UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA LABORATÓRIO DE SISTEMAS DISPERSOS DISCIPLINA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA ESTUDO DIRIGIDO DE MICRO E NANOPARTÍCULAS 01. Observando a figura 1, da página 726, explique que características físico-químicas teria que ter um fármaco para se localizar de acordo com a representação esquemática c). Para controlar a liberação e permitir a otimização da velocidade de cedência e regime de dosagem dos fármacos, utilizam-se vetores, dentre eles incluem-se micropartículas e os sistemas colóides (lipossomos e nanoparticulas). As nanoparticulas são constituídas por polímeros biodegradáveis; tem dado ênfase as suas potencialidades terapêuticas e grande estabilidade nos fluidos biológicos; estes são carreadores de fármacos, e têm nanocápsulas e nanoesferas em sua composição, as quais diferem entre si pela sua composição e organização estruturais. A representação esquemática estabelecida na figura 1 são nanoesferas, que ao contrário das nanocápsulas, não apresentam núcleo oleoso, sendo formados por uma matriz polimérica, onde o fármaco para ficar aderido ou adsorvido, tem que se adequar com suas características físico-químicas, não sendo um fármaco oleoso, para facilitar a sua adesão, obtendo assim estabilidades e potencialidades desejadas. 2) As nanopartículas são constituídas por polímeros biodegradáveis, consistindo um sistema de carreadores de fármacos que apresentam diâmetro inferior a 1 μm com grande potencialidades terapêuticas, por isso apresentam uma maior estabilidade nos fluídos biológicos e durante o armazenamento em relação aos lipossomas. 03) Nanopartículas podem ser usadas por via endovenosa? Sim, as nanopartículas podem ser administradas por via endovenosa, visto que uma das aéreas mais promissoras na utilização das nanopartículas é a vetorização de fármacos anticancerígenos e de antibióticos, principalmente através de administração parenteral, almejando uma distribuição mais seletiva dos mesmos e, assim, um aumento do índice terapêutico. Os lipossomas foram os primeiros nanossistemas utilizados na clínica e, ainda hoje, são os únicos aprovados para administração endovenosa. 4) Qual a principal diferença entre nanocápsulas e nanoesferas? A principal diferença entre estas nanopartículas está na composição, pois as nanocápsulas possuem em seu interior um nucléo oleoso e já as nanoesferas não possuem óleo em sua composição. As nanocápsulas são constituídas por um invólucro polimérico disposto ao redor de um núcleo oleoso, podendo o fármaco estar dissolvido neste núcleo e/ou adsorvido à parede polimérica. Por outro lado, as nanoesferas, que não apresentam óleo em sua composição, são formadas por uma matriz polimérica, onde o fármaco pode ficar retido ou adsorvido. 5) Quais as vantagens do uso de nanopartículas por via oral em relação às preparações convencionais? Com relação à administração oral de nanopartículas, as pesquisas têm sido direcionadas especialmente à: a) diminuição dos efeitos colaterais de certos fármacos, destacando-se os antiinflamatórios não-esteróides (diclofenaco, indometacina), os quais causam freqüentemente irritação à mucosa gastrintestinal e b) proteção de fármacos degradáveis no trato gastrintestinal, como peptídeos, proteínas, e/ou hormônios, aumentando a biodisponibilidade dos mesmos. 6] Quais as vantagens do uso de nanopartículas por via oftálmica em relação às preparações convencionais? A via oftálmica tem rápida eliminação da área pré-corneal, reduzida penetração através da córnea e possui absorção sistêmica dos fármacos, o que limita esse modo de administração. Estima-se assim que menos de 5% da dose aplicada alcance os tecidos intraoculares. Além disso, vários fármacos potencialmente ativos em oftalmologia apresentam uma reduzida solubilidade em água, inviabilizando a sua incorporação em veículos convencionais como as soluções aquosas. A fim de contornar esses inconvenientes, a incorporação de fármacos de uso ocular em sistemas coloidais lipídicos como nanoemulsões, nanopartículas lipídicas sólidas e lipossomas tem sido proposta na literatura visando o controle da liberação do farmaco, o aumento da biodisponibilidade ocular e/ou a diminuição dos efeitos colaterais devido à absorção sistêmica de certos fármacos. O aumento da permeabilidade da córnea e/ou prolongamento do tempo de contato da forma farmacêutica com a superfície ocular representam fatores importantes para o aumento da biodisponibilidade e atividade de alguns fármacos, isso podendo estar relacionado com uma promoção da absorção em função da composição das nanoemulsões (presença de tensoativos) e / ou com o aumento da interação com os tecidos oculares e a troca de lipídeos das partículas oleosas com o epitélio ocular. 