HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO – UMA

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HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO – UMA
EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM GOIÂNIA
Mariana Costa Rodrigues Abrão
Especialista em Fisioterapia Geral com ênfase em Fisioterapia Hospitalar pela PUC (2012)
[email protected]
Andrea Thomazine Tufanin
Mestre em Pneumologia pela UNIFESP (2008)
[email protected]
INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde plena é definida como o
bem-estar global da pessoa: físico, mental, social e espiritual, não apenas ausência de
doença (SEGRE, 1997). Portanto, promover a saúde do ser humano vai bem além do que
utilizar técnicas e tratamentos de última linha. Dentro desse conceito, encontramos
claramente a necessidade de se humanizar o atendimento (LOPES, 2009; VILA, 2002), e
podemos destacar muitas dimensões com as quais os profissionais de saúde estão
comprometidos: prevenir, cuidar, proteger, tratar, recuperar, promover, enfim, produzir
saúde (SILVA, 2011).
Em 1988 foi votada a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e com ele
afirmadas a universalidade, a integralidade e a equidade da atenção em saúde, sendo
também apontada a concepção de saúde que não se reduz à ausência de doença, mas
abrange também uma vida com qualidade (SILVA, 2011; MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2001 e 2004). Desde então, nas faculdades de Saúde, é rotineiro o discurso de
“humanização” apresentado na forma de um verdadeiro manifesto por parte de professores,
acadêmicos e profissionais da saúde no sentido de formar novas consciências, despertandoas à visão totalitária do ser humano. (VILA, 2002; PESSINI, 2004; AMIB, 1998;
OLIVEIRA, 2003).
Os hospitais e as unidades de terapia intensiva surgiram a partir da necessidade de
aperfeiçoamento e concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a
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pacientes não tão graves e graves, e da necessidade de observação constante e assistência
contínua, sendo que estes pacientes necessitam de cuidados dirigidos não apenas aos seus
problemas fisiopatológicos, mas voltados também para as questões psicossociais, que
acabam por se tornar intimamente ligadas à doença física (LOPES, 2009; VILA, 2002).
Mas por ser esse um ambiente de estresse e de urgência em atendimento, por diversas
vezes o atendimento humanizado é praticamente impraticável (VILA, 2002).
Na tentativa de amenizar e/ou liquidar com esse ambiente agressivo e desumano do
hospital é que vem se falando tanto em humanização (SILVA, 2011; MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2001 e 2004). Ela se define como o resgate do respeito à vida humana, levandose em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais, psíquicas e emocionais
presentes de forma diferenciada em cada paciente (SILVA, 2011; BAZON, 2004) e que se
tornam intimamente interligadas à doença física (VILA, 2002).
Foi detectado que quando se trabalha com humanização há redução do tempo de
internação e aumento do bem-estar geral dos pacientes, além de já ter sido sugerido que as
consequências neuropsicológicas da internação no hospital e na UTI poderem afetar a
qualidade de vida dos pacientes após sua alta (GRANJA, 2005).
Dentro deste contexto, tem sido cada vez mais frequente a presença do
fisioterapeuta, sendo ele o responsável (em alguns lugares até mesmo de maneira
exclusiva) pela ventilação mecânica, desmame, higienização de vias aéreas, mudanças de
decúbito e cinesioterapia com o objetivo de evitar os efeitos deletérios do imobilismo
(VILA, 2002; PESSINI, 2004), tendo como objetivo preservar a vida, melhorando sua
qualidade e aliviando os sintomas físicos, dando oportunidade, sempre que possível, para a
independência funcional do paciente (PESSINI, 2004).
Segundo o “Fórum de Humanização, Ética e Qualidade: a busca de conceitos”
realizado em 1998 em Alagoas e organizado pela Associação Brasileira de Medicina
Intensiva (AMIB), o fisioterapeuta é considerado um profissional gerador de estresse e que
estabelece um contato tênue com o paciente e sua família (AMIB, 1998). O estresse
decorre das características próprias da atuação fisioterapêutica, como o uso de máscaras
para exercício ou ventilação não invasiva (CPAP, BIPAP, EPAP, RPPI), sondas
(aspirações frequentes) e procedimentos que frequentemente exigem algum esforço dos
pacientes (desmame ventilatório, exercícios respiratórios e motores, deambulação, etc.)
