Auditoria em Enfermagem: da Implantação ao Monitoramento do Programa Cirurgia Segura Flávia Malta Especialista em Auditoria em Enfermagem pelo Centro Universitário São Camilo, Enfermeira Ana Cabanas Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, Comunicóloga, Coordenadora da Central de Estágio e Produção Científica da Faculdade Anhanguera São José dos Campos Nilsa Mara de Arruda Yamanaka Mestre, Enfermeira, Coordenadora do Curso de Especialização em Auditoria em Enfermagem pelo Centro Universitário São Camilo RESUMO A auditoria identifica e avalia processos que apresentam lacunas a serem aprimoradas, buscando e oferecendo soluções que minimizem os recursos financeiros, humanos e tecnológicos, com o intuito de maximizar qualidade, satisfação e confiança do cliente. O Programa Cirurgia Segura Salva Vidas elaborado pela World Health Organization, é ferramenta e ser empregada em centros cirúrgicos, podendo ser proposta por auditores ou interessados em oferecer maior segurança e qualidade aos utentes. Portanto, neste estudo, o objetivo foi salientar aos stakeholders a competência do Enfermeiro Auditor como facilitador no processo de implementação e sustentação do programa cirurgia segura, almejando a excelência de qualidade em todo o processo cirúrgico. Trata-se de pesquisa bibliográfica exploratória com caráter qualitativo, abordagem dialética e procedimento funcionalista. Conclui-se que apesar dos progressos atingidos, algumas entidades, operadoras e força humana podem apresentar resistência em aderir novas ferramentas, pois, a inovação causa medo, sendo preciso estímulo para aderir e sustentar o Programa Cirurgia Segura Salva Vidas. PALAVRAS CHAVE: Cirurgia segura. Protocolo. Auditoria em enfermagem. ABSTRACT The audit is a way to monitor processes and identify gaps that have to be improved, seeking and offering solutions that minimize the financial, human and technological resources and maximize the quality, satisfaction and consumer confidence. The Security Surgical program prepared by the World Health Organization, came as a tool and be used within the surgical centers may be proposed by the auditors or interested in providing greater safety and quality to users. The objective of this study was to emphasize the competence of stakeholders Nurse Auditor as a facilitator in the process of implementing and sustaining safe surgery program, aiming at excellence in quality throughout the surgical process. This is study exploratory bibliographic with qualitative character, dialectic approach and functionalist processor. It concludes that some authorities, operators and manpower may exhibit resistance to adhere to new tools, as innovation cause fear, and must insist on the adoption of new practices to Security Surgical program. KEY WORD: Security surgical. Protocol. Nursing auditor. INTRODUÇÃO Frente à evolução do cenário epidemiológico nacional, ao aumento da expectativa de vida, às doenças crônico-degenerativas e ao desenvolvimento técnico-científico das indústrias médica e farmacêutica, surge a competitividade entre serviços hospitalares focados na qualidade da assistência do cliente cada vez mais crítico e exigente que busca por direitos. Os serviços de saúde passaram a oferecer tratamentos cada vez mais dispendiosos, surgindo otimização dos custos, minimização de perdas e avaliação constante da assistência prestada ao cliente. O que necessita da atuação de profissionais capacitados para atuar nesta área. Nesse contexto, os profissionais da saúde, que atuam na auditoria hospitalar, tornam-se necessários para operacionalizar este processo (1). Em conformidade com o Conselho Federal de Enfermagem (CoFEn), o profissional de Enfermagem, como parte integrante da equipe de saúde, participa das ações que visam à satisfação das necessidades de saúde da população, respeitando a vida, a dignidade e aos direitos humanos, em todas as dimensões, exercendo as atividades com competência para a promoção do ser humano na integralidade, conforme os princípios da ética e da bioética (2). Os protocolos padronizam as ações da equipe, facilitando a visualização de lacunas. Em busca de melhor qualidade à adoção de ferramentas estratégicas acabam por racionalizar os processos, potencializando a capacidade de investimentos físicos ou humanos – educação permanente, estabelecendo nível crescente de qualidade. Devendo ser continuamente analisados visto que os ciclos sempre mudam e as necessidades se renovam (3,4). Ao contrário de outros ramos de atividade, a incorporação de novas tecnologias em saúde, não substitui o trabalho capital, aumenta a necessidade de mão de obra. Regado com maquinário complexo e de novas tecnologias, os centros cirúrgicos podem variar os principais processos de acordo com a realidade atual, sendo necessária complexa logística