1 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS DE UM PROGRAMA DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA
Carla Viviane Leão Alkmim Santos1, Gleyce Myllene Silveira Ferreira Viana1, Iza Barbosa
Neves1, Blície Jennifer Balisa-Rocha2, Gabriella Magalhães3.
1
Graduanda do Curso de Farmácia da Faculdade Guanambi Email: [email protected]
Especialista em Farmacologia Clínica, Mestre e Doutora em Atenção Farmacêutica, Docente do Curso de
Farmácia da Faculdade Guanambi.
3
Especialista em Farmácia Hospitalar, Docente do Curso de Farmácia da Faculdade Guanambi.
2
RESUMO: Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida (QV) de pacientes
com Diabetes Mellitus (DM) de um programa de Atenção Farmacêutica (AtenFar). Trata-se
de um estudo descritivo, realizado no período de Agosto de 2014 a Janeiro de 2015 no Centro
de Saúde da Faculdade Guanambi. A amostra foi constituída por 12 pacientes com
predominância do sexo feminino (91%), com média de 54.8 ± 12.6 anos de idade. A avaliação
da QV foi realizada na linha de base dos atendimentos do Programa de AtenFar. Para
obtenção dos resultados foram utilizados dois questionários: o PAID e o SF-36, o uso desses
dois questionários é uma das formas mais eficientes para se avaliar a QV em pacientes
portadores de DM no Brasil. Os resultados obtidos foram satisfatórios, mostrando que mesmo
os pacientes sendo portadores de DM, podem ter uma boa QV. Em contrapartida, o estudo
apresentou uma limitação, os questionários utilizados são baseados no auto-relato dos
pacientes. Dessa forma, algumas informações podem ter sido omitidas no momento da coleta
dos dados.
Palavras-Chave: Questionário. Saúde. Tratamento.
PATIENTS QUALITY OF LIFE ASSESSMENT OF PATIENTS WITH DIABETES
MELLITUS A PROGRAM OF PHARMACEUTICAL ATTENTION
ABSTRACT: This study aimed to evaluate the quality of life (QOL) of patients with
Diabetes Mellitus (DM) of a pharmaceutical care program (pharmaceutical care). This is a
descriptive study conducted in August 2014 period to January 2015 at the Health Centre of
Guanambi School. The sample consisted of 12 patients with predominantly female (91%)
with a mean of 54.8 ± 12.6 years old. The QoL assessment was performed at baseline of the
visits of pharmaceutical care program. To obtain these results we used two questionnaires: the
PAID and the SF-36, the use of these two questionnaires is one of the most efficient ways to
assess QoL in patients with DM in Brazil. The results were satisfactory, showing that even
patients with DM may have a good quality of life. However, the study had a limitation, the
questionnaires used are based on self-reporting of patients. Thus, some information may have
been omitted at the time of data collection.
Keywords: Health. Questionnaire. Treatment.
2
INTRODUÇÃO
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença que influencia significativamente na
qualidade de vida (QV) das pessoas que possuem essa patologia, reduzindo a expectativa de
vida destes, requerendo uma maior adaptabilidade para minimização das complicações
pertinentes como cegueira e insuficiência renal (LEAL, 2012).
Segundo Faria et al. (2013), DM é considerada um problema de saúde pública devido
ao aumento de sua incidência e prevalência. Por ser uma doença progressiva, pode ocasionar
uma depreciação da QV, pois reflete em diferentes aspectos, como debilidade do estado
físico, prejuízo da capacidade funcional, dor em membros inferiores, falta de vitalidade,
dificuldades no relacionamento social, instabilidade emocional, dentre outros.
