UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA
LABORATÓRIO DE SISTEMAS DISPERSOS
DISCIPLINA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA
ESTUDO DIRIGIDO DE MICRO E NANOPARTÍCULAS
01. Observando a figura 1, da página 726, explique que características físico-químicas
teria que ter um fármaco para se localizar de acordo com a representação esquemática
c).
Para controlar a liberação e permitir a otimização da velocidade de cedência e
regime de dosagem dos fármacos, utilizam-se vetores, dentre eles incluem-se
micropartículas e os sistemas colóides (lipossomos e nanoparticulas). As nanoparticulas
são constituídas por polímeros biodegradáveis; tem dado ênfase as suas potencialidades
terapêuticas e grande estabilidade nos fluidos biológicos; estes são carreadores de
fármacos, e têm nanocápsulas e nanoesferas em sua composição, as quais diferem entre
si pela sua composição e organização estruturais.
A representação esquemática estabelecida na figura 1 são nanoesferas, que ao
contrário das nanocápsulas, não apresentam núcleo oleoso, sendo formados por uma
matriz polimérica, onde o fármaco para ficar aderido ou adsorvido, tem que se adequar
com suas características físico-químicas, não sendo um fármaco oleoso, para facilitar a
sua adesão, obtendo assim estabilidades e potencialidades desejadas.
2)
As nanopartículas são constituídas por polímeros biodegradáveis, consistindo
um sistema de carreadores de fármacos que apresentam diâmetro inferior a 1 μm com
grande potencialidades terapêuticas, por isso apresentam uma maior estabilidade nos
fluídos biológicos e durante o armazenamento em relação aos lipossomas.
03) Nanopartículas podem ser usadas por via endovenosa?
Sim, as nanopartículas podem ser administradas por via endovenosa, visto que uma das
aéreas mais promissoras na utilização das nanopartículas é a vetorização de fármacos
anticancerígenos e de antibióticos, principalmente através de administração
parenteral, almejando uma distribuição mais seletiva dos mesmos e, assim, um
aumento do índice terapêutico.
Os lipossomas foram os primeiros nanossistemas utilizados na clínica e, ainda hoje, são
os únicos aprovados para administração endovenosa.
4)
Qual
a principal diferença
entre
nanocápsulas
e
nanoesferas?
A principal diferença entre estas nanopartículas está na composição, pois as
nanocápsulas possuem em seu interior um nucléo oleoso e já as nanoesferas não
possuem óleo em sua composição.
As nanocápsulas são constituídas por um invólucro polimérico disposto ao redor de
um núcleo oleoso, podendo o fármaco estar dissolvido neste núcleo e/ou adsorvido à
parede polimérica. Por outro lado, as nanoesferas, que não apresentam óleo em sua
composição, são formadas por uma matriz polimérica, onde o fármaco pode ficar retido
ou adsorvido.
5) Quais as vantagens do uso de nanopartículas por via oral em relação às preparações
convencionais?
Com relação à administração oral de nanopartículas, as pesquisas têm sido
direcionadas especialmente à: a) diminuição dos efeitos colaterais de certos fármacos,
destacando-se os antiinflamatórios não-esteróides (diclofenaco, indometacina), os quais
causam freqüentemente irritação à mucosa gastrintestinal e b) proteção de fármacos
degradáveis no trato gastrintestinal, como peptídeos, proteínas, e/ou hormônios,
aumentando a biodisponibilidade dos mesmos.
6] Quais as vantagens do uso de nanopartículas por via oftálmica em relação às
preparações convencionais?
