UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL IMPACTO DE HERBICIDAS NA NODULAÇÃO E NA PRODUTIVIDADE DO FEIJÃO-CAUPI. FABIO PINTO DOS REIS MONTEIRO GURUPI-TO JANEIRO DE 2012 FABIO PINTO DOS REIS MONTEIRO IMPACTO DE HERBICIDAS NA NODULAÇÃO E NA PRODUTIVIDADE DO FEIJÃO-CAUPI. Dissertação apresentada ao Mestrado em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal - Área de Concentração em Fitossanidade. GURUPI-TO JANEIRO DE 2012 2 Trabalho realizado junto ao curso de Mestrado em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins, sob a orientação do Profº Dr. Marcelo Rodrigues Reis, com o apoio financeiro do Conselho Nacional de Pesquisa Científica (CNPq). Banca examinadora: ____________________________________________ Prof. Dr. Marcelo Rodrigues dos Reis - Universidade Federal de Viçosa (Orientador) ____________________________________________ Prof. Dr. Aloísio Freitas Chagas Junior Universidade Federal do Tocantins (Co-Orientador) - ____________________________________________ Prof. Dr. Gil Rodrigues dos Santos - Universidade Federal do Tocantins (Examinador) ____________________________________________ Prof. Dr. Cláudio Pagotto Ronchi - Universidade Federal (Examinador) 3 A Deus pelo amor incondicional. Aos meus pais Antônio da Silva Monteiro e Valdaires Pinto dos Reis pelo incentivo e confiança depositados no decorrer de minha vida acadêmica. As minhas irmãs pelo incentivo e força. A todas as pessoas que acreditaram no meu potencial, principalmente aos meus amigos e parentes. DEDICO i 4 AGRADECIMENTOS A Deus, por toda honra e toda glória, pelo amor incondicional, por sempre estar presente me proporcionando: força, vitória, paz, saúde, alegria e sucesso. A minha mãe pelo incentivo e sacrifícios que fizeram por minha formação. Aos meus amigos e orientadores professores Dr. Aloísio Freitas Chagas Junior e Dr. Marcelo Rodrigues Reis pela orientação, pelo convívio, confiança, dedicação e amizade durante todo o mestrado. Ao Diretor do Campus Universitário de Gurupi–UFT, Dr. Eduardo Andrea Erasmo Lemus, pela amizade, e ajuda na concessão dos herbicidas e insumos agrícolas, pois seria impossível o desenvolvimento desse projeto de dissertação não fosse o mesmo, muito obrigado. Ao Coordenador do Mestrado em Produção Vegetal Dr. Gil Rodrigues dos Santos, pela amizade, confiança e compreensão. Aos professores do mestrado em Produção Vegetal pelos valiosos ensinamentos repassados. À Universidade Federal do Tocantins, pelo apoio institucional e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela concessão da bolsa de estudos e apoio financeiro. A todos os funcionários do Laboratório de Fitopatologia e Laboratório de Solospela inestimável colaboração na realização deste trabalho. Aos meus amigos e companheiros: Pedro Henrique, Higor Barbosa Reis, Rogério Cesar, Rogerio Melo, Marcos Vinicius, Ariadila, Bruno Visioli, Thomas, Renato, Michel Antônio Dotto, Melquezedeque do Vale Nunes, João Josué Batista Neto e outros que foram importantes para o desenvolvimento desse trabalho, e concretização dessa meta. As minhas irmãs: Poliana, Lussandra e Alessandra, pela amizade, atenção e confiança. ii 5 Aos meus avos Vitorino Pinto da Fonseca (in memoria) e Maria dos Reis Fonseca por todo carinho, atenção e confiança. A meus amigos (as) e colegas: Suelen Lobo, Lourdes, Rita de Cassia Rolando, Rodrigo, Deyvid, Marcos Vinicius, Maria Tereza, Adriana, Flavio Henrique, Antônio Cleiton, Carlos Sergio, Rodrigo, Mario Pombal, Cassius, Hélcio, Neusirval, Luciano, Marcelo, Ana Carla, Miguel e Andrea, pelo carinho, admiração, incentivos e força. A meus tios (as), Valdemir, Raimundo Nonato, por terem me acolhido em sua casa durante todo o curso de graduação e boa parte do mestrado. Aos meus tios, Valdete, Vanderlon e Vilmar, pela ajuda durante todos esses anos. Aos Meus primos, Leandro, Fabrício, Fabiano, Renato, Cleomar, Marcos Victor e Lucas, pela amizade e força. A todos os meus familiares e amigos, pelo carinho e admiração, por sempre acreditar no meu potencial. E finalmente, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a execução desse trabalho, os meus sinceros agradecimentos. Obrigado a todos. iii 6 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. vi LISTA DE TABELAS........................................................................................................... viii RESUMO .................................................................................................................................. x ABSTRACT ............................................................................................................................ xii INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................................ 1 CAPÍTULO I – EFEITO DE HERBICIDAS NO CRESCIMENTO E NODULAÇÃO DO FEIJÃO-CAUPI ..................................................................................... 5 Resumo....................................................................................................................................... 6 Abstract ...................................................................................................................................... 7 Introdução................................................................................................................................... 8 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................... 10 Experimento de casa de vegetação........................................................................................... 10 Experimento de campo............................................................................................................. 12 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 14 Experimento de casa de vegetação........................................................................................... 14 Experimento de campo............................................................................................................. 19 CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 31 Experimento de casa de vegetação........................................................................................... 31 Experimento de campo............................................................................................................. 31 CAPÍTULO II – EFEITO DE HERBICIDAS NO CRESCIMENTO E NODULAÇÃO DO FEIJÃO-CAUPI .............................................................................................................. 32 RESUMO ................................................................................................................................ 33 ABSTRACT ............................................................................................................................ 34 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 35 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................... 37 Experimento de casa de vegetação........................................................................................... 37 7 Experimento de campo............................................................................................................. 38 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 42 Experimento de casa de vegetação........................................................................................... 42 Experimento de campo............................................................................................................. 46 CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 61 Experimento de casa de vegetação........................................................................................... 61 Experimento de campo............................................................................................................. 61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 62 v 8 LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO I Figura 1. Eficiência Relativa de feijão-caupi inoculado com rizóbio e testemunha, em relação ao tratamento adubado com nitrogênio (ureia), em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas (DR) e dobro da recomendada (DDR).................................................... 19 Figura 2: Numero de nódulos (NN) e matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida bentazon em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo................... 22 Figura 3: Numero de nódulos (NN) e matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida clethodim em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo....... 23 Figura 4:Numero de nódulos (NN) e matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida fomesafen em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo....... 25 Figura 5: Numero de nódulos (NN) e matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida metolachlor em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo....... 26 Figura 6. Eficiência Relativa de feijão-caupi inoculado com rizóbio e testemunha, em relação ao tratamento adubado com nitrogênio (uréia), em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas (DR) e dobro da recomendada (DDR).................................................... 27 Figura 7: Índice de eficiência simbiótica das estirpes de rizóbio dos tratamentos com diferentes herbicidas, em relação ao N total acumulado em feijão-caupi, 55 dias após o plantio .................................................................................................................................................. 29 vi 9 CAPÍTULO II Figura 1: Número de nódulos (NN) e matéria seca de nódulos (MSN) associados a diferentes herbicidas: fomesafen, fluazifop e fomesafen + fluazifop nas doses recomendadas em quatro épocas de avaliação em condições de campo ........................................................................... 50 Figura 2:Número de nódulos (NN) e matéria seca de nódulos (MSN) associados a diferentes herbicidas: trifuralin e pendimenthalin nas doses recomendadas (DR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo ....................... 52 Figura 3: Número de nódulos (NN) e matéria seca de nódulos (MSN) associados a diferentes herbicidas: s-metolachor, bentazon, clethodim e oxadiazon nas doses recomendadas (DR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 60 dias após o plantio (DAP) em condições de campo .................................................................................................................................................. 53 Figura 4:Eficiência Relativa de feijão-caupi inoculado com rizóbio e testemunha, em relação ao tratamento adubado com nitrogênio (ureia) em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas ........................................................................................................................... 54 Figura 5: Índice de eficiência simbiótica das estirpes de rizóbio dos tratamentos com diferentes herbicidas, em relação ao N total acumulado em feijão-caupi, 55 dias após o plantio .................................................................................................................................................. 56 vii 10 LISTA DE TABELAS CAPÍTULO I Tabela 1. Porcentagem de massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi inoculado com rizóbio em função de aplicação de herbicidas em dose recomendada (DR) e dobro da recomendada (DDR) em relação a testemunha inoculada....................................................... 17 Tabela 2. Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN), no feijão-caupi inoculado com rizóbio em função de aplicação de herbicidas em dose recomendada (DR) e dobro da recomendada (DDR)........... 21 Tabela 3. Teor (TN) e acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) de feijão caupi........... 28 Tabela 4. Produtividades de feijão caupi (Kg ha-1) em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas (DR) e dobro da recomendada (DDR), em Gurupi – TO, 2011 ............. 30 CAPÍTULO II Tabela 1. Diferentes herbicidas e doses aplicadas sobre estirpes de rizóbio em meio de cultura .................................................................................................................................................. 37 Tabela 2. Doses e épocas de aplicação dos herbicidas sobre o feijão-caupi e estádio de desenvolvimento da cultura ...................................................................................................... 39 Tabela 3. Resistência e sensibilidade de estirpes de rizóbio a diferentes herbicidas na dosagem recomendada do produto para o feijão-caupi ............................................................ 43 viii 11 Tabela 4. Resistência e sensibilidade de estirpes de rizóbio a diferentes herbicidas na dosagem dobro da recomendada do produto para o feijão-caupi ............................................. 43 Tabela 5A. Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), em feijão-caupi inoculado com rizóbio em função de aplicação de herbicidas1 ................................................ 44 Tabela 5B. Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), em feijão-caupi inoculado com rizóbio em função de aplicação de herbicidas(1 ............................................... 47 Tabela 6. Teor (TN) e acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) de feijão-caupi1 ......... 49 Tabela 07. Fitointoxicação, controle de monocotiledôneas e dicotiledôneas na cultura do feijão-caupi após aplicação dos herbicidase............................................................................. 55 Tabela 08. Peso de grãos de cinco vagens (PG5V), número de grãos de cinco vagens (NG5V), comprimento de cinco vagens (C5V), peso de 100 grãos (P100G), peso total de vagens (PTV), peso total dos grãos (PTG) e produtividade (PROD) de feijão-caupi inoculado com rizóbio e diferentes herbicidas .......................................................................................... 