HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO – UMA EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM GOIÂNIA Mariana Costa Rodrigues Abrão Especialista em Fisioterapia Geral com ênfase em Fisioterapia Hospitalar pela PUC (2012) [email protected] Andrea Thomazine Tufanin Mestre em Pneumologia pela UNIFESP (2008) [email protected] INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde plena é definida como o bem-estar global da pessoa: físico, mental, social e espiritual, não apenas ausência de doença (SEGRE, 1997). Portanto, promover a saúde do ser humano vai bem além do que utilizar técnicas e tratamentos de última linha. Dentro desse conceito, encontramos claramente a necessidade de se humanizar o atendimento (LOPES, 2009; VILA, 2002), e podemos destacar muitas dimensões com as quais os profissionais de saúde estão comprometidos: prevenir, cuidar, proteger, tratar, recuperar, promover, enfim, produzir saúde (SILVA, 2011). Em 1988 foi votada a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e com ele afirmadas a universalidade, a integralidade e a equidade da atenção em saúde, sendo também apontada a concepção de saúde que não se reduz à ausência de doença, mas abrange também uma vida com qualidade (SILVA, 2011; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001 e 2004). Desde então, nas faculdades de Saúde, é rotineiro o discurso de “humanização” apresentado na forma de um verdadeiro manifesto por parte de professores, acadêmicos e profissionais da saúde no sentido de formar novas consciências, despertandoas à visão totalitária do ser humano. (VILA, 2002; PESSINI, 2004; AMIB, 1998; OLIVEIRA, 2003). Os hospitais e as unidades de terapia intensiva surgiram a partir da necessidade de aperfeiçoamento e concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a P ágina |2 pacientes não tão graves e graves, e da necessidade de observação constante e assistência contínua, sendo que estes pacientes necessitam de cuidados dirigidos não apenas aos seus problemas fisiopatológicos, mas voltados também para as questões psicossociais, que acabam por se tornar intimamente ligadas à doença física (LOPES, 2009; VILA, 2002). Mas por ser esse um ambiente de estresse e de urgência em atendimento, por diversas vezes o atendimento humanizado é praticamente impraticável (VILA, 2002). Na tentativa de amenizar e/ou liquidar com esse ambiente agressivo e desumano do hospital é que vem se falando tanto em humanização (SILVA, 2011; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001 e 2004). Ela se define como o resgate do respeito à vida humana, levandose em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais, psíquicas e emocionais presentes de forma diferenciada em cada paciente (SILVA, 2011; BAZON, 2004) e que se tornam intimamente interligadas à doença física (VILA, 2002). Foi detectado que quando se trabalha com humanização há redução do tempo de internação e aumento do bem-estar geral dos pacientes, além de já ter sido sugerido que as consequências neuropsicológicas da internação no hospital e na UTI poderem afetar a qualidade de vida dos pacientes após sua alta (GRANJA, 2005). Dentro deste contexto, tem sido cada vez mais frequente a presença do fisioterapeuta, sendo ele o responsável (em alguns lugares até mesmo de maneira exclusiva) pela ventilação mecânica, desmame, higienização de vias aéreas, mudanças de decúbito e cinesioterapia com o objetivo de evitar os efeitos deletérios do imobilismo (VILA, 2002; PESSINI, 2004), tendo como objetivo preservar a vida, melhorando sua qualidade e aliviando os sintomas físicos, dando oportunidade, sempre que possível, para a independência funcional do paciente (PESSINI, 2004). Segundo o “Fórum de Humanização, Ética e Qualidade: a busca de conceitos” realizado em 1998 em Alagoas e organizado pela Associação Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB), o fisioterapeuta é considerado um profissional gerador de estresse e que estabelece um contato tênue com o paciente e sua família (AMIB, 1998). O estresse decorre das características próprias da atuação fisioterapêutica, como o uso de máscaras para exercício ou