A via oftálmica tem rápida eliminação da área pré-corneal, reduzida penetração
através da córnea e possui absorção sistêmica dos fármacos, o que limita esse modo de
administração. Estima-se assim que menos de 5% da dose aplicada alcance os tecidos
intraoculares. Além disso, vários fármacos potencialmente ativos em oftalmologia
apresentam uma reduzida solubilidade em água, inviabilizando a sua incorporação em
veículos convencionais como as soluções aquosas. A fim de contornar esses
inconvenientes, a incorporação de fármacos de uso ocular em sistemas coloidais
lipídicos como nanoemulsões, nanopartículas lipídicas sólidas e lipossomas tem sido
proposta na literatura visando o controle da liberação do farmaco, o aumento da
biodisponibilidade ocular e/ou a diminuição dos efeitos colaterais devido à absorção
sistêmica de certos fármacos. O aumento da permeabilidade da córnea e/ou
prolongamento do tempo de contato da forma farmacêutica com a superfície ocular
representam fatores importantes para o aumento da biodisponibilidade e atividade de
alguns fármacos, isso podendo estar relacionado com uma promoção da absorção em
função da composição das nanoemulsões (presença de tensoativos) e / ou com o
aumento da interação com os tecidos oculares e a troca de lipídeos das partículas
oleosas com o epitélio ocular.
7) Explique as diferenças entre os dois principais métodos de preparação de
nanopartículas.
Os principais métodos de preparação de nanopartículas são Polimerização in situ de
monômeros dispersos (cianoacrilato de alquila) e Precipitação de polímeros préformados, tais como poli (ácido lático) (PLA), poli (ácido lático-co-ácido glicólico)
(PLGA), poli(ε-caprolactona) (PCL) e, ainda, os copolímeros do ácido metacrílico e de
um éster acrílico ou metacrílico. E os métodos consistem em:
 Polimerização in situ de monômeros dispersos: acrescenta o monômero a um
meio aquoso que contém um tensoativo, o fármaco e HCl. Após polimerização e
formação das nanoesferas, neutraliza a suspensão e filtra.
 Precipitação de polímeros pré-formados: acrescenta o polímero, o solvente, o
tensoativo (opcional), o óleo (apenas na preparação de nanocápsulas)e o fármaco
a um meio aquoso que contém um tensoativo. Após precipitação do polímero e
formação das nanocápsulas ou nanoesferas , evapora o solvente e o excesso de
água.
8) Explique o que o artigo sugere para incrementar a estabilidade de
suspensões aquosas de nanopartículas e qual o método apresenta maior
viabilidade industrial.
O artigo sugere o uso da nebulização para a secagem de suspensões de
nanopartículas poliméricas, com intuito de implementar a estabilidade destes
sistemas. Utilizando esta metodologia, a partir de suspensões aquosas de
nanopartículas
pode-se
obter produtos
pulverulentos.
Esta
característica torna estes produtos interessantes como intermediários no
desenvolvimento de formas farmacêuticas compartimentadas como cápsulas e
comprimidos de ampla aplicação industrial.
9) Cite as principais metodologias empregadas para se caracterizar as suspensões
aquosas de nanopartículas
A caracterização das suspensões engloba a avaliação morfológica, a distribuição
de tamanho de partícula, a distribuição de massa molar do polímero, a determinação do
potencial zeta e do pH, a determinação da quantidade de fármaco associado às
nanoestruturas, a cinética de liberação do fármaco e, ainda, a avaliação da estabilidade
em função do tempo de armazenamento. O conjunto de informações obtidas pela
caracterização destes sistemas pode conduzir à proposição de modelos que descrevam a
organização das nanopartículas em nível molecular, que será dependente da composição
quali-quantitativa das formulações.
11) Explique a utilização do MET e da microscopia de força atômica aplicada para a
caracterização morfológica de nanopartículas.
O conhecimento detalhado das microestruturas dos materiais permite o entendimento e,
em muitos casos, até a previsão das propriedades físico-químicas dos mesmos. A
microscopia eletrônica de transmissão permite a análise de defeitos e fases internas dos
materiais, possibilitando assim a obtenção de informações sobre o tamanho e a forma
dos sistemas nanoparticulados. A MET, através da análise morfológica das estruturas,
possibilita a distinção entre sistemas de nanocapsulas e nanoesferas. Além disto, por
possibilitar a análise de estruturas internas, pode-se determinar através dela a espessura
das paredes das nanocapsulas. A microscopia eletrônica de varredura permite o estudo
das superfícies topográficas de materiais sólidos, mas fornece pouca ou nenhuma
informação sobre estruturas internas.