59 ix 12 RESUMO No Brasil, o feijão-caupi é mais cultivado nas regiões Nordeste e Norte, constituindo uma importante fonte de proteína de baixo custo. Recentemente, o feijão-caupi vem sendo introduzido também nos Cerrados, principalmente por sua compatibilidade com o sistema de rotação de cultura e também como cultura principal. Porém, apresenta baixo rendimento de grãos, sendo relacionado, principalmente, ao uso de sistemas de produção de baixo nível tecnológico, à escassez de estirpes fixadoras de N eficientes e ao manejo ineficiente de pragas, doenças e, principalmente, de plantas daninhas. O manejo fitossanitário, inclusive o controle químico, adotado pelos produtores de feijão-caupi tem sido baseado na cultura do feijão-comum, em função de pragas, doenças e plantas daninhas serem semelhantes em ambos os cultivos. Ressalta-se que, no Brasil, não há pesticidas registrados para uso na cultura do feijão-caupi. O uso inadequado desses produtos pode intoxicar as plantas, alterar o metabolismo de microrganismos do solo e das simbioses, por exemplo, a fixação biológica de nitrogênio. Dessa forma, objetivou-se neste trabalho avaliar os efeitos de herbicidas sobre bactérias fixadoras de nitrogênio cultivadas in vitro, no controle de plantas daninhas, na nodulação e crescimento do feijão-caupi cultivado em casa-de-vegetação e campo na região de cerrado amazônico. Foram realizados quatro experimentos, apresentados em dois capítulos. Capítulo I onde foram desenvolvidos experimentos em casa-de-vegetação e em campo utilizando o bentazon, clethodim, fomesafen e s-metolachlor nas doses recomendada e dobro da recomendada para o feijão-comum (Phaseolus vulgaris). Capítulo II com experimentos in vitro e em campo. No experimento in vitro se avaliou a toxicidade dos herbicidas às estirpes bacterianas fixadoras de nitrogênio – INPA 03-11B, BR 3299 e BR 3277 pela determinação do halo de inibição às 24, 72 e 96 h após aplicação dos produtos. Os herbicidas utilizados foram: bentazon, clethodim, fomesafen, fluazifop-p-butil, fomesafen + fluazifop-p-butil, oxadiazon, pendimethalin, s-metolachlor e trifluralin. No experimento de campo todos os herbicidas citados no teste in vitro na dose recomendada para feijão-comum. Nos experimentos de casa de casa de vegetação e campo foram avaliados os efeitos dos herbicidas no crescimento e nodulação do feijão-caupi e, apenas no campo, no controle de plantas daninhas. x 13 As variáveis avaliadas foram: massa seca da parte aérea, raiz e total, número e massa seca de nódulos aos 20, 30, 45 e 55 dias após plantio (DAP); teor de N foliar e na parte aérea, eficiência simbiótica, percentagem de controle de plantas daninhas e produtividade. No Capítulo I, no experimento em casa-de-vegetação, a partir dos 45 DAP a cultura superouse da intoxicação causada pelo bentazon, clethodim e fomesafen. O s-metolachlor afetou negativamente as plantas de feijão-caupi, sendo letal com a utilização do dobro da dose. As estirpes testadas foram eficientes, mesmo com a utilização de bentazon e clethodim independente da dose. No campo, o bentazon e clethodim causaram efeitos negativos no acúmulo de matéria seca das plantas de feijão-caupi, porém, não foram afetadas a partir dos 30 DAP. O s-metolachor independente da dose causou severa intoxicação no feijão-caupi até os 30 DAP, também, afetou negativamente o número de nódulos. A produtividade de grãos de feijão-caupi foi reduzida com aplicação de fomesafen e s-metolachor com redução média de 77% em relação à testemunha inoculada independente da dose utilizada. No Capítulo II, no experimento in vitro, observou-se que a estirpe de Bradyrhizobium INPA 03-11B apresentou resistência a todos os herbicidas aplicados na dose recomendada após 24, 72 e 96 horas de exposição. Todavia, as estirpes BR 3299 e BR 3277 foram sensíveis ao s-metolachlor, trifluralin, pendimenthalin, fomesafen, clethodim e fomesafen + fluazifop-p-butil até 72 horas após a aplicação. No experimento em campo, a massa seca dos nódulos foi afetada negativamente pelo fomesafen, fluazifop e a mistura fomesafen + fluazifop. Apenas o bentazon e clethodim não interferiram na produtividade do feijão-caupi. Conclui-se que, nas condições deste trabalho, o s-metolachlor apresenta elevado grau de fitotoxicidade no feijãocaupi. Os demais produtos apresentaram moderada intoxicação, com exceção do bentazon e clethodim que, independente da dose, proporcionam baixa fitotoxicidade ao feijão-caupi e pouco influenciam na nodulação, Sendo, portanto, dois potenciais produtos no manejo integrado de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi. Palavras Chaves: Feijão-caupi, nódulos, estirpes. xi 14 ABSTRACT In Brazil, cowpea is grown more in the Northeast and North, is an important protein source for low cost. Recently, the cowpea has been introduced also in the Cerrado, mainly because of its compatibility with the system of crop rotation and as a main crop. However, a low yield of grain, mainly related to the use of production systems, low technological level, the lack of efficient N-fixing strains and inefficient management of pests, diseases, and especially weed. The plant management, including chemical control, adopted by the producers of cowpea has been based on the common bean crop, due to pests, diseases and weeds are similar in both crops. It is noteworthy that, in Brazil, there is no pesticide registered for use in the culture of cowpea. Improper use of these products can poison plants, alter the metabolism of soil microorganisms and symbiosis, for example, biological nitrogen fixation. Thus, this study aimed to evaluate the effects of herbicides on nitrogen-fixing bacteria grown in vitro in weed control, nodulation and growth of cowpea grown in green-house and field in savanna Amazon. Four experiments were conducted, presented in two chapters. Chapter I, where experiments were performed in green-house and field using bentazon, clethodim, fomesafen and s-metolachlor at the doses recommended and double recommended for the common bean (Phaseolus vulgaris). Chapter II with in vitro experiments and field. In in vitro experiment evaluated the toxicity of herbicides to the nitrogen-fixing bacterial strains - INPA 03-11B, BR 3299 and BR 3277 by determining the inhibition zone at 24, 72 and 96 h after application of the products. The herbicides used were: bentazon, clethodim, fomesafen, fluazifop-p-butyl and fomesafen + fluazifop-p-butyl, oxadiazon, pendimethalin, s-metolachlor and trifluralin. In field experiments all herbicides mentioned in the in vitro dose recommended for common bean. In the experiments home greenhouse and field measured the effects of herbicides on growth and nodulation of cowpea, and only in the field, control of weeds. The variables evaluated were: dry weight of shoot, root and total dry mass and number of nodules at 20, 30, 45 and 55 days after planting (DAP), leaf N content and shoot, symbiotic efficiency, percentage of weed control and productivity. In Chapter I, in the experiment in green-house, from 45 DAP to overcome the culture of intoxication caused by bentazon, clethodim and fomesafen. The s-metolachlor negatively affected plants of cowpea, and with the use of lethal double dose. xii 15 The strains tested were effective, even with the use of bentazon and clethodin independent of dose. In the field, bentazon and clethodim caused negative effects on dry matter accumulation of cowpea plants, however, were not affected after 30 DAP. The s-metolachor independent of dose caused severe toxicity in cowpea up to 30 DAP also negatively affected the number of nodules. The grain yield of cowpea was reduced with application of fomesafen and s-metolachor with an average reduction of 77% compared to the inoculated control independent of dose. In Chapter II, the in vitro experiment, it was observed that the strains INPA 03-11B was resistant to all herbicides applied at the recommended dose after 24, 72 and 96 hours of exposure. However, strains BR 3299 and BR 3277 were sensitive to s-metolachlor, trifluralin, pendimenthalin, fomesafen, clethodim + fomesafen and fluazifop-p-butyl 72 hours after application. The field experiment, dry mass of nodules was negatively affected by fomesafen, fluazifop and fomesafen + fluazifop mixture. Only bentazon and clethodin not interfere with the productivity of cowpea. It is concluded that under the conditions of this work, s-metolachlor has a high degree of phytotoxicity in cowpea. The other products showed moderate intoxication, except bentazon and clethodim that, regardless of dose, provide low phytotoxicity to cowpea nodulation and little influence, therefore, two potential products in the integrated management of weeds in bean- cowpea Keywords: Cowpea nodules, strains. xiii 16 Introdução Geral O Brasil é o maior produtor e consumidor de feijão do mundo, com produção média de 3,5 milhões de toneladas. Entretanto, as projeções indicam um déficit de oferta que levará o país a importar feijão nos próximos anos (MAPA, 2012). Apesar de maior parte do feijão consumido no Brasil pertencer à espécie Phaseolus vulgaris, o feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é preferencialmente consumido nas regiões Nordeste e Norte, sendo a segunda espécie de feijão mais cultivada no País. Também é conhecida como feijão-de-corda e feijão macassar na região Nordeste, feijão-de-praia e feijão-de-estrada na região Norte, feijão-miúdo na região Sul, feijão catador e feijão gerutuba em algumas regiões do estado da Bahia e norte de Minas Gerais e feijão fradinho no estado do Rio de Janeiro (FREIRE FILHO, 1999).O valor nutricional de feijão-caupi é semelhante ao feijão-comum, contudo, o feijão-caupi possui altos níveis de ácido fólico e baixos níveis de fatores antinutricionais (BRESSANI, 1985). É considerada uma das leguminosas mais adaptadas, rústicas e nutritivas entre as espécies cultivadas, além de ser um importante componente essencial dos sistemas de produção nas regiões secas dos trópicos, que cobrem parte da Ásia, Estados Unidos, Oriente Médio e Américas Central e do Sul (SINGH et al. 2002). Nessas regiões, constitui-se de uma das principais fontes de proteína vegetal, notadamente para as populações de menor poder aquisitivo (GRANGEIRO et al. 2005). No Brasil, o feijão-caupi é mais cultivado nas áreas semi-áridas do Nordeste e praticamente em toda a região Norte, constituindo uma importante fonte de proteína de baixo custo e cuja plasticidade permite sua adaptação em diferentes condições ambientais. Os fatores responsáveis pela sua versatilidade em sistemas de produção são a tolerância a estresse hídrico, pouca exigência quanto à fertilidade do solo e capacidade de fixação do nitrogênio atmosférico (FREIRE FILHO et al., 2005). Recentemente, a área cultivada de feijão-caupi vem aumentando nos Cerrados, principalmente por sua compatibilidade com o sistema de rotação de cultura e também como cultura principal (ZILLI et al., 2006; MENEZES et al., 2007). Quando cultivado na forma de safrinha tem um custo muito competitivo, fator que tem aumentado o interesse dos produtores pela cultura. Além disso, a produção é de alta qualidade, o que possibilita sua boa aceitação 1 por parte de comerciantes, agroindústria, distribuidores e consumidores (FREIRE FILHO et al., 2009). A maior área cultivada e produção de feijão-caupi pertencem a Nigéria (45%), seguida do Niger (34%) e do Brasil (13%) (Singh et al.,2002).Dados disponíveis na FAO (2009) sobre a produção mundial de feijão-caupi, no ano de 2007, indicam que a cultura atingiu 3,6 milhões de toneladas em 12,5 milhões de hectares. De acordo com a FAO (2009),no Brasil, historicamente, a produção de feijão-caupi concentra-se nas regiões Nordeste (1,2 milhão de hectares) e Norte (55,8 mil hectares) do país, no entanto, a cultura está conquistando espaço na região Centro-Oeste, em razão do desenvolvimento de cultivares com características que favorecem o cultivo mecanizado. O feijão-caupi contribui com 35,6% da área plantada e 15% da produção de feijão total (feijãocaupi + feijão-comum) no país. Anualmente, em média, foram produzidas 482 mil toneladas em 1,3 milhões de hectares. A produtividade média do feijão-caupi, no Brasil, é baixa (366 kg ha-1), em função do baixo nível tecnológico empregado no cultivo. No entanto, estados como Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso apresentam produtividades superiores a 1.000 kg ha-1. O avanço da cultura na região central do Brasil propiciará um incremento na produtividade média brasileira, em função, principalmente, do uso de tecnologias que propiciam a planta à expressar o seu potencial produtivo FAO (2009). No estado do Tocantins, o cultivo de feijão-caupi, na região das várzeas, destaca-se como uma área produtiva em ascensão. Os investimentos tecnológicos aplicados nos últimos dez anos resultaram no avanço da produção e área de cultivo no Estado. A área cultivada aumentou de 1,1 mil para 8,6 mil hectares plantados, alcançando a marca de 680% de aumento do grão (SECOM, 2009). As causas do baixo rendimento do feijão-caupi estão relacionadas principalmente ao: a) uso de sistemas de produção de baixo nível tecnológico, b) escassez de estirpes fixadoras de N eficientes e c) manejo eficiente de pragas, doenças e, principalmente, de plantas daninhas. O feijão-caupi possui a capacidade de realizar o processo de fixação biológica de nitrogênio atmosférico (N2): Aassociação simbiótica entre as plantas e as bactérias que se associam às raízes das mesmas, formando nódulos que servem para acúmulo deste nutriente. Assim que a simbiose é estabelecida, a planta fornece fotoassimilados à bactéria, recebendo em troca produtos nitrogenados (aminoácidos, ureídeos) provenientes da fixação de N2 (FRANCO et al., 2002). 2 As vantagens da fixação biológica de N2contemplam os aspectos econômicos e ambientais, como: o aumento da produção vegetal, a recuperação de áreas degradadas, o incremento da fertilidade e da matéria orgânica do solo. Entretanto, sua principal vantagem em curto prazo está associada à economia no uso de fertilizantes nitrogenados industrializados (RUMJANEK et al., 2005). Os vários fatores ambientais que podem afetar a capacidade de nodulação e a fixação de N2 das populações indígenas de rizóbio nos solos podem citar-se: pH, umidade, temperatura, fatores biológicos, salinidade, nitratos, metais pesados e pesticidas (CASTRO, 2000). O manejo fitossanitário, inclusive o controle químico, adotado pelos produtores de feijão-caupi tem sido baseado na cultura do feijão-comum, em função de as pragas, doenças e plantas daninhas serem semelhantes em ambos os cultivos. Ressalta-se que, no Brasil, não há pesticidas registrados para uso na cultura do feijão-caupi. Todavia, o controle químico de plantas daninhas no feijão-caupi tem apresentado problemas como severa intoxicação das plantas (FREITAS et al., 2009). As plantas daninhas constituem um dos fatores que mais influencia o crescimento, desenvolvimento e produtividade do feijão-caupi. Essas plantas competem por luz, nutrientes e água reduzindo quantitativa a produção, além de aumentar os custos operacionais de colheita, secagem e beneficiamento dos grãos. Quando não controladas, as plantas daninhas podem reduzir o rendimento de grãos em até 90%, além de promover o aumento da altura e acamamento de plantas. O período crítico de competição das plantas daninhas no feijão-caupi pode ocorrer entre 11 e 35 dias, após sua emergência (FREITAS et al., 2009). Entre os diversos métodos de controle de plantas daninhas destaca-se o controle químico, através do uso de herbicidas, que na cultura do feijão-caupi é limitado devido à escassez de trabalhos envolvendo o uso de herbicidas nesta cultura e da falta de pesticidas registrados junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, o que impede a recomendação e o uso de tais produtos no campo (SILVA, et al. 2009). O uso de herbicidas no controle de plantas daninhas apresenta inúmeras vantagens, como menor dependência da mão-de-obra, cada vez mais cara e escassa na quantidade e qualidade necessárias, eficiência mesmo em épocas chuvosas, melhor controle de plantas daninhas na linha de plantio, e sem afetar o sistema radicular das culturas, além de permitir o cultivo mínimo ou plantio direto das culturas e ser eficiente no controle de plantas daninhas de propagação vegetativa (SILVA et al., 2007). 3 Porém, além dos sintomas de intoxicaçao nas plantas de feijão-caupi, a utilização de herbicidas pode influenciar a dinâmica dos microrganismos do solo, a exemplo das bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico. Tais produtos podem afetar a fixação de nitrogênio de forma direta – o produto aplicado atinge a bactéria no solo ou na planta interferindo no metabolismo, e/ou indireta, onde o produto intoxica o feijão-caupi diminuindo o fornecimento de fotoassimilados e energia, imprescindíveis ao processo simbiótico de fixação de nitrogênio. A aplicação de herbicidas sobre plantas que realizam simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico pode prejudicar a eficiência na assimilação desse nutriente (MARENCO et al., 1993; 1998; SANTOS et al., 2005). Arruda et al. (2001) reporta que tais prejuízos devem-se à interferência do herbicida no metabolismo do microssimbionte, na planta hospedeira ou de ambos, quando em associação.A aplicação de herbicidas, dependendo do princípio ativo ou da formulação, da dose utilizada, dos microrganismos presentes e da sensibilidade destes aos diversos produtos (ROYUELA et al., 1998), das condições climáticas e do tipo de solo (SILVA et al., 2003), pode trazer consequências indesejáveis para a microbiota. É prudente conhecer tolerância e/ou sensibilidade das estirpes de bactérias fixadoras de nitrogênio a herbicidas para que seja considerada na seleção e produção de inoculantes comerciais, para melhor eficiência destes no processo simbiótico. Assim como, averiguar a seletividade de herbicidas à cultura de feijão-caupi e eficiência de controle a fim de selecionar potenciais produtos no manejo de plantas daninhas da cultura. Com intuito de avaliar os efeitos de herbicidas sobre bactérias fixadoras de nitrogênio cultivadas in vitro, no controle de plantas daninhas, na nodulação e crescimento do feijãocaupi cultivado em casa de vegetação e campo na região de cerrado amazônico realizaram-se este trabalho. 