Linfócitos T e subpopulações linfócitárias

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Mariana e Marta (T16) apresentam…
Linfócitos T e subpopulações linfócitárias
n
Ano lectivo 2006/07
Algures durante o mês de outubro…
A – Subpopulações linfócitárias
1 – Células Th como centro da imunidade celular
(slide 3)
Objectivos principais:
•
ter noção do papel central das células T auxiliares (Th) na imunidade celular – quase todos os processos de
imunidade celular podem ser descritos à custa de uma célula Th – sejam processos de activação B ou T ou citotóxico (este
último quase invariavelmente exige previamente a existência de um processo auxiliar que faça o primeiro desencadear da
activação T)
•
subpopulações Th – abordagem preliminar (a ser mais desenvolvido no seminário)
•
macrófagos, linfócitos T citotóxicos (Tc) e outras células citolíticas (células NK, que não são linfócitos T)
(slide 4)
Após o reconhecimento do antigénio por um linfócito T, vários processos chave podem ser iniciados:
- a selecção dos mecanismos efectores;
- a indução propriamente dita da célula e a sua proliferação;
- o aumento da actividade funcional de fagócitos e outras células efectoras;
O que quer dizer que todo este processo é mediado por várias células e é necessário contarmos com a activação
dessas várias células para termos todo o processo activo.
Um dos exemplos clássicos disto é o que acontece in vitro. Quando os linfócitos T isolados são colocados in vitro
nunca se consegue que cresçam, mesmo com mitogenes estranhos, esquisitos... É muito necessária a existência de outras
células que dêem co-sinais de activação para que haja o desenvolvimento.
(slide 5)
O linfócito Th é aquele que pode ser activado directamente por uma célula apresentadora de antigénio sem mais
estímulos. Uma vez activado, é a célula por excelência que produz citoquinas que activam os linfócitos B, os linfócitos Tc e
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que activam, entre outras coisas, as células de imunidade inespecífica, as quais por sua vez são capazes de produzir
citoquinas que se auto-activam e dão origem ao desenvolvimento de fenómenos de citotoxicidade para além de poderem
ter um processo retro-activador sobre toda esta cadeia.
(Quando nós falamos de célula apresentadora de antigénios não fazemos limitações. Quando falamos de macrófago
é evidente que é uma grande célula apresentadora de antigénios.)
Portanto, este esquema podia ter ali um macrófago, que inicia o processo, que por sua vez leva à activação
macrofágica, que por sua vez leva a um fenómeno de feedback positivo e a um desenvolvimento contínuo de activação.
2 – Subpopulações celulares Th1 e Th2
(slide 6)
Naive – conceito funcional de uma célula que não está polarizada para uma função. É uma célula quiescente, préactivada, pré-disponível. Também pode designar-se pré-célula. Pode aplicar-se tanto a linfócitos B como T. Dentro dos T,
aplicável tanto aos Th como aos Tc. (não é forçosamente igual ao conceito de pré-linfócito B - o conceito de linfócito B
naive é um linfócito imaturo)
•
Linfócito T naive é um conceito que se pode aplicar ao linfócito Tc, linfócito quiescente, lento a responder, que
colige estímulos de vários tipos para ser capaz de ter à superfície receptores de citoquinas e receptores para outros
antigénios. A célula Th naive, ou virgem, é a célula que obedece às mesmas características. Do ponto de vista funcional,
não se identifica por outra coisa a não ser pela produção de IL 2, que é a mesma coisa que dizer que é uma célula por
exclusão, é uma célula que produz interleucina 2 e mais nada. Esta célula encontra-se essencialmente nos órgãos
linfóides.
•
Depois de um estímulo mínimo (diz-se uma célula de short term stimulation) essa célula passa à circulação,
passando a designar-se Th0. É uma célula que é capaz de produzir, em pequenas quantidades, citoquinas associadas a
numerosos tipos de funções, nomeadamente:
o
interferão γ - que é o grande estimulador de macrófagos, é por excelência a citoquina da imunidade
celular;
o
outras citoquinas como a 2, 4, 5 e 10 - são por excelência as citoquinas da imunidade humoral, ou seja,
aquelas que induzem a proliferação de linfócitos B, uma diferenciação, polarização da resposta
imunológica no sentido B.