Através da MET demonstrou-se que as nanoesferas possuíam forma esférica, com
estrutura polimérica sólida e que as nanocapsulas encerravam em um núcleo oleoso
envolto por uma fina camada polimérica.
Foi demonstrado também que a incorporação de quantidades baixas ou elevadas de
fármaco, não alterou a morfologia de nanoparticulas formadas por PLA-blocopoli
(óxido de etileno).
A microscopia de força atômica, utilizada no estudo de polímeros, obtém imagens de
acordo com os vários tipos de força envolvidas na estruturação do polímero em análise.
Apresenta várias vantagens sobre a microscopia eletrônica, mas não dispensa o uso
desta. Fornece informações com alta resolução em três dimensões. Foi empregada no
estudo morfológico mais detalhado de nanoesferas de PLGA onde revelou a presença de
pequenas cavidades e poros.
Questão 12- Cite as técnicas mais empregadas na determinação da distribuição e
tamanho de partículas em escala nanométrica?
Espectroscopia de correlação de fótons, a qual possibilita a determinação do raio
hidrodinâmico das partículas em suspensão, e microscopias eletrônicas de varredura
(MEV ) ou de transmissão(MET) , as quais fornecem uma imagem da partícula isolada
do meio.
(13)Qual o diâmetro médio de uma suspensão aquosa de nanopartículas?
Resposta:De uma forma geral, as nanopartículas obtidas através de diferentes métodos,
após a preparação, apresentam uma distribuição unimodal, com um baixo índice de
polidispersão. Os métodos usuais para a determinação da distribuição de tamanho das
nanopartículas consistem em espectroscopia de correlação de fótons e MEV ou MET52.
Dependendo da formulação, podem ser verificadas diferenças de tamanho de partículas
conforme o método empregado na sua determinação, uma vez que a microscopia
eletrônica fornece uma imagem da partícula isolada do meio, enquanto a espectroscopia
de correlação de fótons possibilita a determinação do raiohidrodinâmico das partículas
em suspensão. Vários estudos demonstrados na Tabela 1 têm sido desenvolvidos para a
avaliação dos principais fatores que afetam o diâmetro das partículas de sistemas
nanoestruturados. Geralmente, as nanopartículas, mesmo preparadas através de
diferentes métodos, apresentam diâmetros médios entre 100 e 300 nm, no entanto,
partículas com diâmetros em torno de 60 a 70 nm ou mesmo inferiores a 50nm podem
ser obtidas. A composição quali-quantitativa e o método de preparação das
nanopartículas são fatores determinantes do diâmetro médio e da polidispersão das
partículas. No caso das nanocápsulas, um fator importante, que influencia o diâmetro
das partículas, é a natureza do óleo utilizado como núcleo. Os resultados são atribuídos
às diferenças de viscosidade, hidrofobicidade ou tensão interfacial das substâncias
empregadas.
14) O que determina a granulometria de uma suspensão aquosa de nanopartículas?
A composição quali-quantitativa e o metodo de preparação das nanoparticulas
são os fatores determinantes do diametro medio e da polidispersao das particulas. No
caso das nanocapsulas, um fator importante, que influencia o diametro das particulas, é
a natureza do óleo utilizado como nucleo.
15) A que se deve a variação da granulometria de suspensões aquosas de
nanopartículas?
A variação da granulometria de suspensões aquosas de nanopartículas deve-se as
substâncias empregadas na formulação, pois elas podem apresentar diferenças de
viscosidade, hidrofobicidade ou tensão interfacial.
16) Como o emprego de monômeros poliméricos ou do polímero propriamente dito
pode induzir a redução do tamanho de partículas de uma suspensão aquosa de
nanopartículas?
