Alterações toracicas congenitas e cirurgia

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ORMDEDDDDIDADES CONGÊNI Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade física adaptada e saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
A PAREDE TORÁCICA ANTERIORD
DEFORMIDADES TORÁCICAS
• PECTUS:
PECTUS EXCAVATUM:
PECTUS CARINATUM:
PECTUS CARINATUM INFERIOR- Simétrico (PEITO DE POMBO)
PECTUS CARINATUM ASSIMÉTRICO (LATERAL)
PECTUS CARINATUM SUPERIOR (POUTER PIGEON)
PECTUS MIXTO (COMBINADO)
O Pectus carinatum, conhecido entre os leigos como "Peito de Pombo", "Peito de Sapateiro" e
"Tórax em Quilha", não tem merecido, por parte dos clínicos, pediatras, ortopedistas e
cirurgões pediátricos, o mesmo interesse que o Pectus Excavatum muito embora já desde
1953, ocasião em que Lester publicou a primeira correção cirúrgica, os cirurgiões torácicos
tenham se preocupado com a solução cirúrgica para esta deformidade.
Robiseck cita pesquisa em 41.863 escolares de Newark onde a incidência foi de 0,6/1.000.
Marlos Coelho, entre 106.709 escolares adolescentes de Curitiba, encontrou incidência de
0,97/1.000.
Os homens são mais frequentemente afetados que as mulheres. Na maioria das séries
publicadas há nítida predominância do Pectus Excavatum sobre o Pectus Carinatum, variando
de 3:1 a 13:1. Na nossa série de pacientes operados foi de 1:2 e na série de escolares
adolescentes foi de 1:2, portanto inversão do demonstrado na literatura.
O defeito é, na maioria das vezes, progressivo com o crescimento, e acompanhado de poucos
ou nenhum sintoma cardio-respiratório. Os sintomas porventura presentes são decorrentes de
doença associada ou perturbações de ordem psicológica que levam estes pacientes a serem
introvertidos, desanimados, com complexo de inferioridade, as vezes queixando-se de
palpitações, dispnéia, dor torácica, lassidão, sintomas que desaparecem com a correção
cirúrgica, quando não existe doença associada.
Qualquer limitação do trabalho ou atividade física ou esportiva deve ser atribuida as
alterações de ordem emocional que tal deformidade produz. Estes pacientes evitam
frequentar piscinas, praias e atividades esportivas que esponham o tórax e, mesmo quando o
tórax está coberto, assumem atitude de curvar o tórax para diante com “os ombros caidos”
para minimizar a visualização do defeito estético.
- Chicken-breast, Pigeon breast, Peito de pombo.
É a deformidade clássica, constituida pela proeminência do esterno, principalmente na sua
porção média e inferior e acompanhada, quase sempre, de depressão costal bilateral inferior,
causada pelo encurvamento para baixo das cartilagens costais e das extremidades das
costelas. Nós temos denominado, por acharmos que tem a mesma etiopatogenia, de Pectus
Carinatum Simétrico ou Clássico e Pectus Carinatum Assimétrico ou Lateral. A radiografia do
tórax em perfil mostra protusão do esterno para diante com articulação manubrio-gladiolar e
suturas esternais evidentes. A tomografia do esterno e tomografia computadorizada do tórax
mostra a deformidade e a estrutura normal do esterno. Esta deformidade está presente no
nascimento, de forma discreta,a em pequeno número de pacientes, tornando-se mais visível
na puberdade quando se acentua o seu crescimento.
Nos casos de Pectus Carinatum Lateral a tomografia computadorizada do tórax evidência a
obliquidade do esterno em relação ao eixo do corpo, importante no planejamento cirúrgico.
Simétrico ou
Clássico
Simétrico
Assimétrico ou
Lateral
Simétrico
Assimétrico
Assimétrico
Simétrico
Radiografia demonstrando
grande protusão esternal
Radiografia demonstrando
grande protusão esternal
Tomografia computadorizada mostrando
protusão condro esternal assimétrica
- Pouter pigeon, Pectus Mixto, Protusão condro-manubrial com depressão condro-gladiolar ou
Síndrome de Currarino Silverman.