(Resumé até agórrá : “Portanto esta célula T virgem, uma vez estimulada pelo estímulo de concentração, passa a
chamar-se Th0, é uma célula fenotipicamente (em termos de marcadores de superfície) inespecífica, não identificável. Ou
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seja, este é um conceito puramente funcional. É uma célula que produz citoquinas: interferão gama, interleucinas 2,4,5 e
10, que e o mesmo que dizer que não é nem polarizada para a via Th1 nem Th2 nem T estimuladora de células nem T
estimuladora de T’s.”)
•
Quando aparece uma estimulação um bocadinho mais crónica, isso produz um ambiente de citoquinas
minimamente polarizado, que depende do tipo de estímulo que aparece…
o
se vocês tiverem uma IL-4, então vocês têm uma polarização desta célula para uma célula Th2;
o
se vocês tiverem uma IL como a 12, têm uma polarização para Th1.
Depende do antigénio, que por sua vez levará o macrófago a ter um determinado tipo de resposta que levará à
produção de uma destas citoquinas e portanto o desenvolvimento e diferenciação desta célula Th0 em Th1 ou Th2.
A célula Th1 é particularmente rica em CD45 RA e a Th2 em CD45 RO. Não há em princípio co-expressão entre
eles e, quando há, traduz um estado de estimulação da Th0, que está numa fase de diferenciação num ou noutro.
Reparem no tipo de citoquinas envolvidas:
•
para a Th1 interferão gama e IL-2, intrinsecamente associadas ao desenvolvimento de células;
•
para a Th2, IL-4, 5, 6 e 10, que é a mesma coisa que dizer intrinsecamente ligadas ao desenvolvimento de
linfócitos B.
Este tipo de célula (Th1/Th2) pode, em pequena quantidade, adquirir a característica de células T de memória - que
são novamente em termos funcionais parecidas com as células virgem, na produção apenas de IL-2. A grande diferença é
que uma vez re-estimuladas, crescem mais depressa, (…incompreensível…) rapidamente, começam a produzir citoquinas
de um tipo ou de outro, de uma forma (…)
(slide 7)
Após activação destas duas subpopulações, Th1 e Th2 influenciam-se mutuamente e de forma antagónica. O
interferão gama produzido pelas Th1 inibe as Th2, e a Il-10 produzida pelas Th2 inibe as Th1.
(slide 8)
Portanto, o domínio Th1 produz interferão gama que, repito, é o grande activador de macrófagos, e as Th2
produzem as IL 4 e 5, que aumentam a produção destas células relacionadas com a imunidade inespecífica; as células
Th0 vão ficar rotuladas como “imaturas”, precursoras das células Th1 e Th2.
(slide 9)
Reparem no perfil funcional e de produção de citoquinas de cada uma destas células.
Em termos de secreção de citoquinas, temos citoquinas associadas à estimulação e diferenciação de fenómenos T:
Já leste 3 página(s)…
•
interferão gama - activador de macrófagos;
•
TNF beta - para além de citotoxicidade intrínseca em processos infecciosos e processos tumorais, é também
uma grande citoquina activadora tecidular celular;
•
GM-CSF (Granulocyte Macrophage Colony Stimulating Factor) - factor de crescimento multipotencial;
•
IL-3 (também chamada multicolony stimulating factor) - factor de crescimento multipotencial;
E em termos de Th1 as funções das IL 4, 5, 10 e 13 são quase irrelevantes, ao mesmo tempo abundam nas Th2,
sendo as citoquinas da diferenciação da resposta humoral.