7) Explique as diferenças entre os dois principais métodos de preparação de nanopartículas. Os principais métodos de preparação de nanopartículas são Polimerização in situ de monômeros dispersos (cianoacrilato de alquila) e Precipitação de polímeros préformados, tais como poli (ácido lático) (PLA), poli (ácido lático-co-ácido glicólico) (PLGA), poli(ε-caprolactona) (PCL) e, ainda, os copolímeros do ácido metacrílico e de um éster acrílico ou metacrílico. E os métodos consistem em: Polimerização in situ de monômeros dispersos: acrescenta o monômero a um meio aquoso que contém um tensoativo, o fármaco e HCl. Após polimerização e formação das nanoesferas, neutraliza a suspensão e filtra. Precipitação de polímeros pré-formados: acrescenta o polímero, o solvente, o tensoativo (opcional), o óleo (apenas na preparação de nanocápsulas)e o fármaco a um meio aquoso que contém um tensoativo. Após precipitação do polímero e formação das nanocápsulas ou nanoesferas , evapora o solvente e o excesso de água. 8) Explique o que o artigo sugere para incrementar a estabilidade de suspensões aquosas de nanopartículas e qual o método apresenta maior viabilidade industrial. O artigo sugere o uso da nebulização para a secagem de suspensões de nanopartículas poliméricas, com intuito de implementar a estabilidade destes sistemas. Utilizando esta metodologia, a partir de suspensões aquosas de nanopartículas pode-se obter produtos pulverulentos. Esta característica torna estes produtos interessantes como intermediários no desenvolvimento de formas farmacêuticas compartimentadas como cápsulas e comprimidos de ampla aplicação industrial. 9) Cite as principais metodologias empregadas para se caracterizar as suspensões aquosas de nanopartículas A caracterização das suspensões engloba a avaliação morfológica, a distribuição de tamanho de partícula, a distribuição de massa molar do polímero, a determinação do potencial zeta e do pH, a determinação da quantidade de fármaco associado às nanoestruturas, a cinética de liberação do fármaco e, ainda, a avaliação da estabilidade em função do tempo de armazenamento. O conjunto de informações obtidas pela caracterização destes sistemas pode conduzir à proposição de modelos que descrevam a organização das nanopartículas em nível molecular, que será dependente da composição quali-quantitativa das formulações. 11) Explique a utilização do MET e da microscopia de força atômica aplicada para a caracterização morfológica de nanopartículas. O conhecimento detalhado das microestruturas dos materiais permite o entendimento e, em muitos casos, até a previsão das propriedades físico-químicas dos mesmos. A microscopia eletrônica de transmissão permite a análise de defeitos e fases internas dos materiais, possibilitando assim a obtenção de informações sobre o tamanho e a forma dos sistemas nanoparticulados. A MET, através da análise morfológica das estruturas, possibilita a distinção entre sistemas de nanocapsulas e nanoesferas. Além disto, por possibilitar a análise de estruturas internas, pode-se determinar através dela a espessura das paredes das nanocapsulas. A microscopia eletrônica de varredura permite o estudo das superfícies topográficas de materiais sólidos, mas fornece pouca ou nenhuma informação sobre estruturas internas. Através da MET demonstrou-se que as nanoesferas possuíam forma esférica, com estrutura polimérica sólida e que as nanocapsulas encerravam em um núcleo oleoso envolto por uma fina camada polimérica. Foi demonstrado também que a incorporação de quantidades baixas ou elevadas de fármaco, não alterou a morfologia de nanoparticulas formadas por PLA-blocopoli (óxido de etileno). A microscopia de força atômica, utilizada no estudo de polímeros, obtém imagens de acordo com os vários tipos de força envolvidas na estruturação do polímero em análise. Apresenta várias vantagens sobre a microscopia eletrônica, mas não dispensa o uso desta. Fornece informações com alta resolução em três dimensões. Foi empregada no estudo morfológico mais detalhado de nanoesferas de PLGA onde revelou a presença de pequenas cavidades e poros. Questão 12- Cite as técnicas mais empregadas na determinação da distribuição e tamanho de partículas em escala nanométrica? Espectroscopia de correlação de fótons, a qual possibilita a determinação do raio hidrodinâmico das partículas