É a forma menos frequente, ocorrendo na proporção de 1:9 em relação ao Pectus
Excavatum. Na série de escolares deCuritiba foi de 1:5. É constituido de protusão superior do
manúbrio e proximal do corpo ou gladíolo e depressão aguda do esterno, na maioria das
vezes, pseudodepressão inferior. Para alguns seria forma mixta de Pectus
Excavatum/Carinatum. A radiografia do tórax em perfil mostra o esterno arciforme, as vezes
em forma de “s” como osso único, menor que o esperado, com união completa entre o corpo e
manúbrio esternal. A tomogarfia do esterno e tomografia computadorizada do tórax mostra
ausência da articulação manubrio gladiolar com obliteração das suturas esternais e
ossificação de todos os núcleos de ossificação esternais. Esta deformidade está presente
desde o nascimento e não muda de aspecto com o crescimento, cresce proporcionalmente
com o desenvolvimento normal da criança.
Outras formas bizarras podem ocorrer, que a nosso ver, são variantes das descritas acima. A
protusão costal superior ou inferior, uni ou bilateral são, a nosso ver, alterações isoladas das
cartilagens costais.
carinatum
superior
carinatum superior
carinatum
superior
carinatum
superior
Radiografia evidenciando
esterno arciforme
carinatum
superior
carinatum
superior
Radiografia evidenciando
esterno arciforme
O Pectus Carinatum Clássico é menos freqüente percebido ao nascimento que o Pectus
Excavatum, motivo pelo qual acredita-se que a sua ocorrência seja mais adquirida que
congênita. Na maioria das vezes é percebido por volta dos 10 anos de idade.
Favorecem a teoria da etiologia congênita: a ocorrência de dois Pectus Carinatum na mesma
família e sua observação em gêmeos univitelinos; a ocorrência de outras deformidades
torácicas na mesma família; a observação do Pectus Carinatum Superior, em todos os casos,
já ao nascimento: a ocorrência de Pectus Carinatum com Síndrome de Marfan e com
cardiopatias congênitas e agenesia de mão.
A relação íntima com bronquite asmatiforme e asma brônquica, segundo Haller, por aumento
da pressão intratorácica poderia levar ao Pectus Carinatum que inicia na puberdade. Coelho
cita ocorrência de 67% de asma brônquica/bronquite crônica.
Currarino e Silverman demostraram que a obliteração prematura das suturas esternais e dos
núcleos de ossificação esternais é característica do Pectus Carinatum Superior, estando
presente desde o nascimento, sendo congênito, porém não hereditário. A maioria dos autores
considera que o crescimento exagerado das cartilagens envolvidas na deformidade
empurraria o esterno, protundindo-o (Pectus Carinatum) ou, para trás, deprimindo-o (Pectus
Excavatum). Caso o crescimento fosse unilateral ou assimétrico, a protusão seria unilateral ou
predominante unilateral. Não é explicado o que levaria a este crescimento. É nossa
observação que o Pectus Carinatum se acentua na adolescência.
FISIOTERAPIA
Há, praticamente, unanimidade em se afirmar que não há melhora da deformidade com este
tipo de tratamento. A melhora observada seria a daqueles defeitos discretos que seriam
corrigidos com o crescimento e, passíveis, portanto apenas de observação. Nós temos
recomendado a pratica de esportes de modo geral e, em especial, da natação. A musculação
só disfarça o defeito. A exemplo do Pectus Excavatum a Reeducação Postural Global (RPG) é
indicada para tratamento dos vícios posturais e da cifose ou escoliose que podem estar
associadas.
ORTOPÉDICO / ORTÓTICO
Há referências ao uso de aparelhos e cintos, com o objetivo de comprimir o tórax e, portanto
modelar o defeito. As cintas e faixas certamente não tem nenhum efeito terapêutico.
No Brasil, Haje tem usado desde longa data o aparelho denominado COMPRESSOR
DINÂMICO DO TÓRAX (CDT) que faz compressão seletiva sobre ao esterno, utilizando como
contrapressão a coluna vertebral. Tal aparelho tem vantagem sobre as faixas e cintos que
fazem compressão sobre toda a caixa torácica com prejuízos óbvios para a ventilação. O
inconveniente é a necessidade do uso diário e prolongado. O paciente deve usar o aparelho
durante todo o dia só o retirando para banho e, eventualmente no exercício e na fisioterapia
nos primeiros seis meses, sendo que o tratamento completo pode chegar a 2 anos. A
indicação do tratamento ortótico depende da flexibilidade da parede torácica anterior que por
sua vez, depende da deformidade e da idade do paciente. No Pectus Carinatum Superior
pode ser recomendado ainda na infância uma vez que a etiologia deste tipo é diferente. O
esterno já se apresenta como osso único desde o nascimento. No Pectus Carinatum Inferior e
no Pectus Carinatum Lateral só é indicado na infância quando a deformidade é muito
acentuada uma vez que a criança pode se cansar do uso do aparelho e, sabe-se, que no
estirão de crescimento da adolescência é que o defeito se acentua ou retorna A sua melhor
indicação é na adolescência quando a deformidade é flexível e redutível.