de apoio para o funcionamento, por possuir o risco autêntico de morte neste setor especializado (5). Sendo o check list ferramenta simples, eficiente, objetiva e de fácil uso que auxilia na redução de Eventos Adversos (EA) evitáveis, baseado na experiência e no conhecimento acumulado, minimizam os lapsos mentais. Sendo necessário ter disciplina e alto empenho para que atividades apresentem melhores resultados. Funciona apenas como lembrete de etapas essenciais a serem seguidas. Diferentes manuais de instruções são ferramentas rápidas e práticas, criadas para reforçar as habilidades dos profissionais, salvando e otimizando vidas (6). O programa, elaborado pela World Health Organization (WHO), almeja a segurança dos utentes no processo cirúrgico, possui versão final com 19 verificações e duração de aproximadamente dois minutos, averigua as especificações, evitando esquecimentos, estimulando o diálogo para bom trabalho em equipe, criando condições para a identificação de perigos em potencial. Podendo e devendo este, ser modificado de acordo com a realidade da instituição (7). O programa Cirurgia Segura é considerado solução inovadora, pois contribui para minimizar os riscos, melhorar a segurança dos pacientes, além de agregar valor clínico e socioeconômico. Possui o escopo de garantir que nenhumas das etapas sejam esquecidas, minimizando os riscos evitáveis mais comuns que podem colocar em risco a vida e o bem estar dos utentes (8,9). Este programa não funciona por si próprio como segurança, é preciso superar todas as barreiras corporativas e humanas encontradas para a implementação, possuir profissionais capacitados e estrutura física adequada para gama de pacientes atendidos, são essenciais para prestação de cuidados seguros. Uma das fases do programa tende a estimular a união da equipe que se apresentam e discutem sobre cada caso antes do início da cirurgia. Os psicólogos afirmam que a equipe que sabe os nomes e função dos integrantes, promove melhor comunicação. Desenvolve-se a desinibição para participar mais e expor preocupações, problemas e soluções, sendo denominada essa correlação de “fenômeno da ativação”. Os erros mais frequentes podem ocorrer devido aos baixos salários, condições inadequadas de trabalho, falta de manutenção dos equipamentos, falta de gestão qualificada, divergência de comunicação, taxa de infecção, roupas privativas usadas exclusivamente no setor, falta de capacitação da equipe, falta de protocolos de segurança, deficiente quantidade e qualidade das medicações, falta de investimento financeiro, excesso de carga de trabalho, o que contribuem para o aumento dos indicadores negativos (10,11). Para reduzir esses índices, a WHO em parceria com a Universidade de Harvard lançou em 2007, o programa Save Surgery Saves Lives (Cirurgia Segura Salva Vidas) recomendando a utilização de check list, o qual possui três etapas (Quadro 1). ETAPAS Sign in DESCRIÇÃO Ante da inclusão anestésica. Time out Antes da incisão da pele. Sign out Antes de o pacientes sair do CC. Quadro 1 Etapas do check list do programa Save Surgery Saves Lives (10,11) Devendo ser preenchido preferencialmente pelo enfermeiro para maior segurança cirúrgica, não englobando todos os eventos sentinelas que podem vir a ocorrer no decorrer da cirurgia, pois não age isoladamente, sendo necessário adotar novas ferramentas de segurança do paciente para abranger os cuidados. De acordo com dados da WHO, de 2008, demostram que foram realizados 234 milhões de operações no mundo, morrendo dois milhões de clientes nesses procedimentos e cerca de sete milhões apresentam complicações, sendo que 50% destes dados foram considerados evitáveis (12). Devido a isso, a WHO estipulou como meta reduzir em 25% as taxas de mortalidade e morbidade cirúrgica – elevam o custo do tratamento e diminui a qualidade da assistência. Aumentando os dias de permanência hospitalar de dez a 15 dias, os riscos de reinternação e de transferência para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), causa milhões em prejuízo anualmente, e perdas humanas desnecessárias (12). O projeto teve início no outono de 2006, com a participação de especialista de todas as partes do mundo. Sendo significativo problema de saúde pública, embora não tenha sido reconhecido. A WHO tem como ofício oferecer maior qualidade do ato cirúrgico com fácil acesso a todos. Padronizam-se e sistematizam-se a assistência e os procedimentos a serem registrados, pois as lacunas existentes dificultam o levantamento das informações para movimentar o plano de ação (7,13). Na década de 1970, morria 1/5.000 paciente por anestesia aplicada, com a adoção de check list anestésico, levantamento realizado no ano 2000, demonstrou que esse número caiu, sendo um paciente para cada 250 mil. Um estudo realizado com 7.688 clientes, sendo 