DO SOCIOLOGICA A ABORDAGEM ENSINODE QUIMICA" PretendositjaÍ meucomentário sobrea abordegemsociológica do ensinode químicadentÍode um quadroreferencialpropostopor Henri Lefebvre,Íilósofoque úabalhoue que tem dadoas basesteÓricasparaa discussãoda sociologiada vida cotidiana.Em nossocasoparticular, vou invesügara siuação no interior de uma aulade ouímicana escola média. na Lefebvrefoi marginalizado Françados anos60/70,épocaem que predominava a correntemarxista estrutiralista.Foi semoremuito crítico,apesarde ser um manista,à oficialdo correnteestruturalista, PartidoComunistaFrancês(PCF). é a de trabalhar Suacontribuição com tríadese não comoposições, incluindosempÍeas mediações.Ele não pensaem termosde ou açãoou reflexão;não pens€lem termosde ou verdadeiroou Íalso,não pensaem termosde ou macrosópicoou Ele diz que é sempre microscópico. necessáriouma mediaçãoentre essasoposições. Umadas tríadescom oue trabalha é a do vivido-percebidoconcebido. Gostariade ficaranalisandoe oensar em termosde salade aula.O que é o vivido,o percebidoe o concebido? Parapensarno vivido,vamos pensarno alunoatual.Nãovamos pensálo comocidadão,que é um conceitoútil oaraanalisaro século Xvlll, quandoas cidadesestavam lutandopor maisfÍanquias, da ordemÍeudal. libertando-se Cidadaniaé um conceitoque não nos ajudaa interpretara sociedadeatual. Hoieas pessoassão@nsumidoras de universoslivres.Nóstemosoue pensarnosalunose nas pessoassoo o pontode üsta de que estamos numasociedadede consumodirigido. É esseconsumidorat:al e futJÍoque temosque invesügar,poisa publicidade é dirigidaprincipalmente e jovens.E às crianças,adolescentes por coincidircom a Íaixaetáriaem que atuamosé que temosum papel de críticaao sistema oublicidade/moda. Qualo vividodesse Quaissão consumidor/adolescente? as vivências,quaissão os conflitos vive? oue essealuno/adolescentg Quaisos conflitosvividosque nos dizemrespeitoe sobreos quais dêvemosÍefletir? não muito Sãoquesüonamentos Íilosóficosos oue ele vive. dessaou Tomoum reÍrigeÍante daquelamarca?Tomoum guaraná ou umacoca-cola? E, se precisandotgmarleite, achandooue leiteé umacoisa interessante, teriacoragemperanteo grupo, com todosbmandococaseu cola,teriacoragemde tomarleiteou um sucode laranja?Essessãoos conflitgsdo consumidor.Ë muito poucoprovávelque ele se ponha questõessubstancialmente diÍerentes dessas.Se Íor um ooucomaisvelho, ele vai ter o conflitode saberse vai quereruma Brahmaou uma AnÉrtica.Ou se vai querercerveja ou cachaça.Esseé o vividodessas pessoas;dificilmentetrarãoquestões moraisou políücas. SociólogoscomoLipovetsky consideramque vivemosumaépoca a que denominam"do pós-devei,na qual não existiriammaisobrigações morais.Eshriamsuperadas,paraa grandemaioÍiadas pessoascom quemconvivemos, aquiloque nos que tantagente e era fundamental sacrificouaté a vida,em funçãode umaconcepçãode sociedadee concepçãode devermoral.E muito poucoprovávelque essasseiam motivaçÕes atuais. PoÍ ouüo lado,esselovemestará vendoem sua vivência,que ao ir ao centÍoda cidadeou a um show,que há gent-.recolhendoas latasde alumíniodos refrigerânEs.Em situaçÕes difeÍentes,ouúosrecolhem papeupapelãoe terceirosrecolhem embalagensde vidro. MansurLutÍi MansurLutfi é professorda Faculdade de Educaçáoda Uniâmp e membrcdo grupode estudo emciênciae e pesquisa ensinogepCE. na buscamosas substâncias mediaçãoentreestrutuÍae função. lssoenquantoo