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ESTUDO COMPARATIVO DO PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO ANTES E APÓS O
PROCEDIMENTO DE BAG SQUEEZING E ASPIRAÇÃO DAS VIAS AERÉAS
SUPERIORES DE PACIENTES SUBMETIDOS À VENTILAÇÃO MECÂNICA
INVASIVA EM CTI
COMPARATIVE STUDY OF THE EXPIRATORY PEAK FLOW BEFORE AND
AFTER THE PROCEDURE OF BAG SQUEEZING AND UPPER AIRWAY
ASPIRATION OF MECHANIC INVASIVE VENTILATION IN ITC SUBMITTED
PATIENTS
Erica Dias Paião – [email protected]
Jaqueline Alcântara Pereira – [email protected]
Graduandos em Fisioterapia – UNISALESIANO Lins
Prof. Me. Antonio Henrique Semençato Júnior – UNISALESIANO Lins –
[email protected]
Profª. Jovira Maria Sarraceni – UNISALESIANO Lins – [email protected]
RESUMO
É de suma importância coleta e interpretação de parâmetros envolvidos na
Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) pelo Fisioterapeuta, dentre estes, o pico de fluxo
expiratório (PFE) pode determinar obstruções nas vias aéreas dos pacientes,
tornando-se necessário o estabelecimento de metas para alcançar a desobstrução,
reduzindo assim taxas do PFE. O objetivo deste estudo foi comparar efeitos das
técnicas de Bag Squeezing e aspiração endotraqueal de forma isolada e associada
sobre o PFE em pacientes submetidos à VMI. Para tanto, foram executados 42
procedimentos em indivíduos adultos de ambos os gêneros, dos quais 21
mensurações foram do PFE antes e após a execução da técnica de Bag Squeezing
e 21 da aspiração endotraqueal, além de suas associações. A estatística executada
fora através do teste T de Student, concluindo-se que tanto a Técnica de Bag
Squeezing quanto a aspiração promovem depuração das vias aéreas isoladamente,
porém quando associadas maximizam tal efeito reduzindo o PFE.
Palavras-chave: Aspiração endotraqueal. Bag Squeezing. Pico de fluxo expiratório.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
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ABSTRACT
It is extremely important to collect and interpret the parameters involved in
Invasive Mechanical Ventilation (IMV) by the Physiotherapist, among them, peak
expiratory flow (PEF) can determine obstructions in patients' airways, making it
necessary to establish goals to achieve Thus reducing PFE rates. The objective of
this study was to compare the effects of Bag Squeezing and endotracheal aspiration
techniques in isolated and associated way on PEF in patients submitted to IMV. For
this purpose, 42 procedures were performed in adult subjects of both genders, of
whom 21 PEF measurements were performed before and after the execution of the
Bag squeezing technique and 21 of the endotracheal aspiration, in addition to their
associations. The executed statistic was carried out using the Student's T-test,
concluding that both the Bag Squeezing Technique and aspiration promote airway
clearance alone, but when associated maximize this effect by reducing PEF.
Keywords: Endotracheal aspiration. Bag Squeezing. Expiratory peak flow.