Os monômeros poliméricos induzem a redução do tamanho de partículas por
meio da redução da energia livre interfacial do sistema. E o polímero propriamente dito
atua causando um efeito estabilizador ao redor das gotículas da suspensão.
QUESTÃO 18)
A tabela I avalia os parâmetros que influenciam o diâmetro de nanocápsulas e
nanoesferas preparadas através de diferentes métodos. A parte “C” da tabela avalia três
métodos de preparação distintos para formação de nanoestruturas do Diclofenaco
utilizando dois tipos de polímeros.
Na obtenção de nanocápsulas a partir da precipitação de polímeros pré-formado,
utilizando como polímero o poli (ácido lático) (PLA), foi verificado que as
concentrações de óleo e de fármaco não influenciaram o diâmetro médio das
nanocápsulas. O emprego do fármaco antes da precipitação do polímero em meio
aquoso pode ou não influenciar o diâmetro médio das partículas. Nesse caso, a
utilização do fármaco na fase orgânica não influenciou o diâmetro médio das partículas.
Em nanoesferas obtidas por emulsificação-difusão, utilizando como polímero o
poli (ácido lático) (PLA), o aumento da concentração do polímero ocasionou aumento
do diâmetro das nanoesferas, já o aumento da velocidade de agitação e aumento da
concentração de tensoativo ocasionaram redução do diâmetro das partículas. Esse fato
se deve pela presença do fármaco no meio reacional influenciar o processo de
nucleação, conduzindo a partículas maiores com ampla distribuição de tamanho.
Na obtenção de nanocápsulas por polimerização interfacial, utilizando o
polímero poli (cianato de iso-butila) (PIBCA), foram obtidas nanocápsulas de menor
diâmetro quando comparadas ao diâmetro das gotículas de nanoemulsão
correspondente. A adição de monômeros à emulsão (método de polimerização
interfacial) pode levar à diminuição do tamanho de partícula em relação à emulsão
devido, provavelmente, a redução de energia livre interfacial do sistema.
19A parte D da tabela mostra 3 situações e as conseqüências delas sobre o
diâmetro das nanopartículas formadas
1ª situação: adição do fármaco após a formação das nanoesferas não alterou o
diâmetro. Explicação: A presença do fármaco no meio reacional influencia o processo
de nucleação, conduzindo a partículas maiores com ampla distribuição de tamanho,
porém quando o fármaco é adicionado após o término da polimerização, o tamanho
destas não é alterado pela sua associação.
2ª situação: o aumento da concentração de HCl ou do tensoativo diminuiu o
diâmetro das nanoesferas. Explicação: A diminuição de tamanho de partícula em
relação à emulsão é devido, provavelmente, à redução da energia livre interfacial do
sistema.
3ª situação: o aumento da concentração de monômero ocasionou o aumento do
diâmetro das nanoesferas. Explicação: interferência na síntese e deposição das cadeias
oligoméricas formadas.
20) Como a análise da massa molar do polímero após a formação da suspensão aquosa
de nanopartículas pode servir de parâmetro para avaliação da interação do fármaco nele
carreado com o sistema?
A determinação da distribuição de massa molar do polímero, após preparação,
pode fornecer informações em relação à influência de componentes da formulação sobre
o processo de polimerização, sobre a ocorrência de reações químicas entre o fármaco e
o polímero e, ainda, sobre a degradação do polímero, em função do tempo. Sendo assim
justificado que a análise da massa molar do polímero após a formação da suspensão
é um item de grande importância para a avaliação da interação do fármaco nele carreado
com o sistema.
21) Como a análise da massa molar do polímero após a formação da suspensão aquosa
de nanopartículas pode servir de parâmetro para avaliação da estabilidade da mesma?
A determinação da distribuição de massa molar do polímero, após preparação,
pode fornecer informações em relação à influência de componentes da formulação sobre
o processo de polimerização, sobre a ocorrência de reações químicas entre o fármaco e
o polímero e, ainda, sobre a degradação do polímero, em função do tempo.
