Matéria: literatura Assunto: música

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Matéria: literatura
Assunto: música - rock dos anos 80
Prof. IBIRÁ
Literatura
ROCK: ANOS 80
O começo dos anos 80 não foi nada propício para o rock. O que dominava era a MPB de FM,
e apesar da relativa abertura política, a sombra da repressão e a censura desanimavam quem
tentava ser mais ousado. O “som jovem” que rolava era o pop-rock de gente como Guilherme
Arantes, Marina, Ney Matogrosso, 14 Bis, Eduardo Dusek, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, A
Cor do Som e Rádio Táxi. Mas ainda assim a rapaziada queria que temas como amor, diversão,
trabalho e família fossem tratados de forma mais clara. Com o rock básico e os cabelos curtos
e espetados da new wave, o Rock Brasil começa a se renovar no início da década. Ligado nas
novidades, o jornalista e discotecário Júlio Barroso fundou a Gang 90 & As Absurdetes, no Rio
de Janeiro. O estouro aconteceu no Festival Shell de MPB de 1981, quando tocaram “Perdidos
na Selva”, um reggae que fala de um acidente de avião com final feliz. Era só uma mostra do
que estaria por vir nos próximos anos. Seguindo os mesmos passos da Gang 90, o integrante
do grupo de teatro carioca Asbrúbal Trouxe a Irreverência, Evandro Mesquita, junto com o
baterista Lobão, tiveram a ideia de montar uma banda de rock teatral. O nome da banda foi
dado por Lobão: Blitz, já que eles sempre eram parados pelas batidas policiais. A banda trouxe
junto ao humor praieiro do grupo Asdrúbal um rock básico e uma dupla de belas vocalistas,
Márcia Bulcão e Fernanda Abreu. No verão de 1982 abriu na praia do Arpoador um espaço para
shows: o Circo Voador, aonde a banda se apresentou inúmeras vezes. Em junho do mesmo ano,
a Blitz gravou um compacto com a música “Você Não Soube Me Amar”, que vendeu 100 mil
cópias em 3 meses. Em setembro foi lançado o disco “As Aventuras da Blitz”, o que transformou
a banda em fenômeno nacional, mas um pouco depois do lançamento do disco, Lobão deixa
a banda para lançar seu primeiro disco solo, “Cena de Cinema”, aonde começa uma das mais
importantes carreiras do rock brasileiro, de um artista sempre inconformista. Ainda em 1982
apareceriam outros artistas de relevância do Rock Brasil, com o Eduardo Dusek com seu disco
“Cantando no Banheiro”, que contava com a participação de uma banda carioca que fazia um
rock estilo anos 50 com muito bom humor: João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, que
tinha entre seus integrantes um excelente compositor, Léo Jaime, que escreveu o sucesso do
disco, “Rock da Cachorra”. João Penca seguiria depois sem Dusek e sem Léo Jaime, que fez uma
carreira solo de sucesso. No mesmo ano ainda surgiria Lulu Santos, Barão Vermelho (que não
foi tão bem acolhido na época) e a Rádio Fluminense, grande divulgadora das fitas e dos discos
dos artistas do rock nacional. Paralelamente, em São Paulo, ocorria o festival “O Começo do
Fim do Mundo”, com bandas punk, como Inocentes, Ratos de Porão, Cólera e Olho Seco. Em
1983, o rock já havia ganhado seu espaço na Música Popular Brasileira (MPB), fazendo com que
as gravadoras perdessem o medo de contratar bandas deste gênero. Foi lançado o disco “Rock
Voador” (parceria do Circo Voador com a rádio Fluminense), que revelou o Kid Abelha e Seus
Abóboras Selvagens. Uma das bandas que tinha sua fita divulgada na rádio, Os Paralamas do Sucesso, gravaram
um compacto que, com seu relativo sucesso, levou a gravar no fim do ano seu primeiro disco,
“Cinema Mudo”. Mas quem arrebentaria um sucesso naquele ano foi um inglês, chamado
Ritchie, com a música “Menina Veneno”, cujo compacto vendeu mais de 800 mil cópias,
levando o cantor a gravar um disco, Voo de Coração, que vendeu mais de 1 milhão de cópias,
batendo naquele ano até o grande recordista de vendas da gravadora, Roberto Carlos. O Rock
Brasil ganhava respeito comercial. Fenômeno predominando o Rio de Janeiro, o rock começa a