3.733 antes da aplicação do check list e o restante após, apontou que as grandes complicações foram reduzidas em 36% e a mortalidade em 47% (7). O treinamento e a estrutura da equipe cirúrgica são imprescindíveis, visto que a prestação de cuidados deve possuir elevado nível efetivo. Desta forma, os utentes podem se sentir mais confiantes e seguros. Para se desenvolver e avaliar soluções inovadoras que acrescentem valor clínico, sociais e econômicos, se faz necessário investigar as causas de EA encontradas na unidade cirúrgica, para a execução se encontra dificuldades como informações incompletas, imprecisas e/ou inacessíveis, capacitação dos investigadores, recurso financeiro, limitações encontradas pelos gestores, o valor empregado ao tema e a gama de ferramentas que necessitam ser avaliadas para as tomadas de decisões (8). Deve-se desenvolver abordagem sistemática e integrada sob as investigações. Para analisar os resultados e buscar soluções como remate da melhoraria da qualidade e segurança da assistência prestada, é preciso reunir as evidencias e delinear as prioridades – definida por dimensão e tipologia do EA (8). O programa Cirurgia Segura é inovador, pois contribui para minimizar os riscos, melhorando a segurança dos utentes, agregando valor clínico e socioeconômico. Possui o escopo de garantir que nenhumas das etapas sejam deslembradas, minimizando os riscos evitáveis mais comuns que podem colocar em risco a vida e o bem estar dos utentes (9). Deve ser executado durante o ato cirúrgico por um membro participante da cirurgia, que verifica se os itens do check list estão sendo cumpridos para dar prosseguimento para as demais etapas (ANEXO I). Integrando essa ferramenta no cotidiano são verificadas verbalmente com a equipe cirúrgica para que as ações sejam concretizadas (9). Subdivido em três partes e conduzido apenas por um profissional em um curto espaço de tempo – não devendo ultrapassar um minuto para completar cada seção (Quadro 2). ETAPAS DESCRIÇÃO 1 Antes da indução anestésica, o profissional que estiver coordenando o check list deve conferir a identidade do paciente, consentimento informado por ele ou membro da família (exceto em casos de emergências), marcação dermográfica (com marcador de feltro permanente), procedimento e local da cirurgia, conhecimento por ele e pelo anestesista de alergias préexistentes, oxímetro de pulso adequado, níveis de oxigênio, avaliação dos equipamentos das Vias Aéreas Superiores (VAS) – Airway: os anestesistas avaliam as VAS do paciente e o risco de aspiração, tomando medidas preventivas quando necessário. No protocolo de emergência ABCD do sistema de ventilação (Air and Breathing), de aspiração (suCtion), medicamentos e dispositivos (Drugs) e medicamentos de emergência, prevenções com bolsas de sangue e acesso de duas grandes vias intravenosas ou cateter venoso central (CVC). Quando houver risco de perda sanguínea superior a 500 ml ou 7 ml/kg em crianças, confirmando a disponibilidade e funcionamento dos equipamentos e recursos. 2 Antes de iniciar a cirurgia Time out, os membros da equipe devem se apresentar por nome e função (promoção da comunicação). Se já atuam rotineiramente apenas verificam a presença de todos, confirmando em voz alta o nome do paciente, procedimento a ser realizado em qual parte do corpo. Se apropriado, o posicionamento do paciente, confere se os antibióticos profiláticos foram ministrados nos últimos sessenta minutos tomando as ações cabíveis, assegurando se os exames indispensáveis estão nos mostradores e a equipe expõem os pontos relevantes do caso 3 Antes de o paciente sair da sala cirúrgica, se analisa a cirurgia cometida, contando as compressas, instrumentos, agulhas e rótulos para não se deixar coisas dentro do paciente, registro adequado em prontuário. Realiza-se a etiquetagem de amostra para exame biológico ou outros, inspeção de todas as avarias ou problemas de equipamentos que precisam ser reportados. A equipe deverá, por fim ressaltar os pontos frágeis, traçando plano de cuidados a ser desempenhados no pós-operatório, antes da transferência do paciente para a SRPA. Quadro 2 Etapas do Protocolo de Cirurgia (9) Para o sucesso é fundamental que a condução seja realizada por uma única pessoa, evitando esquecimentos e omissões. Tendo como base boa comunicação, relacionamento interpessoal e abordagem para não gerar sentimento de repulsa pelos outros membros da equipe. Finaliza-se a lista de verificação, sendo anexado ao prontuário e/ou retida para revisão da garantia contínua da qualidade. Enquanto, à implementação deve-se manter a simplicidade, ampla aplicabilidade e mensurabilidade (impacto), sendo viável a todos os países que prezam pela redução de danos e a vida (7). Podem-se fazer as alterações oportunas para o perfil Institucional presente, porém