última temporada do espetáculo quebra-quilos em

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ÚLTIMA TEMPORADA DO ESPETÁCULO QUEBRA-QUILOS
EM JOÃO PESSOA
O COLETIVO DE TEATRO ALFENIM realiza no período de 31 DE OUTUBRO A
29 DE NOVEMBRO a última temporada do espetáculo QUEBRA-QUILOS, no
TEATRO ARIANO SUASSUNA, sempre aos SÁBADOS E DOMINGOS, A
PARTIR DAS 20H, para um público de 50 pessoas por apresentação.
Sob a direção do dramaturgo Márcio Marciano, o espetáculo já foi visto por mais de 6
mil pessoas em todo o Brasil desde sua primeira apresentação em 2008. De lá pra cá,
participou como convidado dos principais festivais e mostras de teatro do Nordeste, a
exemplo da Mostra SESC de Teatro do Cariri, Festival de Inverno de Garanhuns,
Festival do Teatro Nacional de Recife e Festival de Teatro de Guaramiranga.
Em 2009, o Quebra-Quilos esteve em temporada no Teatro da Caixa Cultural de
Brasília e Rio de Janeiro. Também representou a Paraíba na Mostra Latino Americana
de Teatro de Grupo, realizada em São Paulo pela Cooperativa Paulista de Teatro.
O Quebra-Quilos marca a criação do Coletivo Alfenim de Teatro e a atuação de Márcio
Marciano no teatro paraibano. Egresso e um dos fundadores da Cia. Do Latão, Marciano
traz à João Pessoa a experiência da sala de ensaio e de uma construção coletiva do texto
dramatúrgico.
E é devido a isso que algumas mudanças vem acontecendo no espetáculo desde 2007.
Para os que assistiram a primeira temporada, realizada na Piollin, há várias novidades
para se ver em cena com a entrada de novos atores no elenco, e consequentemente,
novos tons e novas cenas compõem o Quebra-quilos hoje.
“A entrada de novos atores permitiu uma releitura mais ácida do texto. Isso se deu por
alguns fatores. Primeiro, os atores que entraram: Adriano Cabral, Fernanda Ferreira e
Ana Marinho já conheciam o espetáculo e trouxeram sua visão sobre as personagens”,
observa Marciano e completa: “Eu diria que eles fizeram uma interpretação mais
aprofundada das relações que estão em jogo porque tiveram condições de analisar a
obra num primeiro momento apenas como espectadores críticos”.
Marciano afirma ainda que outro fato importante a ser observado nestas mudanças é que
tanto ele enquanto diretor, quanto os demais atores do elenco já tem um distanciamento
maior da dramaturgia que foi criada em sala de ensaio num processo onde a encenação
está ainda muito colada às improvisações. “E esse distanciamento de quase dois anos do
processo de criação foi o que permitiu uma leitura mais complexa do que
havíamos criado”, conclui.
SOBRE O ESPETÁCULO:
Quebra-Quilos narra a história de duas mulheres que são tangidas do campo e
obrigadas a procurar abrigo numa vila do sertão paraibano, nas proximidades de
Campina Grande, em fins de 1874. Existem rumores de que os quebra-quilos,
sediciosos que se opõem à implantação do sistema métrico decimal, preparam-se para
invadir a feira da localidade com o intuito de destruir os padrões de aferição. Tropas da
Guarda Nacional estão de prontidão. Mãe e filha serão testemunhas e vítimas da
violência das autoridades locais contra os matutos revoltosos, que tentam comerciar na
feira o produto de suas pequenas lavouras.
Grupo reúne três gerações do Teatro Paraibano
Márcio Marciano vem de uma bem sucedida experiência de dez anos na Companhia do
Latão, de São Paulo. Dando continuidade ao processo de pesquisa para a criação de uma
dramaturgia própria sobre assuntos brasileiros, o dramaturgo reuniu três gerações de
atores paraibanos para formar o Coletivo de Teatro Alfenim.
Além dos representantes da nova geração, Daniel Porpino e Fernanda Ferreira, o grupo
tem a participação de Adriano Cabral, Daniel Araújo, Ana Marinho e Verônica Souza.
Completam o elenco dois nomes que são referência no teatro paraibano, Sôia Lira
(“Central do Brasil”) e Zezita Matos (“O Céu de Sueli”), que comemora com o QuebraQuilos 50 anos ininterruptos de palco.