ferver também em São Paulo em 83. A cidade já estava sendo sacudida pelos punks e também
pela música de vanguarda (Arrigo Barnabé, Premeditando o Breque, Língua de Trapo), revelou
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uma das grandes bandas do rock brasileiro: os Titãs, um octeto que misturava new wave e
tropicalismo com o rock e ficava cada vez mais popular. Ainda tinha bandas do rock paulistano
como Magazine (tendo Kid Vinil como um dos integrantes), o pós-punk Ira! e a irreverência
do Ultraje a Rigor. Em 1984 foi o ano de grandes lançamentos em disco. “Titãs” (seu primeiro
disco), “Seu Espião” (estreia do Kid Abelha), “O Passo do Lui” (segundo disco dos Paralamas),
“Tudo Azul” (Lulu Santos), “Ronaldo Foi Pra Guerra” (Lobão), “Maior Abandonado” (último
disco do Barão com o vocalista Cazuza) e “Phodas ‘C’” (Léo Jaime). As bandas cada vez mais
apareciam em programas de auditório na TV e até no cinema, com o filme “Bete Balanço”,
com música-tema do Barão Vermelho. Se até então o Rock Brasil tinha uma cara romântica e
idealista, iria mudar a partir de janeiro de 1985, graças a um evento: o Rock In Rio 10 dias de
muito som num terreno na Barra da Tijuca, no maior concerto de rock de todos os tempos, com
um público aproximado de 1 milhão e meio de pessoas. Ao lado de grandes nomes da música
mundial da época, como Queen, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Scorpions, Yes, AC/DC, entre
outros, estavam artistas consagrados da MPB e a nova rapaziada: Blitz, Barão Vermelho, Os
Paralamas do Sucesso, Lulu Santos e Kid Abelha. No maior palco de suas carreiras iniciantes, as
bandas não tremeram na base. O resultado foi que o rock entrou de vez na música brasileira,
as bandas internacionais incluíram o Brasil em suas turnês e os nossos roqueiros aprenderam
muito com verdadeiros profissionais da música. O jovem público viu as bandas nacionais
fazerem bonito junto aos ídolos estrangeiros e ainda presenciaram a eleição de Tancredo Neves
como o primeiro presidente civil do país desde o golpe militar de 1964. O Rock Brasil emergiu
desde então, com um jeito ousado, contestador e geograficamente disperso. De São Paulo
apareceu dois dos maiores êxitos comerciais do ano. Um deles, “Nós Vamos Invadir Sua Praia”,
álbum de estreia do Ultraje a Rigor, que tinha a música “Inútil”, que foi tocada pelos Paralamas
no Rock In Rio e comentada pelo senhor Diretas Já, Ulysses Guimarães, que causou, fazendo
certo comentário sobre sua letra. Quase todas as músicas foram sucesso no rádio. O outro êxito foi o RPM, com a música “Louras Geladas” estourada nas rádios, lançou o disco
“Revoluções Por Minuto”, que teve várias outras faixas de sucesso. O empresário Manoel
Poladian foi responsável por uma super produção para a banda: o show “Rádio Pirata”. Nunca
se havia visto nada igual no Brasil: efeitos de raio laser, gelo seco e sofisticado equipamento
de som. O show percorreu o Brasil, aumentando cada vez mais a popularidade do grupo, que
foi forçado pela gravadora a gravar um álbum ao vivo, com a versão de “London, London” (de
Caetano Veloso) que já começava a tocar nas rádios. Lançado em 1986, “Rádio Pirata Ao Vivo”,
tornou-se o recordista de venda de todos os gêneros no Brasil: 2,2 milhões de cópias. Em pouco
tempo, com toda a pressão de sua popularidade e o uso abusivo de drogas, o grupo gravou
mais 1 álbum e acabou sem muito alarde em 1989. Em 1º de Janeiro de 1985, uma banda de
Brasília lançava seu disco de estreia - um disco que marcaria a história do nosso rock. Legião
Urbana mostrava ao país a poesia de Renato Russo, em letras que mostrava os anseios, medos
e reivindicações de uma geração. Conhecida pela música Química (que os amigos Paralamas
gravaram em seu primeiro álbum), a Legião ganhou o público com aquele disco cheio de energia
rock n´roll e sentimentos à flor da pele. Era a primeira das bandas de Brasília influenciada
pelo punk-rock, que tomariam conta da mídia. As outras foram Capital Inicial e a Plebe Rude.