não sendo indicada a eliminação de nenhuma das fases para não comprometer os resultados, nem ser muito complexa, envolvendo todos os membros da equipe nesse processo, promove maior aceitação por sentirem que fazem parte daquele progresso, para mudança da prática permanente (7). Antes de colocar essa ferramenta em prática, é interessante se simular com os membros como funciona na prática, aplicando em apenas uma equipe operatória para analisarem os resultados, sendo testada, depois do acordo e modificações, testada novamente até que a equipe se sinta apta a atuar com essas verificações. Assim se abrange progressivamente a todas as equipes operatórias. Os líderes devem formar equipe compromissada com a segurança do paciente, valorizando a realização, com profissionais de disciplinas clínicas diversificadas, identificando o grupo com maior aceitação, para que o progresso de implementação tenha avanços no consentimento, envolvendo também os gestores e administradores, para que compreendam os benefícios obtidos, ajudando a diminuir a resistência, promovendo e propagando (7). Quando se tem sistema de monitoramento se identifica as oportunidades de melhoria e se adota ações antagônicas que contribuam para melhoria da qualidade dos cuidados. Bem como direcionamento para a capacitação dos profissionais envolvidos. Há dez recomendações básicas para a cirurgia segura (7) (Quadro 3). N RECOMENDAÇÕES 1 Paciente e local correto. 2 Na administração de anestésicos, precauções rotineiras serão aplicadas. 3 Disponibilidade de matérias e medicamentos de emergência. 4 A disposição de bolsas de sangue para eventual necessidade. 5 Não ministrar medicamentos que possam causar reações alérgicas e/ou adversas. 6 Cuidados conhecidos para minimizar o risco de infecção do local cirúrgico. 7 Cuidados quanto o número de instrumentos e compressas antes e após a operação. 8 Acondicionamento e identificação de todas as amostras cirúrgicas. 9 Compartilhamento de informações entre a equipe que contribua para a segurança do paciente. 10 Os sistemas de saúde pública e privado vão estabelecer vigilância epidemiológica de rotina para monitorizar os resultados cirúrgicos. Quadro 3 Recomendações básicas para a cirurgia segura (7) As cirurgias realizadas no paciente errado ou local errado não são muito frequentes, porém é uma das verificações do programa, devido atraírem muito a atenção da mídia quando ocorrem, diminuindo a confiança da população nos órgãos de saúde. Existem investimentos que quando analisados individualmente não despertam o interesse inicial das Instituições de Saúde, porém quando avaliados confrontando os recursos destinados aos EA evitáveis, que acarretam em altos custos, se tornam relativamente importantes aquisições (7). Alguns recursos mínimos também se fazem necessários para segurança do procedimento como o ambiente, equipe capacitada, água potável, fonte de iluminação consistente, aspiradores funcionais, fontes de oxigênio, oxímetro, equipamento cirúrgico funcional e instrumentos esterilizados (7). Existem ferramentas de aplicação universal, como por exemplo, o ANEXO II que se trata da segurança anestésica, que são suportes disponíveis aos componentes da equipe. Devese ainda, seguir resoluções e normas regulamentadoras (NR) que preconizam o padrão mais adequado para o bloco operatório, equipamentos, manutenções, armazenamento, cuidados necessários contra incêndios, explosão, eletrocussão, gerador elétrico, estabelecimento físico adequado, uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), etc. (7) O programa não funciona por si próprio como segurança, é preciso superar todas as barreiras corporativas e humanas encontradas para a implementação: possuir profissionais capacitados e estrutura física adequada para a gama de pacientes atendidos, são requisitos essenciais para prestação de cuidados seguros. A aplicação do programa da WHO tem a eficácia comprovada, desde hospitais pilotos a instituições hospitalares que já adotaram as normas básicas de segurança cirúrgica. Salvando vidas, diminuindo a mortalidade e mobilidade da população global, aumentando a confiança dos usuários dos sistemas de saúde (7). Contudo, evidencia-se a necessidade de muitas entidades de saúde abraçarem essa ferramenta estratégica e implementar, treinar e sustentar o programa Cirurgia Segura visto que este se reverterá em benefícios para a instituição hospitalar, operadora e usuários, se dando o devido valor a vida bem como a qualidade. O Auditor age como facilitador nesse processo, corroborando para que as melhores práticas sejam executadas com o propósito de trazer sustentabilidade, credibilidade, segurança, confiança, qualidade e satisfação dos utentes. OBJETIVO DO ARTIGO Salientar aos stakeholders a competência do Enfermeiro Auditor como facilitador no processo