Os índices de resultados excelentes e bons dos pacientes que completaram o tratamento
foram de 68% e 24% para Pectus Carinatum Inferior, de 47% e 39% no Pectus Carinatum
Lateral e de 9% e 21% apenas no Pectus Carinatum Superior, sendo que os familiares devem
ser avisados e orientados quanto aos resultados pobres neste tipo de Pectus.
Haje não faz menção a porcentagem recidiva da deformidade após o término do tratamento.
Há grande dificuldade nas crianças e adolescentes aceitarem este tipo de tratamento sendo
que apenas 60% dos pacientes voltam para continuidade do tratamento. Apesar da relutância
do uso da prótese por parte dos pacientes, este uso deve ser estimulado nos casos de Pectus
Carinatum Inferior e Pectus Carinatum Lateral e no Pectus Carinatum Superior com ressalvas
seguindo o organograma proposto por nós para o tratamento do Pectus Carinatum.
ESTERNOCONDROPLASTIA MODIFICADA POR MARLOS COELHO
PRINCÍPIOS:
1 - Ressecção subpericondral das cartilagens envolvidas no defeito. Como o pericôncrio é o
elemento germinativo da cartilagen, isto é, “produtor “ da cartilagem, em 3 meses, haverá a
reconstituição da cartilagem costal, em posição adequada, a partir do pericôndrio mantido.
2 - Não seccionamos os feixes musculares intercostais e pericondrais lonigitudinal e
bilateralmente, separando-os do esterno como preconizam alguns autores para a realização
da (s) ostetomia(s) ou como etapa da técnica a ser empregada. Como alguns autores não
reinserem estes feixes músculo-pericondrais, há flacidez da parede torácica anterior e uma
“canaleta”
para-esternal
visível
e/ou
palpável.
Achamos fundamental o pregueamento dos feixes músculo-cartilaginosos resultantes da
ressecção subpericondral das cartilagens para dar estabilidade a parede anterior, “tracionar” o
esterno lateralmente e retificar estes feixes de modo que a “nova cartilagem” adquira a
posição correta.
3 - Realizamos sempre a(s) osteotomia (s) na face anterior do esterno após a dissecção
romba da gordura mediastinal, pericárdio e pleuras, evitando assim grandes descolamentos
retro-esternais.
4 - Molda-se a placa uitilizando moldador de placa ortopédica. A placa será colocada atrás do
esterno de modo a permitir o suporte esternal na altura adequada e o apoio nas extremidades
distais das costelas que servirão de sustentação.
5 - Temos a nossa disposição conjunto de placas metálicas com um furo em cada
extremidade por onde passam os fios de aço que a fixarão nas pontas das costelas de cada .
As placas tem medidas de 10 a 25 cm., com intervalos de 1cm. como mostra a figura. A
diferença de 1 cm. no comprimento da placa pode ser fundamental para o suporte esternal e
apoio costal.
Sob anestesia geral é feita incisão submamária bilateral (Fig.1), ocasionalmente longitudinal;
dissecção da pele e tecido celular subcutâneo (TCS) a cautério, sendo que acima até o limite
superior da deformidade esternal, costal e condral e abaixo até o limite inferior da deformidade
condro-costal, expondo a musculatura anterior do tórax e superior do abdomen( Fig. 2 e 3).
Os músculos peitorais são liberados na linha mediana por incisão longitudinal e dissecados
até as articulações condrocostais, bilateralmente. Inferiormente, são desinseridos os músculos
retos abdominais e oblíquos externos e internos para expor a porção inferior do esterno, das
costelas e das cartilagens costais (Fig. 4).