Também de origem punk e fora do eixo Rio-São Paulo, os baianos do Camisa de Vênus, liderada
por Marcelo Nova, apareceriam em 1985. Depois de um álbum sem repercussão, ganharam
seu lugar com o som “Eu Não Matei Joana D’arc”. Depois disto o país chegou a conhecer outras
músicas como “Bete Morreu” e o “Adventistas”, de seu álbum anterior. Em São Paulo, os ecos
do punk seriam responsáveis por outra banda de talento a aparecer, com seu álbum de estreia,
Mudança de Comportamento: o Ira!, do guitarrista Edgard Scandurra (um dos melhores do
Brasil até hoje) e o vocalista Nasi. Enquanto isso o underground paulistano fervia, com bandas
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inspiradas no pop-rock inglês. Luiz Calanca lançou neste mesmo ano o selo Baratos Afins, que
lançou os discos de todo esse underground paulistano, antecipando em pelo menos 10 anos
a realidade dos pequenos selos que ajudaram a fazer o rock alternativo um fenômeno. No Rio
de Janeiro, houve uma separação no Barão Vermelho, saindo Cazuza para sua bem sucedida
carreira solo, e o guitarrista Roberto Frejat assumindo os vocais. Tivemos ainda no Rio o
lançamento de excelentes disco. “Sessão da Tarde”, de Léo Jaime, que voltava ao rock dos anos
50 e à Jovem Guarda; “Educação Sentimental”, segundo disco do Kid Abelha e no fim do ano o
disco-solo de Cazuza. Em 1986 foi o ano da consolidação artística e da fartura de lançamentos.
Graças ao Plano Cruzado e a explosão de consumo que ele causou, as gravadoras contratavam
qualquer banda que cheirasse a rock. A coletânea “Rock Grande do Sul”, só com bandas de Porto
Alegre revelou os Engenheiros do Hawaii, que no mesmo ano lançou seu disco de estreia com
o irônico título “Longe Demais das Capitais”. E com a música “Surfista Calhorda”, Os Replicantes
com influência punk-hardcore, lançaram seu disco: “O Futuro é Vortex”. Também estrearam
naquele ano os cariocas do Biquíni Cavadão (“Cidades em Torrente”), a Plebe Rude (“O Concreto
Já Rachou”), Capital Inicial (“Capital Inicial”) e os Inocentes (“Pânico em SP”, primeiro disco do
punk brasileiro a sair por uma grande gravadora). Três álbuns marcaram naquele ano o Rock
Brasil até hoje. Com “Selvagem?”, os Paralamas fizeram uma ousada conexão Brasil-JamaicaInglaterra-África via música negra. “Dois”, disco da Legião revelou-se mais lírico e acústico, com
faixas que até hoje fazem a história da banda. Finalmente, “Cabeça Dinossauro”, dos Titãs (que
recentemente foi considerado o melhor disco do Rock Brasil), que deram uma guinada punk em
sua música, que mais pareceria um risco, mas que deu bons resultados artísticos e comerciais
para a banda. A boa fase do rock nacional continuaria em 1987, com a explosão de Lobão (com
o LP “Vida Bandida”) e outros álbuns. “A Revolta dos Dândis” (Engenheiros), “Jesus Não Tem
Dentes no País dos Banguelas” (Titãs), “Que País é Este” (Legião) e “Sexo!” (Ultraje a Rigor).