de implementação e monitoramento do Programa Cirurgia Segura, almejando a excelência de qualidade em todo o processo cirúrgico. MÉTODO Nesta pesquisa bibliográfica exploratória com caráter qualitativo, analisaram-se literaturas publicadas em periódicos que subsidiam resultados anteriormente descritos, os quais descrevem o tema abordado para formulação de conceitos sumariados. Abordam-se estudos empíricos, métodos, teorias, práticas, que fundamentam a análise crítica com relação à temática sob o ponto de vista teórico-contextual, constituído de estudos nacionais e internacionais, funcionando como ferramenta de educação continuada. Pesquisaram-se papers publicados de 2002 a 2012, os quais foram buscados nos acervos do Centro Universitário São Camilo e da Universidade Paulista, na base de dados da Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LiLACS), Scientific Electronic Library On Line (SciELO), BIREME com acesso pela biblioteca virtual (BVS) e Portal de periódicos da Universidade de São Paulo (USP). Por meio do site denominado Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), vinculado à BVS, utilizaram-se descritores em três línguas (Quadro 4 e 5). LÍNGUA DESCRITORES Auditoria de Enfermagem MATERNA ou PORTUGUESA Educação Continuada Qualidade da Assistência à Saúde Centros de Cirurgia Nursing Audit INGLESA (English) Education Continuing Quality of Health Care Surgicenters Quadro 4 Descritores do estudo baseados no DeCS Auditoria de Enfermería ESPANHOLA (Española) Educación Continua Calidad de la Atención de la Salud Centros Quirúrgicos Quadro 5 Descritores do estudo baseados no DeCS Registraram-se, no DeCS, 40.617 artigos publicados envolvendo os descritores deste estudo, o menor índice está relacionado com Educação Continuada (Gráfico 1). 12224 (30,1%) 14000 13913 (34,2%) 9917 (24,5%) 12000 10000 8000 6000 4563 (11,2%) 4000 2000 0 Educação Continuada Auditoria de Enfermagem Qualidade da Assistência à Saúde Centros de Cirurgia Gráfico 1 Índices de descritores deste estudo, conforme busca no DeCS Apesar do descritor “Centros de Cirurgia” apresentar maior frequência (34,2%), não há descritor específico para Cirurgia Segura. A fundamentação teórica foi composta por livros didáticos, legislações e normas, 40.617 artigos e informações de sites oficiais como a WHO. Todos os resultados obtidos nesta pesquisa são de conhecimento público, portanto, disponíveis para publicação científica para consulta de estudiosos em Auditoria em Enfermagem, Educação Continuada e Cirurgia Segura. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tomando como base as 19 verificações delineadas no Programa Cirurgia Segura Salva Vidas (ANEXO I), seguem-se algumas das prioridades – protocolo universal evitando erros de paciente, local e procedimento; consentimento informado; checagem dos espécimes cirúrgicos; monitorização adequada do anestesiologista; alergias; vias aéreas difíceis e riscos; hipovolemia; promoção da comunicação entre os membros da equipe; esterilização; antibiótico profilático ministrado no momento correto; protocolo; vigilância dos resultados; exames disponíveis; contagem dos instrumentos, agulhas e compressas; identificação de biópsias. Conforme Joint Commission for Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO), em 2012, elaborou o protocolo universal com o intuito de reduzir os erros relacionados ao paciente, local e procedimento reduzindo acidentes, em julho de 2003. Semelhante a este programa, a WHO recomenda check list com procedimentos básicos que garantem a segurança do paciente neste sentido (14). As informações são à base das decisões autônomas do paciente, sendo direito, compreender o quadro e consentir ou recusar o tratamento proposto (exceto em casos de emergência), assim é necessário antes da intervenção ter a permissão do mesmo, esclarecendo dúvidas referentes aos benefícios e malefícios causados (15). Os rótulos das amostras de laboratório devem ser devidamente identificadas, visto que podem ocasionar EA, ocorrendo por incompatibilidade entre as amostras e requisições, amostras não rotuladas e/ou mal identificadas, sendo o código da pulseira de identificação a aliada que diminui as chances de erros, pois auxilia no que tange a dúvidas sobre o local e nome da amostra, identificação do paciente, data da coleta, data de nascimento e/ou endereço e/ou número do hospital (com no mínimos dois identificadores), que assegurem a segurança do processo. Após a adequada rotulagem dos espécimes cirúrgicos, um membro da equipe deve confirmar em voz alta para que outro verbalmente confirme o assentimento (7,14,16). A capnografia é recurso de monitorização na anestesia impreterível, pois identifica precocemente sinais de depressão respiratória como a hipoventilação e apneia, sendo prático, de simples execução, oferecendo