INTRODUÇÃO
Uma unidade de terapia intensiva (UTI) é destinada ao tratamento de
pacientes graves, que necessitam de cuidados intensivos e contínuos durante 24
horas sob supervisão de uma equipe multidisciplinar. Atualmente ela deve possuir
em torno de 6% dos leitos de um hospital. (PRESTO; PRESTO, 2006)
O muco respiratório, originado principalmente das células
caliciformes e das glândulas submucosas, e removido por meio de
uma onda coordenada do movimento ciliar tipo “esteira rolante”. Em
pacientes com disfunções pulmonares, ate mesmo crônicas e em
doenças neuromusculares sob VMI, alem de ocorrer aumento na
produção de muco e alteração de sua composição, a defesa
mecânica pulmonar torna–se ineficaz, ocasionando retenção
importante de secreções no trato respiratório; esse acúmulo de
secreções, por sua vez, favorece o estabelecimento de infecções,
causando atelectasias e/ ou anormalidades na hematose e mecânica
pulmonar. Perante tais condições, esses pacientes necessitam de
auxilio para que possam eliminar e prevenir o acúmulo de secreções
retidas. . (BRITTO; BRANT; PARREIRA, 2009, p. 77-78)
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A fisioterapia respiratória tem como objetivo, reduzir o tempo de permanência
na UTI, a fim de ajudar a eliminar a secreção, prevenir e tratar as complicações
pulmonares. Atuando de forma eficiente nas alterações da mecânica por meio da
complacência pulmonar e da resistência do sistema respiratório. (BERTI et al.,
2012).
Dentre as patologias hipersecretivas, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
(DPOC) está entre as que mais causam morbidade e mortalidade, geralmente por
ser progressiva, dentre as quais se destacam a Bronquite Crônica e o Enfisema
Pulmonar com presença constante de secreções e até mesmo alteração do
parênquima pulmonar. Também conhecida como Mucoviscidose, a Fibrose Cística
evolui sistemicamente e pode ser letal, afetando principalmente o pâncreas, tal
órgão torna-se atrofiado com seus canais adquirindo a forma de cística. Ainda
caracterizada pela dilatação anormal e irreversível das vias aéreas, a Bronquiectasia
é adquirida principalmente após infecções virais ou bacterianas. Já a Tubercolose, é
uma doença infecto-contagiosa , de inicio silencioso, mais com evolução crônica, a
exemplo da tosse geralmente seca no inicio e posteriormente produtiva, além de
febre e algias como sintomas principais. (MONTEIRO; GAVA, 2007)
A Asma é uma doença inflamatória crônica apresentada em forma de crises
variadas levando a fadiga muscular ventilatória, obstrução do fluxo aéreo e até ao
óbito. Também de caráter inflamatório, mas secundário, a Pneumonia causando
exudato acumulado nos alvéolos e vias aéreas distais, tornando o pulmão com
menos complacência. O Abcesso pulmonar é uma patologia infecciosa com lesões
locais, necrose e processo supurativo, acarretando cavitação do tecido pulmonar.
(PRESTO; DAMAZIO, 2009)
Patologias hipersecretivas são entidades que diminuem os valores do pico de
fluxo expiratório, podendo refletir duas variáveis referentes ao sistema respiratório e
suas funções:
a) Força de explosão em conjunto com os músculos expiratórios; e
b) Permeabilidade (condutância) das vias aéreas. (MONTEIRO; GAVA, 2007)
O fluxo máximo adquirido durante uma expiração atingida com força máxima
e principiando de um nível máximo de insuflação pulmonar é denominado pico de
fluxo expiratório. O valor do PFE é analisado no primeiro segundo, do mesmo modo
como o volume expiratório forçado (VEF), entretanto o PFE parece ser menos
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sensível que o VEF para detectar obstrução nas vias aéreas. Em pessoas
saudáveis, o valor do PFE é verificado pelo volume pulmonar, propriedades elásticas
do pulmão, força, e coordenação dos músculos expiratórios. Já em situações
patológicas, a desordem na estrutura ou função das vias aéreas intratorácicas é a
mais comum interferência no PFE, pois causa aumento da resistência do fluxo aéreo