em suspensão, e microscopias eletrônicas de varredura (MEV ) ou de transmissão(MET) , as quais fornecem uma imagem da partícula isolada do meio. (13)Qual o diâmetro médio de uma suspensão aquosa de nanopartículas? Resposta:De uma forma geral, as nanopartículas obtidas através de diferentes métodos, após a preparação, apresentam uma distribuição unimodal, com um baixo índice de polidispersão. Os métodos usuais para a determinação da distribuição de tamanho das nanopartículas consistem em espectroscopia de correlação de fótons e MEV ou MET52. Dependendo da formulação, podem ser verificadas diferenças de tamanho de partículas conforme o método empregado na sua determinação, uma vez que a microscopia eletrônica fornece uma imagem da partícula isolada do meio, enquanto a espectroscopia de correlação de fótons possibilita a determinação do raiohidrodinâmico das partículas em suspensão. Vários estudos demonstrados na Tabela 1 têm sido desenvolvidos para a avaliação dos principais fatores que afetam o diâmetro das partículas de sistemas nanoestruturados. Geralmente, as nanopartículas, mesmo preparadas através de diferentes métodos, apresentam diâmetros médios entre 100 e 300 nm, no entanto, partículas com diâmetros em torno de 60 a 70 nm ou mesmo inferiores a 50nm podem ser obtidas. A composição quali-quantitativa e o método de preparação das nanopartículas são fatores determinantes do diâmetro médio e da polidispersão das partículas. No caso das nanocápsulas, um fator importante, que influencia o diâmetro das partículas, é a natureza do óleo utilizado como núcleo. Os resultados são atribuídos às diferenças de viscosidade, hidrofobicidade ou tensão interfacial das substâncias empregadas. 14) O que determina a granulometria de uma suspensão aquosa de nanopartículas? A composição quali-quantitativa e o metodo de preparação das nanoparticulas são os fatores determinantes do diametro medio e da polidispersao das particulas. No caso das nanocapsulas, um fator importante, que influencia o diametro das particulas, é a natureza do óleo utilizado como nucleo. 15) A que se deve a variação da granulometria de suspensões aquosas de nanopartículas? A variação da granulometria de suspensões aquosas de nanopartículas deve-se as substâncias empregadas na formulação, pois elas podem apresentar diferenças de viscosidade, hidrofobicidade ou tensão interfacial. 16) Como o emprego de monômeros poliméricos ou do polímero propriamente dito pode induzir a redução do tamanho de partículas de uma suspensão aquosa de nanopartículas? Os monômeros poliméricos induzem a redução do tamanho de partículas por meio da redução da energia livre interfacial do sistema. E o polímero propriamente dito atua causando um efeito estabilizador ao redor das gotículas da suspensão. QUESTÃO 18) A tabela I avalia os parâmetros que influenciam o diâmetro de nanocápsulas e nanoesferas preparadas através de diferentes métodos. A parte “C” da tabela avalia três métodos de preparação distintos para formação de nanoestruturas do Diclofenaco utilizando dois tipos de polímeros. Na obtenção de nanocápsulas a partir da precipitação de polímeros pré-formado, utilizando como polímero o poli (ácido lático) (PLA), foi verificado que as concentrações de óleo e de fármaco não influenciaram o diâmetro médio das nanocápsulas. O emprego do fármaco antes da precipitação do polímero em meio aquoso pode ou não influenciar o diâmetro médio das partículas. Nesse caso, a utilização do fármaco na fase orgânica não influenciou o diâmetro médio das partículas. Em nanoesferas obtidas por emulsificação-difusão, utilizando como polímero o poli (ácido lático) (PLA), o aumento da concentração do polímero ocasionou aumento do diâmetro das nanoesferas, já o aumento da velocidade de agitação e aumento da concentração de tensoativo ocasionaram redução do diâmetro das partículas. Esse fato se deve pela presença do fármaco no meio reacional influenciar o processo de nucleação, conduzindo a partículas maiores com ampla distribuição de tamanho. Na obtenção de nanocápsulas por polimerização interfacial, utilizando o polímero poli (cianato de iso-butila) (PIBCA), foram obtidas nanocápsulas de menor diâmetro quando comparadas ao diâmetro das gotículas de nanoemulsão correspondente. A adição de monômeros à emulsão (método de polimerização interfacial) pode levar à diminuição do tamanho de partícula em relação à emulsão devido, provavelmente, a redução de energia livre interfacial do sistema. 