É por isso que se chamam:
•
À Th1 frequentemente indutora dos T’s e
•
Às Th2 se chamam indutora dos B’s. Às vezes podem aparecer outras designações como indutora da supressão
porque estas citoquinas, a IL10 produzida pelas Th2 pode diminuir aquela outra célula (o interferão gama pode
por sua vez inibir as Th2)
Portanto a Th2 podem ser designadas T helper supressor, porque é auxiliar, referente à classe 2, mas tem funções
supressoras do eixo Th1 e consequentemente da actividade celular da imunidade.
Do ponto de vista de funções reparem naquilo que é evidente, se nós pensarmos quais são as actividades destas
citoquinas.
•
Nas Th1 desenvolvimento de activação macrofágica, da hipersensibilidade retardada, que é a mesma coisa que
dizer fenómenos T;
•
Nas Th2 secreção de anticorpos.
(slide 10)
A forma pela qual as células Th0 são diferenciadas em Th1 ou Th2 depende do microambiente de citoquinas:
•
Alguns tipos de agente levam a que a célula dendrítica reaja com a produção de IL12, há produção de células
NK, que por sua vez induz a produção de interferão gama - que é produzido pelas células NK e pelos linfocitos T - e este
interferão gama leva então à diferenciação das células CD4 auxiliares naive em células Th1.
•
Se por outro lado, como acontece por exemplo na presença de parasitas intestinais ou parasitas circulantes,
não houver produção da IL 12 mas houver indução de outro tipo de variante em termos de células NK, nomeadamente com
a produção de IL 4 em grandes quantidades, a diferenciação faz-se em Th2 e a indução, novamente, da produção de IL4.
Já leste 4 página(s)…
Reparem na lógica, porque este tipo de função (à esquerda) é particularmente característica das bactérias mais
agressivas, e esta (à direita) característica dos parasitas, que por sua vez exigem a presença de (anticorpos... não
percebemos a outra palavra)
(slide 12)
“…esquema que é uma salgalhada do caraças, que não é para vocês se preocuparem…”
Vocês têm um eixo central – de uma maneira geral com uma célula apresentadora de antigénios – que ou produz
IL4 ou IL 12, conforme o microambiente, conforme o tipo de antigénio presente; conforme o tipo de citoquina produzida
vocês têm activação de Th1 ou Th2; esta pode por sua vez ser modulada por outros linfócitos T que já estejam presentes,
e que sejam reguladores, nomeadamente à custa de TNF, e este tipo de activação dá origem à produção de numerosos
tipos de citoquinas, e diferenciação destas células. “Vamos ter várias aulas sobre imunorregulação…”
3 – Papel central dos macrófagos
(slide 13)
No meio disto tudo, os macrófagos têm um papel perfeitamente central. É o tipo de célula que aparece no princípio
da activação do sistema imunitário, antes dos linfócitos B e antes dos linfócitos T → qualquer tipo de agente invasor é
primeiramente detectado pelo macrófago ou por uma célula afim → este tipo de célula transforma-se em célula
apresentadora de antigénio, nomeadamente ao linfócito T, que dá origem a fenómenos de activação outra vez da linha de
células de imunidade inespecífica e um eixo que progressivamente auto (…tentámos...), que leva portanto às funções
vacinais de produção de citoquinas, bactericidas e anti-tumorais.
(slide 14)
Os macrófagos assumem um papel central no sistema imunológico antes das imunidades B ou T, e as suas
principais funções são estas:
•
Inflamação e febre
•
Activação linfocitária
•
Reorganização tecidular (após uma lesão)
•
Lesão tecidular
•
Actividade microbicida
•
Actividade tumoricida
(slide 15)
Já leste 5 página(s)…
Febre está intimamente ligada à IL1, historicamente, mas também à IL6 e ao TNF alfa. O TNF alfa é sempre
apresentado em termos de descrições funcionais como o exemplo de uma IL muito homóloga da IL 1.
Em termos de imunidades, conforme o tipo de citoquina produzida temos a escolha ou activação de Th1 ou Th2, e
isto depende entre outras coisas da produção de IL 1 após o processamento e apresentação de antigénios.