ventilação não invasiva (CPAP, BIPAP, EPAP, RPPI), sondas (aspirações frequentes) e procedimentos que frequentemente exigem algum esforço dos pacientes (desmame ventilatório, exercícios respiratórios e motores, deambulação, etc.) (PESSINI, 2004; AMIB, 1998). P ágina |3 Essa pesquisa buscou não somente estudar o perfil de atendimento fisioterapêutico em um centro de referência em Goiânia, mas também suprir a escassez de trabalhos desenvolvidos focando este assunto: a humanização do atendimento fisioterapêutico (LEMOS, 2003). CASUÍSTICA E MÉTODOS Trata-se de um estudo de caráter prospectivo, com uma abordagem qualitativa e descritiva (análise de conteúdo), realizada entre os meses de Fevereiro a Abril de 2012, com pacientes que estiveram internados no Hospital Neurológico de Goiânia e foram submetidos ao tratamento fisioterapêutico. A amostra foi composta por 60 pacientes, sendo incluídos todos os indivíduos que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice 1), maiores de 18 anos e que estiveram internados em unidade de terapia intensiva e/ou no setor hospitalar no período mínimo de 24 horas, com prescrição médica de fisioterapia, com capacidade de comunicação verbal e/ou escrita (avaliados através do Mini-Exame do Estado Mental (Anexo 1), sendo a nota de corte 24 para determinar o déficit cognitivo (SIQUEIRA, 2004)) e com um mínimo de dois atendimentos pela equipe de fisioterapia. Foram excluídos aqueles que não se enquadraram nesses critérios. O questionário utilizado foi elaborado por Lopes et al (2009), constituído de questões fechadas referentes a dados sócio-demográficos dos participantes interessantes ao estudo, dados pertinentes à parte específica, sendo que o mesmo foi adaptado para nossa pesquisa (Apêndice 2) para que as observações e comentários feitos pelo paciente pudessem ser registrados. O estudo foi realizado conforme as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Resolução 196/96 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP). Todos os participantes foram informados sobre a pesquisa e o questionário a ser respondido a fim de proporcionar o entendimento completo da pesquisa e suas implicações para os mesmos e resguardar o participante em sua dignidade humana. Os pacientes foram recrutados no momento em que estes obtiveram uma previsão de alta do seu médico responsável ou depois que já tivessem sido submetidos a no mínimo dois atendimentos fisioterapêuticos. Após o aceite em participar do estudo, eles assinaram P ágina |4 o TCLE. O questionário foi aplicado por meio de uma entrevista, no próprio quarto do paciente, sem a presença de qualquer outro profissional de saúde, especialmente dos fisioterapeutas, a fim de oferecer segurança e conforto necessários ao paciente, preservar o sigilo das respostas e evitar constrangimentos ou obrigatoriedades. Para a análise estatística realizou-se uma análise descritiva simples (distribuição de ocorrências e porcentagens). RESULTADOS E DISCUSSÃO a) CARACTERÍSTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS Observa-se que, dentre os pacientes pesquisados, 70% deles possuíam o plano de saúde que hoje comporta 38% do mercado nacional (UNIMED, 2012), 10% eram de pacientes particulares, 7% do plano EPIL (SUS) e 13% distribuídos entre os demais planos. O plano de saúde EPIL é, na realidade, um credenciamento concedido ao Instituto Neurológico de Goiânia, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É um atendimento caracterizado como Atenção de Alta Complexidade, a fim de realizar a exploração diagnóstica da Epilepsia e tratamento cirúrgico para correção da mesma. O Instituto Neurológico, em 2002, era um dos 13 hospitais que forneciam esse tipo de serviço no Brasil, sendo que na região Centro-Oeste, além dele, estava presente apenas a Associação das Pioneiras Sociais/SARAH. Este serviço é a parte complementar oferecida pelo hospital ao SUS (SOUZA, 2004). O hospital possui 20 anos de experiência na realização destas cirurgias (ARRUDA, 2012). Observa-se que a faixa etária mais encontrada no hospital foi a de pacientes da terceira idade (> 60 anos), o que pode ser dado pelo fato de ser esta uma faixa etária