vividodo nosso aluno;o que é o vividonossoe o vividodo nossoalunonão são a mesmacoisa. Quantoao oercebido,eu entenderiacomoa mediaçãoentre essevividoe o concebido,ou seja,a teorizaçãode tudoisso.E é aí que - se nósacreditamos que podehaver e não só atuamos.O conhecimento, quantidade de informação. Não é a a se é umatrocade informaçÕes, possívelaprendercom os alunos; informaçãoapenas,o que interessa. InfoÍmaçãonóstemoscadavez - se queremosconheceros mais.Mase o conhecimento? problemasde hoje,saberas posições Essamediaçáoentreo vividoe o concebidoé o que nós podemos de hoje,o que as pessoasestão pensando,quaissãoos problemasde fazeratravésdas concepçõesque os alunosdevemter oaraentenderesse hoie,o que os alunosvivemhoje,e mundovividoporeles. se é nissoque queremosinterferir; Aí estaríamosmediandoatravés - e se nósentendemos na que essa da teoriaatômico-molecular psicológicas, química, das teoÍias situação,essereal-vivido,está em teoriasde história.lsso Íunçãode um sistema,dentrode uma sociológicas, que nós devemos quem que pois produzir, imaginamos Marx é Íormade para produz que teoÍias entenderesse saber, não só a sistema diz o mundoem ouese vive. mercadoria,produztambéma forma Não sei qualo motivopeloqual de consumir.Essasduascoisas acontecemao mesmotempo;quanoo nós semprepensamosem forma homem-mulheri se oroduzuma mercadoriaao mesmo dicotômica, rico-pobre;burguesia-proletariado. tempose produza Íormacomoirá se Essasoposiçõesimpedemque consumiressamercadoria. pensemosem mediação. Consideremos algunsexemplos E se oensarmoscomoouÍas nasaulasde química. disciplinastêm Íeito?Ou se.ja, de pensarmosem um estudotemático Ensinamosmetalisoladamente que impossível química, não metal. Só é no lugarde uma de porque sequênciaformalde conteúdos.E por definirmetalisoladamente, Os ser metalé umatendência. seouênciaformalde conteúdo quequimicamente têm pretendome referirpor exemplo,a elementos um ensinode químicade compostos maiscarátermetáliconão à absolutamente de carbonoondese estudamprimeiro correspondem nossapercepçãode metal.Assim, os compostosondesó há simples frâncio,césio,sódioou potássionão ligaçõesentreos carbonos,depois ao ferro,que é se assemelham comoostosondehá umadupla o metal.Equando metonimicamente, ligação, depoisumatÍiPla;duas enquadrar um não se consegue duplas,um ciclosó comsimples,um metal, ou não em metal elemento ciclo com ciclocomumadupla,um arrumamosumaterceira duasduplas,com trêsduplas possibilidade que é o semi-metal. E ressonância.... em conjugadas, Masse pensarmosem termosde umaseqüênciamuitctranqüilade se tendência,podemosconsderarque trabalhar,umaseqúênciaÍormalbem cadaelementoquimicoé metale sem saltos.Masse organizada, não-metalao mesmotempo,em um pretendermos ser do nossotempo, grau.Comoo alumÍnio determinado precisamosreÍletjrse seguimosessa aueé e nãoé metal,comodiria seoüênciaÍormalde conteúdosou se Heráclitose fosseouímico. damoso passoe pegamosüdo o que estáembaralhado vivência O mesmoocorrequando na em termosde ou ácidoou Densamos tinEs, os com os alimentos,as base.Só as teoriasmaisrecentes e neles tecidos,as embalagens NãopoderáfechaÍos olhose o narizao passarpelocóÍregoao lado de suacasa,quecheiramal,e é deposiÉriode pneuse soÍás.Esseé o vividohoje,dessesadolescentes. lssoÍaz comque nós,que trabalhamosno ensinomédioe com tsnhamos formaçãode professores, que pensarum poucosobre: peÍcebemo vividode que uma substânciaé ácidae não é ácidaao mesmotempo.