Jornal do Commercio - PE 19/02/2015 - 08:17 Pinga-Fogo O Imip e o desafio de Paulo Diz o clichê, o ano só começa após o Carnaval. Mas antes da folia, sexta passada, o governador Paulo Câmara (PSB) deu mostras de que 2015 chegou "de verdade". Ao jornal Valor Econômico, Paulo falou da situação financeira do Estado, nas palavras dele "apertadíssima". E abriu uma janela para um debate que já explodiu no Brasil todo, mas em Pernambuco parece não existir. Além de obras paradas, o Estado ainda precisa resolver dívidas que deveriam ter sido pagas em 2014. Mas estão em aberto e vão atrapalhar Paulo Câmara. É um constrangimento para o PSB, tendo em vista que um dos principais nós está na saúde, no Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip), a Organização Social (OS) à frente dos três hospitais e 14 UPAs. O serviço custou mais de R$ 240 milhões em cada ano, 2012 e 2013, na segunda gestão Eduardo Campos - quando Antonio Figueira, atual secretário da Casa Civil e ex-presidente do Imip, era secretário de Saúde. Em 2014 João Lyra assumiu o Estado. Ex-titular da pasta, mesmo sendo vicegovernador, Lyra antecedeu Figueira. E quando virou governador, ano passado, Lyra parou de pagar ao Imip. A última fatura foi de 1º agosto de 2014, pouco mais de R$ 1,1 milhão. No ano, o Imip recebeu R$ 78 milhões - R$ 160 milhões abaixo da média dos anos anteriores. Mesmo Câmara só pagou R$ 279 mil ao Imip até agora, um caso que mostra o desafio de Paulo: como resolver as dívidas de Pernambuco sem expor as gestões de Lyra e Campos. O Estado cresceu Líder da oposição, o deputado estadual Sílvio Costa Filho (PTB) citou o dia todo a entrevista de Paulo Câmara e um levantamento da Folha de São Paulo, que mostra o Estado com déficit de R$ 2 bilhões em 2014. ...mais que podia Pernambuco, diz Sílvio Costa Filho, terá problemas para investir e com o custeio mensal: "Dá impressão de que o Estado cresceu acima de sua capacidade". Ele cita os três hospitais, as 14 UPAs e até a Arena da Copa. Diário de Pernambuco - PE 19/02/2015 Hora de voltar os olhos para as prioridades Terminado o carnaval, as agendas de Paulo Câmara e Geraldo Julio incluem inauguração de obras, seminários no interior e viagens Rosália Rangel Passada a folia do carnaval, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), já têm programadas as prioridades que pretendem colocar em prática até o final de fevereiro e nos primeiros dias de março. As agendas dos gestores incluem inauguração de obras, seminários no interior do estado, viagem ao exterior e, no caso do governador, um provável encontro com a presidente Dilma Rousseff (PT). Antes de iniciar as articulações para agendar sua ida a Brasília, Paulo Câmara fará sua primeira viagem internacional. O socialista irá ao México, no início de março, para receber o Prêmio Interamericano da Inovação e Gestão Pública, concedido ao Programa Mãe Coruja, criado em 2007 na primeira gestão do ex-governador Eduardo Campos. O objetivo do programa é atender mulheres durante a gestação e no pós-parto. A premiação é uma iniciativa da Organização dos Estados Americanos (OEA). Quando retornar, Paulo Câmara dará início aos seminários do programa Todos por Pernambuco. Também idealizada no governo Eduardo Campos, a proposta é colher, junto à população, as principais demandas dos municípios e incorporá-las ao programa de governo. As reuniões, que acontecem durante os finais de semana, contarão com a presença do governador. De acordo com a assessoria do socialista, no período da campanha eleitoral, algumas das reivindicações feitas por eleitores já foram incluídas às ações do governo, mas a expectativa é de que no Todos por Pernambuco novas informações seja acrescentadas por segmentos sociais e lideranças políticas. PCR Na Prefeitura do Recife, segundo o secretário de Governo, Sileno Guedes, a prioridade será a entrega de obras iniciadas em 2014. “Teremos um cronograma grande de ações que, inclusive, já foi iniciado pelo prefeito antes do carnaval. Entre as ações estão reformas de escolas, unidades de saúde e pavimentação de ruas”, destacou o secretário. Uma outra iniciativa prevista para depois do carnaval é a retomada do Recife Participa, um fórum organizado para ouvir os moradores da cidade. As reuniões são realizadas na microrregiões do Recife, com a participação dos secretários municipais. “Até o final de fevereiro iremos divulgar a programação das atividades que serão realizadas até o final do ano”, garantiu Sileno Guedes. Folha de Pernambuco - PE 19/02/2015 - 07:32 Lugar de médico corrupto é na cadeia Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica O exercício da medicina é uma atividade nobre, visa a assistir da melhor maneira às necessidades de saúde dos cidadãos, zelando pelo bem-estar individual e coletivo. Para ser um bom médico, é essencial não somente habilidade técnica, mas sensibilidade humana e inabalável