Tipos de tratamento para alterações toracicas

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Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade física adaptada e saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
Tipos de tratamentos utilizados para os pectus: vantagens e desvantagens
de cada um
1 - Órteses de compressão externa
2 - Colocação de prótese de silicone
3 - Injeção de substâncias (metacrilato, etc)
4 - Tratamentos físicos (natação, musculação, fisioterapia/RPG)
1- ÓRTESES DE COMPRESSÃO EXTERNA:
São aparelhos confeccionados com metais e recobertos com derivados de borracha para serem
colocados ao redor do tórax e, por meio de parafusos, permitirem seu ajuste, realizado pelo
médico a cada 30 a 60 dias. Dessa maneira, irão comprimir a parede anterior ou lateral do tórax
onde existe o pectus.
órtese de compressão externa.
a) Uso no pectus carinatum: as órteses podem ser usadas para tratar alguns tipos de pectus
(muito bem selecionados pelo cirurgião), normalmente aqueles em que geralmente os defeitos
são muito leves (pequeno defeito), sem indicação de tratamento por meio de cirurgia.
b) Uso no pectus excavatum: as órteses não devem ser usadas no pectus excavatum, pois é
impossível realizarmos a compressão lateral do tórax com a pretensão de empurrar o osso
esterno para fora. O que ocorrerá é que a compressão lateral do tórax irá empurrar ainda mais
o osso esterno para dentro do tórax, acentuando o pectus.
Obs: em pessoas que apresentam um pectus excavatum associado com elevação dos rebordos
costais, a órtese comprimirá os rebordos costais, mas a cavidade do pectus se manterá da
mesma forma.
c) Uso no pectus mixto: nesse tipo de pectus os pacientes caracterizam-se por apresentarem
múltiplas alterações do tipo excavação (cavidade) e protuberância torácica, praticamente
impossibilitando a adaptação das órteses. Portanto, as órteses raramente conseguirão melhorar
o aspecto desse tipo de pectus.
d) Uso no pectus iatrogênico e na Síndrome de Poland: nesses tipos de pectus existem
alterações não só no tórax mas também em outros órgãos e, portanto, as órteses raramente
poderão ser utilizadas.
Vantagens do uso de órteses: se a pessoa conseguir usar essas órteses e, ao longo do tempo,
não obtiver nenhuma melhora de seu pectus, ela poderá se submeter a uma cirurgia no futuro.
Desvantagens do uso de órteses: o nosso tórax não é um órgão estático (que permanece
parado), pois estamos respirando aproximadamente 16 vezes por minuto. Dessa forma, não é
difícil imaginar o incômodo em suportar o tórax sendo comprimido (pelo compressor) durante o
dia todo ao longo de 2 anos – período de utilização da órtese. O compressor, por mais macio
que seja, geralmente macerará (machucará) a pele, formando manchas e/ou feridas e/ou
úlceras. Além disso, mesmo após a pessoa ter usado uma órtese, com algum tipo de melhora
do pectus, não é garantido que esses resultados se manterão – existe uma grande
possibilidade de o pectus se formar novamente.
2- COLOCAÇÃO DE PRÓTESE DE SILICONE:
Esse método visa a disfarçar (não corrigir) o pectus através da colocação de uma prótese de
silicone (endurecido) no local da cavidade (no pectus excavatum). Pode também ser utilizada a
colocação de duas próteses de mama em mulheres portadoras de pectus carinatum. Veja a
seguir os dois tipos de prótese de silicone que podem ser utilizados.
a) Uso no pectus carinatum: só pode ser utilizado em mulheres, pois é realizado através da
colocação de duas próteses de mama (silicone sob a mama). Dessa maneira, haverá o
preenchimento daquela área do tórax e, conseqüentemente, poderá ser possível disfarçar (não
corrigir) alguns casos muito específicos de pectus carinatum.
Vantagens: a pessoa terá as vantagens inerentes à colocação de próteses de seio (seio maior,
menos flácido, menos caído, etc) e, caso não fique satisfeita com os resultados estéticos,
poderá se submeter a uma cirurgia para correção do pectus no futuro.
Desvantagens: a pessoa continuará com o pectus e esse continuará a ser visível quando a
pessoa usar roupas decotadas, biquinis, tops, ou ainda, quando ela estiver com o tórax
desnudo.
Obs: o ideal é que a pessoa faça a correção cirúrgica de seu pectus e, no mesmo momento ou
posteriormente, se esse for seu desejo, optar pela colocação de próteses de seio (silicone).
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Paciente do sexo feminino apresentando pectus excavatum.
Paciente do sexo feminino iniciando procedimento cirúrgico
b) Uso no pectus excavatum: nesse tipo de pectus pode ser utilizada uma prótese de silicone
diferente das que normalmente são utilizadas nos seios (mamas). O cirurgião utiliza uma
prótese de silicone endurecido (não líquido nem gel), colocada na cavidade do pectus. O pectus
não é corrigido, mas a cavidade fica preenchida com silicone, o que disfarça o defeito.