de risco para o desenvolvimento de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ser este um hospital referência no atendimento aos pacientes com suspeita ou confirmação de AVC, possuindo inclusive um grupo denominado de AVC URGENTE. O AVC URGENTE indica que o Derrame Cerebral é uma emergência médica e o atendimento tem que ser imediato e rápido, sendo as três primeiras horas de P ágina |5 fundamental importância para se obter um melhor resultado final. Todos os profissionais do ING são previamente orientados, inclusive o setor da recepção, do atendimento no setor de emergência, dos técnicos do laboratório e da radiologia. Os médicos de plantão também estão prontos e habilitados para o diagnóstico e os primeiros socorros para o AVC URGENTE (ARRUDA, 2012). Além disto, a outra faixa de predomínio mais frequente (entre 18 a 39 anos) é considerada a mais ativa na sociedade, sendo, portanto, a mais suscetível a politraumas devido a acidentes automobilísticos e vítimas de violência. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), patrocinado pelo Ministério da Saúde, o perfil relacionado aos acidentes de trânsito tem como prevalência os homens (74,2%), jovens (entre 20 a 29 anos), com escolaridade média (até o 2º grau ou médio), solteiros (55,4%), morenos ou pardos (56,5%), e na sua maioria desempregados ou desocupados seguidos por estudantes, motociclistas e ciclistas de entregas rápidas. Os motociclistas constituíram a maior proporção das vítimas (40,1%). Na segunda posição ficaram os pedestres e os ciclistas (SUS, 2011). b) CLASSE DE DIAGNÓSTICO PRIMÁRIO Por ser este um hospital de referência em Neurologia, a grande parcela dos atendimentos é relacionado a distúrbios clínicos Neurológicos (37%), englobando tumor, AVC, TCE, etc (Gráfico 1). As cirurgias abdominais vem em segundo lugar (26%), uma vez que especialistas renomados da cirurgia de redução estomacal fazem parte do escopo clínico deste centro, sendo realizadas, em média, 2 cirurgias/dia. A porcentagem de atendimentos de Epilepsia (6%), identificada nesta pesquisa, não corresponde à porcentagem destinada ao SUS de maneira complementar, que deveria ser de 25%. Isto se dá pelo fato de esta pesquisa possuir como critérios de exclusão os menores de 18 anos de idade, sendo que uma grande parcela destes pacientes submetidos à correção de epilepsia, notado durante a realização desta pesquisa, serem crianças entre 6 e 12 anos de idade. P ágina |6 Cardiovascular 2% Respiratório 8% Cirurgia Abdominal 26% Neurológico 37% Cirurgia Cabeça/Pescoço 8% Epilepsia 6% Cirurgia MMSS/MMII 3% Endócrina/Renal 7% Coluna Lombar 3% Gráfico 1. Classe de diagnóstico primário (clínicos/cirúrgicos) dos pacientes atendidos. c) INTERNAÇÃO NA UTI O Instituto Neurológico de Goiânia é composto por 5 unidades (entre apartamentos e enfermarias) com uma capacidade de internação em média de 70 pacientes, e duas UTI´s, sendo a primeira (UTI Neurológico) com 14 leitos e a segunda (Intensicare – Terceirizada) com capacidade de 8 leitos. Mais da metade dos pacientes entrevistados (55%) estiveram internados em uma das UTIs, sendo que a maioria deles (72%) por um período entre 1 e 3 dias com um total de 72% deles sendo submetidos ao uso da Ventilação Mecânica (Gráfico 2). P ágina |7 Internação em UTI UTI Neurológico 47% Sim 55% Não 45% Intensicare 8% Uso de VM Tempo de internação Não 28% > 4 dias 28% < 3 dias 72% Sim 72% Gráfico 2. Análise do período de internação na UTI d) RELAÇÃO FISIOTERAPEUTA-PACIENTE O tratamento fisioterapêutico é um dos tratamentos que mais permite proximidade e longo tempo despendido no convívio com o paciente, é uma das relações que mais geram estresse no ambiente hospitalar (AMIB, 1998). Por isso este profissional não pode deixar de se preocupar com a qualidade humanitária do seu atendimento, já que a rotina diária e complexa que envolve o hospital faz com que, às vezes, o toque, a conversa e o ouvir o ser humano, que está sendo SHIGUEMOTO, 2009). atendido, sejam atitudes esquecidas (VILA, 2002; P ágina |8 Na pesquisa foram observadas respostas positivas, pela maioria dos pacientes, para os mais diferentes aspectos observados por