ética. Fora desse escopo, toda e qualquer conduta que fira o paciente - física, psicológica ou economicamente - deve ser repudiada e condenada. Faço essa ponderação em virtude das operações fraudulentas no uso e compra das órteses e próteses, e do escândalo dos stents, denunciados seguidamente na imprensa nas últimas semanas. Não é de hoje, algumas entidades médicas já expunham essa chaga, buscando criar regras para evitar que maus profissionais recebessem propinas, inclusive para fazer intervenções desnecessárias, prejudicando pacientes. Existe uma máfia que seduz médicos corruptíveis e sem ética. Estão no mesmo saco alguns representantes comerciais, técnicos especializados nas aludidas peças, diretores de hospitais, gestores de saúde ligados ao Governo, gestores dos próprios planos de saúde e até auditores; todos embolsando comissões milionárias. A tática usada é imoral. No caso dos médicos, tornou-se público que muitos recebiam por fora das empresas pelo uso dos dispositivos de órteses e próteses em cirurgias, emitindo notas superfaturadas. Também havia o esquema de certos hospitais e gestores fraudarem licitações, estabelecendo exigências que direcionavam o processo para a indústria com a qual já estavam mancomunados. No campo de cardiologia, imoralidade semelhante envolve o receituário de stents, expondo ao risco vidas de inocentes. Tubos metálicos usados para normalizar a circulação, expandindo os vasos sanguíneos entupidos do coração, são implantados sem a menor necessidade. Outra agravante: parte do material utilizado estava vencido. Segundo os artigos 68 e 69 do Código de Ética Médica, é proibido ao médico manter relações com segmentos da indústria farmacêutica e de outros insumos de saúde com a intenção de influenciar, promover ou comercializar produtos por meio da prescrição. Então, não resta perdão nem guarida moral para aqueles que cedem às tentações do enriquecimento ilícito em detrimento dos pacientes. Esses charlatões prejudicam o já combalido Sistema Único de Saúde (SUS), e as operadoras de saúde, que arcam com cirurgias desnecessárias ou superfaturadas em até 1000%. A consequência da roubalheira acaba sendo a falta de recursos para investir em melhorias de infraestrutura e na valorização dos recursos humanos, por exemplo. Ainda mais grave é o risco de danos irreversíveis e fatais ao qual se expõe o paciente. Para coibir esses infratores, a fiscalização constante do governo e órgãos reguladores, como os Conselhos Federal e Regionais, é crucial. Precisamos da união de todas as entidades médicas e da sociedade para pôr fim a tal prática criminosa e extirpar o mal pela raiz. Aliás, o paciente pode ser um dos melhores fiscais nessa empreitada; por isso, indicamos que denuncie qualquer problema do gênero. Com o auxílio da população, da imprensa e dos órgãos responsáveis do governo podemos e temos a obrigação de diminuir as brechas para os ilícitos, criando mecanismos de transparência às negociações. Obviamente que devemos tratar esse escândalo no campo das exceções. Os 400 mil médicos brasileiros não merecem ter a imagem maculada por uma minoria imoral. Entretanto, não devemos ter a menor clemência com os corruptos de nosso meio: o lugar deles é na cadeia. Jornal do Commercio - PE 19/02/2015 - 08:17 Maconha afeta neurônio da fome A fome incontrolável que o usuário de maconha sente após fumar pode ser desencadeada por neurônios que, em circunstâncias normais, têm função contrária: suprimir o apetite. A conclusão é de novo estudo publicado na revista Nature e realizado por cientistas da Universidade de Yale (EUA), incluindo o professor brasileiro de Medicina Comparativa e Neurobiologia Marcelo Dietrich. Em camundongos transgênicos, os cientistas manipularam a rota celular que a ação da maconha produz no cérebro e monitoraram os circuitos cerebrais que promovem a fome. Segundo o coordenador do estudo, Tamas Horvath, ao observar como o centro de apetite do cérebro responde à maconha, a equipe descobriu o fator responsável pela fome extrema dos usuários e, ao mesmo tempo, como o mecanismo que normalmente "desliga" a fome acaba estimulando o apetite. "É como se pisássemos no freio e o carro acelerasse em vez de parar", disse Horvath. A maconha, nesse caso, é o que transforma o freio em acelerador. "Ficamos surpresos ao descobrir que os neurônios responsáveis por suprimir o apetite promovem a fome, mesmo quando a pessoa está saciada". Segundo Horvath, a descoberta poderá abrir caminho para pesquisas que, por exemplo, ajudem pacientes com câncer que perdem o apetite durante o tratamento. O estudo, porém, não desvendou totalmente o mistério da fome incontrolável da maconha. Horvath afirma que outros processos neurais participam do fenômeno dentro do hipotálamo e o canabinoide (princípio ativo da maconha) também afeta outras partes do cérebro. "É preciso fazer novas pesquisas para validar a descoberta". Jornal