Houve a surpresa com o aparecimento do carioca Fausto Fawcett e seus Robos Efêmeros, com
“Kátia Flavia”. Outra surpresa foi o selo Plug, da RCA, que apostou em discos de novíssimos
nomes do rock brasileiro que não faziam nada parecido com as outras bandas. Estrearam os
cariocas Picassos Falsos e Hojerizah, o paulistano Violeta de Outono, os gaúchos do De Falla,
TNT e o Nenhum de Nós, entre outros. Das raras exceções que deram certo, está o Nenhum de
Nós, que estourou com a música “Camila, Camila”, e depois em 1989, com “O Astronauta de
Mármore”, versão de “Starman”, de David Bowie. De 1988 em diante, o Rock Brasil passa por
um período de baixa, com as bandas com dificuldades para recuperar as baixas vendagens e
execução. Mas mesmo assim, existem discos clássicos desta época. “Ideologia”, de Cazuza, que
já luta contra a Aids, e aos 16 anos de idade, Ed Motta chega com pinta de veterano, injetando
soul no rock nacional, com seu disco de estreia com a Conexão Japeri. A Legião experimentou
um sucesso estrondoso com “Faroeste Caboclo” naquele ano, mas viu o inverso da moeda num
show em 18 de junho, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Confusão total, com Renato
Russo sendo atacado por um fã no palco e a polícia descendo o pau na plateia, que saiu
revoltado do show (que foi interrompido). O incidente bateu forte na Legião que ainda teve
a perda do baixista Negrete, que deixou a banda, mas mesmo assim, em 1989, finalizou seu
quarto disco, “As Quatro Estações”, com a maior vendagem em disco da banda e a maior nos
últimos anos do Rock Brasil. No dia 7 julho, de 1989, o clima era de luto: Cazuza havia morrido.
E, em 21 de agosto do mesmo ano, morreria Raul Seixas. Era o fim de uma era do Rock Brasil.
Blitz
Um dos maiores fenômenos de venda de discos do início da década de 1980, foi o primeiro
grande estouro da década de 1980 que, com apenas quatro anos de existência (1982-1986) e
três discos, mudou o cenário da música popular brasileira, abrindo os caminhos que em seguida
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seriam percorridos por toda uma geração de bandas brasileiras, todas elas fortemente ligados
ao gênero rock.
Suas músicas leves e dançantes contavam verdadeiras crônicas da juventude dourada da Zona
Sul do Rio de Janeiro, que eram apresentadas nos seus shows, sempre superlotados, com a
característica teatralidade do grupo, do qual fazia parte alguns dos maiores nomes do grupo
Asdrúbal Trouxe o Trombone, que dominou a cena teatral carioca na década de 1970. Entre os
seus integrantes, figuravam Evandro Mesquita (sua música Você não soube me amar, de 1982,
é sucesso nacional.), Fernanda Abreu e Lobão, que posteriormente iniciaram bem-sucedidas
carreiras solo.
Titãs
Apareceu no cenário pop com oito integrantes: Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Antônio
Carlos Liberati Belotto, Paulo Roberto de Souza Miklos, José Fernando Gomes dos Reis , Ciro
Pessoa, Sérgio de Britto Álvares Affonso, Joaquim Cláudio Correia de Mello Júnior e André
Jungman, formada em São Paulo, o nome de Titãs do Iê-iê-iê e uma estética muito influenciada
pela chamada new wave, com muita mise-en-scène, roupas coloridas e letras leves como a de
Sonífera ilha. Ciro Pessoa sai da banda em 1984 e forma o grupo Cabine C. No ano seguinte
o baterista André Jung transfere-se para a banda Ira!, dando lugar a Charles Gavin. Arnaldo
Antunes desliga-se em 1992 para seguir carreira solo. Em 1984 lançam o primeiro disco pela
Warner, já com o nome definitivo Titãs. Ao longo de sua trajetória a sonoridade do grupo
alternou entre o rock básico, o som mais pesado da década de 80 e o flerte com o pop na
década de 90.