4 Capítulo I Efeitos de herbicidas na biomassa e nodulação do feijão-caupi inoculado com rizóbio. 5 EFEITOS DE HERBICIDAS NA BIOMASSA E NODULAÇÃO DO FEIJÃO-CAUPI INOCULADO COM RIZÓBIO1 RESUMO O trabalho teve como objetivo verificar os possíveis efeitos de herbicidas na biomassa e nodulação do feijão-caupi. O experimento foi conduzido em casa de vegetação e campo, com delineamento experimental de blocos ao acaso e blocos casualizados respectivamente, em arranjo fatorial 4x2 + 2, correspondendo as aplicações dos herbicidas bentazon, clethodim, fomesafen e s-metolachlor, nas doses recomendada (DR) e dobro da recomendada (DDR) em quatro épocas de desenvolvimento do feijão-caupi (20, 30, 45 e 55 dias após o plantio -DAP), incluindo ainda uma testemunha inoculada e sem aplicação de herbicida e um controle sem inoculação, sem aplicação de herbicida e com adubação nitrogenada. A inoculação foi realizada com as estirpes INPA 03-11B e UFLA 03-84. Os resultados mostraram para o experimento em casa de vegetação que o bentazon e clethodim, tanto na dose recomendada como dobro da dose, proporcionam baixa fitotoxicidade ao feijão-caupi e pouco influencia na nodulação e biomassa da cultura. O herbicida s-metalochlor apresenta elevado grau de fitotoxicidade no feijão-caupi, inibe totalmente o desenvolvimento vegetativo quando aplicado em dobro da dose recomendada. Este herbicida provoca redução drástica da eficiência simbiótica das bactérias ao ser aplicado na dose e no dobro da dose recomendada. No campo, o bentazon e clethodim causaram efeitos negativos no acúmulo de matéria seca das plantas de feijão-caupi, porém, não foram afetadas a partir dos 30 DAP. O s-metolachor independente da dose causou severa intoxicação no feijão-caupi até os 30 DAP, também, afetou negativamente o número de nódulos. A produtividade de grãos de feijão-caupi foi reduzida com aplicação de fomesafen e s-metolachor com redução média de 77% em relação à testemunha inoculada independente da dose utilizada. Palavras–chaves:Vigna unguicula L. (Walp.),fixação Bradyrhizobium. 1 Manuscrito submetido à revista Caatinga. 6 biológica de nitrogênio, EFFECT OF HERBICIDES ON BIOMASS AND NODULATION COWPEA INOCULATED OF RHIZOBIA ABSTRACT This study aimed to evaluate the effects of herbicides on the biomass and nodulation of cowpea. The experiment was conducted in greenhouse and field experimental design with randomized blocks and blocks casualizados respectively, in factorial arrangement 4x2 + 2, corresponding applications of the herbicide bentazon, clethodim, fomesafen and smetolachlor, the recommended dose (RD) and double (RDA) in four periods of development of cowpea (20, 30, 45 and 55 days after planting, DAP), also including an inoculated control without herbicide application and a control without inoculation, no application of herbicide and nitrogen fertilizer. Inoculation was performed with the strains INPA UFLA 03-11B and 03-84. The results showed for the experiment in a greenhouse that bentazon and clethodim, both at the recommended dose and double dose, provide low phytotoxicity to cowpea and has little influence on nodulation and crop biomass. The herbicide s-metalochlor presents high degree of phytotoxicity in cowpea, completely inhibits the vegetative growth when applied at twice the recommended dose. This herbicide causes drastic reduction in the efficiency of symbiotic bacteria to be applied to the dose and twice the recommended dose. In the field, bentazon and clethodim caused negative effects on dry matter accumulation of cowpea plants, however, were not affected after 30 DAP. The s-metolachor independent of dose caused severe toxicity in cowpea up to 30 DAP also negatively affected the number of nodules. The grain yield of cowpea was reduced with application of fomesafen and s-metolachor with an average reduction of 77% compared to the inoculated control independent of dose Key words:Vigna unguicula L. (Walp.), biological nitrogen fixation,Bradyrhizobium. 7 INTRODUÇÃO O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é amplamente cultivado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, principalmente por sua adaptação às condições edafoclimáticas, boas características agronômicas (FREIRE FILHO et al., 2005), apresentando grande variabilidade entre as cultivares (BERTINE et al., 2009). Apesar de sua importância socioeconômica, historicamente essa cultura apresenta baixa produtividade, em torno de 300 a 400 kg ha-1, devido, em grande parte, às condições de cultivo sem adoção de tecnologias avançadas. Isto implica na necessidade do uso de práticas que possam viabilizar aumentos na sua produtividade de uma maneira ecológica e economicamente sustentável (SOARES et al., 2006). Dentre as tecnologias que podem permitir incrementos no rendimento de grãos, a tecnologia de inoculação é um processo amplamente reconhecido, pois minimiza o custo da produção, pela diminuição no uso de fertilizantes nitrogenados. Esta interação do feijão-caupi com bactérias fixadoras de N2 atmosférico ou rizóbios via utilização de inoculantes, e o conhecimento do processo de nodulação podem contribuir no aumento da produtividade da cultura em mais de 50% (ZILLI et al., 2006, 2009; CHAGAS JR et al., 2010). As plantas daninhas constituem um dos fatores que mais influenciam negativamente o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade da cultura do feijão-caupi, pois competem por luz, nutrientes e água, além de aumentar os custos operacionais de colheita, secagem e beneficiamento dos grãos. O uso de herbicidas, como um dos componentes de programas de manejo integrado de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi, poderá permitir elevada eficácia de controle com redução de custos de produção. Porém, a utilização de herbicidas pode influenciar a dinâmica dos microrganismos do solo (JAKELAITIS et al., 2007; REIS et al., 2008), podendo apresentar efeitos maléficos, benéficos (REIS et al., 2008) ou nulos (PEREIRA et al, 2008). A aplicação de herbicidas pode trazer consequências indesejáveis para a microbiota a depender do princípio ativo, da formulação, da dose utilizada, dos microrganismos presentes e da sensibilidade destes aos diversos produtos, das condições climáticas e do tipo de solo (SILVA et al., 2003). Acredita-se que a maior interferência desses compostos ocorre quando eles agem sobre a biossíntese de aminoácidos ou rotas metabólicas comuns entre microrganismos e plantas (SANTOS et al., 2006). 8 Por esse motivo, o uso de moléculas herbicidas e formulações menos agressivas a organismos não-alvos deve ser objetivo de todos aqueles que se utilizam dessa tecnologia para aumentar a produção de alimentos, sem, no entanto, comprometer a produtividade e a sustentabilidade do sistema. Assim, devido a poucos estudos relacionados à influência de herbicidas na nodulação do feijão-caupi, e, principalmente, a inexistência de herbicidas registrados no Brasil para esta cultura, objetivou-se neste trabalho verificar os possíveis efeitos de herbicidas aplicados em duas dosagens na biomassa e nodulação do feijão-caupi em casa de vegetação e campo. 9 MATERIAL E MÉTODOS Experimento em casa de vegetação O experimento foi desenvolvido em casa de vegetação, onde foram cultivadas plantas de feijão-caupi da variedade Vinagre, de porte semi-ereto, de ciclo médio-tardio: 71-90 dias e tegumento de grãos de cor vermelha. Foram semeadas seis sementes por vaso na profundidade de 2 cm, realizando-se o desbaste das plântulas aos oito dias após a semeadura, deixando-se três plantas por vaso. As plantas foram cultivadas em vasos com capacidade de 10 l, preenchidos com solo peneirado, coletado em área sem histórico de cultivo de leguminosa e aplicação de pesticidas. As características físico-químicas do solo foram:4,0 cmolc dm-3 de Ca; 0,9 cmolc dm-3de Mg; 0,1 cmolc dm-3 de K; 2,8 mg dm-3 de P; 0,06 cmolc dm-3 de Al; 8,3 cmolc dm-3 de CTC; 5,0 cmolc dm-3 de S – soma de bases; 61% de V – saturação de bases; pH 5,8 em água; 1,7% de matéria orgânica; textura de 79, 5,0 e 16% de areia, silte e argila, respectivamente (EMBRAPA, 1997). A inoculação foi realizada com as estirpes obtidas na Coleção do Laboratório de Microbiologia da UFLA: INPA 03-11B e UFLA 03-84 caracterizadas como Bradyrhizobium sp., recomendadas pela Rede de laboratórios para recomendação, padronização e difusão de tecnologia de inoculantes microbianos de interesse agrícolas RELARE (2007) para a cultura do feijão-caupi no Brasil (CAMPO & HUNGRIA, 2007). As estirpes utilizadas, após crescimento em meio YMA (extrato de levedura, manitol e agar) por cinco dias, foram suspensas individualmente em solução salina (0,2% MgSO4) e cada uma dessas suspensões (de 109 células mL-1) foi inoculada às sementes. Antes da inoculação, as sementes foram lavadas com etanol por 30 s, desinfestadas com hipoclorito de sódio 5%, por 3 min, e lavadas com água esterilizada por 10 vezes, sucessivamente. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, em arranjo fatorial 4x2 + 2, com quatro repetições e com aplicações de herbicidas nas doses recomendada (DR) e dobro da recomendada (DDR), correspondendo às aplicações dos herbicidas pós-emergente: bentazon (Basagran® 600, DR 1,2 L ha-1, 780g ha-1 de ingrediente ativo (i.a) e DDR 2,4 L ha1 , 1440 g ha-1, 20 Dias Após o Plantio (DAP)),clethodim (Select® 240EC DR 0,4 L ha-1, 144 g ha-1 de ingrediente ativo (i.a) e DDR 0,8 L ha-1, 288 g ha-1, 20 Dias Após o Plantio (DAP)), 10 fomesafen (Flex®DR 1,0 L ha-1, 250 g ha-1 de ingrediente ativo (i.a)) e DDR 2,0 L ha-1, 500 g ha-1 aplicadas no 20 Dias Após o Plantio (DAP)) e um pré-emergentes metolachlor (Dual Gold®, DR 1,25 L ha-1, 1200 g ha-1 de ingrediente ativo (i.a) e DDR 2,5 L ha-1, 2400 g ha-1 aplicadas no dia do plantio), nas doses recomendada (DR) e dobro da recomendada (DDR) para a cultura do feijão comum. Além destes, foi utilizada uma testemunha (inoculada e sem aplicação de herbicida) e um controle (sem inoculação, sem aplicação de herbicidas e com adubação nitrogenada de 50 kg há-1de ureia por há -1, sendo dividida em duas aplicações: 20 kg ha-1 de N no momento do plantio e 30 kg ha-1 de N de cobertura aos 25 dias após a emergência das plantas). Para a aplicação dos herbicidas utilizou-se pulverizador costal pressurizado CO2, bico XR 110 02 TEEJET, calibrado para volume de calda de 160 L ha-1.Na aplicação dos produtos, o pulverizador foi posicionado a l,0 m de altura em relação ao nível do solo. As plantas foram irrigadas diariamente com 140 mL de água por vaso, sendo administrados, a cada sete dias, uma solução nutritiva livre de N (CAMPO & HUNGRIA, 2007). As avaliações foram realizadas aos 20, 30, 45 e 55 Dias Após o Plantio (DAP) do feijão-caupi. As variáveis analisadas foram Número de Nódulos (NN), Massa Seca de Nódulos (MSN), Massa Seca da Parte Aérea (MSPA), Massa Seca da Raiz (MSR) e Massa Seca Total (MST). Os nódulos e partes aérea e radicular das plantas foram secos em estufa por 72 horas a 65°C até atingir a massa constante. Determinou-se a eficiência relativa (ER) da parte aérea calculada segundo a fórmula: ER = (MSPA inoculada / MSPA com N) x 100, em que MSPA inoculada corresponde à matéria seca da parte aérea da planta com inoculação e MSPA com N à matéria seca da parte aérea da planta adubada com N mineral (LIMA et al., 2005). Os dados foram transformados em porcentagem em relação à testemunha sem herbicida, a fim de que se obtivesse homocedasticidade e normalidade dos erros. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de agrupamento de médias Scott-Knott a 5% de probabilidade e teste de correlação utilizando o programa estatístico ASSISTAT versão 7.6 beta (SILVA, 2011). 11 Experimento de Campo O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi, localizada a 11°43’ de latitude Sul e 49°04’ de longitude Oeste e altitude de 280 m. O clima local, segundo o método de Thornthwaite, é do tipo Aw(clima úmido com moderada deficiência hídrica). O solo do local foi classificado como plintossolo, pertencente a uma área onde não havia sido cultivado leguminoso anteriormente, cujas características físico-químicas do solo foram: 1,5 cmolc dm-3 de Ca; 0,7 cmolc dm-3de Mg; 0,1 cmolc dm-3 de K; 1,4 mg dm-3 de P; 0,07 cmolc dm-3 de Al; 7,4 cmolc dm-3 de CTC; 2,3 cmolc dm-3 de S – soma de bases; 61% de V – saturação de bases; pH 5,4 em água; 1,0% de matéria orgânica; textura de 72, 3, 8,1 e 19,5% de areia, silte e argila, respectivamente (EMBRAPA, 1997). Durante o preparo do solo foi feita a correção da acidez, aplicando-se calcário dolomitico PRNT 85%, na dose de 0,965 t ha-1 e a incorporação foi realizada através de uma gradagem. Posteriormente, foi realizada a adubação mineral antes da semeadura aplicando-se 80 kg de P2O5 e 60 kg de K2O, com base na análise de solo e na necessidade da cultura. A área total do experimento foi de 490,3m2. Utilizou-se a cultivar de feijão-caupi Vinagre, que apresenta ciclo médio tardio, porte semi-ereto e grãos de cor vermelha, e que possui grande valor econômico e cultural no estado do Tocantins, sendo cultivada principalmente na agricultura familiar. Antes da inoculação as sementes foram lavadas com etanol por 30 s, desinfestadas com hipoclorito de sódio 5%, por 3 m, e lavadas com água esterilizada por 10 vezes, sucessivamente. A inoculação foi realizada, com as estirpes INPA 03-11B e UFLA 03-84. A semeadura foi realizada em sulcos, com 20 sementes por metro linear, sendo que 15 Dias Após o Plantio (DAP) foi feito o desbaste deixando 10 plantas por metro.Cada parcela experimental constou com uma dimensão de 20 m2 (5 x 4 m) com 9 linhas/parcela e espaçamento entre linhas de 0,5 m, estabelecendo-se uma área útil central de 6,0 m2. Nas épocas de avaliação (20, 30, 45 e 55 DAP) foram colhidas a parte aérea e a raiz. Após a coleta, as raízes foram lavadas e procedeu-se a contagem dos nódulos. O experimento foi instalado no delineamento experimental em blocos casualizado, utilizando os mesmos tratamentos e variáveis analisadas no experimento de casa de vegetação, mais avaliação de N acumulado (ANPA) na Matéria Seca da Parte Aérea (MSPA) 12 foi calculada, multiplicando o peso pelo teor de N. E com base nos valores de nitrogênio acumulado (N total) determinou-se a eficiência simbiótica, calculada por meio da fórmula: ES = [(Ntotal fixado – Ntotal TS/N) / (Ntotal TC/N – Ntotal TS/N) x 100], em que Ntotal fixado = Nitrogênio total do tratamento; Ntotal TS/N = Nitrogênio total da testemunha sem nitrogênio; Ntotal TC/N = Nitrogênio total da testemunha nitrogenada (LIMA et al., 2005).A produção de grãos foi obtida nas fileiras centrais de cada parcela com área útil de 6m2, após a maturação fisiológica das plantas. Os herbicidas foram aplicados com um pulverizador costal pressurizado a CO2, equipado com barra de quatro bicos tipo jato em leque 80.02, espaçados de 0,50 m, totalizando 2,0 m de largura efetiva. A pressão utilizada foi de 270 kPa, e o volume de calda de 160 L ha-1. Na aplicação dos produtos, o pulverizador foi posicionado a l,0 m de altura em relação ao nível do solo.O solo, no momento de todas as aplicações, estava úmido e livre de torrões. Os dados foram transformados em porcentagem em relação à testemunha sem herbicida inoculada, a fim de que se obtivesse homocedasticidade e normalidade dos erros. Foi utilizado o teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade para comparação de médias, dos fatores estudados, utilizando o programa ASSISTAT versão 7.6 beta (SILVA, 2011). 