maior eficácia e segurança, reduzindo as chances de EA. O oxímetro de pulso monitora a saturação da hemoglobina com oxigênio oferecendo parâmetros para que ações sejam tomadas rapidamente e a situação revertida, melhorando a qualidade da assistência. Em contrapartida, faltam evidências que comprovem essa recomendação (7,17). As reações alérgicas podem ser evitáveis com simples anamnese, testes cutâneos e/ou provas laboratoriais que se negligenciadas podem desencadear reações anafiláticas, disfunção orgânica, reações cutâneas, gastrointestinais, febre medicamentosa e em casos mais graves a morte (18). É imperativo avaliar as vias aéreas respiratórias antes da indução anestésica para se identificar os riscos e dificuldades precocemente – registro de anestesia, se antecipar quanto à perda da via, obstrução e/ou outras complicações que podem vir a ocorrer, traçando planos estratégicos alternativos – anestesia regional, intubação sob a anestesia local com o paciente acordado – monitorando a colocação endotraqueal (capnografia) e a oxigenação (oxímetro) (7). No caso de cirurgia eletiva, o paciente deve estar de jejum, e para os pacientes com risco de aspiração agir com prevenção utilizando de métodos para reduzir as secreções gástricas e aumentar o pH (7). No que tange a transfusão sanguínea (hipovolemia), é terapia eficaz em situações de choque, hemorragia ou doenças sanguíneas. Quando a necessidade de transfusão for prevista deve-se encontrar antecipadamente a disposição da equipe (19). De acordo com a Resolução nº 136/1999 do Conselho Regional de Medicina, do Estado do Rio de Janeiro (CReMeRJ), os médicos cientes formalmente da recusa do paciente em receber transfusão de sangue e/ou derivados, deverão recorrer a todos os métodos alternativos para o sucesso do atendimento e/ou mantê-lo até a sucessão de outro profissional, estando no direito de recusar (20). Deve-se informar ao paciente ou ao representante legal sobre a posição do paciente, encaminhando a outro profissional passando todas as informações necessárias para continuidade do tratamento. Porém, se for necessário à transfusão de sangue e/ou derivados para manter a vida, o médico deverá comunicar a decisão à autoridade policial, e realizada de acordo com os princípios éticos. O bom relacionamento proporciona ao cliente ambiente saudável para o tratamento transmitindo segurança e gerando os sentimentos positivos quanto à assistência prestada. As relações humanas não são exercidas da mesma forma com todo cliente/cuidador, deve ser individualizadas (21,22). Dessa forma, embasados nos princípios da ética, conduzem a recuperação do cliente em todas as dimensões, já entre os membros as informações relevantes são trocadas para condução do tratamento do cliente cirúrgico. O Enfermeiro deve adotar liderança de acordo com a maturidade do membro da equipe, ou seja, individualizado de acordo o perfil de cada equipe, os tornando satisfeitos quanto à interação existente. Percebe-se a necessidade do compartilhamento permanente de informações para que o trabalho flua adequadamente, provocando aumento no rendimento da equipe multidisciplinar (23,24). O profissional de Enfermagem poderá oferecer assistência de qualidade com planejamento prévio, a fim de eliminar as dúvidas e atender as necessidades especificas de cada cliente, respondendo às expectativas (25,26). O ambiente terapêutico para fornecer a orientação deve ser tranquilo e calmo, caso contrário pode prejudicar o procedimento. Como vários são os fatores que interferem na compreensão dos clientes/cuidadores. Como integrante da equipe de Saúde, o Enfermeiro deve auditar os processos, respeitando os princípios bioéticos com conhecimentos técnicocientíficos, com competência para promover o ser humano integralmente (27,28). A falha humana no processo de esterilização resulta em riscos diretos aos pacientes, devendo possuir formação específica em enfermagem e treinamento, para ser criterioso no processo de esterilização, devendo manusear corretamente os materiais contaminados (diminuindo os riscos ocupacionais), condições de armazenamento, colocação dos espécimes cirúrgicos nas máquinas de esterilização, dentre outros cuidados (29). Aos pacientes que não apresentam infecção prévia, o adequado é realizar a antibioticoterapia profilática, pois previne a proliferação de bactérias, diminuindo a incidência de infecção no pós-cirúrgico. Torna-se fundamental a administração sessenta minutos antes da intervenção (30,31). Deve se fazer a contagem sistemática no início e término de todos os atos cirúrgicos de compressas, agulhas, lâminas, instrumentos cirúrgicos e quaisquer itens que possam ser deixados dentro do paciente. Registra-se o resultado igual ao número de matérias antes da cirurgia, identificar o profissional que a realizou, comunicar