O segundo disco da banda, Televisão, foi apenas um prenúncio da contundente postura que seus
integrantes iriam adotar a partir do vigoroso Cabeça dinossauro, no qual começaram a utilizar
guitarras distorcidas, beats tribais e eletrônicos e letras de uma contundência poucas vezes
vista na história da MPB, nas quais fazem ácidas críticas a todas as instituições da sociedade
burguesa. O disco seguinte, de 1986, acrescenta peso às composições e aos arranjos. Vieram,
em seguida, Jesus não tem dentes no país dos banguelas, Go back, Õ blésq blom, Tudo ao
mesmo tempo agora e Titanomaquia, nos quais foram radicalizando cada vez mais tal postura,
chegando a um ponto de cansar o seu até então fiel público. Em 1994, resolveram rever o
trabalho que vinham fazendo até então, lançando Um dois. O sucesso maior foi em 1997, com
o lançamento do Acústico MTV, um álbum com releituras dos maiores êxitos em quinze anos de
carreira (com algumas inéditas), que atingiu quase dois milhões de cópias vendidas. Volume II,
lançado no ano seguinte, repete a fórmula do Acústico, incluindo sucessos que não entraram
no disco anterior, mas não alcança o mesmo resultado. As Dez Mais (1999) é o último álbum
lançado pela Warner, com repertório composto por versões para músicas de outros autores.
Voltam a se reunir em junho de 2001 para a gravação de um novo disco, mas dias antes um
acidente vitima fatalmente o guitarrista Marcelo Fromer. Outro fato marcante foi a saída de
Nando Reis no final de 2002.
Barão Vermelho
Cazuza é considerado o principal letrista da geração anos 80 do rock brasileiro. Integra o grupo
Barão Vermelho, responsável por sucessos como Bete balanço, Maior abandonado e Codinome
beija-flor. Seu principal parceiro é Roberto Frejat, guitarrista que permanece à frente do Barão
Vermelho. Descobre ter Aids em 1987, mas não se deixa abater pela doença, prosseguindo suas
atividades artísticas. A maneira como resiste, até morrer, contribui em muito para derrubar
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os preconceitos que envolvem portadores de HIV. O Tempo não para, seu último sucesso, foi
gravado ao vivo em 1988.
O Barão Vermelho interrompeu o trabalho de composição e fez o disco Álbum, no qual visitou
velhos sucessos de Rita Lee, Luís Melodia e Ângela Ro Ro, entre outros grandes nomes de um
passado recente da MPB.
Paralamas do Sucesso
Grupo de rock brasileiro formado pelo guitarrista e vocalista Herbert Vianna, pelo baixista Bi
Ribeiro e pelo baterista João Barone. Surgiu em 1982 com a despretensiosa Vital e sua moto,
executada com frequência na hoje extinta Rádio Fluminense FM do Rio de Janeiro, um dos
principais berços da geração de bandas de rock. Chamaram a atenção da gravadora EMI, pela
qual lançaram Cinema mudo (1983) e Passo do Lui (1984). A consagração só veio com Selvagem,
em 1986, a partir do qual começou a tomar forma a eclética sonoridade do grupo, que mescla
os ricos ritmos brasileiros como o ska, o reggae e o rock. O sucesso desse trabalho levou a
banda para o festival de Montreux, onde gravou ao vivo o álbum D, que, no entanto, não foi
lançado comercialmente.
Em 1989, foi realizado Big-bang, considerado pela crítica o melhor trabalho da banda. Nele,
gravaram obras-primas como Lanterna dos afogados (“Uma noite longa pra uma vida curta”).