13 RESULTADOS E DISCUSSÃO Experimento casa de vegetação Na primeira avaliação realizada aos 20 dias após o plantio (DAP), a matéria seca da parte aérea (MSPA) foi afetada negativamente pelo bentazon na dose recomendada (DR) e no dobro da dose recomendada (DDR), fomesafen DDR e s-metolachlor DR e DDR, com redução entre 27,4 e 89%, em relação à testemunha sem herbicida, sendo s-metolachlor DDR que promoveu maior redução. Por outro lado, as aplicações dos herbicidas clethodim DR e DDR e fomesafen DR não reduziram a MSPA (Tabela 1). Os mesmos tratamentos que causaram redução na MSPA também diminuíram a matéria seca da raiz (MSR) e matéria seca total (MST). Essa redução variou de 30,0 a 69,4% para MSR e de 22,9 a 82,6% para MST, também com a maior redução para o tratamento com s-metolachlor DDR, sendo observado efeito fitotóxico deste herbicida nas plantas de feijão-caupi. Não ocorreu nodulação aos 20 dias após a emergência das plantas de feijão-caupi, não sendo possível realizar sua avaliação nessa época (Tabela 1). Aos 30 DAP, somente o clethodim DR e fomesafen DR não reduziram a MSPA, MSR e MST. Todavia, os demais tratamentos utilizando herbicidas apresentaram redução entre 22,4 e 40,3% para MSPA, 13,6 e 56,1% para MSR e 19,6 e 45,2% para MST (Tabela 1). O tratamento com s-metolachlor DDR causou uma elevada intoxicação nas plantas de feijãocaupi, não sendo possível nessa época realizar a avaliação da biomassa e nodulação. O mesmo não foi encontrado por Ishaya et al. (2008) em trabalhos com o feijão-caupi, onde relataram que a aplicação em pré-emergência da mistura dos herbicidas metolachlor e prometryn (1250 + 800 g i.a. ha-1) não afetou o vigor e nem provocou sintomas visuais severos de intoxicação nas plantas da variedade SAMPEA-7. Porém, a dose de metalachlor utilizada por Ishayaet al. (2008) foi, aproximadamente, a metade da dose recomendada utilizada no presente experimento. Arruda (2001) trabalhando com soja, aplicando o herbicida sulfentrazone, de mecanismo de ação similar ao do fomesafen, constatou a redução tanto da formação de nódulos quanto a fixação do N2, e esses efeitos foram acentuados com o aumento das doses do herbicida. 14 Uma possível explicação para esta baixa nodulação aos 30 DAP fase inicial do feijãocaupi, seria a intoxicação causada pelos tratamentos com herbicidas, ressaltando ainda que o tratamento com o bentazon em DR foi o único herbicida que não causou intoxicação na cultura e proporcionou nodulação superior a todos os outros tratamentos com herbicidas, não se diferindo estatisticamente da testemunha e do controle (Tabela 1). Todos os tratamentos, exceto com fomesafen DR, reduziram 46,6 e 73,9%o número de nódulos (NN). Não foi possível contabilizar a matéria seca de nódulos (MSN) aos 30 DAP devido à quantidade baixa de nódulos, porém a testemunha inoculada apresentou MSN de 28 mg/vaso (Tabela 1). Aos 45 DAP, os tratamentos com bentazon DR e s-metolachlor DR apresentaram redução da MSPA em 23,7 e 28,7%, respectivamente, e MST em 19,3 e 22,9%, respectivamente. Para a MSR não houve diferença em relação à testemunha sem herbicida, com exceção do tratamento com s-metolachlor DDR que não foi avaliado. O bentazon DR e s-metolachlor DR reduziram o NN em 16,7 e 32,3%, respectivamente. Em relação a MSN, com exceção dos tratamentos com bentazon DR, todos os herbicidas reduziram, variando de 26,9 a 49,8% (Tabela 1). Na quarta avaliação aos 55 DAP, somente o s-metolachlor DR reduziu a MSPA e MST em 26,5 e 24,7%, respectivamente, em relação à testemunha sem herbicida, porém, no dobro da dose recomendada observou-se redução de 100%, tendo em vista o efeito fitotóxico deste tratamento. Para a MSR, os tratamentos bentazon DDR, clethodim DDR e fomesafen DDR causaram redução, variando de 20,3 a 21,6%. Em relação ao NN, somente o tratamento com bentazon DDR não sofreu redução significativa em relação à testemunha sem herbicida, sendo a redução dos demais tratamentos de 13,6 a 37,7%. O fomesafen DR e s-metolachlor DR reduziram a MSN em 24,1 e 23,7%, respectivamente. Novamente não houve avaliação de NN e MSN para o tratamento s-metolachlor DDR, em consequência dos efeitos fitotóxicos provocados nas plantas de feijão-caupi (Tabela 1). Em relação à biomassa, a cultura teve capacidade de superar os efeitos fitotóxicos causados pelos herbicidas a partir da terceira avaliação (45 DAP), onde as médias dos tratamentos bentazon, clethodim e fomesafen, tanto DR como DDR não diferiram da testemunha, da mesma forma até a última avaliação aos 55 DAP (Tabela 1). Os tratamentos com s-metolachlor DR e DDR afetaram as plantas de feijão-caupi, reduzindo a biomassa com a utilização de DR e sendo letal com a utilização do DDR. A tolerância ao herbicida s-metolachlor pode estar ligada a vários fatores, como: solo, clima, manejo da irrigação, dose do produto, entre outros (ROSENTHAL et al., 2006). Esse 15 resultado ocorreu provavelmente devido ao solo utilizado no experimento possuir textura arenosa (79% de areia), teor médio de matéria orgânica (1,7%), o que pode diminuir a adsorção do herbicida, aumentar a sua disponibilidade no solo proporcionando maior intoxicação à cultura. Segundo Oliveira Jr. (2007), os herbicidas não iônicos, como o smetolachlor, tem a degradação e dissociação relacionada ao teor de matéria orgânica e argila do solo. Solos orgânicos têm maior adsorção de s-metolachlor, além disso, a lixiviação do herbicida é inibida em solos com alto teor de argila e/ou silte (EXTOXNET, 2000). Procópio et al. (2001a) trabalhando com cultivares de feijão comum em solo de textura média (35% de argila) com elevado teor de matéria orgânica (3,6%), observaram tolerância das cultivares as doses utilizadas de s-metolachlor (0; 0,48; 0,72; 0,96; 1,20; e 1,92 kg ha-1 p.c.). A aplicação de herbicidas em culturas que realizam simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico pode prejudicar a eficiência na assimilação desse nutriente (SANTOS et al., 2005; REIS et al., 2009). Esses prejuízos devem-se à interferência do herbicida no metabolismo do microssimbionte, na planta hospedeira ou em ambos (ARRUDA et al., 2001). A maior interferência desses compostos pode ocorrer quando eles agem sobre a biossíntese de aminoácidos ou rotas metabólicas comuns a microrganismos e plantas (SANTOS et al., 2006), podendo ser o possível efeito na nodulação do feijão-caupi no estádio inicial de desenvolvimento observado até a segunda avaliação, aos 30 DAP (Tabela 1). 16 Tabela 1: Porcentagem de massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi inoculado com rizóbio em função de aplicação de herbicidas em dose recomendada (DR) e dobro da recomendada (DDR)1 em relação a testemunha inoculada. Tratamento Dose2 (L ha-1) MSPA MSR MST NN MSN 66,9 b 69,7 b 116 a 89,9 a 89,9 a 64,2 b 77,1 b 17,4 c 100 a 95,4 a 19,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 71,4 c 64,8 d 97,4 a 80,4 c 103 a 54,8 d 71,9 c 0e 100 a 89,4 b 11,1 39,8 b 26,1 b 53,4 b 31,8 b 82,9 a 48,9 b 0b 0b 100 a 62,5 a 44,3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 - 80,7 b 97,9 a 97,3 a 108 a 90,4 a 87,7 a 77,1 b 0c 100 a 99,3 a 22,2 83,3 b 103 a 121 a 119 a 102 a 125 a 67,7 c 0c 100 a 44,3 d 27,4 92,7 a 69,4 b 73,1 b 55,8 b 60,4 b 58,7 b 50,2 b 0c 100 a 46,4 b 47,6 97,6 a 91,4 a 101 a 85,1 a 90,9 a 81,2 a 75,3 b 0c 100 a 90,2 a 12,8 63,9 c 112 a 86,4 b 69,8 c 72,8 c 67,5 c 62,3 c 0d 100 a 57,9 c 27,9 92,9 a 114,8 a 85,2 a 98,1 a 75,9 b 88,5 a 76,3 b 0d 100 a 64,8 c 33,1 3 bentazon (Basagran) clethodim (Select) fomesafen (Flex) s-metolachlor (Dual) testemunha4 controle Adubado 5 CV (%) 6 bentazon (Basagran) clethodim (Select) fomesafen (Flex) s-metolachlor (Dual) testemunha controle Adubado CV (%) bentazon (Basagran) clethodim (Select) fomesafen (Flex) s-metolachlor (Dual) testemunha controle Adubado CV (%) bentazon (Basagran) clethodim (Select) fomesafen (Flex) s-metolachlor (Dual) testemunha controle Adubado CV (%)) DR1,2 DDR 2,4 DR0,5 DDR 1,0 DR1,0 DDR 2,0 DR1,25 DDR 2,5 - 69,9 b 72,6 b 100 a 86,3 a 86,3 a 67,1 b 64,4 b 11,0 c 100 a 95,9 a 19,6 DR1,2 DDR 2,4 DR0,6 DDR 1,4 DR1,0 DDR 2,0 DR1,25 DDR 2,5 - 76, 9 b 61,9 c 88,4 a 77,6 b 91,8 a 59,7 c 68,7 c 0d 100 a 85,1 a 15,6 DR1,2 DDR 2,4 DR0,5 DDR 1,0 DR1,0 DDR 2,0 DR1,25 DDR 2,5 - 76,3 b 100 a 89,3 a 105 a 85,9 a 85,6 a 71,3 b 0c 100 a 93,8 a 22,9 DR1,2 DDR 2,4 DR0,5 DDR 1,0 DR1,0 DDR 2,0 DR1,25 DDR 2,5 - 98,3 a 96,1 a 102 a 87,3 a 90,6 a 82,3 a 73,5 b 0b 100 a 90,6 a 13,8 20 DAP 61,1 b 63,9 b 147 a 106 a 97,2 a 58,3 b 70,0 b 30,6 c 100 a 94,5 a 28,6 30 DAP 59,1 c 69,7 b 104 a 86,4 b 124 a 43,9 c 77,3 b 0d 100 a 96,9 a 21,7 45 DAP 90,6 a 93,4 a 115 a 114 a 100 a 92,5 a 90,1 a 0b 100 a 111 a 23,4 55 DAP 95,9 a 79,7 b 100 a 79,7 b 91,9 a 78,4 b 79,7 b 0c 100 a 89,2 a 9,9 (1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5%.(2) Doses recomendadas para o feijão comum (Phaseolusvulgaris). (3)DAP = Dias após o plantio. (4) Testemunha inoculada sem herbicida. (5) Controle adubado com N mineral, sem inoculação e sem herbicida. (6) Coeficiente de Variação. 17 Quanto à eficiência relativa (ER) foram observadas diferenças significativas para bentazon DR e DDR e clethodim DR apresentando os maiores valores, superiores até mesmo ao controle com adubação química, ficando comprovado assim a eficiência da inoculação de rizóbios no feijão-caupi mesmo com utilização dos herbicidas bentazon e clethodim (Figura 1). Assim, as estirpes testadas apresentaram grande eficiência na fixação biológica do nitrogênio, mesmo com a utilização destes herbicidas, tanto na dose recomendada como dobro da recomendada, ao final do experimento por ocasião da floração do feijão-caupi. Comportamento semelhante com relação à biomassa do feijão-caupi inoculado com estas estirpes de rizóbio foi encontrado por Melo et al. (2009), Zilli et al. (2009), Nascimento et al. (2010) e Chagas Jr et al. (2010), tanto em casa de vegetação como em campo. O potencial de fixação de nitrogênio das estirpes testadas foi de fundamental importância para a produção de biomassa (Tabela 1), o que pode estar relacionada com a efetiva capacidade de fornecimento de nitrogênio pelas estirpes utilizadas. Resultados semelhantes foram relatados por Chagas Jr et al. (2010), que constataram alta correlação entre estas variáveis em feijão-caupi inoculado. Porém, as concentrações e doses de diferentes herbicidas podem inibir o crescimento de rizóbios ou os efeitos na nodulação, crescimento e produção da planta podem ser devidos aos efeitos tóxicos sobre o vegetal, e não, sobre a bactéria fixadora de nitrogênio, consequentemente podendo deixar de fornecer carbono e energia em quantidades suficientes para as bactérias, interferindo na produção de biomassa. 18 Figura 1. Eficiência Relativa de feijão-caupi inoculado com rizóbio e testemunha, em relação ao tratamento adubado com nitrogênio (ureia), em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas (DR) e dobro da recomendada (DDR). Experimento de Campo. Na primeira avaliação aos 20 dias após o plantio (DAP), somente o fomesafen, bentazon e clethodim na DR não reduziram a variável MSPA, obtendo resultados superiores à testemunha sem herbicida (Tabela 2). Por outro lado, as aplicações utilizando outros herbicidas apresentaram redução da MSPA entre 5,6 a 27,8% em relação à testemunha. Com exceção dos tratamentos bentazon DR, clethodim DR e DDR e controle adubado, os demais herbicidas causaram redução de 28,6 a 57,1% para MSR, porém não diferiram significativamente entre si (Tabela 2). Para a MST, não houve diferença entre o fomesafen DR, bentazon DR e DDR e clethodim DR e DDR em relação à testemunha sem herbicida. O s-metolachor DR e DDR e fomesafen DDR reduziram com maior intensidade variando de 12 a 36% (Tabela 2). Na segunda avaliação, aos 30 DAP, apenas o fomesafen DDR não reduziu a MSPA em relação à testemunha sem herbicida. Entretanto, os demais herbicidas, reduziram a MSPA entre 59 a 79,7% em relação à testemunha sem herbicida. O único tratamento que não reduziu a MSR foi o herbicida bentazon DR que proporcionou resultado semelhante à testemunha. No entanto, os demais tratamentos foram bem inferiores à testemunha, com redução entre 38,5 a 69,2% (Tabela 2). 19 Para a variável MST todos os tratamentos causaram redução de 18,1 a 67,1%, com exceção de fomesafen DDR. (Tabela 2). Aos 45 DAP apenas os tratamentos fomesafen DR e DDR, s-metolachor DR e DDR reduziram significativamente todas as variáveis analisadas, exceto fomesafen DDR na MSR. Os herbicidas reduziram entre 56,9 a 69,1% para MSPA, 34,8 a 43,5 para MSR, 52,7 a 64,4% para MST (Tabela 2). Na quarta avaliação, 55 DAP, no período de floração, as plantas não conseguiram se recuperar dos efeitos fitotóxicos dos herbicidas fomesafen DR e DDR e s-metolachor DR e DDR, onde reduziram significativamente as variáveis analisadas, exceto fomesafen DDR na MSR. Essa redução foi entre 54,2 a 59,2% para MSPA, 28 a 36% para MSR, 50,3 a 55,9 para MST (Tabela 2). Arruda et al.(2001) testando o sulfentrazone outro inibidor da protox (o mesmo do fomesafen), sobre a nodulação e a fixação do nitrogênio, verificaram que a aplicação desse herbicida em soja, em doses variando de 36 a 144 µg m-2, afetou o número e a matéria seca de nódulos formados. Timossi & Durigan (2002) verificaram que cultivares de soja não foram afetadas negativamente pela aplicação do fomesafen + fluazifop-p-butyl no estádio de crescimento V4, chegando ao final do ciclo mantendo características de crescimento e de produtividade semelhantes àquelas obtidas sem a aplicação do herbicida. Resultado semelhante foi encontrado por Oliveira & Silva (2008) avaliando a tolerância da variedade de feijão-caupi, fígado-de-galinha ao herbicida fomesafen (200 g i.a. ha-1) aplicado em pós-emergência, onde foi observado que o herbicida não afetou a cultura. Para herbicidas bentazon DR, DDR e clethodim DR e DDR que causaram efeitos negativos no crescimento das plantas de feijão-caupi, as mesmas conseguiram se restabelecer 30 DAP, com resultados semelhantes à testemunha sem herbicida aos 55 DAP. 20 Tabela 2. Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) de feijão-caupi inoculado com rizóbio após a aplicação de herbicidas na dose recomendada (DR) e dobro da recomendada (DDR)1. Tratamento Dose2 (L ha-1) MSPA (%) MSR (%) MST (%) 20 DAP3 bentazon (Basagran) DR1,3 161,1 a(2,9) 85,7 ab(0,6) 140 b(3,5) DDR 2,6 105,6 b(1,9) 71,4 b(0,5) 96,0 b(2,4) clethodim (Select) DR0,5 138,9 a(2,5) 100 ab(0,7) 128 b(3,2) DDR 1,0 105,6 b(1,9) 157,1 a(1.1) 120 b(3,0) 150 a(2,7)6 57,1 b(0,4) 124 b(3,1) fomesafen (Flex) DR1,0 DDR 2,0 94,4 b(1,7) 71,4 b(0,5) 88 bc(2,2) s-metolachlor (Dual) DR3,0 72,2 b(1,3) 42,8 b(0,3) 64,0 c(1,6) DDR 6,0 72,2 b(1.3) 42,8 b(0,3) 64,0 c(1,6) Testemunha 4 100 b(1,8) 100 ab(0,7) 100 b(2,5) 200 a(3.6) 114,2 ab(0,8) 176 a(4,4) Controle Adubado 5 CV (%) 7 22,1 15,7 20,4 30 DAP bentazon (Basagran) DR1,3 40,9 b(10,7) 102,5 a(4,0) 71,4 c(15,0) DDR 2,6 56,7 b(14,8) 61,5 c(2,4) 81,9 c(17,2) clethodim (Select) DR0,5 21,8 c(5,7) 35,8 c(1,4) 33,3 d(7,0) DDR 1,0 20,3 c(5,3) 41,0 c(1,6) 32,8 d(6,9) fomesafen (Flex) DR1,0 40,9 bc (10,7) 76,9 b(3,0) 65,2 c(13,7) DDR 2,0 68,9 ab(18,0) 48,7 c(1,9) 94,7 b(19,9) s-metolachlor (Dual) DR3,0 24,1 c(6,3) 43,5 c(1,7) 38,0 d(8,0) DDR 6,0 24,5 c(6,4) 30,7 c(1,2) 36,7 d(7,7) Testemunha 100 a(26,1) 100 a(3,9) 100 b(21,0) Controle Adubado 72,0 ab(18,8) 56,4 c(2,2) 142,8 a(30,0) 15,5 14,9 12,2 CV (%) 45 DAP bentazon (Basagran) DR1,3 88,6 a(21,8) 97,8 a(4,5) 90,1 a(26,3) DDR 2,6 84,6 a(20,8) 87,0 a(4,0) 84,9 a(24,8) clethodim (Select) DR0,5 94,3 a(23,2) 93,5 a(4,3) 94,2 a(27,5) DDR 1,0 83,3 a(20,5) 91,3 a(4,2) 84,6 b(24,7) fomesafen (Flex) DR1,0 43,0 b(10,6) 56,5 b(2,6) 45,2 c(13,2) DDR 2,0 39,8 b(9,8) 87,0 a(4,0) 47,3 c(13,8) s-metolachlor (Dual) DR3,0 43,0 b(10,6) 65,2 b(3,0) 46,6 c(13,6) DDR 6,0 30,8 b(7,6) 60,9 b(2,8) 35,6 c(10,4) Testemunha 100 a(24,6) 100 a(4,6) 100 a(29,2) Controle Adubado 104,9 a(25,8) 110,9 a(5,1) 105,8 a(30,9) CV (%) 7,5 9,3 6,5 55 DAP bentazon (Basagran) DR1,3 95,8 a(27,2) 100 a(5,0) 94,1 a(32,0) DDR 2,6 94,4 a(26,8) 92,0 a(4,6) 94,1 a(32,0) clethodim (Select) DR0,5 94,3 a(26,4) 100 a(5,0) 94,1 a(32,0) DDR 1,0 98,9 a(28,1) 104 a(5,2) 97,1 a(33,0) fomesafen (Flex) DR1,0 44,4 b(12,6) 64,0 b(3,2) 46,5 b(15,8) DDR 2,0 44,4 b(12,6) 86,0 a(4,3) 49,7 b(16,9) s-metolachlor (Dual) DR3,0 45,8 b(13,0) 72,0 b(3,6) 48,8 b(16,6) DDR 6,0 40,8 b(11,6) 68,0 b(3,4) 44,1 b(15,0) Testemunha 100 a(28,4) 100 a(5,0) 100 a(34,0) Controle Adubado 104,6 a(29,7) 100 a(5,0) 102,9 a(35,0) CV (%)) 3,9 7,7 3,4 (1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% (2) Doses recomendadas para a cultura do feijão comum (Phaseolus vulgaris). (3)DAP = Dias após o plantio. (4) Testemunha inoculada sem herbicida. (5) Controle adubado com N mineral, sem inoculação e sem herbicida. (6) Resultados em grama. (7)Coeficiente de Variação. 