(PESSINI, 2004; AMIB, 1998).
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Essa pesquisa buscou não somente estudar o perfil de atendimento fisioterapêutico
em um centro de referência em Goiânia, mas também suprir a escassez de trabalhos
desenvolvidos focando este assunto: a humanização do atendimento fisioterapêutico
(LEMOS, 2003).
CASUÍSTICA E MÉTODOS
Trata-se de um estudo de caráter prospectivo, com uma abordagem qualitativa e
descritiva (análise de conteúdo), realizada entre os meses de Fevereiro a Abril de 2012,
com pacientes que estiveram internados no Hospital Neurológico de Goiânia e foram
submetidos ao tratamento fisioterapêutico.
A amostra foi composta por 60 pacientes, sendo incluídos todos os indivíduos que
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice 1), maiores
de 18 anos e que estiveram internados em unidade de terapia intensiva e/ou no setor
hospitalar no período mínimo de 24 horas, com prescrição médica de fisioterapia, com
capacidade de comunicação verbal e/ou escrita (avaliados através do Mini-Exame do
Estado Mental (Anexo 1), sendo a nota de corte 24 para determinar o déficit cognitivo
(SIQUEIRA, 2004)) e com um mínimo de dois atendimentos pela equipe de fisioterapia.
Foram excluídos aqueles que não se enquadraram nesses critérios.
O questionário utilizado foi elaborado por Lopes et al (2009), constituído de
questões fechadas referentes a dados sócio-demográficos dos participantes interessantes ao
estudo, dados pertinentes à parte específica, sendo que o mesmo foi adaptado para nossa
pesquisa (Apêndice 2) para que as observações e comentários feitos pelo paciente
pudessem ser registrados.
O estudo foi realizado conforme as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Resolução 196/96 da Comissão Nacional de Ética
em Pesquisa – CONEP). Todos os participantes foram informados sobre a pesquisa e o
questionário a ser respondido a fim de proporcionar o entendimento completo da pesquisa
e suas implicações para os mesmos e resguardar o participante em sua dignidade humana.
Os pacientes foram recrutados no momento em que estes obtiveram uma previsão
de alta do seu médico responsável ou depois que já tivessem sido submetidos a no mínimo
dois atendimentos fisioterapêuticos. Após o aceite em participar do estudo, eles assinaram
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o TCLE. O questionário foi aplicado por meio de uma entrevista, no próprio quarto do
paciente, sem a presença de qualquer outro profissional de saúde, especialmente dos
fisioterapeutas, a fim de oferecer segurança e conforto necessários ao paciente, preservar o
sigilo das respostas e evitar constrangimentos ou obrigatoriedades.
Para a análise estatística realizou-se uma análise descritiva simples (distribuição de
ocorrências e porcentagens).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
a) CARACTERÍSTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS
Observa-se que, dentre os pacientes pesquisados, 70% deles possuíam o plano de
saúde que hoje comporta 38% do mercado nacional (UNIMED, 2012), 10% eram de
pacientes particulares, 7% do plano EPIL (SUS) e 13% distribuídos entre os demais
planos.
O plano de saúde EPIL é, na realidade, um credenciamento concedido ao Instituto
Neurológico de Goiânia, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É um atendimento
caracterizado como Atenção de Alta Complexidade, a fim de realizar a exploração
diagnóstica da Epilepsia e tratamento cirúrgico para correção da mesma. O Instituto
Neurológico, em 2002, era um dos 13 hospitais que forneciam esse tipo de serviço no
Brasil, sendo que na região Centro-Oeste, além dele, estava presente apenas a Associação
das Pioneiras Sociais/SARAH. Este serviço é a parte complementar oferecida pelo hospital
ao SUS (SOUZA, 2004). O hospital possui 20 anos de experiência na realização destas
cirurgias (ARRUDA, 2012).
