é aquele que se
transfere instantaneamente de um lugar (ou país) para o outro em função de
modificações de taxas de juros e dos
riscos dos negócios.
ma de juros, tributação,
empresas nacionais, na forinfra-estrutura (transporte,
portos) e encargos sociais,
que reduz a competitividade
sistêmica do país.
2. Para resolver o problema de déficit na conta comercial a saída é a
recessão econômica?
Não necessariamente. O déficit na conta de comércio depende
também da taxa de câmbio e de outros custos relativos para o exportador e o importador. Porém, há uma relação direta entre o nível de atividade econômica e o de importação.
3. Por que o “custo brasil” constitui um dos fatores determinantes da
conta comercial do país com o resto do mundo?
Porque ele constitui um custo adicional imposto às empresas nacionais, na forma de juros, tributação, infra-estrutura (transporte, portos) e encargos sociais, que reduz a competitividade sistêmica do país.
4. Para combater a inflação a melhor maneira seria controlar os preços
de mercado?
Não. Os controles de preço (teto e piso) resultam em racionamento, incluindo filas de espera e discriminação dos consumidores, além de
alterar a qualidade do produto e facilitar a existência de mercado negro.
6 6
Economia
5. O que é uma economia estabilizada?
É a que evolui temporalmente de modo que a produção coincida
com a capacidade de produção normal.
6. Pode ocorrer inflação em uma economia estabilizada?
Sim, pode haver inflação inercial constante, herança de períodos
anteriores de desestabilização, inflação que se mantém estável, sem acelerar ou desacelerar, enquanto o “gap” estiver zerado.
7. A recessão econômica é um mecanismo eficaz de combate da inflação?
Sim, a recessão desacelera a inflação, devido ao “gap” negativo
entre a capacidade de produção e a produção.
8. O que é uma economia indexada?
É a que possui meios de conta que não são simultaneamente meios de troca. As funções clássicas da moeda ficam então divididas; algumas moedas como meios ou unidades de conta, e outras como meio de
troca ou de pagamentos (o meio de troca tende a ser único).
9. Uma desvalorização cambial, com impacto positivo sobre as exportações, tende a causar inflação?
Não, necessariamente. A desvalorização cambial causa estímulo à
demanda agregada relativamente à oferta agregada. No entanto, se a
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V i ren e R oxo Ma t e s c o
economia estiver operando abaixo de sua capacidade produtiva
(recessão), a desvalorização cambial não trará efeitos sobre os preços.
10. Os empréstimos estrangeiros são nocivos à economia?
Não necessariamente. Os empréstimos serão benéficos quando o seu valor é investido de forma produtiva. Em caso contrário, o
consumo futuro terá de ser reduzido
para pagar a dívida externa futura.
Os empréstimos estrangeiros
não são nocivos à economia.
11. Por que o resultado da conta de
transações correntes é importante para os analistas de modo geral?
Porque as transações nela ocorridas afetam diretamente a Renda
Nacional. Se o resultado for positivo significa que o país está recebendo
recursos que podem ser utilizados para pagamento da dívida externa
ou para realizar investimentos no exterior. Se o resultado for negativo,
então há necessidade de buscar capital estrangeiro e/ou diminuir as
reservas internacionais.
12. O programa de privatização brasileiro ajuda a melhorar a performance do balanço de pagamentos?
Sim. Quando a aquisição de uma empresa estatal é feita por capital estrangeiro, isso causa impacto positivo sobre a conta de capital do
balanço de pagamentos.
6 8
Economia
13. A elevação da taxa de crescimento econômico é inflacionária?
Não. O aumento da capacidade da produção associado ao aumento da produção eleva a oferta de bens e serviços e também a renda e, por
decorrência, a demanda agregada. Ou seja, o aumento da oferta conduz
ao aumento da demanda agregada, logo não há impacto sobre o nível
de preço.
14. Quais são algumas vantagens das transações internacionais?
São pelo menos cinco os ganhos de eficiência oriundos das transações entre países. a) maior especialização na produção de bens; b)
maior diversificação dos produtos; c) maior diversificação das opções
de portifólios dos agentes, reduzindo os riscos; d) maior possibilidade
de antecipação de consumo futuro; e, e) ampliação da concorrência dos
mercados domésticos.
15. Quando ocorre flutuação “suja” da taxa de câmbio?
A flutuação da taxa de câmbio é considerada “suja” quando o
Banco Central intervém no mercado, comprando ou vendendo divisas estrangeiras.
16. Por que as fortes oscilações cambiais afastam os investidores estrangeiros?
Porque as oscilações podem trazer enormes prejuízos aos investidores. Assim, essas oscilações representam riscos para o investidor, que
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V i ren e R oxo Ma t e s c o
para não diminuir suas aplicações exige maior retorno (elevado diferencial entre taxa de juros interna e externa).