19A parte D da tabela mostra 3 situações e as conseqüências delas sobre o diâmetro das nanopartículas formadas 1ª situação: adição do fármaco após a formação das nanoesferas não alterou o diâmetro. Explicação: A presença do fármaco no meio reacional influencia o processo de nucleação, conduzindo a partículas maiores com ampla distribuição de tamanho, porém quando o fármaco é adicionado após o término da polimerização, o tamanho destas não é alterado pela sua associação. 2ª situação: o aumento da concentração de HCl ou do tensoativo diminuiu o diâmetro das nanoesferas. Explicação: A diminuição de tamanho de partícula em relação à emulsão é devido, provavelmente, à redução da energia livre interfacial do sistema. 3ª situação: o aumento da concentração de monômero ocasionou o aumento do diâmetro das nanoesferas. Explicação: interferência na síntese e deposição das cadeias oligoméricas formadas. 20) Como a análise da massa molar do polímero após a formação da suspensão aquosa de nanopartículas pode servir de parâmetro para avaliação da interação do fármaco nele carreado com o sistema? A determinação da distribuição de massa molar do polímero, após preparação, pode fornecer informações em relação à influência de componentes da formulação sobre o processo de polimerização, sobre a ocorrência de reações químicas entre o fármaco e o polímero e, ainda, sobre a degradação do polímero, em função do tempo. Sendo assim justificado que a análise da massa molar do polímero após a formação da suspensão é um item de grande importância para a avaliação da interação do fármaco nele carreado com o sistema. 21) Como a análise da massa molar do polímero após a formação da suspensão aquosa de nanopartículas pode servir de parâmetro para avaliação da estabilidade da mesma? A determinação da distribuição de massa molar do polímero, após preparação, pode fornecer informações em relação à influência de componentes da formulação sobre o processo de polimerização, sobre a ocorrência de reações químicas entre o fármaco e o polímero e, ainda, sobre a degradação do polímero, em função do tempo. 22-Defina potencial zeta. Potencial zeta é uma propriedade que reflete o potencial de superfície das partículas, que pode ser influenciado pelas mudanças na interface com o meio dispersante, em razão da relação dos grupos funcionais na superfície da partícula com o solvente (meio dispersante). 24) Como os constituintes da formulação de uma determinada suspensão aquosa de nanopartículas pode influenciar a estabilidade físico-química da preparação? Especialmente os poliésteres, como o PLA, e as lecitinas fornecem um potencial negativo à interface, enquanto que, os poloxamers (tensoativos não-iônicos) tendem a reduzir o valor absoluto deste parâmetro. Em módulo, um valor de potencial zeta relativamente alto é importante para uma boa estabilidade físico-química da suspensão coloidal, pois grandes forças repulsivas tendem a evitar a agregação em função das colisões ocasionais de nanopartículas adjacentes. 25)Como as característica de superfície das partículas de uma suspensão aquosa de nanopartículas podem alterar a resposta biológica do fármaco a ela associada? Devido à hidrofobicidade da superfície das partículas, o fármaco, quando administrado intravenosamente, tem dificuldade de chegar ao seu sítio de ação, isso se deve pela ação do sistema fagocitário mononuclear que remove rapidamente da circulação sanguínea os sistemas de nanopartículas convencionais. 26) Como a presença de quitosana altera a interação das nanopartículas com as membranas biológicas? A quitosana irá favorecer a interação entre as membranas biológicas e as nanopartículas. Isto foi demonstrado através do preparo de nanoemulsões e nanocápsulas de PCL, nas quais a quitosana (um polissacarídeo catiônico) foi incorporada às formulações para fornecer potencial de superfície positivo às partículas, objetivando facilitar a interação destas com as membranas biológicas fosfolipídicas, além de prevenir a desestabilização das nanoestruturas de poliéster devido à adsorção de cátions e proteínas catiônicas presentes nos fluidos biológicos. Em módulo, um valor de potencial zeta relativamente alto é importante para uma boa estabilidade físico-química da suspensão coloidal, pois grandes forças repulsivas tendem a evitar a agregação em função das colisões ocasionais de nanopartículas adjacentes. 27) Como o potencial zeta pode ser usado na avaliação da cinética de interação de fármacos com nanopartículas? Estudos têm mostrado que quando o fármaco é adicionado às nanopartículas em quantidades crescentes, a redução, em módulo, do potencial zeta é concordante com o aumento da taxa de associação do fármaco, dessa forma ao se medir a variação do potencial zeta, estaremos medindo a taxa de associação do fármaco com as nanopartículas. 