22-Defina potencial zeta.
Potencial zeta é uma propriedade que reflete o potencial de superfície das partículas,
que pode ser influenciado pelas mudanças na interface com o meio dispersante, em
razão da relação dos grupos funcionais na superfície da partícula com o solvente (meio
dispersante).
24)
Como os constituintes da formulação de uma determinada suspensão aquosa de
nanopartículas pode influenciar a estabilidade físico-química da preparação?
Especialmente os poliésteres, como o PLA, e as lecitinas fornecem um potencial
negativo à interface, enquanto que, os poloxamers (tensoativos não-iônicos) tendem a
reduzir o valor absoluto deste parâmetro. Em módulo, um valor de potencial zeta
relativamente alto é importante para uma boa estabilidade físico-química da suspensão
coloidal, pois grandes forças repulsivas tendem a evitar a agregação em função das
colisões ocasionais de nanopartículas adjacentes.
25)Como as característica de superfície das partículas de uma suspensão aquosa de
nanopartículas podem alterar a resposta biológica do fármaco a ela associada?
Devido à hidrofobicidade da superfície das partículas, o fármaco, quando
administrado intravenosamente, tem dificuldade de chegar ao seu sítio de ação, isso se
deve pela ação do sistema fagocitário mononuclear que remove rapidamente da
circulação sanguínea os sistemas de nanopartículas convencionais.
26) Como a presença de quitosana altera a interação das nanopartículas com as
membranas biológicas?
A quitosana irá favorecer a interação entre as membranas biológicas e as
nanopartículas. Isto foi demonstrado através do preparo de nanoemulsões e
nanocápsulas de PCL, nas quais a quitosana (um polissacarídeo catiônico) foi
incorporada às formulações para fornecer potencial de superfície positivo às partículas,
objetivando facilitar a interação destas com as membranas biológicas fosfolipídicas,
além de prevenir a desestabilização das nanoestruturas de poliéster devido à adsorção de
cátions e proteínas catiônicas presentes nos fluidos biológicos.
Em módulo, um valor de potencial zeta relativamente alto é importante para uma
boa estabilidade físico-química da suspensão coloidal, pois grandes forças repulsivas
tendem a evitar a agregação em função das colisões ocasionais de nanopartículas
adjacentes.
27)
Como o potencial zeta pode ser usado na avaliação da cinética de interação de
fármacos com nanopartículas?
Estudos têm mostrado que quando o fármaco é adicionado às nanopartículas em
quantidades crescentes, a redução, em módulo, do potencial zeta é concordante com o
aumento da taxa de associação do fármaco, dessa forma ao se medir a variação do
potencial zeta, estaremos medindo a taxa de associação do fármaco com as
nanopartículas.
28- Como o potencial zeta pode ajudar na elucidação de modelos descritivos da
organização das nanopartículas?
Através da determinação dos valores do potencial zeta de formulações que
contem nanopartículas, como as nanocápsulas, nanoesferas e nanoemulsões, pode-se
observar o efeito da composição das diferentes formulações sobre a organização das
partículas. Estudos realizados com nanocápsulas, nanoemulsões e nanoesferas
mostraram que as duas primeiras formulações possuem potencial zeta mais negativo do
que a primeira, fenômeno este explicado pela presença da fase oleosa, a qual
proporciona a formação de uma camada polimérica ao redor das gotículas de óleo como
um filme delgado polimérico. Outros estudos comprovaram a influência que a fase
oleosa causa no potencial zeta das formulações, quando observaram que não houve
alteração desse valor, em preparações que apresentavam núcleo oleoso de diferente
natureza, porque o óleo estava completamente encapsulado pelo polímero utilizado, e
não disperso externamente e por isso não modificando o potencial zeta das formulações.