Em geral, define-se QV, como parte essencial da saúde que abrange um conceito
multidimensional, refletindo a avaliação subjetiva de satisfação pessoal correlacionando o
bem- estar físico, funcional, emocional e social (POMPEU & MENESES, 2008). Segundo a
Organização Mundial de Saúde (1995), QV é “a percepção do indivíduo de sua inserção na
vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
Neste contexto, segundo Almeida et al. (2013), o DM pode atingir de maneira
prejudicial o funcionamento psicossocial e a QV dos indivíduos que possuem manifestação da
doença, repercutindo nos domínios físicos, social e psicoemocional. De acordo com Correr et
al. (2008), existem vários fatores que interferem na QV dos pacientes com DM, tais como:
idade, gênero, presença da obesidade, presença de complicações e o tipo de tratamento. Por
esse motivo, recomenda-se a avaliação deste indicador humanístico na monitorização das
intervenções em saúde.
Dentre tais intervenções, destaca-se uma recente prática na área farmacêutica, definida
como Atenção Farmacêutica (Atenfar). Esta prática foi definida por Hepler & Strand (1990),
como: “a provisão responsável da farmacoterapia, com o objetivo de alcançar resultados
terapêuticos definidos na saúde e qualidade de vida da população”. No exercício da AtenFar,
o profissional coopera com o paciente e outros profissionais da saúde, afim de identificar,
resolver e prevenir possíveis problemas relacionados com os medicamentos (PRM).
Diante deste contexto, a avaliação da QV relacionada à saúde, capacidade funcional,
escalas de dor, e satisfação têm sido enfatizados por possibilitarem a análise da situação de
saúde e as manifestações da doença na vida do indivíduo em sua própria perspectiva
3
(subjetividade), completando os dados clínicos e objetivos da prática da AtenFar (BALISAROCHA et al., 2012).
Ante ao exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a qualidade de vida de
pacientes portadores de Diabetes Mellitus de um programa de AtenFar.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizado um estudo do tipo descritivo no Centro de Saúde da Faculdade
Guanambi, no período de Agosto de 2014 à Janeiro de 2015. O Centro de Saúde da Faculdade
Guanambi presta os serviços de Atenção Nutricional, Fisioterapêutica e Farmacêutica. Possui
convênio com Unimed, Cassi, Planserv, SulAmérica, Camed, Bradesco e Saúde Caixa, além
disso realiza atendimentos pelo SUS e filantrópicos.
No estudo foram incluídos os pacientes atendidos pelo Programa de AtenFar do
Centro de Saúde da FG , com faixa etária acima de 18 anos e menor que 75 anos, de ambos os
gêneros com diagnóstico de DM confirmado, de acordo com o VI Diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes (DSBD, 2013-2014).
A avaliação da QV foi realizada na linha de base dos atendimentos do Programa de
AtenFar, utilizando dois instrumentos: um instrumento genérico denominado Medical
Outcomes Studies 36 - item Short Form - SF36®, versão em português, e um instrumento
específico denominado PAID (Problem Areas in Diabetes).
O SF36® possui oito domínios que avaliam a capacidade funcional, aspectos físicos,
dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental.
Cada domínio foi transformado em uma escala de 0 a 100, a obtenção de escores mais
próximos a 100 representa melhor QV (CASTRO et al., 2003).
O PAID é um instrumento específico, que compreende 20 questões que cobrem uma
amplitude de estados emocionais frequentemente reportados pelos pacientes com DM. Os
estudos que avaliaram a escala PAID em outras culturas indicaram a presença de quatro
subdimensões: problemas emocionais relacionados ao DM, problemas referentes ao
tratamento, problemas relacionados à alimentação e problemas com o apoio social (Welch,
Polonsky, Snoek, Pouwer, 2000). Além disso, este questionário engloba aspectos da qualidade
de vida e problemas emocionais relacionados a viver com DM e seu tratamento como culpa,
raiva, depressão, preocupação e medo (GROOS, 2004). Cada item pode ser pontuado de 0
(que significa "nenhum problema") até 4 (correspondendo a "problema sério"). O escore é
4
transformado em uma escala que varia de 0 até 100; pontuação elevada indica maior prejuízo
(GROOS et al., 2007).