Ë alcalinae não grau.Nós alcalinaem determinado percebermelhorissoaí conseguimos Ninguémpensaem em oxi-redução. oxidaçãoseparadade redução.Mas pensaem ácidoseparadode base, em metalseoaradode não-meta.. Pareceser maisÍácilperceberna oxireduçãoque umasubstânciaem determinadas sitJaçõesvai ganhar elétronse em outrasDerderelétÍons. maisfamiliares sãoos Exemolos casosdo nitrito.do sulfito,dos aldeídose dos peróxidos. Essepercebidoé um trabalhoque cabea nós Íealizat,é a intermediação entreo vividoe o concebido,e eu temoque se não esüvermosfazendoissodireito, estaremosimpedindoas pessoasde ligaro seuvividocomo que nós que esÌejamosÍazendo, imaginamos de proporteorias,construirteorias, fazera construçãodos e mudanças conhecimentos E imDortante dizerisso conceituais. porquehá quemconsidereque quem trabalhacom o vividomenosorezao conteúdo.Muitasvezesvêem-se textosmuitointeressantes sobre problemassociais,masde ondeé impossívelextrairuma mediação com as teoriasou concepções quimicas.Essasmediaçõesestáem nossasmãosfazê-las,e paraissoé precisot-.rumaconcepçãocorretado que seja representaçáo. Essa representaçãoque nós temosde sociedadeé muitasvêzes conÍundidacom ideologia,masa é maisforteque as representação ideologias.Assim,tantoas ideologias de direib comode êsquerdaem nossoséculosão dissolüdasdentro de mundoque de uma repÍesentação que de que representação tem, é a se vivemosem um mundode progresso. ComoChassotnosaDresentou vivemosem um anteriormente, em nosso mundode progresso, primeiroenconÍo de Educaçãoem Ouímicanão tínhamosfax, corÍeioeletrônico. computadores, Masquerolembrarque nãotínhamos duendes,anios,nem os livrosde PauloCoelhoou LaiÍ Ribeiro.Essa repÍesentâção de mundoque nos Apesar é de progresso. apresentam de pareceralgo medieval,não é a mesmacoisada ldadeMédia. A preocupaçáo ecológicacolocada no seculoXX não é a mesma do século oposiçãocidade-campo XVlll.Lá é a dorda perda;é o sujeito que é obrigadoa ir paraa cidade, paraa indústria,e que dá nelesuma do saudade.E umaidealização campo.A ecologiaque se tem hoje estáem umaoutrapeÍspectiva,é a do progresso. dasconseqüências Na química,a idéiade progresso Temosa maior é muitoDresente. dificuldadede acharque quandonós temosum fax, um computador,que issonão representeprogresso. que tenho Umaoutrapreocupação gÍande o ser diferença entre éa próximoe o ser acessível.Tem coisasao nossoladoe oue não temosa menorcondiçáode discutìí de sobÍeelas.Os professores químicada cidadede Pedreira, póximaa Campinas, na qualse trabalha_com cerâmicae onde há muitoscasos conseqüentemente de silicose,não podemdesenvolver umadiscussãosobrea silicose.Vai revelarum conflitocom os oaisdos alunos,porqueé o empregodeles. Estãomorrendo.mase se as fábricas Íecharem?Enüioo que é o próximo, o que é discutiras coisaspróximas? Quandofalamosdos córregos poluidos,elessão poluídosinclusive porquemmorana beiradeles,desde as nascentes.EsseÍato próximo, geograficamente, envolve concepçóesde públicoe Privado,de vida em sociedade,de conservação de recursosnaturais,que ao mesmo tempoque consideramos trazerà salade aula, indispensável trazjuntctodosos conflitosde interesse * Palestâ peloProí.Dr.MansuÍ proÍerida Lutfno sobrê doCen[ooestedeDebates VlllEnconto - MS,25de - Campo Grands deQuímica Ensino iulhode1996