Em termos de reorganização do tecido, tudo isto tem uma data de enzimas, em grande parte de tipo proteolítico, que
estão a ser degradantes, e factores estimulantes de fibroblastos e da angiogénese.
Em termos de dano aos tecidos evidentemente que existe toda aquela questão associada aos radicais livres –
peróxido de hidrogénio, o próprio complemento que é produzido pelo macrófago, e o próprio TNF alfa tem uma acção
citolítica directa.
Actividade microbicida e actividade anti tumoral à custa das substâncias que aqui estão (complemento, peróxido de
hidrogénio, enzimas proteolíticas, TNF alfa…)
(slide 16)
Portanto, o macrófago é o grande activador deste eixo, mas por sua vez este eixo T é também o grande activador de
macrófagos, nomeadamente na sua célula Th1 que produz interferão gama. Há uma activação por interferão gama e
interacção com componentes bacterianos, e os macrófagos são activados por uma combinação de factores,
nomeadamente interferão gama e TNF.
(slide 17)
O macrófago activado é uma célula muito complexa. Possui constitucionalmente MHC de tipo I e tipo II (a variante I
existe em todas as células nucleadas e o tipo II apenas nas células apresentadoras de antigénios – o tipo II pode existir
nos linfócitos T quando estes vão (…). A densidade antigénica dos MHC, classe I e II, é indutível nalgumas células, quando
estão activadas. O que é a mesma coisa que dizer, por exemplo, que um macrófago activado tem maior densidade de
MHC classe I, que é a mesma coisa que dizer que as funções do MHC de classe I são aumentadas potencialmente pelo
processo de activação de macrófagos. O mesmo se passa com o MHC de classe II que é constitucional no linfócito T e no
macrófago, que é uma célula apresentadora de antigénios. Constitucional quer dizer que existe na célula.
Esta célula quando activada produz várias citoquinas, aumenta a sua densidade em receptores TNF, em receptores
de citoquinas, e em receptores para o CD40, que são importantes depois para a interacção com outras células,
nomeadamente os próprios linfócitos T.
4 – Células T citotóxicas
(slide 18)
Já leste 6 página(s)…
A célula T citotóxica não é omnipresente nem imediatamente capaz de se transformar numa célula efectora, uma
vez submetida a um estímulo. Exige sempre um estímulo bifásico. Num estadio, vamos dizer, naive, (também muitas vezes
rotulada de pré-célula Tc), essa célula exprime classe I, não exprime classe II de HLA, mas é capaz de receber informação
de uma célula apresentadora de antigénios e então passa a possuir um estado de activação e aumento dos seus
receptores de superfície, nomeadamente dos MHC classe II e torna-se portanto uma célula capaz de ser activada e
produzir citoquinas à custa da célula T auxiliar que tem (…tosse de alguém...), e então torna-se numa célula T citotóxica
funcional. A Tc também pode ser chamada de Tc naive numa fase muito precoce que exige sinais da célula apresentadora
de antigénios e da célula T auxiliar para passar a célula potencialmente efectora, com capacidades de se ligar.
(slide 19)
Este processo pode ser chamado sensibilização de linfócitos CD8:
•
uma célula T auxiliar activada por uma célula apresentadora de antigénios produz citoquinas, nomeadamente
•
citoquinas originam fenómeno activador que, no que respeita ao CD8, leva à indução de receptores e à indução
IL2;
da sua capacidade de resposta a um estímulo mediado por uma célula essencialmente apresentadora de antigénios.
Se vocês olharem para o linfócito T citotóxico supressor, aquilo que vêm é que a sua capacidade proliferativa é
muito modesta, a sua capacidade efectora não existe, enquanto que na célula já minimamente diferenciada há um
processo de activação em duas fases.
“Reparem que em todos os eixos há uma designação de naive ou pré linfócito T. Isto associa-se sempre a este
tipo de activação – a activação simultânea de um linfócito Th1 e à presença de IL2.”
(slide 21)
Se tivermos um Tc de memória, pode de alguma maneira isto mudar o esquema de acção (?), mas vamos partir do
princípio que o linfócito Tc apenas exige estímulos bifásicos.