o cirurgião, se utilizando dos recursos disponíveis que auxiliem na contagem como código de barras ou marcação por sensores de radiofrequência, sistema de contagem automática de compressas, dentre outros (7). O protocolo de Enfermagem auxilia o profissional de saúde no que se refere à assistência prestada. Este documento sistematiza os cuidados de Enfermagem prestados em todos os níveis de assistência ao cliente (6.32,33). O check list auxilia os lapsos mentais, promove o trabalho em equipe, divisão das responsabilidades, estimula a comunicação, coordenação das ações, sendo protocolo dinâmico que repercute na qualidade da assistência prestada. Essa padronização só obterá êxito se princípios e treinamento atingirem também os gestores e administradores, fornecendo base para prognóstico mais promissor, amadurecendo os profissionais de Enfermagem e repercutindo na qualidade da assistência prestada. Fundamentando-se no Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), o bem estar do cliente somente será promovido se a instituição hospitalar contar com instrumentos de padronização. O protocolo funciona por ser embasado em fundamentos teóricos e científicos, melhorando a prática da assistência prestada pela Enfermagem, tornando o cliente pós-cirúrgico sujeito ativo do tratamento. A falta de protocolo proporciona que diferentes condutas sejam tomadas pelos profissionais da saúde (3,34). Os indicadores são instrumentos gerenciais que servem para monitorar, mensurar e avaliar os resultados obtidos, a qualidade e produtividade do Centro Cirúrgico (CC), estabelecendo padrões, que auxiliam nas tomadas de decisões (35). Para a construção é relevante possuir dados fidedignos, resultado de anotações relacionadas às ocorrências e funcionamento relativo ao CC, bem como acompanhamento. Torna-se primordial levantar a mortalidade e complicações relacionadas aos erros evitáveis para se tomar medidas preventivas (7). Para tanto, o modelo de protocolo elaborado pela WHO (ANEXO I) servirá para nortear as ações da equipe cirúrgica, como facilitador, auxiliando os membros a não se esquecerem de nenhuma fase do processo, melhorando assim, a qualidade da assistência prestada na intervenção cirúrgica para prevenir os eventos sentinelas, anteparando possíveis transtornos e/ou até mesmo o óbito. CONCLUSÃO Com base nos dados das pesquisas, nota-se que ainda há resistência por parte de algumas Instituições e profissionais em aderir ao programa. A resistência está,, muitas vezes, relacionado com a falta de interesse, a rotina, o marasmo, o não comprometimento, a escassez de tempo e o paradigma social. Por outro lado, o Programa Cirurgia Segura possui eficiência comprovada em nível mundial. Ao aderir essa ferramenta, os indicadores apontam queda dos eventos adversos e consequentemente causam o aumento da qualidade, segurança e credibilidade da assistência cirúrgica. As Instituições preocupadas em oferecer maior qualidade devem ser persistentes ao implementar novas práticas para se obter novos e melhores resultados. Sendo os auditores facilitadores nesse processo. REFERÊNCIAS 1. Scarparo AF. Auditoria em Enfermagem: revisão de literatura. Revista Nursing. 2005 jan; 80(8):46-50. 2. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE). Principais legislações para o exercício a enfermagem. Conselho Federal de Enfermagem (CoFEn), 2007. 3. Margonato FB et al. Toxoplasmose na gestação: diagnóstico, tratamento e importância de protocolo clínico. Revista Brasileira Saúde Materno-Infantil. 2007 out-dez; 7(4):381-6. 4. Freitas DA. Controle de gestão em organizações hospitalares. Rev Gest USP. 2009 julset; 16(3):17-29. 5. Calil SJ, Florence G. Uma nova perspectiva no controle dos riscos na utilização da tecnologia médico-hospitalar. Revista Brasileira Inovação Tecnológica em Saúde. 2005: 2-14. 6. Gawande A. Checklist: como fazer as coisas benfeitas. Sextante. 2011; 9-203. 7. World Health Organization (WHO). Orientações da OMS para Cirurgia Segura Salva Vidas. Tradução e adaptação para Português por Manuela Lucas. Geneva, 2009. 8. Serranheira F, Sousa P, Uva AS. Investigação e inovação em segurança do paciente. Revista Portuguesa Saúde Publica. 2010; 10:89-95. 9. Zambon LS. Manual de implementação do checklist da campanha “Cirurgia Segura Salva Vidas” da OMS. Publicado em jul. 2009. Medicina Net. 10. Baia WRM et al. Segurança do paciente em cirurgia oncológica: experiência do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Revista Esc Enf USP. 2010; 44(3):815-20. 11. Kizer KW, Stegun MB. Serious Reportable Adverse Events in Health Care (online). Rockville, MD: Ag Healthcare Res Qual Publ. 2005. 12. Ferraz EM. A cirurgia segura: uma exigência do século XXI. Rev Col Bras Cirurg. 2009; 36(4):281-2. 13. Horta WA. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU; 1979. 