Observa-se que a faixa etária mais encontrada no hospital foi a de pacientes da
terceira idade (> 60 anos), o que pode ser dado pelo fato de ser esta uma faixa etária de
risco para o desenvolvimento de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ser este um hospital
referência no atendimento aos pacientes com suspeita ou confirmação de AVC, possuindo
inclusive um grupo denominado de AVC URGENTE.
O AVC URGENTE indica que o Derrame Cerebral é uma emergência médica e
o atendimento tem que ser imediato e rápido, sendo as três primeiras horas de
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fundamental importância para se obter um melhor resultado final. Todos os
profissionais do ING são previamente orientados, inclusive o setor da recepção, do
atendimento no setor de emergência, dos técnicos do laboratório e da radiologia. Os
médicos de plantão também estão prontos e habilitados para o diagnóstico e os
primeiros socorros para o AVC URGENTE (ARRUDA, 2012).
Além disto, a outra faixa de predomínio mais frequente (entre 18 a 39 anos) é
considerada a mais ativa na sociedade, sendo, portanto, a mais suscetível a politraumas
devido a acidentes automobilísticos e vítimas de violência. De acordo com pesquisa
realizada pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP),
patrocinado pelo Ministério da Saúde, o perfil relacionado aos acidentes de trânsito tem
como prevalência os homens (74,2%), jovens (entre 20 a 29 anos), com escolaridade
média (até o 2º grau ou médio), solteiros (55,4%), morenos ou pardos (56,5%), e na sua
maioria desempregados ou desocupados seguidos por estudantes, motociclistas e
ciclistas de entregas rápidas. Os motociclistas constituíram a maior proporção das
vítimas (40,1%). Na segunda posição ficaram os pedestres e os ciclistas (SUS, 2011).
b) CLASSE DE DIAGNÓSTICO PRIMÁRIO
Por ser este um hospital de referência em Neurologia, a grande parcela dos
atendimentos é relacionado a distúrbios clínicos Neurológicos (37%), englobando tumor,
AVC, TCE, etc (Gráfico 1). As cirurgias abdominais vem em segundo lugar (26%), uma
vez que especialistas renomados da cirurgia de redução estomacal fazem parte do escopo
clínico deste centro, sendo realizadas, em média, 2 cirurgias/dia.
A porcentagem de atendimentos de Epilepsia (6%), identificada nesta pesquisa, não
corresponde à porcentagem destinada ao SUS de maneira complementar, que deveria ser
de 25%. Isto se dá pelo fato de esta pesquisa possuir como critérios de exclusão os
menores de 18 anos de idade, sendo que uma grande parcela destes pacientes submetidos à
correção de epilepsia, notado durante a realização desta pesquisa, serem crianças entre 6 e
12 anos de idade.
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Cardiovascular
2%
Respiratório
8%
Cirurgia
Abdominal
26%
Neurológico
37%
Cirurgia
Cabeça/Pescoço
8%
Epilepsia
6%
Cirurgia
MMSS/MMII
3%
Endócrina/Renal
7%
Coluna Lombar
3%
Gráfico 1. Classe de diagnóstico primário (clínicos/cirúrgicos) dos pacientes atendidos.
c) INTERNAÇÃO NA UTI
O Instituto Neurológico de Goiânia é composto por 5 unidades (entre apartamentos
e enfermarias) com uma capacidade de internação em média de 70 pacientes, e duas UTI´s,
sendo a primeira (UTI Neurológico) com 14 leitos e a segunda (Intensicare – Terceirizada)
com capacidade de 8 leitos.
Mais da metade dos pacientes entrevistados (55%) estiveram internados em uma
das UTIs, sendo que a maioria deles (72%) por um período entre 1 e 3 dias com um total
de 72% deles sendo submetidos ao uso da Ventilação Mecânica (Gráfico 2).