As duas atrizes se encontram em cena como mãe e filha, mulheres que, em fins do
século XIX, são obrigadas a abandonar o lugar em que vivem por determinação do
proprietário das terras, um senhor de engenho às voltas com a modernização do sistema
açucareiro. “Estamos no tempo da implantação do sistema métrico decimal, em meio à
revolta popular contra os novos pesos e medidas. Mãe e filha serão arrastadas pela ação
espontânea dos matutos alcunhados quebra-quilos, e sofrerão a seu lado a brutalidade
com que as autoridades locais farão valer a ordem do Império em franca decadência”,
finaliza Márcio Marciano.
Quebra-Quilos - Localização histórica
Nos termos do historiador Armando Souto Maior o movimento dos “quebra-quilos”
“poderia ser classificado como uma forma primitiva ou arcaica de agitação social (...)
mais que um tumulto e menos que uma revolta quase articulada”. Entender as razões
dessa convulsão nos estertores do Império possibilita reconhecer em que medida suas
causas foram ou não superadas na atualidade.
Basta abrir os jornais para percebermos que as matrizes da revolta popular que acendeu
o sertão da Paraíba podem ter mudado de aspecto, mas não se alteraram em sua
essência: o que dizer dos novos criminosos sociais, confundidos com criminosos
comuns, que aterrorizam o cidadão seja da grande cidade, seja do recanto mais isolado
do sertão?
O espetáculo, entretanto, não se justificaria se almejasse exclusivamente uma
formulação sociológica do problema “Quebra-quilos”. A nós interessa a matéria
humana pulsante sob os acontecimentos de caráter social, ainda que ambos os aspectos,
o social e o individual só possam ser identificados em sua expressão mais autêntica
enquanto faces que se interpenetram dialeticamente.
É do confronto entre a subjetividade e os fatores objetivos que nasce a compreensão das
causas desses acontecimentos e possibilita a apreciação crítica de suas conseqüências
históricas. Aí reside uma das fontes de interesse do projeto: identificar na trajetória dos
indivíduos envolvidos naquele movimento a presença das contradições que marcam a
história da Paraíba, de modo a perceber se e como essas trajetórias diferem ou se
assemelham à nossa própria trajetória na contemporaneidade. Afinal, somos parte desse
processo de formação do sujeito, não apenas paraibano como também nordestino e
brasileiro.
Outro aspecto relevante é o fato de o período em tela dar notícia da insatisfação popular
em relação à implantação pela força do sistema métrico decimal. O modo pelo qual a
mentalidade da época se relaciona com essas transformações, impostas pelo Estado por
conta de sua adesão involuntária às orientações do capital internacional parece retirado
das páginas dos jornais da atualidade.
Esse alto teor de sugestão simbólica põe a narrativa desses fatos ocorridos em fins do
século XIX na ordem do dia. Isso sem falar de outros tantos pontos de contato com a
atualidade como a insatisfação devida ao aumento excessivo e irrealista dos impostos, a
manipulação da boa-fé do sertanejo, tanto por parte das autoridades do governo imperial
como por parte das autoridades religiosas locais e dos grandes proprietários e,
principalmente, a potencial violência que transforma os alijados do mundo produtivo
em criminosos sociais.
Coletivo de Teatro Alfenim - (Nota sobre a origem do grupo)
O Coletivo Teatro Alfenim é um núcleo de investigação teatral surgido em abril de
2007. Seu idealizador e diretor artístico é o dramaturgo e encenador paulista Márcio
Marciano, fundador da Companhia do Latão, de São Paulo, e radicado em João Pessoa
desde 2006.
O grupo tem como principais objetivos a criação de uma dramaturgia própria com base
em assuntos brasileiros, e a formação de platéias através de eventos paralelos às
montagens como seminários, oficinas e debates abertos sobre os temas abordados na
pesquisa.
Seu primeiro trabalho, Quebra-Quilos, relata a sedição popular ocorrida no sertão
paraibano em fins do século XIX. Foi criado segundo o conceito de dramaturgia em
processo, no qual o texto da peça é escrito em sala de ensaios com a participação dos
atores.
O espetáculo estreou em fevereiro de 2008, no Centro Cultural Piollin, onde
permaneceu em cartaz até o final de março. Participou de eventos como o “Balaio
Teatral”, encontro de grupos nordestinos promovido em Natal pelo Clowns de
Shakespeare; o Encontro Regional dos Estudantes de História e o Encontro Nacional de
Jovens do Campo e da Cidade, este últimos promovidos pela Universidade Federal da
Paraíba (UFPB).