esta pesquisa (Gráfico 3), sendo observadas respostas esporádicas negativas apenas para os fatores: receptividade, aspectos interpessoais, confiabilidade, autonomia e comunicação. Em contrapartida à resposta negativa, alguns pacientes se mostraram capazes em identificar quais eram os fisioterapeutas envolvidos no seu tratamento, inclusive recordando os nomes e sendo capazes ainda de selecionar um ou outro com o qual não se relacionaram muito bem: “Aquela fisioterapeuta (e então descrevia as características e/ou citava o nome) é a melhor de todas pra mim.” “Aquela outra fisioterapeuta (descrição) eu pedi à coordenação para que não viesse mais me atender. Não dei muito bem com ela não...” Um dos pacientes fez uma declaração interessante, de maneira que foi possível identificar a equidade no tratamento dos pacientes: “Sou do SUS e estou me sentindo como uma paciente particular.” O problema da comunicação tem sido o ponto mais discutido na literatura, quando o assunto é falta de humanização em hospitais, pois por ser este um ambiente de estresse e de “corrida contra o tempo”, por diversas vezes o atendimento humanizado é praticamente impraticável (VILA, 2002), sendo a comunicação a característica básica citada para que o atendimento seja considerado humanizado. O que os pacientes relatam, bem como os familiares, é que esperam ser informados sobre o estado do paciente e as condutas realizadas, para assim ser minimizado o medo do estranho mundo hospitalar. A falta de informação provoca insegurança e a omissão de informação, desconfiança. Não basta transmitir a informação, é preciso esclarecer o sentido P ágina |9 das palavras para que o paciente entenda. O uso de linguagem técnica dificulta o entendimento do paciente leigo, sobretudo de baixa instrução (SHIGUEMOTO, 2009; TRAVERSO-YÉPEZ, 2011) aumentando ainda mais o seu “medo”. Outros pontos em que os pacientes relataram sentir falta da humanização foram: as terapias de posicionamento, interrupção do suporte ventilatório, aspiração e cinesioterapia. Nesta pesquisa também mostrou-se positiva a relação do fisioterapeuta com os acompanhantes e/ou familiares dos pacientes, uma vez que os fisioterapeutas se preocuparam em explicar quais eram as condutas e qual o objetivos delas, envolvendo, inclusive, os próprios acompanhantes nas terapias, de maneira a mostrar que a responsabilidade pela recuperação do paciente era também deles. 2 Receptividade 58 0 Eficácia 60 0 Empatia 60 2 Aspectos Interpessoais 58 0 Garantia 60 2 Confiabilidade 58 2 Autonomia 58 2 Comunicação 58 0 Dignidade 60 0 10 20 30 Negativa Positiva 40 50 60 Gráfico 3. Respostas quanto à presença das características humanizadoras da Relação FisioterapeutaPaciente. P á g i n a | 10 CONCLUSÃO Foi possível observar que o atendimento fisioterapêutico humanizado é uma realidade do Instituto Neurológico de Goiânia. A atenção diferenciada e humanizada ao paciente se dá em pequenos detalhes, que cada fisioterapeuta descobre e aplica a cada terapia e a cada paciente. É importante mencionar que o serviço de fisioterapia neste hospital é terceirizado, fazendo parte da equipe fisioterapeutas em pós-graduação que tem este serviço como campo de prática. Seria talvez essa a explicação para este serviço ser tão bem visto pelos pacientes, já que os profissionais encontram-se constantemente sob observação da supervisão, tendo que se remeter aos coordenadores do serviço frente a qualquer dificuldade ou imprevisto que possa atrapalhar o bom andamento das atividades diárias no hospital. Mas não se pode deixar de comentar, que a humanização é hoje um assunto que ocupa lugar importante nas graduações da saúde e os profissionais recém-formados já carregam em si esse conceito e importância de se humanizar o atendimento, ou seja, olhar para o paciente de uma maneira global. Além de todos esses fatores é fundamental um constante desenvolvimento, aprimoramento e atualização pessoal e profissional, através de cursos, simpósios, palestras, participação de eventos políticos da profissão, troca de experiência entre os diferentes profissionais e maior envolvimento e rigor científico para a aplicação das práticas