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Internação em UTI
UTI Neurológico
47%
Sim
55%
Não
45%
Intensicare
8%
Uso de VM
Tempo de internação
Não
28%
> 4 dias
28%
< 3 dias
72%
Sim
72%
Gráfico 2. Análise do período de internação na UTI
d) RELAÇÃO FISIOTERAPEUTA-PACIENTE
O tratamento fisioterapêutico é um dos tratamentos que mais permite proximidade e
longo tempo despendido no convívio com o paciente, é uma das relações que mais geram
estresse no ambiente hospitalar (AMIB, 1998). Por isso este profissional não pode deixar
de se preocupar com a qualidade humanitária do seu atendimento, já que a rotina diária e
complexa que envolve o hospital faz com que, às vezes, o toque, a conversa e o ouvir o ser
humano,
que está sendo
SHIGUEMOTO, 2009).
atendido,
sejam
atitudes
esquecidas
(VILA,
2002;
P ágina |8
Na pesquisa foram observadas respostas positivas, pela maioria dos pacientes, para
os mais diferentes aspectos observados por esta pesquisa (Gráfico 3), sendo observadas
respostas esporádicas negativas apenas para os fatores: receptividade, aspectos
interpessoais, confiabilidade, autonomia e comunicação.
Em contrapartida à resposta negativa, alguns pacientes se mostraram capazes em
identificar quais eram os fisioterapeutas envolvidos no seu tratamento, inclusive
recordando os nomes e sendo capazes ainda de selecionar um ou outro com o qual não se
relacionaram muito bem:
“Aquela
fisioterapeuta
(e
então
descrevia
as
características e/ou citava o nome) é a melhor de todas
pra mim.”
“Aquela outra fisioterapeuta (descrição) eu pedi à
coordenação para que não viesse mais me atender.
Não dei muito bem com ela não...”
Um dos pacientes fez uma declaração interessante, de maneira que foi possível
identificar a equidade no tratamento dos pacientes:
“Sou do SUS e estou me sentindo como uma paciente
particular.”
O problema da comunicação tem sido o ponto mais discutido na literatura, quando
o assunto é falta de humanização em hospitais, pois por ser este um ambiente de estresse e
de “corrida contra o tempo”, por diversas vezes o atendimento humanizado é praticamente
impraticável (VILA, 2002), sendo a comunicação a característica básica citada para que o
atendimento seja considerado humanizado.
O que os pacientes relatam, bem como os familiares, é que esperam ser informados
sobre o estado do paciente e as condutas realizadas, para assim ser minimizado o medo do
estranho mundo hospitalar. A falta de informação provoca insegurança e a omissão de
informação, desconfiança. Não basta transmitir a informação, é preciso esclarecer o sentido
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das palavras para que o paciente entenda. O uso de linguagem técnica dificulta o
entendimento do paciente leigo, sobretudo de baixa instrução (SHIGUEMOTO, 2009;
TRAVERSO-YÉPEZ, 2011) aumentando ainda mais o seu “medo”.
Outros pontos em que os pacientes relataram sentir falta da humanização foram: as
terapias de posicionamento, interrupção do suporte ventilatório, aspiração e cinesioterapia.
Nesta pesquisa também mostrou-se positiva a relação do fisioterapeuta com os
acompanhantes e/ou familiares dos pacientes, uma vez que os fisioterapeutas se
preocuparam em explicar quais eram as condutas e qual o objetivos delas, envolvendo,
inclusive, os próprios acompanhantes nas terapias, de maneira a mostrar que a
responsabilidade pela recuperação do paciente era também deles.
2
Receptividade
58
0
Eficácia
60
0
Empatia
60
2
Aspectos Interpessoais
58
0
Garantia
60
2
Confiabilidade
58
2
Autonomia
58
2
Comunicação
58
0
Dignidade
60
0
10
20
30
Negativa
Positiva
40
50
60
Gráfico 3. Respostas quanto à presença das características humanizadoras da Relação FisioterapeutaPaciente.
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CONCLUSÃO
Foi possível observar que o atendimento fisioterapêutico humanizado é uma
realidade do Instituto Neurológico de Goiânia. A atenção diferenciada e humanizada ao
paciente se dá em pequenos detalhes, que cada fisioterapeuta descobre e aplica a cada
terapia e a cada paciente.