A partir de 1991, começaram a trabalhar o público latino-americano e o sucesso foi tão grande
que justificou a versão para o espanhol de dez sucessos da banda em um CD que chegou a
vender mais de 1 milhão de cópias em dez países.
Legião Urbana
Em meados de 1980, Renato Russo formou uma banda chamada Aborto Elétrico, começou no
baixo e logo passou para a guitarra. Com o fim do Aborto Elétrico, Renato intitulou-se O Trovador
Solitário e, com um violão, tocava abrindo shows de outros grupos locais e apresentando novas
composições, como “Faroeste Caboclo”. Mas Renato não queria seguir sozinho. Ele achava que
era importante ter uma banda no mundo do rock. Nesse mesmo ano Renato formou a Legião
Urbana. As primeiras formações do Legião contam ainda com Paulo Paulista (teclados), Eduardo
Paraná (guitarra), substituído por Ico Ouro-Preto, e Marcelo Bonfá, na bateria. Em 1983, o
guitarrista Dado Villa-Lobos entra no lugar de Ouro-Preto e cristaliza com um trio (Dado, Bonfá
e Russo) a formação clássica da banda. O baixista Renato Rocha “Negrete” participa de shows
e da gravação dos três primeiros discos. Já em 1983 o grupo se apresenta fora de Brasília, com
grande sucesso graças ao compacto Será (1984). Ao longo da década consolida-se como uma
das mais importantes bandas no cenário do rock brasileiro, e acumula sucessos como Eduardo
e Mônica, Que País É Este, Pais e Filhos, Meninos e Meninas, Faroeste Caboclo e Quando o Sol
Bater na Janela do Seu Quarto. A banda termina em 1996, com a morte do vocalista e principal
compositor, Renato Russo, em decorrência de Aids. Marcelo Bonfá segue carreira solo e Dado
Villa-Lobos é dono de uma gravadora, a RockIt.
ANOS 90
Novas Tendências da Música Popular Brasileira
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O funk carioca, diferente do norte‐americano, é um tipo de música eletrônica originado nas
favelas do Rio de Janeiro, derivado do Miami Bass, devido à sua batida rápida e aos vocais
graves. Ao longo da nacionalização do funk, os bailes ‐ até então, realizados nos clubes dos
bairros das periferias da capital e região metropolitana ‐ expandiram‐se a céu aberto, nas ruas,
onde as equipes rivais se enfrentavam disputando quem tinha a aparelhagem mais potente,
o grupo mais fiel e o melhor DJ. Neste meio surge DJ Marlboro, um dos vários protagonistas
do movimento funk. Com o tempo, o funk ganhou grande apelo dentre os marginalizados ‐ as músicas tratavam o cotidiano dos frequentadores: abordavam a violência e a pobreza
das favelas. Há ainda os funks chamados de “proibidões”, cujas letras que exaltam o crime
organizado (tráfico de drogas) ou tratam de temas pornográficos.
Mangue beat (também grafado como mangue bit) é um movimento musical que surgiu no
Brasil na década de 90 em Recife que mistura ritmos regionais com rock, hip hop, maracatu
e música eletrônica. Chico Science, um dos mais importantes criadores do Mangue Bit. Esse
estilo tem como ícone o músico Chico Science, ex‐vocalista, já falecido, da banda Chico Science
e Nação Zumbi, idealizador do rótulo mangue e principal divulgador das ideias, ritmos e
contestações do Mangue Bit. Outro grande responsável pelo crescimento desse movimento
foi Fred 04, vocalista da banda Mundo Livre S/A e autor do primeiro manifesto do Mangue de
1992, intitulado “Caranguejos com cérebro”.
No final dos anos 1990, começa a surgir um movimento de revitalização do carnaval carioca,
com a profissionalização de blocos que passam a formar batuqueiros dentro de uma concepção
inspirada na aprendizagem dos mestres de bateria das Escolas de Samba. O pioneiro nesse
processo é o MONOBLOCO. Com formação de escola de samba, o grupo carnavalesco – criado
no ano 2000 pelo grupo Pedro Luís e A Parede ‐ mistura samba, batucada coco, funk e charme.