21 O bentazon DR e DDR (Figura 2) influenciaram negativamente o número de nódulos (NN) dos 20 aos 30 DAP. Observou-se maior redução em razão do aumento de dose do herbicida, onde o bentazon DDR promoveu maior inibição do número de nódulos (Figura 2). No entanto, a partir dos 30 aos 55 DAP, houve um acréscimo no NN em plantas tratadas com bentazon DR e DDR, não ocorrendo diferença significativa entre a testemunha. Para a variável matéria seca dos nódulos (MSN), não houve diferença significativa entre os tratamentos com herbicida no período de 45 e 55 DAP, onde o tratamento bentazon DR foi o que menos inibiu a MSN nas demais épocas de avaliação, porém, ambos inferiores à testemunha (Figura 2). A 200 bentazon DR bentazon DDR testemunha sem herbicida Nº de nódulos 150 100 50 0 20 30 45 55 Dias após plantio Massa seca de nódulos (g) 0,5 B bentazon DR bentazon DDR testemunha sem herbicida 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 20 30 45 55 Dias após plantio Figura 2: A) Numero de nódulos (NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida bentazon em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo. 22 Quanto aos tratamentos com o herbicida clethodim, de modo geral, não houve diferença significativa entre os tratamentos analisados e testemunha, dos 45 a 55 DAP (Figura 3). Porém, o herbicida clethodim DR inibiu a produção de nódulos entre 20 a 30 DAP, sendo que a planta se recuperou após esse intervalo e obtendo dados semelhantes à testemunha. Já para o tratamento DDR houve um acréscimo entre 20 a 30 DAP e estabilizando-se até aos 55 DAP (Figura 3). Para MSN, o clethodim DDR não se diferiu em relação à testemunha dos 30 aos 45 DAP. Aos 55 DAP, ambos os tratamentos com clethodim DR e DDR não se deferiram entre si, porém foi inferiores a testemunha (Figura 3). A 200 Nº de nódulos 150 100 clethodim DR clethodim DDR testemunha sem herbicida 50 0 20 30 45 55 45 55 Dias após plantio B Massa seca de nódulos (g) 0,5 clethodim DR clethodim DDR testemunha sem herbicida 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 20 30 Dias após plantio Figura 3: A) Numero de nódulos (NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida clethodim em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo. 23 Houve redução em NN com a utilização do herbicida fomesafen na DR e DDR, se comparando à testemunha sem herbicida (Figura 4). Por outro lado, utilizando o tratamento DDR, 30 dias DAP, as plantas de feijão-caupi levemente se recuperaram dos efeitos fitotóxicos causados pelo herbicida para a variável NN, mantendo praticamente constante dos 45 a 55 DAP, mas se diferindo da testemunha. O fomesafen DR e DDR causaram severa intoxicação nas plantas de feijão-caupi até 30 DAP, com posterior redução na injúria. Resultado semelhante foi encontrado por Freitas et al. (2009), que verificaram intoxicação severa na cultura do feijão-caupi em virtude da aplicação do fomesafen. O fomesafen é considerado um herbicida de contato (VIDAL, 2002), sendo de pouca ou nenhuma mobilidade nas plantas. No entanto, mesmo não havendo translocação significativa deste herbicida para o sistema radicular, é possível que pequenas quantidades de fomesafen possam atingir o solo e, por consequência, entrar em contato com o sistema radicular ou diretamente com os nódulos. Essa possibilidade é reforçada pelo fato de que a toxicidade do fomesafen para espécies de rizóbios já foi demonstrada por testes in vitro por Santos et al. (2006). Para a variável massa seca de nódulos (MSN), observa-se que houve uma discrepância muito grande dos tratamentos avaliados em relação à testemunha inoculada até 55 DAP, onde entre 30 a 45 DAP, o tratamento com DR afetou o desenvolvimento das plantas de caupi, reduzindo assim a sua biomassa de nódulos, se mantendo praticamente constante a partir dos 45 a 55 DAP (Figura 4). Por outro lado o tratamento com DDR apesar de não significativo em relação à testemunha, gerou crescimento linear para a variável analisada (Figura 4). 24 A 200 fomesafen DR fomesafen DDR testemunha sem herbicida Nº de nódulos 150 100 50 0 20 30 45 55 45 55 Dias após plantio B Massa seca de nódulos (g) 0,5 fomesafen DR fomesafen DDR testemunha sem herbicida 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 20 30 Dias após plantio Figura 4: A) Numero de nódulos (NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida fomesafen em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo. Na Figura 05, o s-metolachor DR e DDR afetaram o número de nódulos (NN), apresentando NN em média 80% menor em comparação à testemunha sem herbicida. Os tratamentos com s-metolachor DR e DDR causaram severa intoxicação nas plantas de feijãocaupi até 30 DAP, com posterior recuperação. Para a variável massa seca de nódulos (MSN), observa em 70% de redução da MSN em média em relação à testemunha inoculada até 55 DAP. O tratamento com DR foi o que mais afetou a cultura, reduzindo assim sua biomassa de nódulos até os 55 DAP (Figura 5). 25 A 200 Nº de nódulos 150 s-metolachlor DR s-metolachlor DDR testemunha sem herbicida 100 50 0 20 30 45 55 45 55 Dias após plantio B 0,5 Massa seca de nódulos (g) s-metolachlor DR s-metolachlor DDR testemunha sem herbicida 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 20 30 Dias após plantio Figura 5: A) Numero de nódulos ((NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida s-metolachor em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo. Em relação à eficiência relativa da MSPA (Figura 6) foram observadas diferenças significativas para os tratamentos bentazon DR e DDR, clethodim DR e DDR, testemunha inoculada e controle adubado, apresentando os maiores valores (p<0,05). Os demais herbicidas apresentaram resultados ineficientes, onde houve redução entre 52,6 a 57,9, em relação ao tratamento testemunha sem herbicida (Figura 6). 26 Figura 6. Eficiência Relativa de feijão-caupi inoculado com rizóbio e testemunha, em relação ao tratamento adubado com nitrogênio (ureia), em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas (DR) e dobro da recomendada (DDR). Considerando os teores de nitrogênio e acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) do feijão-caupi, o clethodim e o controle adubado aumentaram os teores de N em relação à testemunha inoculada (Tabela 3). Os tratamentos com os herbicidas fomesafen DR e DDR, bentazon DR e DDR e clethodim DDR não diferiram da testemunha inoculada sem herbicida. Para o ANPA, também foi encontrado os melhores valores para o tratamento com o herbicida clethodim DR e controle adubado. O bentazon DR e clethodim DDR não apresentaram diferenças significativas em relação à testemunha sem herbicida. Os demais tratamentos foram significativamente inferiores em relação à testemunha sem herbicida (Tabela 3). Quanto à eficiência simbiótica, os melhores resultados foram encontrados para os tratamentos com a utilização dos herbicidas bentazon DR e clethodim DR e DDR, evidenciando eficiência na capacidade de assimilação do nitrogênio atmosférico pelas estirpes inoculadas, superiores ao tratamento testemunha sem herbicida (Figura 7). Esses dados indicam que os herbicidas bentazon e clethodim ocorreu melhor desempenho simbiótico das estirpes inoculadas, observados nos parâmetros biomassa (Tabela 2), nodulação (Figura 4), teor de N e acúmulo de N total (Tabela 3), ER e ES (Figuras 6 e 7), podendo ser usados como bons indicadores da potencialidade de uso destas estirpes, mesmo com a utilização destes herbicidas. 27 Tabela 3: Teor (TN) e acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) de feijão-caupi . Teor de N (mg g-1/planta) 37,0 b ANPA (mg/planta) 503,2 b bentazon (Basagran 600) DDR 33,5 b 448,9 c clethodin (Select) DR 43,1 a 568,9 a clethodin (Select) DDR 37,4 b 527,3 b fomesafen (Flex) DR 29,7 c 187,1 d fomesafen (Flex) DDR 35,3 b 222,4 d s-metolachor (Dual Gold) DR 33,6 b 218,4 d s-metolachor (Dual Gold) DDR 26,9 c 156,0 e testemunha inoculada 34,7 b 492,7b controle Adubado 42,6 a 626,22 a Tratamento bentazon (Basagran 600) DR (1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% 28 Figura 7: Índice de eficiência simbiótica das estirpes de rizóbio dos tratamentos com diferentes herbicidas, em relação ao N total acumulado em feijão-caupi, 55 dias após o plantio. A produtividade de grãos de feijão-caupi foi reduzida com aplicação de fomesafen e smetolachor DR e DDR com redução média de 77% em relação à testemunha inoculada (Tabela 4). Tal redução foi atribuída à severa fitotoxicidade dos mesmos e não à competição das plantas daninhas com o feijão-caupi. Por outro lado, os herbicidas bentazon DR e DDR e clethodim DR e DDR obtiveram resultados significativos se comparando à testemunha sem herbicida (Tabela 4). 29 Tabela 4. Produtividades de feijão caupi (Kg ha-1) em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas (DR) e dobro da recomendada (DDR), em Gurupi – TO, 2011.1 Cobertura do solo fomesafen (Flex) s-metolachlor (Dual) bentazon (Basagran) clethodim (Selct) testemunhainoculada controle adubado CV (%)3 Doses2 (L ha-1) DR1,0 DDR 2,0 DR3,0 DDR 6,0 DR1,3 DDR 2,6 DR0,5 DDR 1,0 - (1) Produtividade (Kg ha-1) 309 b 276 b 321 b 317 b 1193 a 1302 a 1064 a 1161 a 1329 a 1296 a 12,1 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Skott Knott (p<0,05). (2) Dose recomendada para o feijão comum (Phaseolus vulgaris). (3) Coeficiente de variação. 30 CONCLUSÕES Casa de vegetação O bentazon, clethodim, tanto na dose recomendada como dobro da dose, proporcionam baixa intoxicação ao feijão-caupi e pouco influencia a nodulação e a acumulo de biomassa da cultura. O herbicida s-metalochlor apresenta elevado grau de fitotoxicidade no feijão-caupi, inibe totalmente o desenvolvimento vegetativo quando aplicado em dobro da dose recomendada. Este herbicida provoca redução drástica da eficiência simbiótica das bactérias ao ser aplicado na dose e no dobro da dose recomendada. Campo O bentazon e clethodim causaram efeitos negativos no acúmulo de matéria seca das plantas de feijão-caupi, porém, não foram afetadas a partir dos 30 DAP. O s-metolachor, independentemente da dose causou severa intoxicação no feijão-caupi até os 30 DAP, também, afetou negativamente o número de nódulos. A produtividade de grãos de feijão-caupi foi reduzida com aplicação de fomesafen e smetolachor com redução média de 77% em relação à testemunha inoculada independente da dose utilizada. 31 Capítulo II Efeito de herbicidas no crescimento e nodulação do feijão-caupi na região de cerrado amazônico 32 EFEITO DE HERBICIDAS NO CRESCIMENTO E NODULAÇÃO DO FEIJÃO-CAUPI NA REGIÃO DE CERRADO AMAZÔNICO2 RESUMO O trabalho teve como objetivo verificar os possíveis efeitos de herbicidas no crescimento e nodulação do feijão-caupi na região de cerrado amazônico. O experimento foi conduzido em condições de campo e em ensaio de laboratório. No ensaio in vitro, foi avaliou a toxicidade dos herbicidas às estirpes bacterianas fixadoras de nitrogênio – INPA 03-11B, BR 3299 e BR 3277, pela determinação do halo de inibição às 24, 72 e 96 horas após aplicação dos produtos. Os herbicidas utilizados foram: bentazon, clethodim, fomesafen, fluazifop-p-butil, fomesafen + fluazifop-p-butil, oxadiazon, pendimethalin, s-metolachlor e trifluralin. No experimento em campo utilizou-se todos os herbicidas citados no teste in vitro na dose recomendada para feijão-comum, incluindo ainda uma testemunha inoculada e sem aplicação de herbicida e um controle sem inoculação, sem aplicação de herbicida e com adubação nitrogenada.O experimento foi em delineamento experimental de blocos casualizados, em arranjo fatorial 12x4, em quatro épocas de desenvolvimento do feijão-caupi (20, 30, 45 e 55 dias após o plantio -DAP). A inoculação foi realizada com as estirpes INPA 03-11B e UFLA 03-84. No ensaio de laboratório, observou-se que a estirpe de Bradyrhizobium INPA 03-11B apresentou resistência a todos os herbicidas aplicados na dose recomendada após 24, 72 e 96 horas de exposição. Todavia, as estirpes BR 3299 e BR 3277 foram sensíveis ao s-metolachlor, trifluralin, pendimenthalin, fomesafen, clethodim e fomesafen+fluazifop-p-butil até 72 horas após a aplicação. No experimento de campo a massa seca dos nódulos foi afetada negativamente pelo fomesafen, fluazifop e a mistura fomesafen + fluazifop. Apenas o bentazon e clethodim não interferiram na produtividade do feijão-caupi. . Palavras–chaves: Fixação biológica de nitrogênio, rizóbio, fitotoxicidade. 2 Manuscrito a ser submetido à revista Planta Daninha. 33 EFFECT OF HERBICIDES ON GROWTH AND NODULATION OF COWPEA IN SAVANNA AMAZON. ABSTRACT The study aimed to verify the possible effects of herbicides on growth and nodulation of cowpea in savanna Amazon. The experiment was conducted under field conditions and laboratory test. The in vitro assay, we assessed the toxicity of herbicides on nitrogen-fixing bacterial strains - INPA 03-11B, BR 3299 and BR 3277 by determining the inhibition zone at 24, 72 and 96 hour after application of the products. The herbicides used were: bentazon, clethodim, fomesafen, fluazifop-p-butyl and fomesafen + fluazifop-p-butyl, oxadiazon, pendimethalin, s-metolachlor and trifluralin. The field experiment was used all herbicides mentioned in the in vitro dose recommended for common bean, including still and an inoculated control without herbicide and an uninoculated control, without herbicide and fertilization nitrogen.O experiment in design of randomized blocks in factorial arrangement 12x4, four times the development of cowpea (20, 30, 45 and 55 days after planting, DAP). Inoculation was performed with the strains INPA UFLA 03-11B and 03-84. In laboratory test, it was observed that the strains INPA 03-11B was resistant to all herbicides applied at the recommended dose after 24, 72 and 96 hours of exposure. However, strains BR 3299 and BR 3277 were sensitive to s-metolachlor, trifluralin, pendimenthalin, fomesafen, clethodim + fomesafen and fluazifop-p-butyl 72 hours after application.In the field experiment the dry weight of nodules was negatively affected by fomesafen, fluazifop and fomesafen + fluazifop mixture.Only bentazon and clethodim did not influence the development of culture. Keywords: Biological Nitrogen Fixation, Rizobia, phytotoxicity. 