(slide 22)
Características da lise mediada pela célula Tc:
•
Antigenio especifica
•
Requer contacto celular → logo é restrita à classe I do MHC
•
Não é lesada durante o processo de killing – pode parecer uma frase tola, mas há uma data de células da
inflamação que se perdem num grande fenómeno de lesão como acontece nomeadamente com as células da imunidade
inespecífica (ex:PMN’s)
Já leste 7 página(s)…
(slide 23)
A célula Tc reconhece o seu alvo, e após este reconhecimento (já passámos a fase de activação de que estivemos
a falar), então liberta substâncias, tendo estas alguma homologia com os elementos finais da via do complemento (as
perforinas). Dão origem a um poro na membrana, e outras substâncias como as granzimas podem atravessar esse poro
e entrarem na célula, dando origem ao início da apoptose.
(slides 24 e 25)
Perforinas dão origem à poliperforina, que é o canal de membrana, e depois as granzimas levam à apoptose. Mais
uma vez, porinas foram poro na membrana, as granzimas são proteases que activam a via das caspases, etc.
(slides 26 a 28)
Em resumo: quando estamos a falar de células TCD8+ falamos de restrição ao MHC classe I, enquanto que quando
falamos das células TCD4+ falamos de restrição ao MHC classe II.
Portanto quando falamos de CD8 estamos a falar de linf. T citotóxicos, que matam as células que apresentam
antigénios à superfície ligados ao MHC I. Este processo de destruição celular pode ser dependente da libertação de
substâncias (perforinas, granzimas) ou da indução de fenómenos de apoptose através da via Fas- Fas ligando.
Células T efectoras – sumário
(slide29)
Reparem no esquema aqui com o macrófago que pretende chamar a atenção que a TH1 é uma célula da imunidade
celular e a TH2 é por excelência uma célula da imunidade humoral.
(slide 30)
(“Vocês quando estiverem a estudar não vão ter grandes problemas em repetir um esquema deste estilo. Mas
também ninguém vos vai perguntar um esquema macaco deste género”)
Este tipo de esquema brilha sobretudo para chamar a atenção do papel do macrófago como célula central do
fenómeno da imunidade celular, a célula T auxiliar como a célula que imediatamente a seguir aparece, para podermos
fazer uma avaliação temporal, e esta célula T activada como tendo capacidade de produzir citoquinas com activação D, G,
retroactiva etc.
5 - Outras células citolíticas
Já leste 8 página(s)…
(slide31)
Este slide não se aplica a linfócitos T. Aplica-se a outras células citolíticas, as células NK. As células NK provêm da
medula óssea e por definição não possuem TCR ou CD3 e portanto não possuem maturação tímica. Exprimem CD56
constitucionalmente e o CD56 é o marcador celular químico da célula como sendo NK . Possuem também CD16, que é um
receptor de baixa afinidade para a IgG.
(Convém referir que há células NK que não exprimem as duas moléculas – CD16 e CD56)
B - Imunorregulação
(slide 32)
A propósito de imunorregulação só algumas referências. A resposta imunológica possui as seguintes
características:
•
a sua magnitude é determinada pelo balanço entre activação e tolerância, induzidas pelo antigénio;
•
a sua natureza é determinada pelo tipo funcional específico do linfócito activado, ou seja, quando um linf. T
citotóxico é activado é desencadeada uma resposta de natureza diferente da que se obtém quando são activados um Th1
ou um Th2. Isto também está implicitamente relacionado com o tipo de antigénio, com que as células que são à partida
estimuladas, com o tipo de resposta que o macrófago dá à invasão inicial do organismo;
•
os mecanismos regulatórios podem actuar quer no reconhecimento, quer na activação, quer nas fases efectoras
propriamente ditas.
(slide 33)
Factores que determinam a natureza e a magnitude da resposta imunológica e factores que favorecem a
estimulação ou inibição do processo imunológico.