Sai com uma bateria de cerca de 120 batuqueiros, comandados pelo maestro Celso Alvim. A
partir daí foram surgindo muitos outros blocos como o Bangalafumenga, o Empolga às 9, o
Quizomba, o Cordão do Boitatá, o Mulheres de Chico (grupo só de mulheres que interpreta
somente músicas de Chico Buarque) e a Orquestra Céu na Terra, que toca marchinhas do
passado e do presente. O “Mulheres de Chico” e a “Orquestra Popular Céu na Terra”, novidades
da cena musical carioca.
O Rappa é uma banda brasileira conhecida por suas letras de forte impacto social. Seu
ritmo não é exatamente definido nem mesmo pela própria banda. Embora seja de início
principalmente rock, a banda também incorporou elementos de samba, rap e MPB.
A decisão sobre o nome da banda envolveu opções como “Cão-careca” e “BateMacumba”. O nome escolhido, O Rappa, vem da designação popular dada ao ato em
que policiais interceptam camelôs, o rapa. Com um p a mais para diferenciar, o nome foi
escolhido. Um exemplo de a palavra rapa ser aplicada aos caçadores de camelôs pode ser
encontrado na canção “Óia o rapa!” na composição de Lenine e Sérgio Natureza, gravada pela
banda no CD Rappa Mundi. Um de seus maiores sucessos, a canção “Pescador de Ilusões”,
composta pelo baterista do grupo na época, Marcelo Yuka, tornou-se sucesso no CD em que
foi lançada primeiramente, Rappa Mundi, e novamente no Acústico MTV de 2005, com o refrão
“Valeu a pena, valeu a pena”. O mesmo feito de popularidade veio com a canção “Me Deixa”,
também de Marcelo Yuka. Em 2005 foi lançado o Acústico MTV, no qual a banda resgata alguns
sucessos e outras canções nem tão famosas, do primeiro ao último disco lançado na época, e
introduz duas canções inéditas: uma feita especialmente para o Acústico, “Na frente do Reto” e outra que entraria em O Silêncio que Precede O Esporro - “Não perca as crianças de vista” mas ficou de fora da lista de canções. www.enemquiz.com.br
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Planet Hemp tem um explícito posicionamento a favor da legalização da cannabis (maconha)
e foi acusado de fazer apologia ao uso, fato que gerou muitas divergências e colocou o Planet
Hemp como uma das principais bandas do Brasil na década de 1990. A banda voltou a se
reunir no palco, no dia 20 de outubro de 2010 em uma festa organizada pela MTV Brasil em
comemoração aos 20 anos da emissora no Brasil. A banda surgiu num encontro entre Marcelo
D2 e Skunk pelas ruas do Rio de Janeiro, no bairro do Catete. O D2 usava uma camisa de
uma banda de hardcore Skunk, artesão e vendedor de camisetas de rock, deu início a um
diálogo que daí nasceu a amizade e vocação. Skunk falava de música todo o tempo e nesse
momento D2 resolveu que queria ser músico. Originalmente, a banda era para ser de rock,
mas nenhum deles sabia tocar qualquer instrumento, por isso optaram pelo rap. O nome
da banda foi tirado da revista americana High Times, especializada em cannabicultura, ou
seja sobre o cultivo de maconha, e Hemp que, na língua inglesa, significa cânhamo. Esta
estratégia de colocar o nome na língua inglesa não foi muito bem-sucedida, pois poucos anos
mais tarde o grupo inteiro foi preso por apologia às drogas. Porém eles não ficaram limitados
musicalmente ao rap, logo vieram se juntar a Marcelo D2 e Skunk, Rafael Crespo, Bacalhau e
Formigão, trazendo para o Planet Hemp guitarra, bateria e baixo, fazendo com que as letras
de rap de Marcelo D2 e Skunk recebessem um ritmo totalmente novo e original, batizado pela
banda por “Raprocknrollpsicodeliahardcoreragga” devido enorme mescla entre a psicodelia
das guitarras, o rap dos vocais e as outras diversas influências musicais da banda. Registraram
somente uma única fita demo e seguiram o circuito alternativo em apresentações no Rio
de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e em festivais como o Juntatribo (Campinas)
e Superdemo. A morte de Skunk, em decorrência da AIDS em 1994, quase decretou o fim do
grupo. Mas BNegão, que era presente em todos os concertos, assumiu o outro vocal. A banda
conseguiu um contrato com a Sony Music (Superdemo / Chaos) de Elza Cohen e gravaram três
álbuns: Usuário (1995), Os Cães Ladram mas a Caravana Não Para (1997) e A Invasão do Sagaz
Homem Fumaça (2000).