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), parecer n° 851.205 de acordo com a Resolução CNS
n° 466/2012. Todos pacientes, concordantes em participar do estudo, foram previamente
elucidados quanto às metas e a natureza da pesquisa, assinando um termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, de acordo com a Resolução CNS nº. 466/12.
No estudo foi utilizada estatística descritiva (média, desvio padrão e frequência). Os
dados obtidos foram digitados duplamente no programa Excel versão 2013 para medida de
QV.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No total, 12 pacientes participaram do programa de Atenfar, a média de idade dos
pacientes foi 54.8 ± 12.6 anos, sendo 11 (91%) são participantes do gênero feminino. Estudos
de Bird e Rieker (1999), Doyal (2001) e Pinheiro et al. (2002), mostram que as mulheres
procuram mais por atendimentos médicos, prevenindo-se mais em cuidados com a saúde do
que os homens.
Quanto ao estado civil, houve predominância de pacientes casados (75%, n = 9) e 58%
(n = 7) dos pacientes apresentaram nível fundamental incompleto de escolaridade. Pacientes
com baixo nível de escolaridade têm dificuldades de entender as informações sobre doença e
tratamento. O grau de escolaridade é um fator importante na abordagem da população para
desenvolver práticas de promoção, prevenção e recuperação da saúde onde diversas condições
de atenção à saúde são influenciadas pelo nível de escolaridade, o seu baixo nível pode afetar
no autocuidado, (BRASIL, 2004).
O acesso à saúde era realizado tanto por serviço público (58%, n = 7) quanto privado
(42%, n = 5), muitos pacientes utilizavam ambos serviços. O tempo médio do diagnóstico de
DM foi de 10,3 (± 9,8) anos. Em relação aos fatores de risco, 42% (n = 5) dos pacientes
apresentavam HAS, 75% (n = 9) tinham história familiar de DM (Tabela 1). As características
sócio-demográficas dos participantes do estudo estão apresentadas na tabela 1.
TABELA 1- Dados sócio-demográficos dos usuários do programa de AtenFar, Agosto de
2014 à Janeiro de 2015.
5
Variáveis
Gênero
Estado civil
Escolaridade
Acesso a Saúde
%
Masculino
9
Feminino
91
Casado (a)
75
Solteiro (a)
17
Divorciado (a)
8
Ensino Fundamental Completo
0
Ensino Fundamental Incompleto
58
Ensino Médio Completo
17
Ensino Médio incompleto
0
Ensino Superior
0
Não – Alfabetizado
25
Público
58
Privado
42
No PAID, o domínio relacionado ao tratamento foi possível perceber que 58% dos
pacientes consideram não ser um problema os itens como "metas claras", "sentir-se
desencorado", "insatisfação" com o tratamento do DM. Para Malerbi (2009), a aquisição de
informação sobre o DM e seu tratamento e obtenção de habilidades como a auto
monitorização da glicemia, a auto aplicação de injeções e a administração de situações que
diferem da rotina, formam um pré-requisito importante para o auto cuidado. Segundo GomesVillas Boas et al. (2012), é fundamental que a família e outras pessoas próximas reforcem as
orientações de saúde recebidas pela pessoa com DM, o que pode levar a uma maior adesão,
tanto ao tratamento medicamentoso, quanto a recomendações de dieta e exercícios físicos.
No total, 58% dos pacientes relataram não apresentarem problemas como "sentir
medo", "ficar irritado", "deprimido" com a convivência com o DM. Em relação à
"preocupação com o futuro e com as possibilidades de complicações", 25% consideram ser
um "problema sério". Segundo Silva (2001), mesmo os portadores de doenças crônicas podem
ter uma vida saudável. Para tanto, faz-se necessário associar o tratamento correto com a
consciência das possibilidades e limites do apoio/suporte que recebe e do acesso a uma
educação em saúde com base no diálogo, em que a pessoa possa se expressar e construir
novas maneiras de lidar com sua doença.