dentro delas. Podendo o PFE, também estar diminuído por uma obstrução nas vias
aéreas extratorácicas, sendo a causa condições que restringem a expansão
pulmonar ou comprometem a função dos músculos expiratórios, ou condições que
afetam a integridade do sistema neural. (BRITTO, R. R.; BRANT, T. C. S.;
PARREIRA, V. F., 2009)
Um dos princípios básicos da fisioterapia respiratória é a facilitação da
remoção do mucociliar aumentado e desobstrução brônquica, que pode ser feita
através de várias técnicas, pois pacientes com doença pulmonar são caracterizados
por hipersecreção de muco em que a expectoração é contaminada com células da
orofaringe, bactérias, alimentos e saliva; podendo agravar o quadro com infecções
ou retardar sua alta com o prejuízo da função pulmonar, a exemplo. (AZEREDO,
2002)
Aspiração é uma técnica importante como cuidado da via aérea, sendo um
procedimento simples, mas que pode acarretar em complicações caso não sejam
tomadas as devidas precauções ou haja falta de conhecimento por parte do
fisioterapeuta. É essencial devido a alteração dos músculos torácicos, perda da
força para tossir e a já mencionada hipersecretividade. (SARMENTO, 2007)
Deve-se fazer uma avaliação com o paciente, ajustar a pressão de aspiração
ao nível mais baixo possível (adultos -100 a -120mmHg), pré-oxigenar fornecendo
oxigênio 100% durante ao menos 30 segundos, inserir o cateter e ir recuando o
mesmo fazendo movimento rotatório, reoxigenar mantendo FOշ elevado pelo menos
1 minuto, monitorar o paciente, repetir os procedimento caso necessário avaliando
os resultados. (SCANLAN; WILKINS; STOLLER, 2000)
O Bag Squeezing é feito com o auxílio de um ressuscitador manual (AMBU) e
promove o deslocamento de secreções brônquicas por meio de aumento do volume
inspiratório, o qual origina um maior fluxo expiratório. A partir desta mobilização a
aspiração remove a secreção das vias aéreas através de sua pressão negativa.
(SARMENTO, 2006)
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Deverá ser promovida uma fração inspirada de oxigênio igual a 100%,
pressão maior que 20 cmHշ0 e menor que 40 cmHշ0 no ressuscitador manual e
volume corrente 50% maior que volume gerado pelo ventilador mecânico prevenindo
assim, lesões de origem por pressão ou volume. Durante a inspiração realiza-se a
instilação de soro fisiológico 0,9% e posteriormente, uma insuflação manual lenta,
seguida de uma pausa inspiratória. (PRESTO; DAMAZIO, 2006)
A presente pesquisa consiste em um experimento com objetivo de demonstrar
através de dados gerais e específicos, a comparação dos efeitos da técnica de Bag
Squeezing e aspiração das vias aéreas de forma isolada e associada sobre o pico
de fluxo expiratório em pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva e seus
reais benefícios na ventilação pulmonar, sendo abrangida por um período de 2 (dois)
meses do segundo semestre de 2016.
MÉTODOS
Após aprovação pelo comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium, parecer: 1.760.848 em 04/10/2016 (ANEXO A) e
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B), realizou-se
esta pesquisa com o objetivo de comparar o pico de fluxo expiratório antes e após
os procedimentos de Bag Squeezing e aspiração das vias aéreas superiores de
pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva em CTI. Para tanto se realizou
tal experimento no Centro de Terapia Intensiva da Associação Hospitalar Santa
Casa de Lins, localizada na Rua Pedro de Toledo N. 486, na cidade de Lins/SP, no
período vespertino das 13h às 18h, nos meses de setembro e outubro de 2016.
Foram avaliados e executados 42 procedimentos atinentes a esta em
pacientes adultos de ambos os gêneros, sendo 21 mensurações do pico de fluxo
expiratório no display do Ventilador mecânico antes e após a execução da técnica
de Bag Squeezing e 21 análises antes e após a realização da aspiração das vias
aéreas superiores de pacientes em suporte ventilatório invasivo e tratamento
Fisioterapêutico.