Raimundos é uma banda de rock brasileira formada em Brasília em 1987, porém seu sucesso foi
nos anos 90. O nome é derivado de uma de suas maiores influências, a banda norte-americana
de punk rock Ramones. Com 8 discos autorais, 20 anos de estrada e mais de 3.000.000 de
cópias vendidas o Raimundos está marcado na história como uma das principais bandas de
rock do Brasil. Em 1992, com uma oportunidade em tocar em um bar de Goiânia, começa a se
reerguer a banda. Como Digão havia passado para a guitarra a banda começou a procura por
um baterista, chegando até a utilizar uma bateria eletrônica. Não obtendo bons resultados,
recrutam Fred, que na época já era fã do grupo. No ano seguinte a banda gravou uma fita
demonstrativa contendo “Nega Jurema”, “Marujo”, “Palhas do Coqueiro” e “Sanidade”,
iniciando então divulgação pelo país. A banda passou a ser reconhecida pela mídia e por outras
bandas, e foi convidada a tocar no Rio de Janeiro. Os Raimundos chegaram a abrir apresentações
de Camisa de Vênus e Ratos de Porão no Circo Voador, além de uma temporada para o Titãs.
Em 1994, lançam seu primeiro disco, intitulado apenas como Raimundos, pelo selo Banguela
dos Titãs. O disco teve boa aceitação, vendendo mais de 150 mil cópias. O som pesado, com
letras cheias de palavrões e com fortes influências nordestinas, chamou a atenção da mídia e do
público, com canções como “Puteiro em João Pessoa”, “Nega Jurema” e “Marujo”. Mas o grande
sucesso do álbum foi a balada pornô-erótica “Selim”, que impulsionou as vendas do disco e
tornou a banda conhecida no país inteiro. O álbum foi de extrema importância para o cenário
musical brasileiro, devido ao som inovador (intitulado “forró-core”) e ao fato de ter sido um dos
responsáveis pela “abertura de portas” para o rock dos anos 90, influenciando praticamente
todas as bandas que se formariam depois. Em 1995, voltam ao estúdio para gravar Lavô Tá Novo,
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Literatura – Prof. Ibirá Costa
que sai pela gravadora Warner. Com mais ênfase no hardcore em detrimento ao forró, gerou
sucessos como “Eu Quero Ver o Oco”, “Esporrei Na Manivela”, “Pitando No Kombão”, “O Pão da
Minha Prima” e “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)” e superou as vendas do original.
Os Raimundos se consolidaram com participações nos festivais Monsters of Rock e Hollywood
Rock, onde tocaram ao lado de grupos clássicos como Motorhead e Iron Maiden. Em 1996, a
banda lança uma caixa com CD, história em quadrinhos e fita VHS chamada Cesta Básica.
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Bibliografia de Literatura
BOSI, Alfredo – História Concisa da Literatura Brasileira, 40.ª ed., S. Paulo, Cultrix, 2002.
CANDIDO, Antonio – Formação da Literatura Brasileira, 7.ª ed., 2 vols., Belo Horizonte / Rio de
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CARPEAUX, Otto Maria – Pequena Bibliografia Crítica da Literatura Brasileira, nova ed., Rio de
Janeiro, Ed. do Ouro, 1979.
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