É importante mencionar que o serviço de fisioterapia neste hospital é terceirizado,
fazendo parte da equipe fisioterapeutas em pós-graduação que tem este serviço como
campo de prática. Seria talvez essa a explicação para este serviço ser tão bem visto pelos
pacientes, já que os profissionais encontram-se constantemente sob observação da
supervisão, tendo que se remeter aos coordenadores do serviço frente a qualquer
dificuldade ou imprevisto que possa atrapalhar o bom andamento das atividades diárias no
hospital.
Mas não se pode deixar de comentar, que a humanização é hoje um assunto que
ocupa lugar importante nas graduações da saúde e os profissionais recém-formados já
carregam em si esse conceito e importância de se humanizar o atendimento, ou seja, olhar
para o paciente de uma maneira global. Além de todos esses fatores é fundamental um
constante desenvolvimento, aprimoramento e atualização pessoal e profissional, através de
cursos, simpósios, palestras, participação de eventos políticos da profissão, troca de
experiência entre os diferentes profissionais e maior envolvimento e rigor científico para a
aplicação das práticas terapêuticas (BRITTEN, 1995).
Algumas outras formas de agir, que tornam o atendimento humanizado são
(GUIRARDELLO, 1999; BRITTEN, 1995): chamar o paciente pelo nome; ter educação,
atenção, carinho e paciência; ouvir o paciente e seus familiares; realizar anamnese,
manuseio e posicionamento cuidadosos do paciente; explicar os procedimentos que serão
realizados e tirar dúvidas; respeitar os limites do paciente; ter bom-senso no atendimento
(horários, indisposição do paciente, etc.); realizar atendimento personalizado e
individualizado; conhecer em detalhes a saúde, os exames e a doença do seu paciente; ter
visão global de todas as necessidades do paciente; comunicar-se e agir de modo claro e
humanizado; manter relações mais estreitas; colocar-se no lugar do paciente e de sua
família; procurar compreender as atitudes, escolhas e vontades do paciente; evitar
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preconceitos e generalizações; dar orientações sobre internação e alta hospitalar; respeitar
hábitos, religião, costumes.
Portanto,
humanizar
é
integrar
ao
conhecimento
técnico-científico
a
responsabilidade, a sensibilidade, a ética e a solidariedade no cuidado tanto do paciente
como de seus familiares (SILVA, 2011; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Nessa forma
de cuidar, chamada de atendimento humanizado, procura-se aliviar a dor e o sofrimento do
outro, tratando-o com compaixão, respeitando a dignidade e a autonomia do outro.
Humanizar o atendimento é também compreender o significado da vida e valorizar a
dimensão humana do paciente em detrimento de sua patologia (SILVA, 2011).
Entende-se que muito ainda precisa ser explorado com relação a esse tema.
Concluí-se com a certeza de que o tema não foi esgotado e a convicção de que muitos
outros se interessarão por trabalhá-lo e explorá-lo ainda mais, como por exemplo, para
saber quais as implicações práticas um atendimento humanizado provoca no dia-a-dia
hospitalar. Mas se a inquietação já foi plantada na mente dos leitores, os movimentos em
direção à mudança e à humanização do atendimento já podem estar começando a
acontecer.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter renovado minhas forças todos os dias e ter dispensado da
sua misericórdia sobre mim. À minha família, por ter proporcionado essa formação em
minha vida, não tenho como agradecer por tamanho amor. Ao meu namorado, por ter me
encorajado a caminhar e nunca desistir, até que a caminhada chegasse ao final. Amo muito
cada um de vocês.
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APÊNDICES
APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O Sr (a) está sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a), em uma pesquisa. Após
ler com atenção este documento e ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de
aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é
sua e a outra é da pesquisadora responsável. Em caso de dúvida sobre os seus direitos como
participante nesta pesquisa, você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da
Pontífica Universidade Católica de Goiás cito, devido à reforma no prédio da reitoria, na Área I –
Bloco B nas instalações dos Mestrados em Serviço Social e de Desenvolvimento e Planejamento
Territorial – Goiânia – GO – Fone: (062) 3946-1431 – e-mail: [email protected]
Título do projeto: “HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO – UMA
EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM GOIÂNIA”.
