O suor excessivo pode ser doença “A hiperatividade das glândulas

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O suor excessivo pode ser doença
“A hiperatividade das glândulas sudoríparas leva à transpiração excessiva. Alguns fatores podem
desencadear a doença como o hipertireoidismo, distúrbios psiquiátricos, menopausa, obesidade,
algumas medicações e alterações emocionais”, aponta o dermatologista do Hospital Nossa Senhora
das Graças, Maurício Sato.
Embora não ocasione graves problemas ao organismo, a hiperidrose pode afetar atividades
corriqueiras, como escrever, apertar a mão de alguém e segurar papéis, que geralmente, causa
constrangimentos. As crianças, por exemplo, podem ter seu rendimento escolar afetado.
“Muitas não conseguem ser alfabetizadas, devido ao grande estresse de ir à escola. A grande
quantidade de suor na palma das mãos faz com que as folhas do caderno fiquem molhadas, deixando
a criança envergonhada diante dos colegas e recusa ir à aula”, comenta.
Segundo o médico quando o quadro de hiperidrose é grave pode ocorrer gotejamento espontâneo na
região afetada e, em algumas situações extremas, a pele pode ficar até mesmo fissurada. “Devido à
combinação de decomposição do suor, bactérias e fungos, na região axilar pode haver mau cheiro e
aparecimento de outras doenças, por fungos e dermatite de contato.”
Tratamento
Existem tratamentos cirúrgicos e paliativos para a hiperidrose. “Nos tratamentos paliativos são
utilizadas várias técnicas, como uso de desodorantes, substâncias que contenham cloreto ou
cloridróxido de alumínio, medicamentos ou injeção de toxina botulínica”, explica. O botox é aplicado
nas axilas e antes do procedimento se realiza um teste na pele para verificar qual o local de maior
sudorese. Após a localização dos pontos (geralmente 25 pontos por axila), aplica-se uma pequena
quantidade de botox.
O uso do botox é recomendado para os adultos com casos de suor excessivo, principalmente nas
axilas, e para aqueles que não responderam bem a tratamentos com medicações tópicas, como
antitranspirantes. “O resultado é extremamente gratificante. Reduz a quantidade de suor produzido
pelas glândulas, evita o mau cheiro causado por bactérias e isso melhora a qualidade de vida do
paciente”, avalia o dermatologista.
Para as crianças são mais indicados os tratamentos a base de cremes. Na adolescência já se pode
usar a toxina botulínica ou fazer a cirurgia. “Não existe contra-indicação para a realização da
cirurgia na infância, mas recomenda-se esperar até a adolescência para definição do tratamento
cirúrgico, devido ao risco da anestesia”, alerta Dr. Sato.
A cirurgia de simpatectomia torácica
De acordo com o cirurgião torácico do Hospital Nossa Senhora das Graças, Gustavo Werner
Ramasco antes de qualquer procedimento cirúrgico é importante que o paciente vá a uma consulta
médica para saber a causa da doença. Para o médico, a cirurgia de simpatectomia torácica só deve
ser recomendada para casos selecionados. “Os conflitos psicológicos e as privações sociais e no
trabalho podem acarretar isolamento social e quadros depressivos. Para estas situações a cirurgia
pode ser uma boa alternativa”, explica o médico.
A avaliação pré-operatória é muito importante, pois pode ocorrer uma hiperidrose compensatória, ou
seja, o problema ocorrer em outro lugar do corpo. “Em alguns pacientes pode agravar o suor na
região das costas, abdômen ou membros inferiores em dias muito quentes, na prática de exercícios
físicos ou em situações de estresse. Na maioria das vezes, estes sintomas são amenizados de seis
meses a um ano após a cirurgia”, ressalta Ramasco.
A cirurgia de simpatectomia torácica é realizada por toracoscopia vídeo-assistida. Por uma pequena
incisão de 5 mm no sulco mamário nas mulheres ou periareolar nos homens, uma câmera de vídeo é
introduzida na cavidade torácica para identificação da cadeia simpática. “Uma vez identificados os
gânglios simpáticos eles podem ser cortados ou bloqueados com a colocação de um "clip" metálico
através de outra pequena incisão axilar”, explica o médico.
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