COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DE ALFACE (Lactuca sativa) ORGÂNICA TIPO CRESPA Tereziana Silva da Costa1; Valdete Campos Silva1; Vanessa Silva Fernandes1; Rayani Cardoso Leão1; Isanna Menezes Florêncio2; Eliane Rolim Florentino3 1 Granduanda em Química Industrial – Universidade Estadual da Paraíba - Brasil Doutoranda em Engenharia Agrícola – Universidade Federal de Campina Grande – Brasil 3 Núcleo de Pesquisa e Extensão em Alimentação – Departamento de Química – Universidade Estadual da Paraíba - Brasil 2 Palavras-chave: Hortaliça; caracterização; valor nutricional. Introdução A alface (Lactuca sativa) é a hortaliça mais comercializada e consumida no Brasil devido a seu fácil cultivo e sua rica composição (minerais, proteínas, carboidratos e vitaminas) (LOPES; et al., 2001). O tipo crespa é o mais comum, e por esse motivo o mais consumido. Apesar da cultura não ser considerada como uma grande fonte protéica, dependendo do sistema de cultivo e do estado nutricional da planta, poderse-ia obter um alimento mais nutritivo (MATIAS et al., 2000). A oferta de produtos orgânicos tem crescido no mercado, assim como o interesse da população por eles, visto que, apesar de não existir diferenças nas propriedades sensoriais entre alfaces de cultivos diferentes, o cultivo orgânico traz contribuições para o meio ambiente e mais saúde para os consumidores. Atualmente existem vários estudos sobre a contaminação de alfaces por microrganismos, no caso de alfaces orgânicos esta contaminação pode ser relacionada com o uso do adubo orgânico, de origem animal ou vegetal, que muitas vezes é mal compostado, sem nenhum tratamento regular. Segundo RIBEIRO, 2004 em alimentos com alto teor de água, em que a atividade de água é maior que 0,9, poderão formar-se soluções diluídas com os componentes do alimento que serão substratos para os microrganismos crescerem. Nesta faixa de atividade de água, as reações químicas e enzimáticas podem ter sua velocidade reduzida em função da baixa concentração de reagentes. Além disso, este parâmetro está também relacionado com a alteração de aparência e textura, como por exemplo, folhas verdes murchas. O objetivo deste trabalho foi determinar a composição centesimal de alfaces orgânicas comercializadas em feiras livres na cidade de Campina Grande-PB. Material e Métodos A amostra de alface orgânica “tipo crespa” foi adquirida em feira livre da cidade de Campina Grande-PB, levada para o Núcleo de Pesquisa e Extensão em Alimentos (NUPEA), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), onde foi lavada para retirar resíduos do solo e em seguida foram realizadas as análises em duplicata. A umidade foi determinada por infra-vermelho. As demais análises foram realizadas de acordo com as normas do Instituto Adolfo Lutz, cinzas por incineração em mufla a 550°C, lipídios por extração direta em aparelho de Soxhlet e proteínas pelo método de Kjeldahl. O valor de carboidratos foi obtido por diferença. Resultados e Discussão A composição centesimal da alface orgânica é apresentada na Tabela 1. Tabela 1: Composição centesimal da alface orgânica tipo crespa Umidade (%) Cinzas (%) Proteínas (%) Lipídios (%) Carboidratos (%) 1 94,40 0,69 4,44 0,21 0,26 2 94,90 0,66 4,04 0,22 0,18 Média 94,65 ± 0,3536 0,68 ± 0,0212 4,24 ± 0,2830 0,22 ± 0,0091 0,22 Os teores de umidade, lipídios e cinzas aproximaram-se dos resultados de STERTZ et al. (2005), que encontrou 94,46% de umidade, 0,29% de lipídios e 0,95% de cinzas. Porém, o teor de proteínas 1,10% foi bastante diferente do valor encontrado neste trabalho. Esta diferença é justificada levando-se em consideração que as folhas utilizadas foram as novas, e segundo MATIAS et al. (2000) que avaliou os teores de proteínas nas diversas partes de alfaces, os teores mais altos de proteína bruta são encontrados nas folhas mais novas. Conclusões A alface é uma importante hortaliça nas dietas alimentares, pois apresenta baixo custo, além de pouco valor calórico (devido às pequenas quantidades de lipídios e carboidratos, que são fontes energéticas) e fácil digestão, decorrente do seu elevado teor de umidade, característico de hortaliças. Possui propriedades diuréticas, calmantes, desintoxicantes, entre outras. Referências Bibliográficas INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, v. 1, 3 ed., Sao Paulo: IMESP, 1985. p. 27-28, 42-45. LOPES, M.C.; FREIER, M.; MATTE, J.C.; GÄRTNER, M.; FRANZENER, G.; NOGAROLLI, E.L.; SEVIGNANI, A. Acúmulo de nutrientes por cultivares de alface em cultivo hidropônico no inverno. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 21, n. 2, p. 211-215, abr.-jun., 2003. MATIAS, G. C. S.; COMETTI, N. N.; FERNANDES, M. S. Teor de proteína nas várias partes da alface. In: JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTIFICA DA UFRRJ,10., 2000, Seropédica. Anais..., Seropédica: UFRRJ, 2000. v. 10. p. 117-118. RIBEIRO, E.P; SERAVALLI, E. A. G. Química de alimentos. 1 ed. São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 2004. p. 19-20. STERTZ, S. C.; FREITAS, R. J. S.; ROSA, M. I. S.; PENTEADO, P. T. P. S. Qualidade nutricional e contaminantes de alface (Lactuca sativa L.) convencional, orgânica e hidropônica. Visão Acadêmica, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 51-59, jan.-jul. 2005. Contato Tereziana Silva da Costa Endereço: Rua Donata Fernandes da Cunha, 30, Centro, Esperança-PB. CEP: 58135-000. E-mail: [email protected]