28- Como o potencial zeta pode ajudar na elucidação de modelos descritivos da organização das nanopartículas? Através da determinação dos valores do potencial zeta de formulações que contem nanopartículas, como as nanocápsulas, nanoesferas e nanoemulsões, pode-se observar o efeito da composição das diferentes formulações sobre a organização das partículas. Estudos realizados com nanocápsulas, nanoemulsões e nanoesferas mostraram que as duas primeiras formulações possuem potencial zeta mais negativo do que a primeira, fenômeno este explicado pela presença da fase oleosa, a qual proporciona a formação de uma camada polimérica ao redor das gotículas de óleo como um filme delgado polimérico. Outros estudos comprovaram a influência que a fase oleosa causa no potencial zeta das formulações, quando observaram que não houve alteração desse valor, em preparações que apresentavam núcleo oleoso de diferente natureza, porque o óleo estava completamente encapsulado pelo polímero utilizado, e não disperso externamente e por isso não modificando o potencial zeta das formulações. Além disso, a determinação do potencial zeta também torna possível verificar a localização do tensoativo dentro da formulação, determinando, assim, se ele está na superfície externa do polímero ou se está misturado com o filme polimérico ao redor do núcleo oleoso. Sendo assim, através desses estudos, concluiu-se que determinando o potencial zeta consegue-se determinar a organização da formulação, como as partículas se encontram dispostas e onde os tensoativos se localizam dentro da formulação. 30)Explique como pode ser determinada a taxa de associação de um fármaco numa suspensão aquosa de nanopartículas por ultra-centrifugação. A concentração do fármaco livre presente na suspensão, é determinada no sobrenadante, após a centrifugação, e a concentração total de fármaco, por sua vez, é geralmente determinada pela completa dissolução das nanopartículas em um solvente adequado. Por conseguinte, a concentração de fármaco associada ás nanoestruturas é calculada pela diferença entre as concentrações de fármaco total e livre. 31) Explique como pode ser determinada a taxa de associação de um fármaco numa suspensão aquosa de nanopartículas por ultrafiltração- centrifugaçã o. Por se tratar se partículas de tamanho reduzido é difícil quantificar o fármaco associado a essas namopartículas. Para se fazer a quantificação tem que separar a fração do fármaco livre da fração do fármaco ligado. Existem duas técnicas que são mais utilizadas. São elas: Ultracentrifugaçã o e a ultrafiltração- centrifugaçã o. A ultracentrifuçã o consiste em fazer a dissolução das nanopartículas com o solvente adequado, fazer a determinação do fármaco livre presente na suspensão após a centrifugação e calcular a diferença entre as concentrações de fármaco total e livre. Na segunda técnica a filtração é realizada por uma membrana (10 kDa) que é usada para separar parte da fase aquosa dispersante da suspensão coloidal. A concentração livre do fármaco é determinada no ultrafiltrado e a fração de fármaco associada as nanoestruturas é calculada também pela subtração das concentrações total e livre. 32) Cite cinco fatores capazes de influenciar a quantidade de fármaco associada à sistemas nanoestruturados. Diversos fatores influenciam na quantidade de fármaco associada à sistemas nanoestruturados, dentre os quais cita-se: as características físicoquímicas do fármaco, o pH do meio, a quantidade de fármaco adicionada à formulação, as características da superfície das partículas ou a natureza do polímero e o tipo de tensoativo adsorvido à superfície polimérica. 33) Qual a taxa de associação média de fármacos em suspensões aquosas de nanopartículas? R.: A taxa de associação de alguns fármacos a nanopartículas poliméricas: Indometacina 94-100% Diclofenaco 100% Ciclosporina A 90-98% Ampicilina 75% Diazepam 92-94% Pentamidina 48-75% Etionamida 39-62% Insulina 87-96% Fazendo-se uma média das taxas de associação dos fármacos sitados acima, obtem-se o valor de 82,8%. 34) Que técnicas podem ser empregadas para se avaliar a associação do fármacos a nanopartículas? - Estudos comparativos de potencial zeta; - Estudos de perfis de liberação; - Estudos de distribuição de massa molar do polímero; - Estudos de adsorção; - Taxa de associação do fármaco às nanoestruturas; - Sondas fluorescentes; - Espectroscopia eletrônica; - Calorimetria exploratória diferencial; - Difração de raios X; - Espectroscopia no infravermelho. 