Em maio/junho, realizou espetáculos a convite da Prefeitura de João Pessoa,
direcionados a alunos e professores da Rede municipal de Ensino, bem como a
integrantes do PROJOVEM.
Ao longo do segundo semestre de 2008, o grupo apresentou-se em alguns dos principais
Festivais e Mostras de Teatro da região Nordeste e tem agendas para 2009
apresentações no Rio de Janeiro e Brasília, dentro da programação da Caixa Cultural,
além de algumas cidades do interior da Paraíba, como parte do Programa BNB Cultura.
O espetáculo já foi assistido por mais de 6.000 espectadores e tem recebido excelente
apreciação tanto do público quanto da crítica especializada. Atualmente o grupo
desenvolve pesquisa para o espetáculo Milagre Brasileiro, com texto a ser escrito em
processo colaborativo. Tem como tema a venalidade como forma de sobrevivência e é
ambientado nos “anos de chumbo” da ditadura militar. O projeto tem o apoio do Prêmio
Myriam Muniz de Teatro – FUNARTE, e sua estréia está prevista para março de 2010.
Coletivo de Teatro Alfenim - Participação em Festivais e Mostras de Teatro
MOSTRA BALAIO TEATRAL – Natal – março/2008.
I MOSTRA DE TEATRO DE GRUPOS DA UFPB – João Pessoa – abril/2008.
XII FENART – Festival Nacional de Artes da Paraíba – João Pessoa – abril/2008.
XVIII FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS – Garanhuns – julho/2008.
XXXIII FESTIVAL DE ARTES DE CAMPINA GRANDE – C. Grande – julho/2008.
FESTIVAL DE INVERNO DE BANANEIRAS – Bananeiras – julho/2008.
FESTIVAL DE ARTES DE AREIA – Areia – outubro/2008.
X MOSTRA SESC/CARIRI DE TEATRO – Crato, Nova Olinda e Juazeiro – nov/2008.
XI FESTIVAL RECIFE DO TEATRO NACIONAL – Recife – novembro/2008.
TEMPORADA NO TEATRO DA CAIXA CULTURAL – Brasília – fevereiro/2009.
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA TEATRO SESC – Juazeiro – março/2009
IV MOSTRA LATINO AMERICANA DE TEATRO DE GRUPO – São Paulo –
maio/2009.
TEMPORADA NO CAIXA CULTURAL – Teatro de Arena – Rio de Janeiro –
maio/2009.
Circuito BNB – Cultural – Patos, Cajazeiras e Pombal – julho/2009.
FESTIVAL SESC PALCO GIRATÓRIO – setembro/2009.
FNT – Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga – setembro/2009.
PRIMAVERA NOS MUSEUS – Casa do Artista Popular – setembro/2009.
TEMPORADA EM JOÃO PESSOA – Teatro Ariano Suassuna – novembro 2009.
Agenda 2010
Estréia de Milagre Brasileiro (novo espetáculo, contemplado com o prêmio Myriam
Muniz de Teatro da FUNARTE) – João Pessoa – março/2010.
FICHA TÉCNICA:
Elenco: Adriano Cabral, Daniel Araújo, Daniel Porpino, Fernanda Ferreira, Sôia Lira (e
Ana Marinho), Verônica Souza, Zezita Matos.
Texto e direção: Márcio Marciano
Direção musical: Marco França
Cenário: Márcio Marciano
Figurinos: Maurício Germano
Iluminação: Márcio Marciano
Consultoria de encenação: Fernando Yamamoto
Produção executiva: Humberto Dias
Duração: 80 minutos.
Recomendação: Maiores de 14 anos.
SERVIÇO: TEMPORADA DO ESPETÁCULO QUEBRA-QUILOS
ONDE: TEATRO ARIANO SUASSUNA
QUANDO: DE 31 DE OUTUBRO À 29 DE NOVEMBRO (SÁBADOS E DOMINGOS)
HORA: 20H
QUANTO: R$ 10,00 e R$ 5,00
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
TRATO Assessoria e Produção Cultural
www.tratocultural.blogspot.com
www.myspace.com/calinabispo
Av. Nego, 200, sla 108, Tambaú,
João Pessoa / PB. Cep. 58039-100
CONTATO: Calina Bispo
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