Desvantagens: o resultado imediato é muito bom, porém, com o passar dos meses ou anos, a
musculatura do tórax (peitorais) que circunda a prótese continuará se movimentando
incessantemente. Isso acarretará uma hipertrofia (aumento) dos músculos ou, em pessoas que
não fazem exercícios, ocorrerá uma flacidez (diminuição) dos músculos. Não é difícil prever que
a prótese poderá se destacar, ficando com seus bordos em evidência – gerando um resultado
esteticamente desagradável.
OBS: NÃO DEVE SER COLOCADA PRÓTESE DE SEIO COM A INTENÇÃO DE CORRIGIR O
PECTUS EXCAVATUM EM MULHERES, uma vez que esse procedimento aumentará a
distância entre o defeito (cavidade do pectus) e os seios (com prótese de silicone), gerando um
resultado pior do que aquele verificado antes da cirurgia. Fica claro imaginar que se a pessoa
possui um pectus excavatum caracterizado por apresentar uma cavidade no meio do tórax, se
forem colocadas próteses de silicone nos seios o problema irá aumentar (proporcionalmente).
O ideal, nesse caso, é que a pessoa faça a correção cirúrgica de seu pectus e, no mesmo
momento ou posteriormente, se esse for seu desejo, optar pela colocação de próteses de seio
(silicone).
c) Uso no pectus mixto: nesse tipo de pectus, os pacientes caracterizam-se por apresentarem
múltiplas alterações do tipo excavação (cavidade) e protuberância torácica, praticamente
impossibilitando a adaptação das próteses. Portanto, as próteses raramente conseguirão
melhorar esse pectus.
d) Uso no pectus iatrogênico e na Síndrome de Poland: nesses tipos de pectus existem
alterações não só no tórax, mas também em outros órgãos e, portanto, as próteses raramente
poderão ser utilizadas.
3 - INJEÇÃO DE SUBSTÂNCIAS:
É a introdução de substâncias (metacrilato, etc) por meio de uma injeção abaixo da pele e/ou
dos músculos do tórax, com o objetivo de preencher as regiões ao redor do pectus e, dessa
maneira, tentar disfarçá-lo.
Desvantagens: acreditamos que o uso dessas substâncias no tórax merece maior tempo de
pesquisas para saber o seu resultado a longo prazo (10 anos após), ou seja, se a substância se
mantém no local injetado ou se ela se move devido ao poder constante dos músculos da parede
torácica e da atuação da gravidade atmosférica.
Quem utiliza esse método acredita que pode haver uma melhora estética em alguns tipos de
pectus leves.
4 - TRATAMENTOS FÍSICOS (natação, musculação, fisioterapia/RPG):
Através de exercícios físicos tenta-se corrigir os pectus ou evitar que eles continuem a se
desenvolver. O objetivo é que esses exercícios busquem retrair ou empurrar o osso esterno, as
cartilagens e as costelas para dentro ou para fora do tórax, visando a eliminar o pectus
(deformidade).
Esses tratamentos não melhoram nem evitam que ocorra o pectus, pois, mesmo em nosso
corpo, não existem músculos que consigam fazer isso. Nem mesmo o pulmão (por ser um
órgão frágil e macio) consegue, através de exercícios de respiração, remodelar os ossos e
cartilagens do pectus.
Veja detalhes a seguir:
a) Natação: é um excelente exercício físico, mas trabalha somente com músculos, articulações
e com a respiração (pulmão), portanto, não é possível haver a melhora de um pectus (defeito
das cartilagens e ossos do tórax) com essa prática.
A tentativa de usar movimentos respiratórios para que o pulmão empurre o pectus (cavidade)
para fora não surte efeito, pois o pulmão é um órgão macio e frágil e, portanto, não consegue
(através de respiração forçada) cumprir essa função.
b) Musculação: visa a promover a hipertrofia (aumento) de alguns músculos (peitoral maior e
menor). Dessa maneira, haverá o preenchimento de algumas áreas do tórax e,
conseqüentemente, será possível disfarçar (não corrigir) alguns casos específicos e muito leves
de pectus carinatum. Por outro lado, se a pessoa for portadora de um pectus excavatum ou
mixto, a hipertrofia dos músculos peitorais aumentará a distância entre o defeito (cavidade do
pectus) e os mamilos (seio), gerando um resultado pior do que aquele verificado antes dos
exercícios musculares.
c) Fisioterapia / RPG: da mesma maneira que os tratamentos anteriores, a fisioterapia/RPG não
evita que o pectus continue a se desenvolver, nem melhora o problema em quem já o possui,
pois trabalha com músculos, articulações e respiração (pulmão).
A fisioterapia / RPG é muito bem recomendada no pós-operatório das cirurgias do pectus
quando existe a associação com defeitos de postura. A fisioterapia/RPG consegue corrigir a
postura, alonga tendões e pode ser usada para se obter a hipertrofia de grupos musculares.
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