do Commercio - PE 19/02/2015 - 08:17 Nova substância na guerra contra a aids Cientistas americanos desenvolveram um composto que se mostrou eficaz por vários meses. Perspectiva é de criação de um tratamento duradouro no combate ao HIV Uma substância de combate à aids desenvolvida por uma equipe americana se mostrou eficaz durante vários meses em macacos, abrindo a perspectiva de um tratamento de efeito prolongado contra o HIV, anunciou ontem a revista Nature. "Desenvolvemos um inibidor muito poderoso e de espectro muito amplo que atua sobre o HIV-1, ou seja, o principal vírus da aids presente no mundo", explicou Michael Farzan, um dos cientistas que coordenou os experimentos. A substância desenvolvida é fruto de vários anos de pesquisa realizada principalmente pelo Scripps Research Institute, um centro de pesquisa sem fins lucrativos com sede na Flórida e financiado pelo instituto público de pesquisa americano especializado em doenças infecciosas NIAID. Este composto denominado eCD4-Ig oferece uma "proteção muito, muito forte" contra o HIV, explicou Farzan, com base em um experimento realizado com macacos e apresentado na revista científica britânica Nature. O teste mostrou que a substância, injetada apenas uma vez, era capaz de proteger durante ao menos oito meses do equivalente da aids para os macacos. Para garantir o efeito prolongado, o eCD4-Ig foi associado a um vírus de tipo adenoassociado (AAV), inofensivo, mas capaz de introduzir-se nas células e fazer com que produzam indefinidamente a proteína protetora capaz de criar um efeito anti-aids de longa duração. Após o tratamento com o coquetel, os macacos foram submetidos a doses da versão símia da aids (SHIV-AD8). Nenhum animal desenvolveu a infecção, ao contrário dos macacos não tratados com eCD4-Ig e utilizados como "grupo de controle". O experimento será apresentado durante uma grande conferência anual em Seattle (Estados Unidos) na próxima semana. "Demonstraremos que estes macacos continuam protegidos contra doses de 8 a 16 vezes superiores à dose infecciosa, mais de um ano depois do tratamento", afirmou Farzan. Desde 1981, quase 78 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus HIV, que destrói as células do sistema imunológico e deixa o corpo exposto a tuberculose, pneumonia e a outras doenças. Segundo estimativas da ONU, 39 milhões de pessoas morreram vítimas da doença. Os medicamentos antirretrovirais desenvolvidos em meados da década de 1990 podem tratar a infecção, mas não conseguem curar nem prevenir a doença. CUBA Uma equipe de cientistas belgas e cubanos detectou na ilha uma nova cepa do vírus HIV, que desenvolve a aids com mais rapidez do que os outros subtipos identificados até agora. A nova cepa foi descoberta depois que os médicos do Instituto de Medicina Tropical (IPK) de Havana observaram que "alguns pacientes com HIV desenvolviam mais rapidamente a aids que outros". Jornal do Commercio - PE 19/02/2015 - 08:17 Planos têm vendas suspensas hoje Começa a valer hoje a suspensão de comercialização de 70 planos de saúde de 11 operadoras enquadradas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em seu 12º ciclo do programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento, anunciado na semana passada. Das que vendem serviços em Pernambuco, os casos mais críticos são da Viva Planos de Saúde, com 17 planos suspensos, e da Unimed Rio, com nove. Quem já é cliente pode ficar tranquilo porque não sofrerá alterações. A suspensão vale apenas para a venda de novos pacotes. A lista completa pode ser consultada no goo.gl/DPcniw. Paralelamente, neste ciclo, a ANS também permitiu a reativação de 43 planos de saúde que estavam com a comercialização até então suspensa, já que houve comprovada melhoria no atendimento ao cidadão nos últimos três meses. A suspensão acontece quando as operadoras desrespeitam os prazos máximos de atendimento e por outras queixas de natureza assistencial, como negativas indevidas de cobertura. Além de ter a comercialização suspensa, as operadoras que negaram indevidamente cobertura podem receber multa que varia de R$ 80 mil a R$ 100 mil. A Viva Saúde está atualmente em direção fiscal e enfrenta uma série de queixas dos usuários, revoltados com a redução da rede credenciada e a qualidade do atendimento. Segundo contam, na semana passada o último hospital com o qual podiam contar, o De Ávila, parou de atender beneficiários da operadora. Prestadores também reclamam da falta de pagamento e das dívidas já geradas, temendo que não sejam pagas. A Unimed Rio (antiga Golden Cross) também foi alvo de inúmeras reclamações recentes desde a venda da carteira de clientes individuais, em 2013. A reportagem procurou as duas empresas na tarde de ontem, mas não obteve sucesso no contato. Clientes que se sentirem lesados devem fazer denúncias junto à ANS, pelo telefone 0800-701-9656 ou no site www.ans.gov.br.