6
Em relação aos hábitos alimentares, 55% dos pacientes consideram não apresentar
problemas, os dados satisfatórios encontrados no presente estudo contradizem a literatura,
pois, de acordo com Lenardt et al. (2005), os idosos consideram o controle alimentar o
cuidado mais significativo e difícil no tratamento do DM. As restrições alimentares
representam a parte mais complicada do tratamento, há necessidade de mudança de hábitos, e
isto, significa eliminar preferências compartilhadas nos hábitos familiares.
No domínio referente ao apoio social, parte significativa dos pacientes (75%)
consideram não ser problema "sentir-se sozinho" ou “Sentir que seus amigos e familiares não
apóiam seus esforços em lidar com o DM. Segundo Zanetti et al. (2008), o apoio familiar para
pacientes que possui DM é fundamental, pois é um aliado para a obtenção de orientações
apropriadas sobre o tratamento e ajudar no enfrentamento da doença, o apoio familiar e das
pessoas mais próximas é um aspecto importante para que o portador de DM não se sinta só
em relação a sua doença.
TABELA 2 – Escores dos domínios do questionário de qualidade de vida PAID. Agosto de
2014 à Janeiro de 2015.
PAID
DOMÍNIO
S
QUESTÕES
0
25
50
75
100
42
8
25
17
8
67
17
-
8
8
67
25
8
-
-
59
8
8
8
17
76
8
8
-
8
7. Não saber se seu humor ou sentimentos
estão relacionados com o seu diabetes.
67
17
8
-
8
8. Sentir que o seu diabetes é um peso
para você.
50
25
17
8
-
9. Preocupar-se com episódios de glicose
baixa.
42
17
25
8
8
10. Ficar brabo/irritado quando pensa em
viver com diabetes.
67
17
8
-
8
1- A falta de metas claras e concretas no
Problemas cuidado do seu diabetes.
referentes ao 2-Sentir-se desencorajado com o seu
tratamento tratamento de diabetes.
15- Sentir-se insatisfeito com o médico
que cuida do seu diabetes.
3-. Sentir medo quando pensa em viver
com diabetes.
6. Ficar deprimido quando pensa em ter
que viver com diabetes.
Problemas
emocionais
relacionados
ao diabetes
ESCORES %
7
12. Preocupar-se com o futuro e com a
possibilidade de
sérias complicações.
13.Sentir-se culpado(a) ou ansioso(a)
quando você deixa de cuidar do seu
diabetes.
17
8
33
17
25
59
25
8
8
-
83
-
17
-
-
67
8
17
-
8
67
25
-
-
8
67
25
-
-
8
42
33
8
-
17
67
17
8
-
8
11. Preocupar-se com a comida e o que
comer.
58
8
17
-
17
17. Sentir-se sozinho com seu diabetes.
84
-
-
8
8
18. Sentir que seus amigos e familiares
não apoiam seus esforços em lidar com o
seu diabetes.
67
8
-
17
8
14. Não aceitar seu diabetes.
16. Sentir que o diabetes está tomando
muito de sua energia mental e física
diariamente.
19. Lidar com as complicações do
diabetes.
20. Sentir-se esgotado com o esforço
constante que é necessário para cuidar do
seu diabetes.
4.
Enfrentar
situações
sociais
desconfortáveis relacionadas aos
cuidados com seu diabetes (por exemplo
pessoas falando para
Problemas
você o que você deve comer).
relacionados
à alimentação 5. Ter sentimentos de privação a respeito
da comida e refeições.
Problemas
com o apoio
e social
Os escores do SF36®, segundo cada domínio estão apresentados na Tabela 3. Todos
os escores avaliados tiveram o resultado maior que 50%. Entretanto, os aspectos físicos e
emocionais mostraram um menor índice comparado com os demais. De acordo com a ADA
(2011), o impacto do DM está associado às suas complicações limitando a prática das
atividades diárias, afetando na QV dos pacientes. Para Molena-Fernandes et al. (2005), o
exercício físico regular contribui na melhoria da QV de pacientes com DM, como na
diminuição dos índices glicêmicos, pressão arterial e do uso de insulina, controle de peso.