Do ponto de vista de repertório linfócitário a ausência de moléculas de MHC é em si um processo capaz de reduzir a
resposta imunológica. A ausência de moléculas de MHC é um fenómeno restrito nomeadamente a processos de
esterilização.
A apresentação antigénica depende das moléculas de MHC capazes de se ligar ao seu alvo, pelo que a sua
ausência é evidentemente capaz de inibir este tipo de fenómeno de apresentação antigénica.
No que diz respeito ao antigénio há um conjunto de características que são importantes:
•
natureza: há formas que podem ser ditas imunogénicas e tolerogénicas (vamos falar disto mais à frente). Isto
pode ter a ver com o poder do antigénio ser apresentado em associação com outros antigénios ou apresentado em formas
Já leste 9 página(s)…
biológicas ou farmacológicas distintas. Tudo isto pode ser manipulado até artificialmente de maneira a que nós possamos
ter o mesmo antigénio transformado numa forma imunogénica ou indutora de tolerância;
•
quantidade: é um dos critérios mais utilizados; doses óptimas variam de antigénio para antigénio e altas doses
podem induzir a tolerância. Um dos exemplos engraçados a este propósito é que antigamente dizia-se que quando um
indivíduo era candidato p. ex. a um transplante renal não devia fazer transfusões sanguíneas antes. Isso era um
preconceito empírico existente de que quando se faziam transfusões sanguíneas, mesmo que fossem só concentrado de
glóbulos, haveria sempre alguma contaminação das células, tornando-se estas particularmente importantes como factores
de imunização. Actualmente sabe-se que o ideal é precisamente o contrário: o transplante terá maior probabilidade de ter
sucesso se o receptor já tiver efectuado 10 a 12 transfusões sanguíneas;
•
porta de entrada: é também um factor responsável por respostas distintas. As vias subcutânea e intradérmica
são particularmente responsáveis por fenómenos estimulatórios, enquanto que a via intravenosa e a via oral estão mais
ligadas a fenómenos inibitórios;
•
a existênia de adjuvantes.
Mas para além de características relacionadas com antigénios, temos a presença ou ausência nas células T de
moléculas coestimuladoras;
Conforme o tipo de célula que é estimulada vocês podem ter evidentemente uma resposta distinta.
A própria forma da molécula é importante. Se p.ex. fornecermos uma molécula a um indivíduo estamos a fornecer
algo que pode ser endocitado pelo macrófago e aí apresentado a uma célula T auxiliar. E nós temos com isto um
fenómeno potencialmente restrito à classe II do MHC. Mas se vocês tiverem um agente bacteriano capaz de induzir e
colocar o seu DNA dentro da célula do hospedeiro, essa célula há-de ser alvo de uma rejeição (à superfície das células do
próprio produziu antigénios); temos neste caso um processo restrito à classe I do MHC.
C – Sinapse imunológica
(slide 34)
A propósito da sinapse imunológica: os sinais de activação T presumem que há um reconhecimento do antigénio,
o que por sua vez implica a existência de moléculas acessórias (aumentam a força de adesão das células apresentadoras
aos linf. T).
Os sinais de activação T presumem também a existência de coestimuladores, que para além de poderem aumentar
a força de adesão são segundos sinais de activação.
Já leste 10 página(s)…
Implicam ainda a existência de citoquinas, que podem ser produzidas por células apresentadoras ou pelos próprios
linf. T, sejam eles próprios e assim temos uma acção reverta sobre si mesmo ou outras células nomeadamente cél. T
auxiliares. Estas citoquinas estimulam a expansão T e a sua diferenciação em células efectoras. Para além disso há
evidentemente reguladores negativos deste processo.