A avaliação objetiva do paciente é fundamentada no exame físico, unido a
exames
realizados:
radiografia
de
tórax,
tomografia,
exames
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laboratoriais
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(gasometria arterial, hemograma completo, eletrólitos) e espirometria. (SARMENTO,
2007)
Após a avaliação clínica, eram coletados os valores do pico de fluxo
expiratório contidos no display do ventilador mecânico antes e após as técnicas
descritas abaixo:
Pacientes submetidos às técnicas de Bag Squeezing: Para execução de tal
técnica utilizou-se a Unidade de Ventilação Manual de Vias Aéreas (AMBU) com
reservatório de oxigênio (O2) conectado ao fluxômetro, permanecendo este, com gás
suficiente para execução de todo procedimento. Para tanto, fora preconizado fluxo
de 5L/min de O2 correspondente a aproximadamente 40% da FiO 2. Em seguida
desconectava-se o circuito do ventilador mecânico proximal ao tubo orotraqueal,
conectando-se o AMBU com reservatório de O2 a tal tubo, tomando-se precauções
quanto à relação dos ciclos ventilatórios estabelecidos antes de iniciar a técnica em
questão. O procedimento fora executado por dois fisioterapeutas, onde um dos
profissionais realizava a hiperinsuflação manual na fase inspiratória do ciclo
respiratório, utilizando para tal o AMBU, atingindo níveis volumétricos próximos aos
limites da capacidade pulmonar total, enquanto que o outro, sequencialmente a tais
insuflações realizava manobras de compressões e descompressões lentas e
moderadas com suas mãos em um ângulo reto de 90º sobre o tórax do paciente com
força compressiva distribuída igualmente entre os dedos e a palma das mãos no
sentido anatômico dos arcos costais associadas a vibrações em ambos hemitórax
durante a fase expiratória do ciclo respiratório. Foram preconizadas no mínimo 3 e
no máximo 5 manobras sequenciais interrompendo-se estas caso o paciente
apresentasse reflexo de tosse.
Pacientes submetidos à técnica de aspiração das vias aéreas superiores:
Inicialmente os pacientes eram hiperoxigenados com 100% da FiO2, ajustando-se a
pressão de sucção por meio do sistema de ar comprimido a sonda nº 14 era então
conectada e na sequencia realizava-se a introdução através do tubo orotraqueal,
estando o sistema de sucção ocluído até atingir a Carina da Traqueia onde então
liberava-se a pressão de sucção e retirada lenta com movimentos rotatórios da
sonda entre as polpas digitais do primeiro e segundo dedos do fisioterapeuta
procedendo-se a depuração das vias aéreas do paciente. A duração preconizada
para tal técnica fora de no máximo 15 segundos, conforme sugerido pela literatura,
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com reintrodução e execução quantas vezes fossem necessárias até atingir a
máxima depuração observada através do conteúdo aspirado. Durante todo
procedimento os parâmetros hemodinâmicos do paciente era acompanhado no
sistema de monitorização contínua. Ao término de tal procedimento realizava-se a
hiperoxigenação com 100% da FiO2 durante 60 segundos.
Foram realizadas análises descritivas dos dados quantitativos obtidos
durante a execução dos procedimentos atinentes a pesquisa em questão, além do
teste T de Student em par para as médias (picos de fluxos iniciais e finais) e
variâncias iguais (picos de fluxos nas diferentes técnicas) de duas amostras
(homoscedástica), verificando-se a hipótese inicial que determinava diferenças entre
o pico de fluxo avaliado antes e depois das técnicas realizadas na Bag Squeezing e
aspiração endotraqueal com um nível de significância menor ou igual 5%.
RESULTADOS
Serão explicitados através de gráficos, tanto os valores obtidos durante as
mensurações como as comparações executadas na pesquisa em questão.
Figura 1 – Dados do pico de fluxo expiratório (PFE) obtidos através da técnica Bag
Squeezing inicial (BSI) e final (BSF), observado no display do Ventilador Mecânico
DIXTAL DX 3012®;
PFE BSI
PFE BSF
80
60
40
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Fonte: autoras da pesquisa, 2016.