Incisa-se o pericôndrio a cautério e realiza-se a ressecção subpericondral das cartilagens
envolvidas no defeito com descoladores apropriados (Fig. 5). Habitualmente resseca-se da
terceira a sétima cartilagem costal. A ressecção é sempre bilateral, mesmo no Pectus
Assimétrico, pois o lado no qual as cartilagens permanecem, estas empurrarão o esterno para
diante no Pectus Carinatum, e para trás, no Pectus Excavatum promovendo a recidiva da
deformidade. O pericôndrio é o elemento germinativo da cartilagem, isto é, produtor de
cartilagem, de forma que a cartilagem costal será refeita em cerca de 3 meses na nova
posição.
Libera-se o processo xifóide, que quando muito angulado, é ressecado. No Pectus Carinatum
Clássico, na maioria das vezes o esterno já toma a posição normal, não sendo necessária
osteotomia. No Pectus Carinatum no qual o esterno não adquire posição correta, no Pectus
Mixto e no Pectus Excavatum é necessária a realização de osteotomia(s) para correção da
deformidade. Normalmente uma osteotomia é suficiente, porém há casos que são necessária
3 e em um caso realizamos quatro ostetomias. (Fig. 6 ).
Libera-se o esterno do tecido frouxo mediastinal, do pericárdio e das pleuras bilateralmente
com cuidado para não perfurá-las. A(s) osteotomia(s) é(são) feita(s) sempre anteriormente,
com escopo e martelo. A proteção das estruturas mediastinais é feita com valvas, variando a
inclinação da(s) osteotomia(s) conforme a necessidade (Figura 7). Na maioria das vezes
somente seccionamos a cortical anterior do esterno, sendo que a cortical posterior ajudará na
manutenção do esterno na posição. Para se corrigir, adequadamente, o defeito é necessário,
ás vezes, que a osteotomia atinja as duas corticais. A fixação da osteotomia é feita com dois
fios de Aciflex 5.
Atualmente, nos pacientes portadores de Pectus Excavatum, para suporte esternal,
“hipercorreção” do defeito e proporcionar melhor contorno a parede torácica anterior,
utilizamos placa metálica retroesternal, transversal, fixada bilateralmente nas costelas com fio
Aciflex 4. A placa por nós utilizada tem um furo em cada extremidade e é moldada de acordo
com o grau da depressão esternal e forma das pontas das costelas utilizando-se um moldador
de placa.( Fig. 8) Nesse ponto regulariza-se as extremidades ósseas e condrais para que não
façam saliência na pele e o contorno do tórax seja o mais perfeito possível. Pregueia-se o
excesso de pericôndrio com polivicryl 0 de modo a dar estabilidade a parede torácica anterior
e auxiliar na manutenção do esterno na posição ( Fig. 9).
Os músculos peitorais são suturados entre si na linha mediana, e os músculos abdominais
são suturados a margem inferior da musculatura peitoral ( Fig. 10). Aproxima-se o TCS com
polivicryl 000 incolor e procede-se a sutura intradérmica da pele. Coloca-se um dreno tipo
Suctor no tecido celular subcutâneo e um no plano submuscular ( Fig. 11).
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
TÉCNICA
Figura 7
Figura 5
Figura 6
Figura 8
TÉCNICA
Figura 9
Figura 10
Figura 11
A experiência do SERVIÇO DE CIRURGIA TORÁCICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
CAJURU DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ em cerca de 200 casos
coloca-o na vanguarda dentre os Serviços de Cirurgia Torácica Brasileiros e faz com que seja
reconhecido como CENTRO DE REFERÊNCIA NO tratamento cirúrgico das
DEFORMIDADES DA PAREDE TORÁCICA ANTERIOR. Esta experiência está resumida na
Tabela 1.
Saliente-se que são operados apenas 10% dos pacientes que nos procuram para orientação.
Na maioria das vezes são deformidades pequenas e que não requerem tratamento cirúrgico.
A idade dos pacientes variou dos 4 aos 40 anos, sendo que 68,8% foram operados entre 10 e
20 anos (Tabela 2). Houve uma incidência de 6 pacientes do sexo masculino para 1 feminino.