terapêuticas (BRITTEN, 1995). Algumas outras formas de agir, que tornam o atendimento humanizado são (GUIRARDELLO, 1999; BRITTEN, 1995): chamar o paciente pelo nome; ter educação, atenção, carinho e paciência; ouvir o paciente e seus familiares; realizar anamnese, manuseio e posicionamento cuidadosos do paciente; explicar os procedimentos que serão realizados e tirar dúvidas; respeitar os limites do paciente; ter bom-senso no atendimento (horários, indisposição do paciente, etc.); realizar atendimento personalizado e individualizado; conhecer em detalhes a saúde, os exames e a doença do seu paciente; ter visão global de todas as necessidades do paciente; comunicar-se e agir de modo claro e humanizado; manter relações mais estreitas; colocar-se no lugar do paciente e de sua família; procurar compreender as atitudes, escolhas e vontades do paciente; evitar P á g i n a | 11 preconceitos e generalizações; dar orientações sobre internação e alta hospitalar; respeitar hábitos, religião, costumes. Portanto, humanizar é integrar ao conhecimento técnico-científico a responsabilidade, a sensibilidade, a ética e a solidariedade no cuidado tanto do paciente como de seus familiares (SILVA, 2011; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Nessa forma de cuidar, chamada de atendimento humanizado, procura-se aliviar a dor e o sofrimento do outro, tratando-o com compaixão, respeitando a dignidade e a autonomia do outro. Humanizar o atendimento é também compreender o significado da vida e valorizar a dimensão humana do paciente em detrimento de sua patologia (SILVA, 2011). Entende-se que muito ainda precisa ser explorado com relação a esse tema. Concluí-se com a certeza de que o tema não foi esgotado e a convicção de que muitos outros se interessarão por trabalhá-lo e explorá-lo ainda mais, como por exemplo, para saber quais as implicações práticas um atendimento humanizado provoca no dia-a-dia hospitalar. Mas se a inquietação já foi plantada na mente dos leitores, os movimentos em direção à mudança e à humanização do atendimento já podem estar começando a acontecer. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter renovado minhas forças todos os dias e ter dispensado da sua misericórdia sobre mim. À minha família, por ter proporcionado essa formação em minha vida, não tenho como agradecer por tamanho amor. Ao meu namorado, por ter me encorajado a caminhar e nunca desistir, até que a caminhada chegasse ao final. Amo muito cada um de vocês. REFERÊNCIAS ARRUDA, F.; MELO-SOUZA, S. E.; RAGAZZO, P. C. Cirurgia da Epilepsia: uma Nova Esperança. Portal do Instituto de Neurologia de Goiânia. Disponível em: <http://www.neurologico.com.br/neurologico2009/saiba_mais_epilepsia.html> Acessado em: 12 de Maio de 2012 P á g i n a | 12 ______. Saiba mais – Atendimento ao Paciente com AVC. Disponível em: <http://www.neurologico.com.br/neurologico2009/saiba_mais_avc.html> Acessado em: 12 de Maio de 2012 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA INTENSIVA (AMIB). I Congresso Nordestino de Medicina Intensiva. Fórum de Humanização, Ética e Qualidade: A busca de conceitos. Alagoas, 1998. BAZON, F. V. M.; CAMPANELLI, E. A.; BLASCOVI-ASSIS, S. M. A importância da humanização profissional no diagnóstico de deficiências. Psicol Teor Prát. Vol. 6, n. 2, p. 89-99. 2004. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Humanização: Humaniza SUS. Secretaria de Assistência à Saúde. Brasília, 2004. ______. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Secretaria de Assistência à Saúde. Brasília, 2001 BRITTEN, N. Qualitatative research methods in general practice and primary care. Fam Pract., v. 12, n.1, p. 104-14,1995. GRANJA, C.; LOPES, A.; MOREIRA, S.; DIAS, C.; COSTA-PEREIRA, A.; CARNEIRO, A. Patients´ recollections of experiences in the intensive care unit may affect their quality os life. Crit Care. Vol. 9, n. 2, p. R96-109. 2005. GUIRARDELLO, E. B.; ROMERO-GANRIEL, C. A. A.; PEREIRA, I. C.; MIRANDA, A. F. A percepção do paciente sobre a sua permanência na Unidade de Terapia Intensiva. Rev Esc Enferm USP. Vol. 33, n. 2, p. 123-9. 