36) Como pode ocorrer a liberação dos fármacos a partir de nanopartículas segundo Soppimath et al.? De acordo com Soppimath e colaboradores, a liberação dos fármacos a partir de sistemas nanoparticulados poliméricos depende de diferentes fatores: a) da dessorção do fármaco da superfície das partículas; b) da difusão do fármaco através da matriz das nanoesferas; c) da difusão através da parede polimérica das nanocápsulas; d) da erosão da matriz polimérica ou e) da combinação dos processos de difusão e erosão. Métodos como a difusão em sacos de diálise e a separação baseada na ultracentrifugação na filtração a baixa pressão ou na ultrafiltração-centrifugação têm sido utilizados para este fim. 38) Que parâmetros físico-químicos podem ser utilizados para monitorar a estabilidade de uma suspensão de nanopartículas? Para monitorar a estabilidade de uma solução de nanopartículas é necessário analisar o tamanho das partículas, o potencial zeta, o teor do fármaco, o pH e a distribuição da massa molar do polímero. Normalmente, as suspensões coloidais não possuem a tendência de separação de fases, mas com o tempo, pode ocorrer uma aglomeração das partículas e por conseqüência a sedimentação das mesmas. Por isso a avaliação da estabilidade é fundamental. 39- quais as principais limitações apresentados por nanopartículas para que ocorra o seu uso em escala industrial? São devido aos problemas de baixa estabilidade físico-quimica, em período de armazenamento prolongado, a agregação das partículas, a estabilidade química do polímero, do fármaco ou de outras matérias-primas e ainda, a liberação prematura da substância ativa, e é importante nefatizar que formas farmacêuticas líquidas são propensas à proliferação microbiana, havendo a necessidade de adição de conservantes. 40) O que é liofilização? A liofilização consiste na remoção da água (gelo) através de sublimação e tem sido amplamente empregada para a secagem de suspensões de nanoesferas. 41)Como atuam os crioprotetores num processo de congelamento de uma suspensão de nanopartículas que permitem uma maior estabilidade da mesma em relação ao seu congelamento sem a presença de crioprotetores? Atuam formando uma matriz amorfa ao redor das nanopartículas, promovendo assim um espaçamento entre as mesmas, e evitando a agregação durante o congelamento, tornando-as ressuspendíveis. 42) O que é nebulização? A operação de secagem por nebulização consiste na passagem da solução ou da suspensão, através de um orifício atomizador, para a câmara de secagem sob a forma de gotículas, em co-corrente, contracorrente ou fluxo misto de ar quente, que promove a rápida secagem das gotículas. As partículas sólidas secas são, então, separadas e recolhidas, podendo apresentar-se sob a forma de pós finos, granulados ou aglomerados. Freitas e Müller131 empregaram a nebulização como uma alternativa à liofilização, objetivando aumentar a estabilidade de nanopartículas formadas por lipídeos sólidos, utilizando com adjuvante carboidratos (manitol, lactose, trealose, sorbitol, glicose e manose). Os pós nebulizados têm sido caracterizados através de MEV, da determinação do teor de fármaco, do rendimento da nebulização, da umidade residual da liberação in vitro dos fármacos associados e, ainda, mediante análises através de DSC. 43) QUAL A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE LIOFILIZAÇÃO E NEBULIZAÇÃO? A principal diferença se dá no princípio por meio do qual cada técnica opera. A liofilização se baseia no fenômeno da sublimação e a nebulização na aspersão. A liofilização consiste na remoção da água (gelo) através de sublimação com um controle rigoroso de alto vácuo. A operação de secagem por nebulização consiste na passagem da solução ou da suspensão, através de um orifício atomizador, para a câmara de secagem sob a forma de gotículas, em co-corrente, contracorrente ou fluxo misto de ar quente, que promove a rápida secagem das gotículas. As partículas sólidas secas são, então, separadas e recolhidas, podendo apresentar-se sob a forma de pós finos, granulados ou aglomerados. Dentre as vantagens do uso desta última técnica incluem a produção de partículas de qualidade consistente, a facilidade em relação ao uso contínuo, a aplicabilidade da técnica em materiais termossensíveis e termorresistentes, a capacidade de processar diversos tipos de matérias- primas e a flexibilidade para a definição de um projeto com base na formulação.