(slide35)
O reconhecimento antigénico pelas células T tem alguns detalhes que são importantes:
•
Cada célula T identifica um MHC e antigénio; é um conceito de especificidade e restrição ao MHC;
•
Cada célula T identifica um número muito pequeno de resíduos peptídicos antigénicos (somente 1-3), que é a
mesma coisa que dizer que o reconhecimento depende de muito poucos aminoácidos;
•
A afinidade das interacções antigénio-TCR é baixa e poderá ser explicada pelo facto das células T serem
seleccionadas no timo para reconhecimento do MHC do próprio e pelo facto do contacto T – células apresentadoras ter
que ser estabilizado por outras moléculas. Já num slide anterior eu dizia que a existência/ausência de coestimuladores era
um fenómeno relevante para sabermos acerca capacidade de induzir ou não a resposta imunológica.
•
Por outro lado a activação da célula T pode requerer muitas e prolongadas interacções TCR-antigénio e por
isso nós falamos numa sinapse imunológica, que é o local onde os receptores da célula T e as proteínas de sinalização se
agrupam.
(slide36)
É por isto que alguns autores dizem que a activação TCR é um desafio. E é um desafio porque:
• o TCR é muito pequeno;
• a superfície celular é abundantemente recoberta por grandes glicoproteínas como o LFA1 e o CD45; são
moléculas de carga iónica relativamente poderosa, por isso são os percursores;
• a semivida do complexo TCR-MHC é curta. Há quem fale em segundos;
• há um pequeno número de complexos específicos MHC-antigénio;
• as células T estão em constante movimento; em consequência de isto têm que interactuar por longos períodos de
tempo com as APC.
(slide 37)
Para ultrapassar este problema há modelos propostos para a sensibilização ao antigénio:
Já leste 11 página(s)…
• terá de existir um processo de oligomerização, que quer dizer a existência de n moléculas; não é bem chamar-lhe
polimerização porque as moléculas não estão todas associadas umas às outras; portanto são processos paralelos que
existem na superfície de células que se chamam oligomerização. E o oligo também quer dizer pouco por comparação com
poli;
• a existência de microdímeros membranares;
• a existência de uma sinapse mais ou menos complexa;
• a ligação TCR-atg em passos sucessivos que são dois (1 – ligação do TCR ao antigénio / 2 - ligação às
moléculas coestimuladoras e a indução propriamente dita da activação celular);
• Auto-reconhecimento.
(slide 38)
Isto é o sistema básico da sinapse imunológica em que vemos de um lado a célula apresentadora do antigénio e do
outro o linfócito que aqui está posto como CD8+. Nós temos a molécula CD8 associada ao MHC e deste lado o TCR que
recebe a informação antigénica e depois temos várias moléculas associadas. Uma é o CD2, que marca todos os linfócitos
T, e que está sistematicamente associado à molécula CD48, também conhecida por LFA-3.
Outra molécula é o CD28, representa uma das formas de estimulação do linfócito T, e que presume a existência de
um ligando que é o CD80 (B7-1) ao nível das células apresentadoras de antigénios.
Para além disso existem outras moléculas como aquelas que aqui estão pintadas como LFA-1, que por sua vez têm
um ligando na célula apresentadora de antigénios (ICAM-1) e que estão colocados quase fora da sinapse.
(slide 39)
Moléculas grandes como o LFA-1 são excluídas deste bloco da sinapse, são empurradas para as extremidades.
A região central da sinapse contém receptores T (a rosa) e CD28 (a amarelo) e a interacção coestimulatória do
CD28 com os seus ligandos é induzida nesta região central da sinapse. Vocês vêem aqui esta imagem em que o TCR
aparece como tendo uma região central e imediatamente ao lado outras moléculas como CD3, o CD28 etc. Factores
efectores como a IL4 e factores inibidores como o CTLA4 são libertados na sinapse por fenómenos de exocitose.
(slide40)
Quais são as funções destas moléculas acessórias em termos de sinapse?
•
Controlo da ligação T. Entram aqui em grupo essencialmente selectinas e integrinas;
•
Aumento da adesão às células apresentadoras de antigénios;
Já leste 12 página(s)…
Em termos da adesão às células apresentadoras de antigénios temos um conjunto de moléculas a que se dá o
nome de integrinas; estas são moléculas de adesão, heterodímeros (têm que saber), que existem na superfície de
numerosas células (e uma onda electromagnética viaja num fumo mirabulante e excessivo até aos receptores auditivos dos
enfeites estúpidos dos anfiteatros do campo de ervas daninhas que é a terra... basicamente o telemóvel do prof. tocou...).
