ANÁLISE E CATEGORIZAÇÃO DO FILME “A BELA E A FERA” SEGUNDO OS ESQUEMAS DO DOMÍNIO III: LIMITES PREJUDICADOS – UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOEDUCATIVA EM TCC INFANTIL Carolina Faria Arantes** (Laboratório de Psicologia Experimental, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia – MG); Renata Ferrarez Fernandes Lopes (Laboratório de Psicologia Experimental, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia – MG); Mara Lívia de Araújo** (Laboratório de Psicologia Experimental, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia – MG) O presente trabalho teve o intuito de categorizar trechos de um filme da Disney a partir da teoria de esquemas, especificamente daqueles referentes ao Domínio III – Limites prejudicados, de forma que o terapeuta cognitivo possa psicoeducar a criança sobre esquemas de Arrogo/Grandiosidade e de Autocontrole/Autodisciplina insuficientes. A terapia cognitiva possui várias ramificações, dentre elas a Terapia de Esquemas, que apresenta a ideia de Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) e de Domínio de Esquemas. Os EIDs, que estão distribuídos em cinco domínios, se referem a padrões cognitivos relativos às necessidades emocionais básicas não satisfeitas na infância e que guiam as interpretações, sentimentos e comportamentos dos indivíduos. Foi realizada uma análise de um dos clássicos da Disney, “A Bela e a Fera”, no qual se encontram personagens com esquemas de Arrogo/Grandiosidade e Autocontrole/Autodisciplina insuficientes. Uma das cenas selecionadas para análise tem como foco o personagem Gaston, que é um homem convencido de sua beleza e superioridade. Nesse trecho, Gaston vai até a casa de Bela e, de forma persuasiva, lhe comunica que havia sido a escolhida para ser sua esposa e que, por isso, ela poderia se considerar uma mulher de sorte. Esse trecho retrata o esquema de Arrogo/Grandiosidade, no qual o indivíduo acredita ser superior às outras pessoas, tendo o direito de fazer o que quiser, sem se preocupar com os direitos e vontades dos outros. O comportamento de Gaston é típico do esquema de Arrogo/Grandiosidade, pois visa controlar as outras pessoas a fim de obter a satisfação de suas necessidades. O uso desse trecho permite que o terapeuta mostre para a criança o que está por trás dos seus comportamentos arrogantes e quais as consequências negativas que eles podem gerar. A fim de motivar a criança a colaborar com a proposta psicoterapêutica, é importante que o profissional destaque as perdas inerentes a esse tipo de comportamento, o que pode ser facilitado pela cena apresentada, pois Gaston recebe o desprezo de Bela, que o considera um homem estúpido, cansativo e desagradável. Quando a criança percebe o funcionamento do personagem fica mais fácil que ela se perceba. Sendo assim, pode-se dizer que os filmes Disney, especificamente “A Bela e a Fera”, facilitam o trabalho do ludoterapeuta cognitivo na psicoeducação do seu paciente sobre os esquemas do Domínio III. Agência financiadora: CAPES Palavras-chave: terapia cognitivo-comportamental infantil; terapia de esquemas; filmes Disney. Área temática: Infância e adolescência