Além disso, a determinação do potencial zeta também torna possível verificar a
localização do tensoativo dentro da formulação, determinando, assim, se ele está na
superfície externa do polímero ou se está misturado com o filme polimérico ao redor do
núcleo oleoso. Sendo assim, através desses estudos, concluiu-se que determinando o
potencial zeta consegue-se determinar a organização da formulação, como as partículas
se encontram dispostas e onde os tensoativos se localizam dentro da formulação.
30)Explique como pode ser determinada a taxa de associação de um
fármaco numa suspensão aquosa de nanopartículas por ultra-centrifugação.
A concentração do fármaco livre presente na suspensão, é determinada no
sobrenadante, após a centrifugação, e a concentração total de fármaco, por sua vez, é
geralmente determinada pela completa dissolução das nanopartículas em um solvente
adequado. Por conseguinte, a concentração de fármaco associada ás nanoestruturas é
calculada pela diferença entre as concentrações de fármaco total e livre.
31)
Explique como pode ser determinada a taxa de associação de um fármaco numa
suspensão aquosa de nanopartículas por ultrafiltração- centrifugaçã o.
Por se tratar se partículas de tamanho reduzido é difícil quantificar o fármaco associado
a essas namopartículas. Para se fazer a quantificação tem que separar a fração do
fármaco livre da fração do fármaco ligado. Existem duas técnicas que são mais
utilizadas. São elas: Ultracentrifugaçã o e a ultrafiltração- centrifugaçã o. A
ultracentrifuçã o consiste em fazer a dissolução das nanopartículas com o solvente
adequado, fazer a determinação do fármaco livre presente na suspensão após a
centrifugação e calcular a diferença entre as concentrações de fármaco total e livre. Na
segunda técnica a filtração é realizada por uma membrana (10 kDa) que é usada para
separar parte da fase aquosa dispersante da suspensão coloidal. A concentração livre do
fármaco é determinada no ultrafiltrado e a fração de fármaco associada as
nanoestruturas é calculada também pela subtração das concentrações total e livre.
32) Cite cinco fatores capazes de influenciar a quantidade de fármaco associada à
sistemas nanoestruturados.
Diversos fatores influenciam na quantidade de fármaco associada à
sistemas nanoestruturados, dentre os quais cita-se: as características físicoquímicas do fármaco, o pH do meio, a quantidade de fármaco adicionada à
formulação, as características da superfície das partículas ou a natureza do
polímero e o tipo de tensoativo adsorvido à superfície polimérica.
33) Qual a taxa de associação média de fármacos em suspensões aquosas de
nanopartículas?
R.: A taxa de associação de alguns fármacos a nanopartículas poliméricas:
Indometacina 94-100%
Diclofenaco 100%
Ciclosporina A 90-98%
Ampicilina 75%
Diazepam 92-94%
Pentamidina 48-75%
Etionamida 39-62%
Insulina 87-96%
Fazendo-se uma média das taxas de associação dos fármacos sitados acima,
obtem-se o valor de 82,8%.
34) Que técnicas podem ser empregadas para se avaliar a associação do fármacos a
nanopartículas?
- Estudos comparativos de potencial zeta;
- Estudos de perfis de liberação;
- Estudos de distribuição de massa molar do polímero;
- Estudos de adsorção;
- Taxa de associação do fármaco às nanoestruturas;
- Sondas fluorescentes;
- Espectroscopia eletrônica;
- Calorimetria exploratória diferencial;
- Difração de raios X;
- Espectroscopia no infravermelho.
36) Como pode ocorrer a liberação dos fármacos a partir de nanopartículas segundo
Soppimath et al.?
De acordo com Soppimath e colaboradores, a liberação dos fármacos a partir
de sistemas nanoparticulados poliméricos depende de diferentes fatores: a) da dessorção
do fármaco da superfície das partículas; b) da difusão do fármaco através da matriz das
nanoesferas; c) da difusão através da parede polimérica das nanocápsulas; d) da erosão
da matriz polimérica ou e) da combinação dos processos de difusão e erosão. Métodos
como a difusão em sacos de diálise e a separação baseada na ultracentrifugação na
filtração a baixa pressão ou na ultrafiltração-centrifugação têm sido utilizados para este
fim.