17. O que é base monetária?
Na verdade, a base monetária representa todo o dinheiro em circulação na economia, constituindo o somatório das reservas bancárias
e do papel moeda emitido.
18. A moeda é um dos fatores responsáveis pelo avanço tecnológico?
Sim. A moeda possibilita a realização de trocas extensas e, por
conseguinte, de uma enorme especialização na produção e diversificação no consumo entre mercados, ás vezes muito distantes entre si.
19. Por que as pessoas aceitam papel-moeda sem lastro e nem sempre
aceitam cheques como forma de pagamento?
Porque o papel-moeda é uma convenção social formal (garantida pelo
estado) e informal (os indivíduos a
aceitam). Já os cheques constituem
uma convenção parcial, sem garantias
formais do estado.
O papel-moeda é uma convenção social formal (garantida pelo estado) e informal
(os indivíduos a aceitam).
20. Por que a alavancagem bancária tem o seu valor sempre maior que
1 (um)?
Porque os bancos emprestam dinheiro de seus depositantes, e os
seus depósitos são um múltiplo do patrimônio próprio do banco.
7 0
Economia
21. Uma taxa de juros interna elevada
sempre atrai capital estrangeiro?
Não necessariamente. O diferen-
Uma taxa de juros interna
elevada nem sempre atrai
capital estrangeiro.
cial entre a taxa de juros interna e externa é determinante, porém outros fatores como desvalorização cambial e risco interno são também relevantes.
22. O conceito de moeda escritural é o mesmo de moeda bancária?
Sim. Moeda escritural ou bancária constitui o total de depósitos à
vista dos bancos comerciais. Já a moeda “manual” constitui o total de
moeda em poder do público.
23. Quais são algumas vantagens das transações internacionais.
São pelo menos cinco os ganhos de eficiência oriundos das transações entre países:
a) Maior especialização na produção de bens;
b) Maior diversificação dos produtos;
c) Maior diversificação das opções de portfólios dos agentes, reduzindo os riscos;
d) Maior possibilidade de antecipação de consumo futuro; e,
e) Ampliação da concorrência dos mercados domésticos.
24. O que é senhoriagem?
São os recursos reais obtidos pelo governo devido à sua faculdade
de emitir moeda.
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V i ren e R oxo Ma t e s c o
25. Quais são os principais riscos típicos do negócio bancário?
São basicamente três, a saber:
a) Liquidez. Excesso de obrigações de curto prazo relativamente às
aplicações de longo prazo;
b) Inadimplência. Não recebimento dos pagamentos pelas aplicações
realizadas;
c) Riscos de exposição. Relativos às variações de juros, de câmbio ou
de outras condições, que afetem diferentemente o passivo e o ativo
do banco.
É claro que pode haver outros riscos (fiscais, trabalhistas, de
incêndio, etc.), mas não são típicos do negócio bancário.
26. O que é “hedge”?
São operações de compra de “seguro”, como, por exemplo, nos
mercados futuros e de derivativos, contra riscos de exposição considerados excessivos, ou indesejados.
27. A abertura internacional da economia elimina as empresas nacionais menos eficientes que suas congêneres no estrangeiro?
Não necessariamente, pois divisão internacional de trabalho,
decorrente da ação do livre mercado, se dá de acordo com vantagens
comparativas, e não absolutas. Logo, a abertura econômica apenas provoca especialização dentro das economias nos setores de maior vantagem comparativa.
7 2
Economia
28. O que é moeda fiduciária?
Moeda sem lastro em ouro ou em
qualquer outro bem valioso. Como, por
exemplo, o papel-moeda.
Moeda fiduciária é a moeda
sem lastro em ouro ou em
qualquer outro bem valioso.
29. Quais são os conceitos mais importantes relativos à taxa de câmbio?
São três os conceitos referentes à taxa de câmbio. a) nominal, estabelece a cotação (razão) entre duas moedas – a nacional e a estrangeira; b) real, estabelece o relativo de preço entre o produto nacional e o
estrangeiro; e c) efetiva, estabelece a relação de preços com todos os (ou
a maioria) dos parceiros comerciais. A taxa de câmbio efetiva mensura
a ponderação das diversas taxas reais de câmbio, de acordo com a importância dos parceiros comerciais.
Avaliação do conhecimento da unidade
Não envie planilha em Excel. As respostas devem ser
enviadas em programa Word.
Você receberá, um pedido por e-mail, cuja solução deverá ser encaminhada
à professora Virene ([email protected]) com cópia para o CPEAEx/EAD
([email protected]).
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