Ressalta-se que 90% dos procedimentos apresentam diminuição do pico de
fluxo expiratório logo após a aplicação da técnica de Bag Squeezing com médias de
50±8L/min quando comparados aos valores obtidos inicialmente 58±8L/min. Tal
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diminuição fora estatisticamente significativa, pois o teste T para amostras em par
para as médias desvelou grau de significância entre as diferenças obtidas com valor
de p < que 0,05 (3,9196E-05).
Figura 2 – Dados do pico de fluxo expiratório (PFE) obtidos através da técnica de
aspiração inicial (AVAI) e final (AVAF) , observados no display de Ventilador
Mecânico DIXTAL DX 3012®;
PFE AVAI
PFE AVAF
80
60
40
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Fonte: autoras da pesquisa, 2016.
Observa-se que 95% dos procedimentos apresentam diminuição do pico de
fluxo expiratório logo após a aplicação da técnica de aspiração das vias aéreas com
médias de 50±11L/min quando comparados aos valores obtidos inicialmente
50±9L/min. Tal diminuição fora estatisticamente significativa, pois o teste T para
amostras em par para as médias desvelou grau de significância entre as diferenças
obtidas com valor de p < que 0,05 (0,00015444).
Figura 3 – Dada do pico de fluxo expiratório (PFE) colhidos após a técnica de Bag
Squeezing (BSF), e antes da aspiração (AVAI).
PFE BSF
PFE AVAI
80
60
40
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Fonte: autoras da pesquisa, 2016.
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8
Quando conferidos os picos de fluxos expiratórios após a realização da
técnica de Bag Squeezing com médias de 50±8L/min, e antes da técnica de
aspiração das vias aéreas com médias de 60±9L/min, constatou- se que 80%
aumentaram os valores, podendo-se considerar que não houve depuração das vias
aéreas logo na primeira técnica executada, 10% diminuíram, considerando-se eficaz
a depuração somente com a técnica utilizada inicialmente e 10% não tiveram
alteração. Tais diferenças foram estatisticamente significativa, pois o teste T para
amostras dependentes desvelou grau de significância entre as diferenças obtidas
com valor de p < que 0,05 (0,000320002).
Figura 4 – Dados do pico de fluxo expiratório (PFE) colhidos antes da técnica de Bag
squeezing (BSI), e após a aspiração (AVAF).
PFE BSI
PFE AVAF
80
60
40
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Fonte: autoras da pesquisa, 2016.
Quando comparados os picos de fluxos expiratórios antes da realização da
técnica de Bag Squeezing com médias de 58±8L/min, e após da técnica de
aspiração das vias aéreas com médias de 50±11L/min, constatou- se que 81%
diminuíram os valores, podendo-se considerar que houve depuração das vias
aéreas logo na primeira técnica executada, 14% aumentaram, considerando-se
ineficaz a depuração somente com a técnica utilizada inicialmente e 5% não tiveram
alteração. Tais diferenças foram estatisticamente significativa, pois o teste T para
amostras dependentes desvelou grau de significância entre as diferenças obtidas
com valor de p < que 0,05 (0,009655987).
Figura 5 - Comparação dos dados do pico de fluxo expiratório (PFE), após a
realização das duas técnicas, sendo, (BSF) e (AVAF).
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9
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PFE BSF
PFE AVAF
60
40
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Fonte: autoras da pesquisa, 2016.
Quando confrontados os picos de fluxos expiratórios após a realização da
técnica de Bag Squeezing com médias de 50±8L/min, e após da técnica de
aspiração das vias aéreas com médias de 50±11L/min, constatou- se que 50% das
diferenças aumentaram e 50% diminuíram os valores, podendo-se considerar que
tais técnicas quando comparadas promovem depuração equivalente, corroborando
tais informações com o teste T para amostras dependentes desvelando que não
houve diferenças estatisticamente significativas p > que 0,05 (1).