Pré-Operatório
Pós-Operatório
1 ano
Pós-Operatório
5 anos
Pré-Operatório
Pós-Operatório
Pós-Operatório
Pré-Operatório
Pós-Operatório
6 meses
Pós-Operatório
5 anos
Pré-Operatório
Pós-Operatório
Pós-Operatório
5 anos
Pré-Operatório
Pós
Correção
Pectus
Pós
Cardíaca
Cirurgia
Pós-Operatório
Imediato
Pré-Operatório Pós-Operatório
Imediato
Pré-Operatório
Pré-Operatório
Pós-Operatório
1 mês
Pré-Operatório
Pós-Operatório
Pré-Operatório
Pós-Operatório
30 dias
Os resultados cirúrgicos foram classificados em: a) mau quando houve recidiva da
deformidade; b) regular quando o paciente ou familiares não gostaram do resultado
alcançado,quando houve cicatriz hipertrófica e quando não se conseguiu dar um contorno
completamente satisfatório à parede torácica; e c) bom quando o resultado cirúrgico foi
considerado como atingido pela equipe cirúrgica e pelos pacientes e/ou familiares.
Cinqüenta e nove (95,5%) dos pacientes portadores de Pectus Excavatum ficaram satisfeitos
com o resultado estético obtido. Houve um (1,6%) caso de recidiva da deformidade (mau
resultado). Tratava-se de paciente com Pectus Excavatum Amplo no qual não foi colocada
placa metálica retroesternal e que recusou nova cirurgia.
Dois (3,2%) não ficaram completamente satisfeitos com o resultado estético obtido, sendo que
um deles por ter ocorrido cicatriz hipertrófica (resultado regular).
Cento e dez pacientes (95,6%) dos pacientes portadores de Pectus Carinatum Superior e
Pectus Carinatum Inferior submetidos à cirurgia ficaram satisfeitos com o resultado estético
alcançado (bom resultado). Três (2,6%) não ficaram completamente satisfeitos com o
resultado estético (resultado regular), sendo que um destes em virtude de cicatriz hipertrófica.
Dois (1,7%) pacientes apresentaram depressão esternal no pós-operatório tardio, sendo um
de Pectus Carinatum Superior e um de Pectus Carinatum Inferior.
Analisando-se globalmente o resultado foi considerado bom em 175 (95,6%) pacientes. Cinco
(2,7%) dos pacientes apresentaram resultado regular. Três (1,6%) pacientes apresentaram
mau resultado, um por recidiva de Pectus Excavatum e dois por depressão esternal após
cirurgia para Pectus Carinatum.
Um (0,5%) paciente que fez uma tatuagem em cima da cicatriz cirúrgica apesar do bom
resultado estético alcançado. (Exemplo).
Pré-Operatório
Pós-Operatório
1 ano
Pós-Operatório
5 anos
Várias complicações tem sido relatadas: soroma, hematoma, infecção da ferida, pneumotórax,
hemoptise, hemopericárdio, tamponamento cardíaco, necrose de pele, quelóide, necrose
esternal, atelectasia, lesão de câmaras cardíacas, fratura e deslocamento de placas ou pinos,
recidiva e Síndrome de Jeune Adquirida.
Na nossa casuística foram encontradas 14 (7,6%) complicações pós operatórias. Dois casos
de cicatriz hipertróficas que foram tratados por ressecção e betaterapia a partir do 6º dia com
excelente resultado estético. Oito pacientes apresentaram soroma no pós-operatório imediato
que necessitaram punções para seu alívio. Dois pacientes apresentaram dor torácica no pós
operatório. Uma paciente apresentou dor torácica, mediana, a nível da coluna torácica
atribuída, pela equipe de anestesia, ao cateter peridural para analgesia pós operatória. Um
paciente apresentou deiscência parcial da sutura na porção mediana da incisão que foi
solucionada com curativo local e aproximação das bordas com micropore.
Levando em consideração o excelente resultado estético alcançado (95,6%), em cerca de 200
pacientes, o baixo índice de recidiva na nossa série pessoal (0,5%), e a não ocorrência de
complicações sérias e as perturbações de ordem psicológica e posturais que estão presentes
em muitos portadores de Pectus Excavatum e Pectus Carinatum, somos de opinião que a
indicação cirúrgica se faz quando a deformidade torácica seja acentuada e se os pacientes a
desejem excetuando-as os casos de Pectus Carinatum Simétricos ou Laterais discretos em
pacientes ainda em crescimento. Saliente-se que são operados apenas cerca de 10% dos
pacientes a nós referidos.
O DR. MARLOS DE SOUZA COELHO é referência nacional no tratamento cirúrgico das
deformidades da parede torácica anterior conhecidas como PECTUS EXCAVATUM E
PECTUS CARINATUM pelas quais se interessa, estuda e trata há 25 anos tendo avaliado
neste período cerca de 2000 pacientes.
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