34 INTRODUÇÃO O feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é uma das leguminosas mais adaptadas, versáteis e nutritivas entre as espécies cultivadas, sendo um importante alimento e um componente essencial dos sistemas de produção nas regiões secas dos trópicos, que cobrem parte da Ásia, Estados Unidos, Oriente Médio e Américas Central e do Sul (SINGH et al., 2002). No Brasil, o feijão-caupi é mais cultivado nas áreas semi-áridas do Nordeste brasileiro, constituindo uma importante fonte de proteína de baixo custo e cuja plasticidade permite sua adaptação em diferentes condições ambientais. Os fatores responsáveis pela sua rusticidade em sistemas de produção, são a tolerância a estresse hídrico, pouca exigência quanto à fertilidade do solo e capacidade de fixação do nitrogênio atmosférico (FREIRE FILHO et al., 2005). Em simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio feijão-caupi possui a capacidade de realizar o processo de fixação biológica do N2 (FBN) que, segundo Franco et al. (2002), é uma das formas de aumentar a produtividade de plantas leguminosas. A FBN é reconhecidamente eficiente em feijão-caupi que, quando bem nodulado, pode atingir altos níveis de produtividade (RUMJANEK et al., 2005; CHAGAS JR. et al., 2010). As plantas daninhas constituem um dos fatores que mais influenciam o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade da cultura do feijão-caupi (SILVA et al., 2000; ISHAYA et al., 2008), pois competem por luz, nutrientes e água, o que se reflete na redução quantitativa e qualitativa da produção, além de aumentar os custos operacionais de colheita, secagem e beneficiamento dos grãos. Quando não controladas, as plantas daninhas podem reduzir o rendimento de grãos em até 90%, além de promover o aumento da altura e acamamento de plantas (FREITAS et al., 2009). Além disso, segundo Assunção et al. (2006) algumas espécies de plantas daninhas servem como hospedeiros alternativos de doenças que atacam o feijão-caupi. O uso de herbicidas, como um dos componentes de programas de manejo integrado de plantas daninhas, na cultura do feijão-caupi, permite elevada eficácia de controle, com redução de custos de produção. Entretanto, dois aspectos devem ser considerados para essa cultura: a inexistência de herbicidas registrados no Brasil, para controle de plantas daninhas, o que impede recomendações e uso destes produtos no campo (SILVA et al., 2009). Sintomas de toxicidade nas plantas de feijão-caupi, bem como a grande variabilidade na tolerância de genótipos de feijão-caupi a diferentes herbicidas são comumente constatados 35 após a aplicação de herbicidas (SILVA et al., 2000; SILVA et al., 2003; ISHAYA et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2008). Vários fatores podem estar relacionados com esse fato, como: tipo de solo, precipitações, manejo da irrigação, temperatura e cultivar utilizado (KUNKEL et al.,1996; SILVA et al., 2003). Todavia, os herbicidas recomendados para diferentes leguminosas podem apresentar efeitos deletérios ao processo de fixação do nitrogênio pela simbiose leguminosa-rizóbio. Esses efeitos podem ser diretos ou indiretos, sendo o direto afetando a bactéria e indireto prejudicando a plantas hospedeiras e/ou estimulando microrganismos antagônicos ao rizóbio. Há indicação de que diferentes herbicidas podem provocar intoxicação em estirpes de rizóbio e de que podem prejudicar a nodulação em leguminosas (KING et al., 2001; MALTY et al., 2006; SANTOS et al., 2006; DVORANEN et al., 2008; JACQUES et al., 2010). Porém, a maioria dessas evidências tem sido descrita a partir de ensaios em que as estirpes são colocadas diretamente em contato com o herbicida. Segundo Procópio et al. (2004) os herbicidas imazethapyr e fomesafen, aplicados em meio YM para crescimento de Bradyrhizobium elkanii (SEMIA 5019), afetaram o crescimento dessa estirpe em mais de 40%. O conhecimento da tolerância e/ou sensibilidade das estirpes de bactérias fixadoras de nitrogênio a herbicidas deveria ser considerada na seleção e produção de inoculantes comerciais, para melhor eficiência destes no processo simbiótico. Diante do exposto, objetivou-se neste trabalho avaliar os efeitos de herbicidas nas estirpes bacterianas fixadoras de nitrogênio, assim como no crescimento e nodulação de feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) em condições de cerrado no Tocantins. 36 MATERIAL E MÉTODOS Ensaio em Laboratório O trabalho foi realizado com a estirpe de rizóbio INPA 03-11B, recomendada para feijão-caupi pela RELARE (Rede de laboratórios para recomendação, padronização e difusão de tecnologia de inoculantes microbianos de interesse agrícolas) (CAMPO & HUNGRIA, 2007), obtidas junto ao Laboratório de Microbiologia de Lavras, e para comparação, as estirpes BR 3299 e, BR 3277 obtidos na Embrapa Agrobiologia. A análise de resistência das estirpes a herbicidas foi realizada por disco de difusão em ágar como descrito por Bauer et al. (1966), onde ocorre a difusão do pesticida na superfície do ágar, previamente inoculado, a partir de um disco contendo o herbicida. Discos de papel de filtro qualitativo (90 mm e 80 g cm2) branco, com 1 cm de diâmetro foram impregnados com herbicidas puro e diluídos em calda na proporção de 160 Lhá-1 nas doses recomendadas e dobro da dose recomendada, segundo a Tabela 1, após terem sido filtrados com filtro de seringa com membrana 0,45 µm (modelo Swinnex-25 da Millipore®). Tabela 1: Diferentes herbicidas e doses aplicadas sobre estirpes de rizóbio em meio de cultura. Tratamento bentazon (Basagran 600) clethodim (Select) fluazifop-p-butil (Fusilade) fomesafen (Flex) oxadiazon (Ronstar) pendimenthalin (Herbadox) robust (Flex+Fusilade) s-metolachor (Dual Gold) trifuralin (Trifuralin) Doses g.ha-1 (i.a.) 720 144 250 250 1000 1500 450 1200 1068 Doses Recomendada1 1,2 0,4 2,0 1,0 4,0 3,0 1,0 1,25 2,4 1 Doses Dobro da Recomendada1 2,4 0,8 4,0 2,0 8,0 6,0 2,0 2,5 4,8 Doses em L ha-1. Doses recomendadas para a cultura do feijão comum (Phaseolus vulgaris), diluídos na proporção de 160 Lha-1 de calda. 37 O inóculo foi obtido através da multiplicação bacteriana em meio YM (estrato de levedura e manitol) e mantido em agitação (120 rpm) por 48 h. A inoculação foi realizada em placa de Petri contendo meio YMA (estrato de levedura, manitol e agar) (Vincent, 1970). A repicagem microbiana foi realizada com alça descartável, distribuída em toda a placa por riscagem sobre o meio. Após secagem do excesso, foram adicionados os discos de papel com herbicidas, estabelecendo-se quatro discos por placa, sendo três repetições do herbicida e um disco de papel em branco (controle). As placas foram envolvidas por filme plástico de PVC e mantidas em estufa de crescimento bacteriológico a 28ºC por 96 horas. Foram feitas três avaliações (24, 72 e 96 h) determinando-se o halo de inibição, utilizando um paquímetro digital. Foram considerados resistentes os isolados que apresentaram halo de inibição menor ou igual a 10 mm, e, os demais sensíveis segundo metodologia de Santos et al. (2011). Experimento de Campo O experimento foi conduzido no campo experimental da UFT (Universidade Federal do Tocantins) no campus de Gurupi-TO, localizado a 11°43’ de latitude sul e 49°04’de longitude oeste, a 280m de altitude. A caracterização climática do local é de clima tropical úmido com deficiência hídrica (B1wA’a’) conforme a classificação de Tornthwaite ou Aw Cerrado ou Savana tropical segundo koppen-Geiger (PEEL, 2007). As características físico-químicas do solo foram: 1,5 cmolc dm-3 de Ca; 0,7 cmolc dm3 de Mg; 0,1cmolc dm-3 de K; 1,4 mg dm-3 de P; 0,68 cmolc dm-3 de Al; 7,4 cmolc dm-3 de CTC; 5, cmolc dm-3 de S – soma de bases; 30,6 % de V – saturação de bases; pH 5,4 em água; 1,0 % de matéria orgânica; textura de 72,3, 8,1 e 19,5 % de areia, silte e argila, respectivamente (EMBRAPA, 1997). Nesta área de plantio foram cultivadas plantas de feijão-caupi cultivar Vinagre, de porte semi-ereto, de ciclo médio-tardio: 71 a 90 dias, com tegumento do grão de cor avermelhada. A semeadura foi realizada no dia 26/02/2011, com emergência a partir do terceiro dia após semeadura. Realizou-se o desbaste das plântulas aos 15 dias após a semeadura, deixando-se 10 plantas por metro linear. As sementes do feijão-caupi foram previamente desinfetadas, por imersão em álcool a 92,8%por 30 s e hipoclorito por 2 min e sucessiva lavagem com água destilada e esterilizada. 38 A inoculação foi realizada com as estirpes INPA 03-11B e UFLA 03-84 caracterizadas como Bradyrhizobium sp., recomendadas pela RELARE, (CAMPO & HUNGRIA, 2007). As estirpes utilizadas, após crescimento em meio YMA por cinco dias, foram suspensas individualmente em solução salina (0,2% MgSO4) e cada uma dessas suspensões (109 células mL-1) foi adicionada às sementes. As parcelas experimentais foram constituídas por 5 m de comprimento por 4 m de largura, totalizando 20m². O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, em arranjo fatorial 12 x 4, com quatro repetições. O primeiro fator correspondeu aos nove herbicidas testados e três tratamentos controle: testemunha (inoculada e sem aplicação de herbicida), um controle (sem inoculação e com adubação nitrogenada) e testemunha sem inoculação (Tabela 3). Nos tratamentos testemunha e controle adubado foram feito controle das plantas daninhas por meio de capina com enxada, aos 20 e 35 dias apos emergência das plantas da cultura, considerando o período crítico de competição na cultura (FREITAS et al., 2010). O segundo fator constituiu-se de quatro épocas de avaliação (20, 30, 45 e 55 dias após semeadura do feijão-caupi). Tabela 2: Doses e épocas de aplicação dos herbicidas sobre o feijão-caupi e estádio de desenvolvimento da cultura. Época de aplicação2 DAE 15 Estádio do feijãocaupi3 V5 bentazon (Basagran 600) 1,2 Doses g ha-1 (i.a.) 720 clethodim (Select) 0,6 144 12 V5 fluazifop-p-butil (Fusilade) 2,0 250 15 V5 fomesafen (Flex) 1,0 250 15 V5 oxadiazon (Ronstar) 4,0 1000 15 V5 pendimenthalin (Herbadox) 3,0 1500 no plantio - robust (Flex+Fusilade) 1,0 450 15 V5 s-metolachor (Dual Gold) 1,25 1200 no plantio - trifuralin (Trifuralin) 2,4 1068 no plantio - testemunha Inoculada - - - - testemunha sem Inoculação - - - - controle Adubado - - - Tratamento 1 Doses 1 -1 2 Doses em L.ha . Doses recomendadas para a cultura do feijão comum (Phaseolus vulgaris), DAP = dias após o plantio. 3 V5 = terceiro trifólio aberto (CAMPOS et al.,2000). 39 A aplicação dos-metolachor, trifuralin e pendimenthalinfoi realizada em préemergência, no dia do plantio. Os demais herbicidas foram aplicados em pós-emergência, 15 dias após o plantio. As aplicações dos herbicidas ocorreram utilizando-se de um pulverizador costal pressurizado com CO2, bico XR 110 02 TEEJET, com volume de calda de 160 Lha-1. Para o tratamento controle com o uso de nitrogênio, foi utilizado 50 kg ha-1 de N, sendo dividido em duas aplicações: 20 kg no momento do plantio e 30 kg em cobertura, 25 dias após a emergência das plantas na forma de ureia. Para cada avaliação foram coletadas seis plantas no interior de cada parcela, sendo realizada a lavagem das raízes em água corrente para retirada de todo material indesejável, tomando-se o cuidado para não perder raízes e nódulos. A parte aérea foi separada das raízes em corte no ponto de inserção cotiledonar, próximo à base do caule, e os nódulos foram retirados e contados. Posteriormente, a parte aérea, a raiz e os nódulos foram colocados em saco de papel e conduzidos para secagem em estufa por 72 h a 65° C até atingir a massa constante. Em seguida foram obtidas as variáveis número de nódulos (NN), massa seca de nódulos (MSN), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca da raiz (MSR) e massa seca total (MST). Com base nos resultados de biomassa determinou-se a eficiência relativa (ER) do inoculante, calculada pela fórmula: ER = (MSPA inoculada / MSPA com N) x 100, em que MSPA inoculada é a matéria seca da parte aérea da planta com inoculação e MSPA com N é a matéria seca da parte aérea da planta com N mineral. Realizou-se a avaliação do estado nutricional das plantas, determinando-se os teores de N na parte aérea (EMBRAPA, 1997), após secagem e moagem das folhas.O N acumulado (ANPA) na matéria seca da parte aérea (MSPA) foi calculado, multiplicando o peso da MSPA pelo teor de N.Baseado nos valores de nitrogênio acumulado (N total) determinou-se a eficiência simbiótica, calculada por meio da fórmula: ES = [(Ntotal fixado – Ntotal TS/N) / (Ntotal TC/N – Ntotal TS/N) x 100], em que Ntotal fixado = Nitrogênio total do tratamento; Ntotal TS/N = Nitrogênio total da testemunha sem nitrogênio; Ntotal TC/N = Nitrogênio total da testemunha nitrogenada (LIMA et al., 2005). A colheita foi realizada quando aproximadamente 80% das vagens apresentavam-se secas. Em seguida, as vagens foram debulhadas manualmente. Foram determinados o peso de grãos de cinco vagens, número de grãos de cinco vagens, comprimento de cinco vagens, peso 40 total de vagens, peso total dos grãos e produtividade, corrigindo-se a umidade dos grãos para 14%. Para a avaliação de fitotoxicidade e de controle das plantas daninhas sobre a cultura, foram realizadas em duas avaliações, aos 30 e 45 dias após o plantio. As avaliações de fitotoxicidade e de controle foram feitas com base na escala modificada da E.W.R.C. (European Weed Research Council) (FRANS, 1972). Os dados foram transformados em porcentagem em relação à testemunhas em herbicida, a fim de que se obtivesse homocedasticidade e normalidade dos erros. Foi utilizado o teste de agrupamento de médias Scott-Knott a 5% de probabilidade utilizando o programa Assistate versão 7.6 beta (SILVA, 2011). 41 RESULTADOS E DISCUSSÃO Experimento em Laboratório A estirpe de Bradyrhizobium INPA 03-11B apresentou resistência a todos os herbicidas aplicados na dose recomendada após 24, 72 e 96 horas de exposição (Tabela 3). Todavia, as estirpes BR 3299 e BR 3277 foram sensíveis ao s-metolachlor, trifluralin, pendimenthalin, fomesafen, clethodim e fomesafen + fluazifop-p-butil (robust) até 72 h em contato com os herbicidas. Após 96 horas, houve resistência aos herbicidas s-metolochlor, trifuralin e clethodim para a estirpe BR 3277 e s-metolachlor para a estirpe BR 3299. Observou-se redução do halo de inibição para estas estirpes em contato com os demais herbicidas, porém, com halos de inibição superiores a 10 mm, caracterizando-as como sensíveis (Tabela 3). Procópio et al. (2004) observaram que imazethapyr e fomesafen aplicados em meio YM reduziram mais de 40% do crescimento de Bradyrhizobium elkanii. Utilizando o dobro da dose recomendada dos herbicidas, a estirpe INPA 03-11B apresentou resistência para todos os herbicidas (Tabela 4). A estirpe BR 3277 apresentou resistência aos herbicidas fomesafen, bentazon e fluazifop-p-butil a partir de 24 horas, e ao smetolachlor e clethodim somente no período de 96 h. A estirpe BR 3299 apresentou resistência ao herbicida fluazifop-p-butil a partir de 24 h, e aos herbicidas bentazon e clethodim somente na avaliação de 96 horas. A sensibilidade do rizóbio aos diferentes herbicidas pode ser influenciada pela concentração e pela estirpe de bactéria (KING et al., 2001; SANTOS et al., 2004; SANTOS et al., 2011). Há indicações de que herbicidas podem provocar intoxicação em estirpes de rizóbio (PROCÓPIO et al., 2004; SANTOS et al., 2006; DVORANEN et al., 2008). A mistura de fomesafen + fluazifop-p-butil (Robust) na dose recomendada provocou maior inibição do crescimento das estirpes BR 3299 e BR 3277. Ao comparar ambos herbicidas em mistura e isolados, observou-se que maior parte da inibição foi devido ao fomesafen. O fluazifop-p-butil demonstrou-se não tóxico à estirpe BR 3299 e pouco tóxico à BR 3277 (Tabela 3). O mesmo fato também foi verificado no dobro da dose recomendado dos produtos (Tabela 4). Santos et al. (2006) constataram que a mistura de fluazifop-p-butyl + fomesafen causou maior inibição de crescimento da estirpe de Rizhobium tropici (BR 322 e BR 520), em relação ao uso isolado de cada um dos herbicidas. Observaram ainda inibição do crescimento das bactérias ao longo do período de avaliação com o aumento da concentração do fomesafen, 42 isolado ou em mistura. Outra possível causa para este efeito pode ser atribuída à toxicidade de um ou mais ingrediente na formulação comercial do produto. Porém, pode ter havido interação entre esses dois fatores. Tabela 3: Resistência e sensibilidade de estirpes de rizóbio a diferentes herbicidas na dosagem recomendada do produto1. Herbicida Bactéria BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 clethodim (Select) BR 3277 INPA 03-11B fluazifop-p-butil (Fusilade) BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 fomesafen (Flex) BR 3277 INPA 03-11B pendimenthalin(Herbadox) BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 fomesafen + fluazifop-pbutil BR 3277 (Robust) INPA 03-11B BR 3299 s-metolachlor (Dual Gold) BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 trifuralin (Trifuralin) BR 3277 INPA 03-11B bentazon (Basagran 600) Halo 24 h Halo 72 h (mm) (mm) ** ** ** ** ** ** 12,3 14,0 14,0 10,0* ** ** ** ** 12,0 10,5 ** ** 22,7 24,7 22,0 20,0* ** ** 12,0 13,0 14,3 16,0 ** ** 18,0 20,7 32,0 22,0* ** ** 11,3 15,0 10,0 10,7 ** ** 9,0 14,0 9,7 12,0 ** ** 1 Halo 96 h (mm) ** ** ** 17,00 7,0* ** ** 10,5 ** 21,7 12,0* ** 13,7 13,0* ** 21,3 17,0* ** 10,0* 8,0* ** 14,0 10,0* ** Doses recomendadas para a cultura do feijão comum (Phaseolus vulgaris). *= Diminuição do halo de inibição pela formação de colônias no halo. **= Não houve formação de halo de inibição. Sens. Sensibilidade R – Resistente. R1: Resistência em 24 horas; R2 Resistência em 48 horas; R3 Resistência em 96 horas. S – Sensível. 