Pesquisadora responsável: Mariana Costa Rodrigues Abrão
Pesquisadora participante: Andréa Tufanin
Telefone para contato: 9601-9913
A sua participação será de grande importância para o nosso estudo, pois através dele poderemos
observar se o atendimento fisioterapêutico está sendo realizado de maneira humanizada.
Sua colaboração é importante e necessária para o desenvolvimento da pesquisa, porém sua
participação é voluntária.
A pesquisa será realizada através da aplicação de questionário.
O período necessário para responder o questionário é de 20 a 30 minutos.
Toda pesquisa que envolve a participação de seres humanos apresenta riscos, contudo no
presente estudo os benefícios superam os riscos, que por sua vez são ínfimos. Os principais riscos
existentes por sua participação nesse estudo são: estresse, aumento da freqüência cardíaca e
ansiedade. No que tange aos benefícios da pesquisa, a observação da humanização no atendimento
fisioterapêutico poderá propiciar uma mudança de atitude pelos profissionais, preocupando-se em
agir de maneira humanizada durante seus tratamentos com seus pacientes.
Caso os pesquisadores encontrem riscos e/ou danos significativos à saúde dos indivíduos que
participam da pesquisa, o estudo será interrompido.
Serão garantidos o anonimato e o sigilo das informações, além da utilização dos resultados
exclusivamente para fins científicos.
Você poderá solicitar informações ou esclarecimentos sobre o andamento da pesquisa em
qualquer momento da mesma.
Você poderá retirar-se do estudo ou não permitir a utilização de seus dados em qualquer
momento da pesquisa.
Sendo um participante voluntário, você não terá nenhum pagamento e/ou despesa referente à sua
participação no estudo.
Os sujeitos da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano previsto ou não neste termo de
consentimento e resultante de sua participação na pesquisa, terão o direito de serem indenizados.
Goiânia, __ de_______________ de 2011
__________________________________
Mariana Costa Rodrigues Abrão
__________________________________
Andréa Tufanin
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CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO COMO SUJEITO DA PESQUISA
Eu ________________________________________________________________. RG/ CPF:
_____________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo intitulado “HUMANIZAÇÃO
NO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO – UMA EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO
DE REFERÊNCIA EM GOIÂNIA”, como sujeito voluntário. Estou ciente de que não receberei
nenhum pagamento por esta participação. Fui devidamente informado e esclarecido pela
pesquisadora sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e
benefícios decorrentes de minha participação. Meu nome não será divulgado de forma nenhuma e
me foi garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à
qualquer penalidade.O resultado da pesquisa nos será apresentado com a conclusão do trabalho,
com a garantia de que meus dados serão utilizados somente para esta pesquisa.
Goiânia, ____ de _______________ de 2011
___________________________________________
Participante
______________________________________________
Pesquisadora Responsável
Mariana Costa Rodrigues Abrão
_______________________________________________
Pesquisadora Participante
Andrea Tufanin
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do
sujeito em participar do estudo.
Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):
Nome: __________________________ Assinatura: __________________________
Nome: __________________________ Assinatura: __________________________
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APÊNDICE 2 – Questionário de humanização
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
Nº (___)
1) CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS
a) SEXO:
i) ( ) F
ii) ( ) M
b) FAIXA ETÁRIA:
i) ( ) 18 a 59 anos
ii) ( ) > 60 anos
c) ESTADO CIVIL:
i) ( ) Solteiro
ii) ( ) Casado
d) ESCOLARIDADE:
i) ( ) Sem escolaridade formal
ii) ( ) Ensino fundamental
(1) ( ) Incompleto
(2) ( ) Completo
iii) ( ) Ensino Médio
(1) ( ) Incompleto
(2) ( ) Completo
iv) ( ) Ensino Superior
(1) ( ) Incompleto
(2) ( ) Completo
e) RENDA (SALÁRIOS MÍNIMOS):
i) ( ) 0 a 3
ii) ( ) > 3
f) CLASSE DE DIAGNÓSTICO
PRIMÁRIO:
i) ( ) Clínicos
(1) ( ) Respiratório
(2) ( ) Cardiovascular
(3) ( ) Neurológico
(4) ( ) Sepse não respiratória
(5) ( ) Gastrintestinal/ hepática
(6) ( ) Endócrina/Renal
(7) ( ) Politrauma
(8) ( ) Pós parada
cardiorespiratória
(9) ( ) Outros:
_______________
ii) ( ) Cirúrgicos
(
(
(
(
(
) Cardio-vascular
) Torácica
) Abdominal
) Cabeça/Pescoço
) MMSS/MMII
g) TIPO DE UTI:
i) ( ) Geral
ii) ( ) Terceirizada - Intesicare
h) TEMPO DE INTERNAÇÃO NA
UTI (DIAS):
i) ( ) 1 a 3
ii) ( ) > 4
i)
USO DE VENTILAÇÃO
MECÂNICA:
i) ( ) Sim
ii) ( ) Não
2) RELAÇÃO FISIOTERAPEUTAPACIENTE
a) Dignidade: “Ter um atendimento
digno, atencioso e respeitoso. Ser
identificado e tratado pelo nome.
Poder identificar os fisioterapeutas
envolvidos na sua assistência. Ter
assegurada sua privacidade,
individualidade e respeito aos seus
valores éticos e culturais.”
i) ( ) Positiva
ii) ( ) Negativa
b) Comunicação: “Receber
informações claras, objetivas e
compreensíveis. Ser ouvido
cuidadosamente pelo fisioterapeuta,
dispondo de tempo suficiente para
esclarecer todas as suas dúvidas.”
i) ( ) Positiva
ii) ( ) Negativa
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c) Autonomia: “Ter informação sobre
as opções e alternativas de
tratamento e permissão para tomar
decisões sobre o tipo de tratamento,
depois de discutir com o
fisioterapeuta. Poder recusar o
tratamento.”
i) ( ) Positiva
ii) ( ) Negativa
d) Confiabilidade: “Os fisioterapeutas
cumprirem o que prometeram e
estarem habilitados para realizar o
serviço.”
i) ( ) Positva
ii) ( ) Negativa
e) Garantia: “Serviço de fisioterapia
aliando práticas resolutivas e
habilidade de seu desempenho.”
i) ( ) Positiva
ii) ( ) Negativa
f) Aspectos Interpessoais: “Modo com
que cada fisioterapeuta interage
pessoalmente com os pacientes, ou
seja, respeito, cortesia, interesse,
ânimo.”
i) ( ) Positiva
ii) ( ) Negativa
g) Empatia: “Fisioterapeutas com
habilidade de imaginar-se no lugar
do paciente e oferecer uma
assistência individualizada.”
i) ( ) Positiva
ii) ( ) Negativa
3) PROCEDIMENTOS
a) Durante alguma conduta do
fisioterapeuta percebeu que houve
falta de humanização:
i) ( ) Sim
(1) ( ) Terapia de
posicionamento
(2) ( ) TEP
(3) ( ) Interrupção do suporte
ventilatório
(4) ( ) THB
(a) ( ) Aspiração
(b) ( ) Estímulo à tosse
(5) ( ) Cinesioterapia
(6) ( ) Alongamentos
(7) ( ) Outros: ___________
ii) ( ) Não]
* Pergunta voltada à família: Como foi o
seu relacionamento com o fisioterapeuta?
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
______________________________
* Observações feitas pelo paciente durante
a entrevista, pertinentes à pesquisa:
h) Eficácia: “Atendimento resolutivo
baseado em critérios de risco,
resultando em melhoria ou
manutenção da saúde.”
i) ( ) Positiva
ii) ( ) Negativa
i)
Receptividade: “Prontidão em
ajudar e responder às necessidades
dos pacientes.”
i) ( ) Positiva
ii) ( ) Negativa
____________________________________
____________________________________
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ANEXO 1 - Mini-Exame do Estado Mental
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