Figura 6 – Comparação dos dados do pico de fluxo expiratório (PFE), antes da
realização das duas técnicas, sendo, (BSI) e (AVAI).
PFE BSI
PFE AVAI
80
60
40
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Fonte: autoras da pesquisa, 2016.
Quando confrontados os picos de fluxos expiratórios antes da realização da
técnica de Bag Squeezing com médias de 58±8L/min, e antes da técnica de
aspiração das vias aéreas com médias de 60±9L/min, constatou- se que 50% das
diferenças aumentaram e 50% diminuíram os valores, podendo-se considerar que
tais técnicas quando comparadas promovem depuração equivalente, corroborando
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tais informações com o teste T para amostras dependentes desvelando que não
houve diferenças estatisticamente significativas p > que 0,05 (0,382).
DISCUSSÃO
David (2001) descreve que o muco brônquico depende de fatores para
percorrer satisfatoriamente e evitar retenções, representando um mecanismo de
defesa do sistema respiratório, tendo seu transporte prejudicado em pacientes na
terapia intensiva. O objetivo da pesquisa realizada fora demonstrar através de dados
gerais e específicos, a comparação dos efeitos da técnica de Bag Squeezing e
aspiração na depuração das vias aéreas em pacientes submetidos à ventilação
mecânica invasiva e tratamento fisioterapêutico.
ASSOBRAFIR (2010) descreve que frequentemente o PFE é usado como
marcador funcional para avaliar os reais resultados das técnicas fisioterapêuticas
que consistem na remoção de secreção, resposta broncodilatadora, eficiência da
tosse e como índice preditivo da efetividade na extubação ou decanulação,
corroborando tais informações com a metodologia empregada para aferir o PFE no
display do ventilador mecânico a efetividade ou não das técnicas de Bag Squeezing
e aspiração na depuração das vias aéreas dos pacientes em VMI.
Wilkins (2006) descreve a aspiração com um meio facilitador na remoção de
secreções, contribuindo assim para a redução de complicações ao paciente.
Observou-se nesta pesquisa que tanto a técnica de aspiração como a técnica de
Bag Squeezing contribui na remoção de secreções das vias aéreas, não observando
melhores resultados quando executadas as técnicas isoladamente.
Conforme referido por Costa (1999) a aspiração é muito utilizada pela
fisioterapia respiratória, favorecendo a melhora na permeabilidade das vias aéreas
resultando em uma ventilação pulmonar mais ampla. Para tal autor a eficácia de tal
técnica evita ou até mesmo reverte atelectasias e aumenta a CRF facilitando as
trocas gasosas. Os dados obtidos na pesquisa realizada durante a técnica de
aspiração corroboram com o autor supracitado.
Para Clement e Hubsch (1968), a hiperinsuflação manual (também conhecida
com Bag Squeezing), consiste na aplicação de pressão positiva em pacientes
internados na UTI como um recurso para melhorar a oxigenação, mobilizar o
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excesso de secreção brônquica e expandir áreas pulmonares colapsadas. Silva
(2001) refere que o Bag Squeezing tem como objetivo facilitar o deslocamento dos
tampões através do AMBU e seu fluxo turbulento. Outro beneficio provado pela
hiperventilação é a redução da hipoxemia causada pela aspiração. Observou-se no
presente que a técnica isolada de Bag Squeezing promove os objetivos citados pelo
autor, porém ressalta-se que a associação das técnicas demonstraram melhores
resultados.