43 Sens. R1 R1 R1 S R2 R1 R1 S R1 S S R1 S S R1 S S R1 R3 R3 R1 S R3 R1 Tabela 4: Resistência e sensibilidade de estirpes de rizóbio a diferentes herbicidas na dosagem dobro da recomendada do produto1. Herbicida Bactéria bentazon (Basagran 600) BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B BR 3299 BR 3277 INPA 03-11B cletodin (Select) fluazifop-p-butil (Fusilade) fomesafen (Flex) pendimenthalin (Herbadox) robust (Flex+Fusilade) s-metolachlor (Dual Gold) trifuralin (Trifuralin) Halo 24 h (mm) 13,0 ** ** 14,0 17,7 ** ** ** ** 21,0 ** ** 15,7 20,7 ** 23,0 27,3 ** 14,0 12,0 ** 17,5 15,5 ** 1 Halo 72 h (mm) 11,0 ** ** 12,0* 15,7* ** ** ** ** 21,0 ** ** 16,0 21,0 ** 25,0 20,0* ** 13,0 11,3 ** 18,5 19,3 ** Halo 96 h (mm) 8,0* ** ** 10,0* 12,7* ** ** ** ** 22,0 ** ** 16,7 16,0* ** 32,3 15,0* ** 12,3 8,3* ** 18,5 15,3* ** Sens. R3 R1 R1 R3 S R1 R1 R1 R1 S R1 R1 S S R1 S S R1 S R3 R1 S S R1 Doses recomendadas para a cultura do feijão comum (Phaseolus vulgaris). *= Diminuição do halo de inibição pela formação de colônias no halo. **= Não houve formação de halo de inibição. Sens. Sensibilidade R – Resistente. R1: Resistência em 24 horas; R2 Resistência em 48 horas; R3 Resistência em 96 horas. S – Sensível. 44 Experimento de Campo Na primeira avaliação, aos 20 dias após o plantio (DAP), em relação à massa seca da parte aérea (MSPA) não foi observada diferença significativa para os tratamentos bentazon, clethodim e controle adubado em relação à testemunha inoculada, sendo que estes tratamentos proporcionaram as maiores percentagens, variando de 5,5 a 11,1% maiores que a testemunha inoculada (Tabela 5A). O mesmo não ocorreu em estudos com soja, onde a utilização de metribuzin, que apresenta o mesmo mecanismo de ação do bentazon, além de ter reduzido o peso de matéria seca das plantas, apresentou efeitos fitotóxicos sobre a cultura do feijão-caupi (MENDES et al., 1990). Para os demais tratamentos a MSPA foi afetada com redução entre 19,7 e 74,2% em relação à testemunha inoculada, sendo que o tratamento com oxadiazon obteve uma redução de 74,2 % em relação à testemunha inoculada (Tabela 5A). Em relação à massa seca de raiz (MSR) os tratamentos com bentazon, clethodim e controle adubado foram superiores a testemunha inoculada. Os tratamentos com os herbicidas s-metolochlor, trifluralin e pendimenthalin não se diferiram da testemunha inoculada. Trabalhos mostram efeito contrario da trifluralin, pois não envolve, necessariamente, a inibição da germinação de sementes, mas invariavelmente causa a inibição do crescimento radicular, caracterizando-se, sob o aspecto morfológico, pelo entumescimento das pontas de raízes sensíveis, o qual está associado à redução ou paralisação da divisão celular, embora a expansão radial das células se mantenha (HARTZLER et al., 1990). Os herbicidas fomesafen, fomesafen + fluazifop-p-butil e oxadiazon diferiram da testemunha inoculada ocorrendo uma redução entre 6,5 e 60,2% onde o tratamento com oxadiazon obteve a menor porcentagem de MSR (39,8%) (Tabela 5A). Para a massa seca total (MST) os tratamentos com bentazon, clethodim não apresentaram diferença em relação ao controle adubado. Para os demais tratamentos houve uma redução entre 18,3 e 72,2 % em relação à testemunha inoculada sendo que os tratamentos s-metolachor, trifuralin, fluazifop-p-butil e pendimenthalin não diferiram entre si. Os tratamentos com fomesafen, fomesafen + fluazifop-p-butil e oxadiazon apresentaram as menores porcentagens (27,8; 37,6 e 37,7%) de MST comparados à testemunha inoculada (Tabela 5A). Resultados semelhantes foram encontrados por Freitas et al. (2009), que verificaram intoxicação severa na cultura de feijão-caupi em virtude da aplicação do fomesafen. Para MSPA, aos 30 DAP os tratamentos bentazon e pendimenthalin mostraram resultados superiores (48,2 e 62,4 %) sobre a testemunha inoculada. Os tratamentos s45 metolachor, clethodim e trifuralin não diferiram da testemunha inoculada mostrando assim não prejudicar a MSPA da planta de feijão-caupi, aos 30 DAP. O mesmo foi encontrado por Ishaya et al. (2008) em trabalhos com o feijão-caupi, onde relataram que a aplicação em préemergência da mistura s-metolachlor + prometryn (1.250 + 800 g i.a. ha-1) não afetou negativamente o vigor e nem provocou sintomas visuais severos de fitotoxicidade nas plantas da variedade SAMPEA-7. Para os demais tratamentos utilizando herbicida houve uma redução na MSPA entre 32,2 e 55,9% em relação à testemunha inoculada, sendo que os tratamentos fomesafen + fluazifop-p-butil e fomesafen apresentaram as menores porcentagens (44,1 e 45,1%) de MSPA comparadas com testemunha inoculada (Tabela 5A). Em relação à MSR os tratamentos utilizando os herbicidas: s-metolochlor, bentazon, clethodime trifuralin foram superiores a testemunha inoculada. Os outros tratamentos com os herbicidas fluazifop-p-butil, oxadiazon, robust e fomesafen não diferiram entre si, mas sim em relação aos demais tratamentos com herbicidas e testemunha inoculada, apresentando as percentagens menores do que a testemunha inoculada variando entre 41,1 e 46,7% (Tabela 5A). Para MST os tratamentos bentazon e pendimenthalin diferiram dos demais tratamentos e obtiveram percentagens superiores em relação à testemunha inoculada (49,2 e 51,3%) mostrando assim serem os herbicidas mais seletivos ao feijão-caupi aos 30 DAP. Os tratamentos s-metolachor e clethodim não mostraram diferença significativa em relação à testemunha inoculada. Para os demais tratamentos fomesafen, robust, oxadiazon e fluazifopp-butil houve uma redução da porcentagem entre 32,9 e 53,7% em relação à testemunha inoculada, onde o fomesafen apresentou a menor percentagem, mostrando ser o herbicida que mais causou dano à cultura, aos 30 DAP (Tabela 5A). 46 Tabela 5A: Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), em feijão-caupi inoculado com rizóbio em função de aplicação de herbicidas1. Tratamentos Herbicidas MSPA% MSR% MST% 20DAP(2) bentazon (Basagran) clethodim (Select) fluazifop (Fusilade) fomesafen (Flex) oxadiazon (Ronstar) pendimenthalin (Herbadox) fomesafen + fluazifop (Robust) s-metolachor (Dual Gold) trifluralin (Trifluralin) testemunha inoculada(3) testemunha sem inoculação(4) controle adubado(5) CV (%) bentazon (Basagran) clethodim (Select) fluazifop (Fusilade) fomesafen (Flex) oxadiazon (Ronstar) pendimenthalin (Herbadox) fomesafen + fluazifop (Robust) s-metolachor (Dual Gold) trifluralin (Trifluralin) testemunha inoculada testemunha sem inoculação controle adubado CV (%) 105,5a (3,5) (6) 111,1 a(3,6) 80,3 b(2,6) 35,5 d(1,2) 25,8 e(0,9) 72,7 c(2,4) 34,9 d(1,2) 78,4 b(2,6) 78,9 b(2,6) 100 a(3,3) 66,0 c(2,2) 111,1 a(3,7) 12,5 30 DAP 148,2 a (6,4) 105,3 c(4,6) 67,8 d(2,9) 44,1 e(1,9) 63,6 d(2,8) 162,4 a (7,1) 45,1 e(2,0) 96,9 c(4,2) 91,1 c(3,9) 100 c(4,4) 65,2 d(2,8) 120,7 b (5,2) 13,3 (1) 112,7 a(0,6) 106,5 a(4,1) 141,7 a(0,7) 79,6 e(0,5) 50,9 f(0,3) 39,8 g(0,2) 93,5 b(0,5) 53,7 f(0,3) 91,7 b(0,1) 96,3 b(0,5) 100 b(0,6) 93,5 b(0,5) 115,7 a(0,6) 11,9 115,5 a(4,3) 80,2 b(3,1) 37,7 d(1,5) 27,8 d(1,1) 75,7 b(2,9) 37,6 d(1,5) 80,2 b(2,7) 81,4 b(3,1) 100 a(3,9) 69,9 c(2,7) 111,8 a(4,3) 12,1 154,2 a(1,3) 124,4 b(1,0) 63,7 d(0,6) 58,9 d(0,1) 57,7 d(0,5) 94,1 c(0,8) 52,4 d(0,4) 96,4 c(0,8) 107,7 b(0,9) 100 c(0,8) 69,6 d(0,6) 115,5 b(1,0) 15,1 149,2 a(7,7) 108,4 c(5,6) 67,1 d(3,5) 46,5 e(2,0) 62,6 d(3,3) 151,3 a(7,9) 46,3 d(2,4) 96,9 c(5,0) 93,8 b(4,8) 100 c(5,2) 65,9 d(3,4) 119,9 b(6,2) 15,7 Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.(2) DAP = Dias após o plantio. (3) Testemunha inoculada sem herbicida. (4) Testemunha sem inoculação e sem herbicida. (5) Controle adubado com N mineral, sem inoculação e sem herbicida. CV:Coeficiente de Variação. (6) Resultado em grama. 47 Aos 45 DAP todos os herbicidas reduziram a MSPA entre 39,6 e 57,2% em relação à testemunha inoculada. Em relação à MSR os tratamentos bentazon, clethodim e trifuralin não diferiram (p<0,05), em relação à testemunha inoculada onde o trifuralin obteve um aumento de 7,9 % (Tabela 5B). Deuber e Novo (2006) observou resultado diferente relatando que há inibição do desenvolvimento radicular pela ação do trifluralin, tanto no crescimento da raiz principal quanto na emissão de raízes secundárias, sendo muito evidente em algumas dicotiledôneas. Os demais tratamentos mostraram resultados inferiores à testemunha inoculada com redução de 19,6 a 42,1%, com o tratamento robust apresentando a maior redução de 42,1%. Em relação MST todos os tratamentos exceto controle adubado mostraram diferença significativa (p>0,05) comparados à testemunha inoculada, onde os tratamentos robust e oxadiazon apresentaram os menores resultados, com percentual de redução acima de 50% (51,1 e 55%, respectivamente), mostrando que estes dois herbicidas foram os que mais afetaram a planta aos 45 DAP (Tabela 5B). Aos 55 DAP, período em que 50% das plantas atingiram floração, para a MSPA e MST o tratamento com os herbicidas bentazon e clethodim não houve diferença (p<0,05), em relação ao controle adubado. Silva et al. (2000) avaliaram a tolerância do feijão-caupi, variedade USA, aos herbicidas aciflurfen-sódio + bentazon (160 + 600 g i.a. ha-1), concluindo que as plantas da cultura não foram afetadas por estes herbicidas. Os demais tratamentos mostraram diferença significativa em relação à testemunha inoculada havendo uma redução de 4,4 a 54,6% para MSPA e 13,6 a 53,5% para MST, onde o tratamento robust mostrou ter a maior redução, com 54,6% para MSPA e 53,5% para MST (Tabela 5B). Para MSR, os tratamentos com herbicidas bentazon, clethodim e o controle adubado não se diferiram em relação à testemunha inoculada.Os demais tratamentos apresentaram diferença em relação à testemunha inoculada, mostrando que os tratamentos com fomesafen + fluazifop-p-butil, oxadiazon, fluazifop-p-butil e pendimenthalin e a testemunha sem inoculação apresentaram as menores percentagens para MSR com redução variando de 43,8 a 47,8% (Tabela 5B). Deuber e Novo (2006) observou resultados semelhantes relatando que há inibição do desenvolvimento radicular pela ação do trifluralin que possui o mesmo mecanismo de ação do herbicida s-melolachlor, inibidores da polimeração da tubulina, tanto no crescimento da raiz principal quanto na emissão de raízes secundárias. 48 Tabela 5B: Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), em feijão-caupi inoculado com rizóbio em função de aplicação de herbicidas (1). Tratamentos Herbicidas MSPA% bentazon (Basagran) clethodim (Select) fluazifop (Fusilade) fomesafen (Flex) oxadiazon (Ronstar) pendimenthalin (Herbadox) fomesafen + fluazifop (Robust) s-metolachor (Dual Gold) trifluralin (Trifluralin) testemunha Inoculada(3) testemunha sem inoculação(4) controle Adubado(5) CV (%) 84,3 b(7,7) 85,6 b(8,1) 56,3 d(5,3) 48,9 e(4,6)(6) 42,8 e(4,0) 53,3 d(5,0) 47,8 e(4,5) 61,9 c(5,8) 60,4 c(5,6) 100 a(9,4) 54,9 d(10,3) 104,4 a(19,6) 6,1 bentazon (Basagran) clethodim (Select) fluazifop (Fusilade) fomesafen (Flex) oxadiazon (Ronstar) pendimenthalin (Herbadox) fomesafen + fluazifop (Robust) s-metolachor (Dual Gold) trifluralin (Trifluralin) testemunha Inoculada testemunha sem inoculação controle Adubado CV (%) 100,4 a(11,3) 95,6 a(10,8) 53,4 d(6,0) 50,9 d(5,7) 48,8 d(5,5) 53,3 d(6,0) 45,4 d(5,1) 69,3 c(7,8) 64,9 c(7,4) 100 a(11,3) 50,2 d (5,7) 107,1 a(12,1) 7,8 (1) MSR% 45 DAP(2) 100 a(1,2) 102,5 a(1,3) 73,3 c(0,9) 74,2 c(0,9) 62,5 d(0,7) 74,2 c(0,9) 57,9 d(0,7) 80,4 b(1,0) 107,9 a(1,3) 100 a(2,4) 70,4 c(1,7) 89,2 b(2,1) 7,3 55 DAP 106,4 a(0,7) 101,7 a(1,7) 53,6 c(1,0) 62,0 b(1,1) 52,5 c(1,8) 56,6 c(1,0) 54,2 c(1,0) 63,2 b(1,1) 73,0 b(1,2) 100 a(1,7) 52,2 c(0,9) 100,6 a(1,7) 7,3 MST% 86,1 b(8,9) 87,5 b(9,4) 58,2 d(6,2) 51,8 d(5,5) 45,0 e(4,7) 55,6 d(5,9) 48,9 e(5,4) 64,0 c(6,8) 65,7 c(6,9) 100 a(11,8) 56,7 d(12,0) 102.6 a(21,8) 9,3 101,2 a(12,0) 86,4 a(12,5) 53,4 d(7,0) 52,4 d(6,8) 49,3 d(12,8) 53,7 d(7,0) 46,5 d(6,1) 68,4 c(8,9) 65,7 c(8,6) 100 a(13,0) 50,5 d(6,6) 106,3 a(13,8) 6,5 Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5%.(2) DAP = Dias após o plantio. (3) Testemunha inoculada sem herbicida. (4) Testemunha sem inoculação e sem herbicida. (5) Controle adubado com N mineral, sem inoculação e sem herbicida. CV:Coeficiente de Variação. (6) Resultados em gramas. 49 Quanto ao número de nódulos (NN), os herbicidas de pós-emergência fomesafen, fluazifop.p.butil e a mistura fomesafen + fluazifop.p.butil se diferiram em relação à testemunha sem herbicidas. Entretanto, não houve diferença entre os herbicidas analisados, obtendo resultados semelhantes até aos 55 DAP (Figura 1A). A massa seca dos nódulos (MSN) foi afetada por todos os tratamentos em relação à testemunha inoculada. (Figura 1B). A 300 fomesafen fluazifop fomesafen + fluazifop testemunha sem herbicida Nº de nódulos 250 200 150 100 50 0 0 15 30 45 60 Dias após aplicação B Massa seca de nódulos (g) 0,5 0,4 fomesafen fluazifop fomesafen + fluazifop testemunha sem herbicida 0,3 0,2 0,1 0,0 0 15 30 45 60 Dias após aplicação Figura 1: A) Número de nódulos (NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados a diferentes herbicidas: fomesafen, fluazifop e fomesafen + fluazifop (Robust) nas doses recomendadas em quatro épocas de avaliação em condições de campo. Estudos realizados por Novo et al. (1998) concluiram que o fluazifop-p-butil, aplicado em pós emergência, em lavoura de amendoim, causou redução do número e da massa seca de nódulos aos 28 dias após a aplicação, com posterior recuperação. Isso pode ser devido ao possível efeito sinergístico entre as misturas de fomesafen + fluazifop.p.butil, potencializando desse modo o efeito negativo desses compostos sobre os microrganismos do solo. Santos et al. (2005) avaliaram o efeito dos herbicidas fluazifop-p-butil e fomesafen, isolados e em mistura, 50 nos atributos biológicos de qualidade do solo cultivado com feijão (Phaseolus vulgaris) em sistema de cultivo convencional e plantio direto. Em ambos os cultivos constataram-se maiores reduções na biomassa microbiana do solo tratado com a mistura de fluazifop-p-butil e fomesafen. Reis et al. (2010) verificaram efeito negativo da aplicação única de fomesafen + fluazifop-p-butil sobre a MSN de plantas de soja manejada com insteticida endossulfan e fungicida tebuconazole. Todavia, na ausência de inseticida e fungicida, não houve efeito na MSN da soja. Segundo Dvoranen et al. (2008), a mistura fomesafen + fluazifop-p-butil, em aplicação sequencial, não afetou a MSN da soja e foi considerada seletiva para nodulação de plantas de soja. Arruda et al.