Gomes (2011) avalia que as redes de apoio são necessárias para uma boa saúde mental
e envelhecimento e fundamentais para uma boa percepção de QV na DM, pois ela pode
causar complicações que comprometem a QV e quando aliadas a transtornos psiquiátricos
tendem a piorar a adesão ao tratamento.
8
Os escores capacidade funcional, estado geral de saúde, vitalidade e dor apresentaram
resultados > 60% e quanto aos domínios aspectos sociais e saúde mental, tiveram um índice
acima de 70%, obtendo os melhores resultado da qualidade de vida dos pacientes.
Gomes-Villas Boas (2012), ao estudar a relação entre o apoio social percebeu a
necessidade da adesão às atividades de auto cuidado, adesão ao tratamento medicamentoso e
o controle metabólico de pessoas com DM, constatando que a família junto com os
profissionais de saúde são as principais fontes de apoios sociais, necessário para obtenção da
adesão ao auto cuidado e tratamento.
Para manutenção de uma boa saúde social é necessário vínculos de apoio, através de
familiares, vizinhos, amigos ou profissional de saúde, dimensão no qual também influencia na
QV de pacientes portadores de DM.
TABELA 3 – Escores do questionário de qualidade de vida SF36®. Agosto de 2014 à Janeiro
de 2015.
Domínios
Média
Desvio padrão
Capacidade funcional
60,8
35,5
Aspectos físicos
56,2
44,1
Dor
60,9
23,4
Estado geral da saúde
67,9
14,6
Vitalidade
61
16,1
Aspectos sociais
75
31,9
Aspectos emocionais
52,7
48,8
Saúde mental
74,3
15,0
Para Aguiar (2008), os questionários genéricos de avaliação de QV são
multidimensionais e possuem como objetivo avaliar o impacto causado por uma doença,
correlacionando aspectos como dor, vitalidade, aspectos sociais, emocionais, físicos e saúde
mental. O SF 36® é o instrumento genérico de avaliação de QV mais utilizado em pesquisas,
no qual, observou-se consistência interna (alfa de Cronbach) acima de 0,80, sendo
considerado adequado para avaliação em pacientes com DM. Para Welch et al. (1997) o
instrumento PAID tem mostrado uma consistência interna alta (0,94) e uma validade bem
estabelecida nos Estados Unidos da América e na Holanda (0,93).
9
Segundo Aguiar et al. (2008) o uso combinado do questionário SF 36® já sendo
traduzido e validado para o seu uso no Brasil, juntamente com o questionário específico
PAID, que também foi traduzido e validado para seu uso no Brasil, é uma das formas mais
eficientes para se avaliar a QV em pacientes portadores de DM no Brasil.
Em contrapartida, o presente estudo apresentou algumas limitações importantes que
merecem ser destacadas: reduzido tamanho amostral, ausência de grupo controle e os
questionários utilizados são do tipo "auto relato", ou seja, o paciente responde às questões
com base em suas próprias "verdades", o que não significa que corresponda literalmente à
realidade. Os resultados positivos encontrados podem ter sido influenciados por, entre outros
fatores, a pesquisa ter sido realizada na linha de base do programa de AtenFar, ou seja, no
primeiro ou no segundo encontro da farmacêutica com os pacientes, tempo em que a relação
terapêutica ainda não estava estabelecida e consequentemente, a confiança dos pacientes em
relatar sobre sua vida pode ter sido comprometida, com medo de ser repreendido pelo
profissional de saúde que o questionava.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos foram satisfatórios e demonstraram que os pacientes estudados,
portadores de DM, possuem boa qualidade de vida. Estudos com maior tamanho amostral,
grupo controle e que realize avaliações na linha de base e ao final do programa de AtenFar
mostram-se necessários para a validação do impacto dessa prática na QV de pacientes
portadores de DM.
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