Sarmento (2007) discorre que a hiperinsuflação manual (HM), através da
rápida liberação expiratória, potencializa a ação das forças de recolhimento elástico
pulmonar, promovendo aumento do pico de fluxo expiratório durante a execução do
procedimento e, consequentemente, favorecendo o deslocamento de secreção para
vias aéreas centrais e com posterior depuração das vias aéreas os resultados do
pico de fluxo tendem diminuir em virtude da desobstrução obtida. Para tal autor o
volume expiratório liberado pela HM alcança áreas mais complacentes do pulmão,
promovendo expansão de alvéolos colapsados por meio da distribuição do ar pelos
canais colaterais e favorecendo o fenômeno da interdependência pulmonar. O
objetivo é promover o deslocamento de secreções brônquicas por meio do aumento
do volume inspiratório, o qual origina um maior fluxo expiratório. A presente
pesquisa corrobora com tal autor através dos benefícios alcançados bem como
resultados elucidados. Guimarães e Lemes (2007) ainda esclarecem que o Bag
Squeezing produz aumento da complacência e redução da resistência do sistema
respiratório, aumentando a saturação arterial de oxigênio causada pelo aumento do
fluxo expiratório que mobiliza as secreções.
Esta pesquisa demonstrou resultados do PFE durante a execução das
técnicas isoladas e suas associações, sendo que ambas promoveram redução no
PFE, com melhores resultados obtidos durante a efetivação das duas técnicas,
corroborando com Jones et al (1992), Denehy (1999), Hodgson et al (1999), Patman
et al (2000) e Berney et al (2004) apud Choi e Jones (2005, p. 28), que referem que
a Bag Squeezing seguida da aspiração é mais efetiva pelo fato de promover
remoção de secreção das vias aéreas centrais, antes mobilizadas pelas
hiperinsuflações e vibrações torácicas, assim conduzindo um maior recrutamento
alveolar distal e funcional.
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CONCLUSÃO
Após a execução do presente pode-se concluir que houve diferença
estatisticamente significante nos resultados obtidos, destacando-se que tanto a
Técnica de Bag Squeezing quanto a técnica de aspiração promovem depuração das
vias aéreas isoladamente, porém quando associadas parecem maximizar tal efeito
reduzindo o pico de fluxo expiratório.
Há consenso entre a literatura e os resultados alcançados e apresentados,
evidenciando que a técnica de Bag Squeezing isolada parece ser eficaz assim como
a técnica de aspiração endotraqueal no que diz respeito à diminuição do pico de
fluxo expiratório, traduzindo melhora da obstrução das vias aéreas, no entanto
quando comparadas conjuntamente a técnica de Bag Squeezing parece não diminuir
o pico de fluxo de forma tão eficaz quando associada a técnica de aspiração, fato
este comprovado ao comparar o pico de fluxo de ambas técnicas no início e no
término.
A pergunta problema da pesquisa fora respondida de forma positiva,
enfatizando diferenças no pico de fluxo mensurado antes e após a aspiração isolada
e/ou associada à técnica de Bag Squeezing em pacientes sob assistência
ventilatória mecânica invasiva.
A realização da desta pesquisa contribuiu para o enriquecimento sobre o
assunto, aprofundando o tema abordado, bem como destacando que a mesma não
se esgota por aqui, devendo-se realizar mais estudos com números maiores de
sujeitos.
REFERÊNCIAS
ASSOBRAFIR. Sistema de educação em saúde continuada a distância. Programa
de atualização profisio fisioterapia em terapia intensiva adulto. Ciclo 1, v. 1.
Porto Alegre, 2010.
AZEREDO, C. A. C. Fisioterapia respiratória moderna. 4. ed. Barueri, SP: Manole,
2002.
BERTI, J. S. W. et al. Hiperinsuflação manual combinada com compressão torácica
expiratória para redução do periodo de internação em UTI em pacientes críticos sob
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ventilação mecânica. Jornal Brasileiro de Pneumologia. v. 38, n. Suplemento 4, p.
477-486, 2012.
BRITTO, R. R.; BRANT, T. C. S.; PARREIRA, V. F. Recursos manuais e
instrumentais em fisioterapia respiratória. Barueri, SP: Manole, 2009.
CHOI, J. S.; JONES, A. Y. Effects of manual hyperinsuflation and suction on
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Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
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