Hiperidrose

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Título: Guia de Doenças: Hiperidrose (Sudorese Excessiva)
Guia de Doenças: Hiperidrose (Sudorese Excessiva)
O suor é um mecanismo fisiológico do corpo humano para regular a
temperatura corpórea, especialmente no calor e durante exercícios.
A hiperatividade das glândulas sudoríparas leva à perspiração
excessiva. O termo hiperidrose é utilizado para definir essa
condição. É uma doença benigna relativamente frequente, com
incidência estimada em 0,6 a 1 % da população. Trata-se de uma
doença extremamente desconfortável, com profundo embaraço
social e transtornos psicológicos e de relacionamento social no portador, que frequentemente é
retraído e procura, na medida do possível, esconder o seu problema.
A sudorese excessiva é uma situação constrangedora que dificulta as atividades do dia-a-dia e
interfere no trabalho. Simples atitudes como apertar a mão de outra pessoa, escrever, segurar
papéis, digitar, e outras atitudes simples podem estar muito afetadas na hiperidrose. Nos casos
mais graves, pode haver gotejamento da região afetada e, até mesmo, macerações e fissuras
da pele. Na região axilar pode ocorrer odor fétido (bromidrose), consequência da decomposição
do suor e de bactérias e fungos, assim como nos pés. Andar descalço em piso liso pode tornarse escorregadio e provocar acidentes.
Qualquer região do corpo pode ser acometida, sendo mais localizada nas palmas das mãos,
plantas dos pés, axilas, dobras das mamas e face. A hiperidrose pode ser essencial, de causa
desconhecida, ou secundária a uma doença, como hipertiroidismo, distúrbios psiquiátricos,
traumatismo raquimedular, menopausa, obesidade e outras.
Hiperidrose não é uma condição temporária. Muitas pessoas sofrem com a doença por anos
consecutivos, normalmente desde a infância, mas a doença pode aparecer somente na
adolescência ou na idade adulta. Às vezes, existe uma tendência familiar. Em climas frios ou
quentes a sudorese é constante, e pode ser agravada por: ingestão de comidas condimentadas,
ansiedade, aumento da temperatura ambiente, febre e exercícios físicos.
Uma outra manifestação da hiperreatividade simpática é o rubor facial. Essa condição é
especialmente desencadeada durante atividades sociais importantes ou contato com outras
pessoas, o que pode ser extremamente embaraçoso.
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O tratamento clínico é a forma clássica de minimizar os efeitos da sudorese excessiva, porém é
de resultado questionável nas formas moderadas e graves da enfermidade, às vezes
desconfortável e de duração indeterminada. Diversos métodos, produtos e medicamentos são
utilizados, tais como: antiperspirantes e adstringentes, talco ou amido de milho natural, banhos
com sabonete desodorante, palmilhas absorventes, drogas antidepressivas, ansiolíticos,
anticolinérgicos, iontoforese, psicoterapia e injeções de toxina botulínica (Botox).
Recentemente, com a introdução da simpatectomia torácica por
videotoracoscopia, ocorreu uma verdadeira revolução no
manejo dessa enfermidade. Em pouco tempo tornou-se um
método seguro, definitivo, pouco invasivo e de excelente
eficácia no controle da doença. O tratamento cirúrgico tem-se
tornado bastante popular pelos cirurgiões torácicos em todo o
mundo e amplamente utilizado nos casos moderados e graves.
Por meio de uma pequena incisão de meio centímetro na auréola mamária, na linha
submamária ou na axila, introduz-se uma câmera de vídeo na cavidade torácica por onde o
cirurgião vai visualizar a cadeia de nervos simpáticos ao lado da coluna vertebral. Uma segunda
incisão de meio centímetro é realizada na axila, por onde se passam os instrumentos a serem
utilizados para a secção do tronco ou do gânglio simpático. O procedimento tem duração de
cerca de 10 minutos para cada lado, e os benefícios da cirurgia são observados imediatamente
após o ato operatório, com resultados considerados bons e excelentes em quase 100% dos
casos.
Como todo procedimento cirúrgico, a simpatectomia torácica não é isenta de riscos, mas, de
uma maneira geral, o procedimento é muito seguro e que pode trazer outros benefícios para o
paciente. Assim, observa-se cura em quase todos os casos de sudorese palmar, redução de
80% da intensidade do rubor facial na maioria dos casos, cura de 95% dos pacientes com
hiperidrose facial, eliminação da sudorese axilar, leve redução na freqüência cardíaca que
transmite uma sensação de calma, diminuindo substancialmente as palpitações em situações
estressantes como apresentações em público. Pacientes com enxaqueca associada têm
observado uma redução na ocorrência das mesmas. Apesar do grande percentual de excelentes
resultados, recidivas podem ocorrer em um pequeno percentual de doentes.
Os efeitos negativos mais relatados são: hiperidrose compensatória, sudorese relacionada a
degustação de alguns alimentos, síndrome de Claude-Bernard-Horner (muito rara, atualmente),
pneumotórax, sangramento e neuralgia intercostal.
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A hiperidrose compensatória é relatada por cerca de 50% a 85% dos pacientes operados,
que notam uma maior produção de suor no tronco e pernas durante estresse excessivo ou
exercícios. Porém, na maioria dos pacientes, esses sintomas são muito leves e não causam
transtornos. Apenas 5% dos pacientes sentem-se incomodados, mas não desejam reverter para
a situação pré-cirúrgica. Sintomas desconfortáveis persistentes raramente são relatados.
A sudorese alimentar é uma complicação rara e bem tolerada que ocorre durante a ingestão
de alguns alimentos.
A síndrome de Claude-Bernard-Horner, que consiste em ptose palpebral, miose e
enoftalmia, é uma complicação extremamente rara em mãos experientes e ocorre quando há
lesão do gânglio cervico-torácico por condução elétrica durante a eletrocoagulação da cadeia
simpática, sendo usualmente transitória.
Pneumotórax acontece pela não evacuação total do ar residual ou quando há lesão da pleura
visceral. Isto pode ocorrer durante introdução dos instrumentos na cavidade pleural, porém é
uma complicação muito fácil de se resolver, devendo apenas ser observada até a reabsorção
espontânea ou, em casos sintomáticos, utilizar um dreno torácico.
Hemorragias normalmente são originárias de lesões de veias intercostais, no entanto são
facilmente corrigíveis. Em casos mais graves a toracotomia pode ser necessária.
A nevralgia intercostal é uma dor de moderada a forte intensidade, decorrente de lesão
térmica do nervo intercostal ou da compressão do mesmo pelo instrumental durante o ato
cirúrgico. De fácil controle, normalmente desaparece entre três e cinco semanas.
Pelo exposto, a simpatectomia torácica é um método extremamente eficaz e definitivo para
tratamento da hiperidrose, com um mínimo de efeitos colaterais, desde que realizada por
cirurgião torácico experiente.
Para outras informações, consulte os seguintes sites:
www.hiperidrose.com.br
www.clinicadosuor.com.br
www.endoscopic-surgery.com
www.suandoembicas.com.br
www.hmtj.org.br
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