1999. LEMOS, I. P. L. Fisioterapia Respiratória: estresse e percepção das mães diante do atendimento na unidade de terapia intensiva pediátrica [dissertação]. Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo; 2003. LOPES, F. M.; BRITO, E. S. Humanização da assistência de fisioterapia: estudo com pacientes no período pós-internação em unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. Vol. 21, n. 3, p. 283-91, 2009. P á g i n a | 13 OLIVEIRA, D. N. P. L. Humanização da saúde: Uma proposta Antropológica; uma abordagem alternativa. Lato & Sensu, Belém, v. 4, n. 1, p. 3-5, Out 2003. PESSINI, L. Humanização e cuidados paliativos. 3ª Ed. 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Após ler com atenção este documento e ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é da pesquisadora responsável. Em caso de dúvida sobre os seus direitos como participante nesta pesquisa, você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Pontífica Universidade Católica de Goiás cito, devido à reforma no prédio da reitoria, na Área I – Bloco B nas instalações dos Mestrados em Serviço Social e de Desenvolvimento e Planejamento Territorial – Goiânia – GO – Fone: (062) 3946-1431 – e-mail: [email protected] Título do projeto: “HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO – UMA EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM GOIÂNIA”. Pesquisadora responsável: Mariana Costa Rodrigues Abrão Pesquisadora participante: Andréa Tufanin Telefone para contato: 9601-9913 A sua participação será de grande importância para o nosso estudo, pois através dele poderemos observar se o atendimento fisioterapêutico está sendo realizado de maneira humanizada. Sua colaboração é importante e necessária para o desenvolvimento da pesquisa, porém sua participação é voluntária. A pesquisa será realizada através da aplicação de questionário. O período necessário para responder o questionário é de 20 a 30 minutos. Toda pesquisa que envolve a participação de seres humanos apresenta riscos, contudo no presente estudo os benefícios superam os riscos, que por sua vez são ínfimos. Os principais riscos existentes por sua participação nesse estudo são: estresse, aumento da freqüência cardíaca e ansiedade. No que tange aos benefícios da pesquisa, a observação da humanização no atendimento fisioterapêutico poderá propiciar uma mudança de atitude pelos profissionais, preocupando-se em agir de maneira humanizada durante seus tratamentos com seus pacientes. Caso os pesquisadores encontrem riscos e/ou danos significativos à saúde dos indivíduos que participam da pesquisa, o estudo será interrompido. Serão garantidos o anonimato e o sigilo das informações, além da utilização dos resultados exclusivamente para fins científicos. Você poderá solicitar informações ou esclarecimentos sobre o andamento da pesquisa em qualquer momento da mesma. Você poderá retirar-se do estudo ou não permitir a utilização de seus dados em qualquer momento da pesquisa. Sendo um participante voluntário, você não terá nenhum pagamento e/ou despesa referente à sua participação no estudo. Os sujeitos da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano previsto ou não neste termo de consentimento e resultante de sua participação na pesquisa, terão o direito de serem indenizados. Goiânia, __ de_______________ de 2011 __________________________________ Mariana Costa Rodrigues Abrão __________________________________ Andréa Tufanin P á g i n a | 16 CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO COMO SUJEITO DA PESQUISA Eu ________________________________________________________________. RG/ CPF: _____________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo intitulado “HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO – UMA EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM GOIÂNIA”, como sujeito voluntário. Estou ciente de que não receberei nenhum pagamento por esta participação. Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Meu nome não será divulgado de forma nenhuma e me foi garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade.O resultado da pesquisa nos será apresentado com a conclusão do trabalho, com a garantia de que meus dados serão utilizados somente para esta pesquisa. Goiânia, ____ de _______________ de 2011 ___________________________________________ Participante ______________________________________________ Pesquisadora Responsável Mariana Costa Rodrigues Abrão _______________________________________________ Pesquisadora Participante Andrea Tufanin Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar do estudo. Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores): Nome: __________________________ Assinatura: __________________________ Nome: __________________________ Assinatura: __________________________ P á g i n a | 17 APÊNDICE 2 – Questionário de humanização (1) (2) (3) (4) (5) Nº (___) 1) CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS a) SEXO: i) ( ) F ii) ( ) M b) FAIXA ETÁRIA: i) ( ) 18 a 59 anos ii) ( ) > 60 anos c) ESTADO CIVIL: i) ( ) Solteiro ii) ( ) Casado d) ESCOLARIDADE: i) ( ) Sem escolaridade formal ii) ( ) Ensino fundamental (1) ( ) Incompleto (2) ( ) Completo iii) ( ) Ensino Médio (1) ( ) Incompleto (2) ( ) Completo iv) ( ) Ensino Superior (1) ( ) Incompleto (2) ( ) Completo e) RENDA (SALÁRIOS MÍNIMOS): i) ( ) 0 a 3 ii) ( ) > 3 f) CLASSE DE DIAGNÓSTICO PRIMÁRIO: i) ( ) Clínicos (1) ( ) Respiratório (2) ( ) Cardiovascular (3) ( ) Neurológico (4) ( ) Sepse não respiratória (5) ( ) Gastrintestinal/ hepática (6) ( ) Endócrina/Renal (7) ( ) Politrauma (8) ( ) Pós parada cardiorespiratória (9) ( ) Outros: _______________ ii) ( ) Cirúrgicos ( ( ( ( ( ) Cardio-vascular ) Torácica ) Abdominal ) Cabeça/Pescoço ) MMSS/MMII g) TIPO DE UTI: i) ( ) Geral ii) ( ) Terceirizada - Intesicare h) TEMPO DE INTERNAÇÃO NA UTI (DIAS): i) ( ) 1 a 3 ii) ( ) > 4 i) USO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA: i) ( ) Sim ii) ( ) Não 2) RELAÇÃO FISIOTERAPEUTAPACIENTE a) Dignidade: “Ter um atendimento digno, atencioso e respeitoso. Ser identificado e tratado pelo nome. Poder identificar os fisioterapeutas envolvidos na sua assistência. Ter assegurada sua privacidade, individualidade e respeito aos seus valores éticos e culturais.” i) ( ) Positiva ii) ( ) Negativa b) Comunicação: “Receber informações claras, objetivas e compreensíveis. Ser ouvido cuidadosamente pelo fisioterapeuta, dispondo de tempo suficiente para esclarecer todas as suas dúvidas.” i) ( ) Positiva ii) ( ) Negativa P á g i n a | 18 c) Autonomia: “Ter informação sobre as opções e alternativas de tratamento e permissão para tomar decisões sobre o tipo de tratamento, depois de discutir com o fisioterapeuta. Poder recusar o tratamento.” i) ( ) Positiva ii) ( ) Negativa d) Confiabilidade: “Os fisioterapeutas cumprirem o que prometeram e estarem habilitados para realizar o serviço.” i) ( ) Positva ii) ( ) Negativa e) Garantia: “Serviço de fisioterapia aliando práticas resolutivas e habilidade de seu desempenho.” i) ( ) Positiva ii) ( ) Negativa f) Aspectos Interpessoais: “Modo com que cada fisioterapeuta interage pessoalmente com os pacientes, ou seja, respeito, cortesia, interesse, ânimo.” i) ( ) Positiva ii) ( ) Negativa g) Empatia: “Fisioterapeutas com habilidade de imaginar-se no lugar do paciente e oferecer uma assistência individualizada.” i) ( ) Positiva ii) ( ) Negativa 3) PROCEDIMENTOS a) Durante alguma conduta do fisioterapeuta percebeu que houve falta de humanização: i) ( ) Sim (1) ( ) Terapia de posicionamento (2) ( ) TEP (3) ( ) Interrupção do suporte ventilatório (4) ( ) THB (a) ( ) Aspiração (b) ( ) Estímulo à tosse (5) ( ) Cinesioterapia (6) ( ) Alongamentos (7) ( ) Outros: ___________ ii) ( ) Não] * Pergunta voltada à família: Como foi o seu relacionamento com o fisioterapeuta? ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ______________________________ * Observações feitas pelo paciente durante a entrevista, pertinentes à pesquisa: h) Eficácia: “Atendimento resolutivo baseado em critérios de risco, resultando em melhoria ou manutenção da saúde.” i) ( ) Positiva ii) ( ) Negativa i) Receptividade: “Prontidão em ajudar e responder às necessidades dos pacientes.” i) ( ) Positiva ii) ( ) Negativa ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________ P á g i n a | 19 ANEXO 1 - Mini-Exame do Estado Mental