(2001), testando o sulfentrazone, outro inibidor da protox sobre a nodulação e a fixação do nitrogênio, verificaram que a aplicação desse herbicida em soja, em doses variando de 36 a 144 µg m-2, afetou negativamente o número e a matéria seca de nódulos formados. Delannay et al. (1995) e Reddy et al. (2004) descreveram o efeito tóxico do glyphosate sobre bactérias fixadoras de nitrogênio, o que pode ter sido a causa da redução do número de nódulos nos tratamentos que continham esses herbicidas. O fomesafen é considerado um herbicida de contato (VIDAL, 2002), sendo de pouca ou nenhuma mobilidade nas plantas. No entanto, mesmo não havendo translocação significativa deste herbicida para o sistema radicular, é possível que uma determinada quantidade de fomesafen possa atingir o solo e, por consequência, entrar em contato com o sistema radicular ou diretamente com os nódulos. Essa possibilidade é reforçada pelo fato de que a toxicidade do fomesafen para espécies de rizóbios já foi demonstrada por testes in vitro (SANTOS et al., 2006), e encontrada também no teste in vitro no presente trabalho, conforme as tabelas 4 e 5. A alta persistência da mistura no solo é atribuída ao fomesafen, uma vez que o fluazifop-p-butil é pouco móvel no solo e tem persistência média de 30 dias, enquanto o fomesafen apresenta meia-vida de 60 a 180 dias (RODRIGUES& ALMEIDA, 2005). Por esse motivo a cultura do feijão-caupi, foi afetada negativamente por herbicida onde todo o ciclo da cultura o mesmo demostrou sua persistência. Nas figuras 2A e 2B, observa-se que o trifuralin e pendimenthalin, ambos de pré emergência, reduziram o NN e MSN até aos 55 DAP. Novo & Ortolan (1991) não observaram efeito tóxico à nodulação de amendoim em rotação com cana-de-açúcar em áreas tratadas com 51 trifluralin e, em ensaios in vitro, o Bradyrizobium nativo associado ao amendoim apresentou alta tolerância a trifluralin. A 300 trilfluranlin pedimenthalin testemunha sem herbicida Nº de nódulos 250 200 150 100 50 0 0 15 30 45 60 Dias após aplicação 0,5 Massa seca de nódulos (g) B 0,4 trifluralin pedimenthalin testemunha sem herbicida 0,3 0,2 0,1 0,0 0 15 30 45 60 Dias após aplicação Figura 2:A) Número de nódulos (NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados a diferentes herbicidas: trifuralin e pendimenthalin nas doses recomendadas (DR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo. O s-metolochlor e oxadiazon, em pré-mergência, reduziram drasticamente o NN até aos 55 DAP (Figura 3A). Para os herbicidas clethodim e oxadiazon, em pós-emergência, constatou-se mínima redução no NN aos 45 e 55 DAP, porém, aos 45 e 60 DAP não foram observados efeitos negativos dos produtos. A variável MSN apresentou comportamento semelhante ao NN (Figura 3 B). 52 Deuber & Novo (2006) verificaram que houve tolerância das bactérias (Bradyrhizobium) aos herbicidas diclosulam e flumetsulam, não havendo redução do NN ou MSN de plantas de soja. 350 A s-metolachlor bentazon clethodin oxadiazon testemunha sem herbicida 300 Nº de nódulos 250 200 150 100 50 0 0 15 30 45 60 Dias após aplicação B Massa seca de nódulos (g) 0,5 0,4 0,3 s-metolachlor bentazon clethodin oxadiazon testemunha sem herbicida 0,2 0,1 0,0 0 15 30 45 60 Dias após aplicação Figura 3: A) Número de nódulos (NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados a diferentes herbicidas: s-metolachor, bentazon, clethodim e oxadiazon nas doses recomendadas (DR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 60 dias após o plantio (DAP) em condições de campo. 53 Na figura 4, constatou-se que a eficiência relativa não se diferiu entre os herbicidas bentazon, clethodim testemunha inoculada e controle adubado, sendo superiores aos demais tratamentos. Os demais tratamentos reduziram a eficiência relativa de 36 a 60% em relação ao controle adubado. A produção de biomassa da parte aérea aos 55 DAP (Tabela 7) de todos os tratamentos afetados em relação à testemunha inoculada variou entre a 45,3 a 68,4%, mostrando a interferência dos mesmos no desenvolvimento das plantas. Observa-se uma diferença muito grande da testemunha sem inoculação em relação à testemunha inoculada, evidenciando na eficiência relativa (Figura 4). Resultados semelhantes foram encontrados por Zilli (2009), Nascimento et al. (2010) e Chagas Jr et al. (2010), tanto em casa de vegetação como em campo, evidenciando os efeitos positivos da inoculação de feijão-caupi com estirpes de rizóbio eficientes para a fixação biológica do nitrogênio, favorecendo o acúmulo de biomassa e consequentemente a eficiência relativa. Para Gonzales et al. (2003), o declínio induzido pelos herbicidas na nodulação de leguminosas pode ser o resultado de injúrias ao sistema radicular dessas espécies ou dos efeitos tóxicos aos rizóbio antes ou durante o processo de infecção, porém, também pode ser devido à redução na atividade da nitrogenase, provocada pelo déficit de suprimentos de fotoassimilados aos rizóbio, causado por injúrias dos herbicidas às plantas. Segundo Mahmoud & Omar (1995), os herbicidas também podem prejudicar a nodulação, por inibirem a produção de enzimas celulolíticas e pectolíticas produzidas pelos rizóbios e essenciais ao processo de penetração nos pelos radiculares. 54 Figura 4. Eficiência Relativa de feijão-caupi inoculado com rizóbio e testemunha, em relação ao tratamento adubado com nitrogênio (ureia), em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas. Quanto aos teores de nitrogênio (TN) e acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA), todos os tratamentos foram inferiores ao controle adubado, porém, o bentazon e testemunha inoculada apresentaram resultados inferiores a 25%, sendo que os demais tratamentos reduziram de 38 a 67% o ANPA (Tabela 6). Estes resultados confirmam a alta eficiência das estirpes em fixar o nitrogênio, como observado para a testemunha inoculada, bem como tolerância ao herbicida bentazon e em seguida o clethodim (Figura 5). Tabela 6: Teor (TN) e acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) de feijão-caupi1. Tratamento bentazon (Basagran 600) clethodim (Select) fluazifop-p-butil (Fusilade) fomesafen (Flex) oxadiazon (Ronstar) pendimenthalin (Herbadox) fomesafen + fusilade (Robust) s-metolachor (Dual Gold) trifuralin (Trifuralin) testemunha inoculada testemunha sem inoculação controle adubado Teor de N (mg g-1/planta) 37,0 b 32,5 c 30,3 c 31,9 c 33,2 c 30,5 c 25,8 d 33,2 c 35,8 c 40,9 b 32,5 c 45,7 a ANPA (mg por planta) 418,1 b 351,0 c 181,8 e 181,8 e 182,6 e 183,0 e 131,6 f 259,0 d 264,9 d 462,2 b 185,3 e 553,0 a (1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% Quanto à eficiência simbiótica, os melhores resultados foram encontrados para os tratamentos com a utilização dos herbicidas bentazon e clethodim evidenciando eficiência na capacidade de assimilação do nitrogênio atmosférico pelas estirpes inoculadas, próxima ao tratamento testemunha inoculada e sem herbicida observados nos parâmetros biomassa (Tabela 6), nodulação (Figura 3), teor de N e acúmulo de N total (Tabela 6), ER e ES (Figuras 4 e 5), podendo ser usados como bons indicadores da potencialidade de uso destas estirpes, mesmo com a utilização destes herbicidas. Resultados semelhantes de eficiência simbiótica de estirpes de rizóbio foram reportados em outros trabalhos (ZILLI et al., 2009; NASCIMENTO et al., 2009; CHAGAS JR et al., 2010) 55 Figura 5: Índice de eficiência simbiótica das estirpes de rizóbio dos tratamentos com diferentes herbicidas, em relação ao N total acumulado em feijão-caupi, 55 dias após o plantio. Observa-se que nas avaliações de fitotoxicidade na cultura do feijão-caupi, realizadas aos 30 e 45 DAP, os herbicidas fomesafen, s-metolachor, fomesafen + fluazifop.p.butil e oxadiazon, foram os que mais afetaram as plantas (de 94,3 a 100%), todavia após os 45 DAP as plantas conseguiram se recuperar dos efeitos tóxicos desses herbicidas. Os outros tratamentos foram os que menos afetaram, sendo que os herbicidas bentazon, clethodim e oxadiazon foram os que menos causaram fitotoxicidade no feijão-caupi (Tabela 07). O sintoma inicial mais evidente dos herbicidas fomesafen e fomesafen + fluazifop.p.butil nas plantas de feijão-caupi foram: manchas escuras nas folhas, dando a impressão de que foram encharcadas em razão do rompimento da membrana celular e derramamento citoplasmático nos intervalos celulares. Segundo Vidal (1997), as folhas jovens de culturas tolerantes podem apresentar clorose, que não é evidente nas demais. Outro sintoma observado foi uma leve torção das margens de algumas folhas cotiledonares. Nas avaliações de controle de monocotiledôneas, todos os tratamentos foram eficientes, exceto fomesafen e bentazon isso pelos mesmos serem de controle de folhas largas. 56 Da mesma forma ocorreu para a variável controle de folhas largas, onde todos os tratamentos foram eficientes, exceto fluazifop.p.butil e clethodim, isso pelos mesmos controlar folhas estreitas. Tabela 07: Fitointoxicação, controle de monocotiledôneas e dicotiledôneas na cultura do feijão-caupi após aplicação dos herbicidas. Controle monocotiledôneas (%) Controle dicotiledôneas (%) Tratamento Herbicidas Fitointoxicação (%) 30 DAP 45 DAP 30 DAP 45 DAP 30 DAP 45 DAP bentazon 11,7 d 5,0 d 7,7 b - 98,3 a 81,7 b clethodin 11,7 d - 96,0 a 63,3 c 5,0 d - fluazifop 5,0 e - 95,0 a 61,7 c 8,3 d 6,7 d fomesafen 94,3 a 55 a 6,7 b 5,0 d 96,7 a 66,7 c oxadiazon 100 a 58,3 a 90,7 a 65,0 c 99,3 a 67,7 c pendimenthalin 40,0 c 38,3 b 99,3 a 55,0 c 85,0 b 78,3 b robust 100 a 50,0 a 96,0 a 79,0 b 95,0 a 78,3 b s-metolachlor 66,7 b 51,7 a 100 a 88,3 b 93,3 a 68,3 c trifluralin 31,7 c 18,3 c 100 a 65,0 c 66,7 c 58,3 c - - 100 a 100 a 100 a 100 a 12,1 11,2 13,5 9,8 8,7 9,5 testemunha C.V. (%) Para o peso total de vagens (PTV) apenas o bentazon não diferiu do controle adubado e da testemunha inoculada. Os demais tratamentos reduziram o PTV, sendo que o fomesafen, s-metalachor e oxadiazon foram os que mais afetaram a cultura para PTV, pois mostraram ter as menores médias quando comparadas a testemunha inoculada (Tabela 08). Considerando o peso total de grãos (PTG) os tratamentos com bentazon, clethodim não diferiram do controle adubado e da testemunha inoculada (p<0,05). O fomesafen, smetolachor e oxadiazon foram os que mais reduziram o PTG (Tabela 08). Em relação à produtividade (PROD), apenas os tratamentos com herbicida bentazon e clethodim não diferiram da testemunha inoculada obtendo as melhores produtividades (1200,00 e 1104,5 kg ha¹, respectivamente), mostrando assim não ter interferido no desenvolvimento do feijão-caupi comparado a testemunha inoculada (Tabela 08). 57 Fontes et al. (2010) avaliando a tolerância do feijão-caupi ao herbicida oxadiazon, observou que a interferência das plantas daninhas reduziu em 59% a produtividade de grãos de feião-caupi (660 kg ha-1), evidenciando a baixa capacidade de competição da cultura nas condições experimentais. Em outros trabalhos foram constatadas reduções de produtividade do feijão-caupi que variaram de 29% (SILVA et al., 2003), 83% (ISHAYA et al., 2008) e 89% (MEDEIROS et al., 2008) quando não foi realizado o controle de plantas daninhas. Os demais tratamentos com herbicida apresentaram produtividades bastante inferiores com redução entre 36 a 72% em relação à testemunha inoculada e ao controle adubado, não podendo ser indicado para a cultura do feijão-caupi.Os herbicidas fomesafen, s-metolachor e oxadiazon reduziram drasticamente e apresentaram as menores produtividades 379,9; 327,6 e 311,7 kg ha¹ com redução média de 70% comparada à testemunha inoculada.Machado et al. (2006) verificaram que a produtividade do feijoeiro cultivar Meia Noite não foi afetada pela aplicação da mistura dos herbicidas fomesafen e fluazifop-p-butil nas doses de 100 + 80 e 200 + 160 g ha-1, respectivamente, porém, estas doses foram inferiores em relação ao presente experimento. O mesmo não foi encontrado por Timossi & Durigan (2002) em cultivares de soja pois verificaram que os cultivares não foram afetadas pela aplicação do fomesafen + fluazifop-pbutyl no estádio de crescimento V4, chegando ao final do ciclo mantendo características de crescimento e de produtividade semelhantes àquelas obtidas sem a aplicação do herbicida. Resultados semelhantes foram encontrados por Silva et al. (2003) que constataram que os herbicidas fenoxaprop-p-ethyl e imazamox, aplicados em pós-emergência, não causaram injúrias às plantas da cultura do feijão de corda. Ishaya et al. (2008), na Nigéria, verificaram que a mistura dos herbicidas metolachlor + prometryn, aplicada em pré-emergência, não afetou o crescimento e a produtividade do feijão-caupi, ao contrario que foi encontrado nesse experimento. 58 Tabela 08: Peso de grãos de cinco vagens (PG5V), número de grãos de cinco vagens (NG5V), comprimento de cinco vagens (C5V), peso total de vagens (PTV), peso total dos grãos (PTG) e produtividade (PROD) de feijão-caupi inoculado com rizóbio e diferentes herbicidas. Tratamentos bentazon (Basagran) clethodim (Select) fluazifop (Fusilade) fomesafen (Flex) oxadiazon (Ronstar) pendimenthalin (Herbadox) fomesafen+fluazifop (Robust) s-metolachor (Dual Gold) trifluralin (Trifluralin) testemunha Inoculada testemunha sem inoculação controle Adubado CV (%) (5) PG5V (g) 9,0 b 66,7 a C5V (cm) 18,9 a PTV (g) 600,4 a PTG (g) 468,2 a PROD (kg ha-1) 1200,0 a 6,5 c 63,0 a 17,4 b 535,4 b 434,9 a 1104, 5 a 6,5 c 66,3 a 16,6 b 353,7 c 281,2 c 703,1 c 8,3 b 67,0 a 18,4 a 183,4 f 151,9 e 379,9 e 5,3 c 63,0 a 17,3 b 159,7 f 124,7 e 311,7 e 8,7 b 70,3 a 19,1 a 35,1 c 277,7 c 694,2 c 8,7 b 74,0 a 19,2 a 257,2 e 186,9 d 467,4 d 7,1 c 65,7 a 17,6 b 181,7 f 144,4 e 327,6 e 8,4 b 70,0 a 17,8 b 293,7 d 206,7 d 516,8 d 11,9 a 73,3 a 19,1 a 549,1 a 442,2 a 1105,6 a 7,3 c 59,7 a 16,4 b 222,9 e 173,3 d 433,4 d 11,6 a 76,3 a 17,9 b 550,6 a 457,9 a 1144,8 a 12,4 9,4 4,5 12,2 7,4 7,7 NG5V Alguns tratamentos com herbicidas proporcionaram biomassa, nodulação e produtividade estatiscamente iguais à testemunha inoculada. Em média, também proporcionaram valores iguais ou muito próximos ao tratamento controle adubado com nitrogênio com 50 kg ha-1. Sendo o uso dessas estirpes vantajoso, sobretudo por garantir o aporte de nitrogênio à cultura, bem como ao baixo custo dos inoculantes. Os resultados deste e de outros trabalhos (LACERDA et al., 2004; PEREIRA et al., 2004; SOARES et al., 2006; ZILLI et al., 2009; NASCIMENTO et al., 2009; CHAGAS JR et al., 2010) corroboram a indicação e aprovação das estirpes INPA 03-11B e UFLA 03-84 como novos inoculantes de feijão-caupi (RELARE, 2007). Ressalta-se, ainda, que essas estirpes recomendadas pertencem ao gênero Bradyrhizobium. A eficiência destas estirpes não foi afetada com a utilização dos herbicidas bentazon e clethodim. O bentazon e clethodim são dois potenciais produtos na cultura do feijão-caupi. Outros experimentos devem ser conduzidos para avaliar a associação destes produtos no manejo de plantas daninhas do feijão-caupi. 59 CONCLUSÕES Laboratório Observou-se que a estirpe de Bradyrhizobium INPA 03-11B apresentou resistência a todos os herbicidas aplicados na dose recomendada após 24, 72 e 96 horas de exposição. Todavia, as estirpes BR 3299 e BR 3277 foram sensíveis ao s-metolachlor, trifluralin, pendimenthalin, fomesafen, clethodim e fomesafen+fluazifop-p-butil até 72 horas após a aplicação. Campo A massa seca dos nódulos foi afetada pelo fomesafen, fluazifop.p.butil e a mistura fomesafen + fluazifop.p.butil. Apenas o bentazon e clethodim não interferiram na produtividade do feijão-caupi. O s-metolachlor apresenta elevado grau de fitotoxicidade ao feijão-caupi. Os demais produtos apresentaram moderada intoxicação, com exceção do bentazon e clethodim que, independente da dose, proporcionam baixa fitotoxicidade ao feijãocaupi e pouco influenciam na nodulação. Sendo, portanto, dois potenciais produtos no manejo integrado de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi. 60 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARRUDA, J. S.; LOPES, N. F.; BACARIN, M. A. Nodulação e fixação do dinitrogênio em soja tratada com sulfentrazone. Pesquisa Agropecuára Brasileira, v. 36, n. 2, p. 325-330, 2001. ASSUNÇÃO, I. P. et al. Diversidade genética de Begomovirus que infectam plantas invasoras na Região Nordeste. Planta Daninha, Viçosa, v. 24, n. 2, p. 239-244, 2006. BAUER, A. W.et al.Antibiotic susceptibility testing by a standardized single disk method. Amer. J. Clin. Pathol., v. 45, n. 4, p. 493:496, 1966. BERTINI, C. H. C. de M.; TEÓFILO, E. M.: DIAS, F. T. C. Divergência genética entre acessos de feijão-caupi do banco ativo de germoplasma da UFC. Revista Ciência Agronômica, v. 40, n. 1, p. 99-105, 2009. BRESSANI, R. Nutritive value of cowpea.In: eds. S. R. SINGH ; K. O. RACHIE. Cowpe Research, Production and Utilization.Wiley, New York, p.353-359, 1985. 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