38) Que parâmetros físico-químicos podem ser utilizados para monitorar a estabilidade
de uma suspensão de nanopartículas?
Para monitorar a estabilidade de uma solução de nanopartículas é necessário
analisar o tamanho das partículas, o potencial zeta, o teor do fármaco, o pH e a
distribuição da massa molar do polímero. Normalmente, as suspensões coloidais não
possuem a tendência de separação de fases, mas com o tempo, pode ocorrer uma
aglomeração das partículas e por conseqüência a sedimentação das mesmas. Por isso a
avaliação da estabilidade é fundamental.
39- quais as principais limitações apresentados por nanopartículas para que ocorra o seu
uso em escala industrial?
São devido aos problemas de baixa estabilidade físico-quimica, em período de
armazenamento prolongado, a agregação das partículas, a estabilidade química do
polímero, do fármaco ou de outras matérias-primas e ainda, a liberação prematura da
substância ativa, e é importante nefatizar que formas farmacêuticas líquidas são
propensas à proliferação microbiana, havendo a necessidade de adição de conservantes.
40) O que é liofilização? A liofilização consiste na remoção da água (gelo)
através de sublimação e tem sido amplamente empregada para a secagem de suspensões
de nanoesferas.
41)Como atuam os crioprotetores num processo de congelamento de uma suspensão de
nanopartículas que permitem uma maior estabilidade da mesma em relação ao seu
congelamento sem a presença de crioprotetores?
Atuam formando uma matriz amorfa ao redor das nanopartículas, promovendo
assim um espaçamento entre as mesmas, e evitando a agregação durante o
congelamento, tornando-as ressuspendíveis.
42) O que é nebulização?
A operação de secagem por nebulização consiste na passagem da solução ou da
suspensão, através de um orifício atomizador, para a câmara de secagem sob a forma de
gotículas, em co-corrente, contracorrente ou fluxo misto de ar quente, que promove a
rápida secagem das gotículas. As partículas sólidas secas são, então, separadas e
recolhidas, podendo apresentar-se sob a forma de pós finos, granulados ou aglomerados.
Freitas e Müller131 empregaram a nebulização como uma alternativa à liofilização,
objetivando aumentar a estabilidade de nanopartículas formadas por lipídeos sólidos,
utilizando com adjuvante carboidratos (manitol, lactose, trealose, sorbitol, glicose e
manose).
Os pós nebulizados têm sido caracterizados através de MEV, da determinação do
teor de fármaco, do rendimento da nebulização, da umidade residual da liberação in
vitro dos fármacos associados e, ainda, mediante análises através de DSC.
43) QUAL A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE LIOFILIZAÇÃO E
NEBULIZAÇÃO?
A principal diferença se dá no princípio por meio do qual cada técnica opera. A
liofilização se baseia no fenômeno da sublimação e a nebulização na aspersão.
A liofilização consiste na remoção da água (gelo) através de sublimação
com um controle rigoroso de alto vácuo.
A operação de secagem por nebulização consiste na passagem da solução ou
da suspensão, através de um orifício atomizador, para a câmara de secagem sob a forma
de gotículas, em co-corrente, contracorrente ou fluxo misto de ar quente, que promove a
rápida secagem das gotículas. As partículas sólidas secas são, então, separadas e
recolhidas, podendo apresentar-se sob a forma de pós finos, granulados ou aglomerados.
Dentre as vantagens do uso desta última técnica incluem a produção de
partículas de qualidade consistente, a facilidade em relação ao uso contínuo, a
aplicabilidade da técnica em materiais termossensíveis e termorresistentes, a capacidade
de processar diversos tipos de matérias- primas e a flexibilidade para a definição de um
projeto com base na formulação.
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