14. Marquis BL, Huston CL. Administração e liderança em Enfermagem: teoria e prática. 4 ed. Porto Alegre: Artmed; 2005. 15. Chaves LDP et al. Tendências da função do enfermeiro auditor no mercado em saúde. Enf. 2010 jan-mar; 19(1):85-92. 16. Weiser G et al. Na Estimation of the Global Volume of Surgery: A Modelling Strategy Based on Available Data. Lancet. 2008; 372:139-44. 17. Ayoub AC et al. Custos Hospitalares da Cirurgia de Revascularização do Miocárdio em Pacientes Coronarianos Eletivos. Arq Bras Card. 2007; 88(4):418-23. 18. Pastorino AC et al. Anafilaxia: diagnóstico. In: Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina. Rio de Janeiro; 2011. 19. Almeida SA, Espíndula BM, Ferreira SC. Conduta da enfermeira nas emergências transfusionais. Rev Eletr Enf Cent Est Enf Nutr. 2011 jan-jul; 1(1):1-10. 20. Resolução nº 136/1999. Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio De Janeiro (CReMERJ). Disponível em: http://www.cremerj.org.br/legislacao/detalhes.php?id=294&item=1 Acesso em: 20 out. 2011. 21. Oliveira JC. Relacionamento interpessoal entre a clientela hospitalizada e o profissional de Enfermagem. Artigo publicado em: 21 set. 2008. 2011. 22. Squassante ND, Alvim NA. T. Relação equipe de enfermagem e acompanhantes de clientes hospitalizados: implicações para o cuidado. Revista Brasileira Enfermagem. 2009 jan-fev; 62(1):11-7. 23. Silva MA, Galvão CM. Aplicação da liderança situacional na enfermagem de centro cirúrgico. Revista Escola Enfermagem USP. 2007; 4(1):104-12. 24. Gomes MCSMA. Organização e gestão do centro cirúrgico de um Hospital Universitário de Belo Horizonte: Minas Gerais. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2009. 25. Meirelles VC et al. Educação continuada em saúde: refletindo sobre a importância. Rev Apadec. 2004; 8:286-8. 26. Miasso AI, Cassiani SHB. Administração de medicamentos: orientação final de Enfermagem para a alta hospitalar. Revista Escola Enfermagem USP. 2005; 39(2):13644. 27. Campos KFC, Faria HP, Werneck MAF. Protocolos de cuidado à saúde organização de serviço. Núcleo de educação em saúde coletiva UFMG. 2009; 15(83). 28. Regulamenta o exercício da Enfermagem e dá outras providências, Lei nº 7498, de 25 de junho de 1996. 29. Bezerra ALQ et al. O trabalhador sem formação em enfermagem atuando em centro de material e esterilização: desafio para o enfermeiro. Revista Escola Enfermagem USP. 2005; 39(2):173-80. 30. Faco RAS. Antibioticoterapia profilática em cirurgia bucomaxilofacial em pacientes com fissuras labiopalatinas. Dissertação (mestrado) – Universidade de São Paulo. Bauru, 2011. 31. Avelar MCQ, Gimenes FREM, Grigoleto ARL. Segurança do cliente e as ações frente ao procedimento cirúrgico. Revista Eletrônica de Enfermagem. 2011; 13(2)-347-54. 32. Zylbersztenjn J, Hagemann LL, Fritzen R. Protocolos clínicos e sua interface com ensino, pesquisa assistência e políticas de gestão. Trabalho realizado por determinação da Coordenação do Módulo III do Curso de Especialização em Gestão Hospitalar para avaliação dos participantes, 2006. 33. Honório RPP, Caetano JA. Elaboração de um protocolo de assistência de enfermagem ao paciente hematológica: relato de experiência. Revista Eletrônica de Enfermagem. 2009; 11(1):188-93. 34. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH). Brasília: Ministério da Saúde (MS), Secretaria de Assistência à Saúde (SAS); 2001. 35. Duarte IG, Ferreira DP. Uso de indicadores na gestão de um centro cirúrgico. Revista Assistencial Saúde. 2006; 8(31):63-70. ANEXO I PROTOCOLO CIRURGIA SEGURA ANEXO II Proposta de lista de verificação de segurança antes de qualquer anestesia Nome do doente ________________ Número ____________ Data de nascimento ___ / ___ / ___ Procedimento_______________________________Local_________________ Verificação de fatores de risco do doente (se sim – colocar círculo e anotar) ASA 12345E Via aérea (Classificação de Mallampati) Verificação de recursos Presença e em funcionamento Via Aérea Máscaras Laringoscópios (a funcionar) Tubos Bougies Não Não Risco de aspiração? Alergias? Ventilação (Breathing) Gases (um fluxo de gás fresco de 300 ml/min mantém uma pressão de H2O>30 cm) Cal sodada (coloreável, se houver) Sistema circular (testar com duplo saco, se presente) Aspiração (SuCtion) Não Não Não Observações anormais? Medicamentos? Comorbilidades? Responsável pela submissão Ana Cabanas [email protected] Fármacos (Drogas) e dispositivos Bala de oxigénio (cheia e desligada) Vaporizadores (cheio e colocado) Bomba infusora (segurança intravenosa) Fármacos (rotulados, conexões em anestesia intravenosa) Sangue e soros disponíveis Monitores: alarmes ligados Humidificadores, aquecedores Termômetros Emergência Apoio Adrenalina Suxametonium Balão autoinsuflável Mesa reclinável e Recebido em 05/04/2013 Aprovado em 18/04/2013