A afinidade destas integrinas, força de ligação se vocês quiserem, é aumentada por citoquinas produzidas durante a
inflamação e pelo reconhecimento antigénico, o que quer dizer que estes processos são moduláveis durante a fase da
apresentação antigénica.
•
Transdução do sinal.
A transdução de sinal está particularmente associada ao CD4/CD8, que estão ligados ao MHC e ao CD28/CD40,
que são correceptores estimuladores espressos nas APC.
(slide41)
O papel das integrinas. Volto a chamar a atenção que a existência de uma associação de integrinas é uma
associação de baixa afinidade que quando a resposta imunológica é acessoriamente estimulável leva a uma diferenciação
por aumento da afinidade e potencialmente estimulação das células.
(slide42)
E o fenómeno de reconhecimento antigénico apenas nunca leva a uma resposta imunológica. Vocês têm que ter
sempre um fenómeno de activação por APCs por uma imunidade inata ou outra maneira de induzir a presença de outras
moléculas que não existem constitucionalmente, capazes de criar esta sinapse e dar origem à activação por secreção de
citocinas (? Achamos nós...).
(Slide 43)
Isto quer dizer que o fenómeno em si da sinapse é um fenómeno duplo em que há uma associação TCR – MHC, o
antigénio ali no meio e comoléculas CD4/CD8, com outras moléculas associadas (p.ex. CD28 /CD40).
(slide44)
O CD28 é uma molécula que tem um ligando do outro lado da sinapse que é o B7-1 (constitucional) e há outra
molécula extremamente parecida que é o CTLA-4, cujo ligando é o B7-2 (induzido).
A associação CD28 - B7 é estimulatória enquanto que a associação CTLA4 - B7, que por acaso é o 2 (estou a
dizer por acaso porque alguns detectores de magnetismo não fazem a distinção entre B7 1 e B7 2), é inibitória.
•
A primeira é de baixa avidez, elevada abundância e expressão constitutiva;
Já leste 13 página(s)…
•
A segunda é de expressão indutível, o que quer dizer que uma vez desenvolvida a resposta T, a existência de
moléculas que aparecem com o fenómeno de activação, nomeadamente capazes de serem detectoras de CTLA4, é em si
um fenómeno potencialmente regulador da resposta.
(slide45)
(slide46)
No entanto, o sinal CD28 não é tudo :
•
as respostas CD8 são independentes de CD28; podem ser independentes;
•
as respostas de elevada avidez a certos virus são independentes de CD28. As respostas de elevada avidez são
aquelas que presumem a existência de algum tipo de memória; quando falamos de memória estamos a falar de um
processo, quando falamos de avidez estamos a falar de outro;
•
Na presença de um primeiro sinal intenso as cél. T não necessitam de CD28;
•
A coestimulação de CD28 nao é necessária para as células efectoras e de memória.
Logo, as respostas nestas circunstâncias podem implicar a existência de moléculas coestimuladoras adicionais para
a activação.
(slide47)
O CD40 é uma das moléculas que aparecem aqui representadas; o CD40 existe numa célula apresentadora de
antigénios; como mostrei numa imagem atrás o CD40 é indutível nos macrófagos e é, portanto, aquele tipo de molécula
que existirá em maior densidade quando a célula estiver activada. O CD40 possui um ligando deste lado a que se dá o
nome de CD40 ligando; este tipo de sinal coestimulatório pode como efeito final induzir a produção de outras moléculas
que por sua vez permitam a acção dos linfócitos T.
(slide 48-50)
Vocês já viram um slide parecido com este na aula anterior só que nesse slide aquilo que vos apresentaram era
apenas o complexo TCR - CD3. Aqui vocês têm o fenómeno da activação celular, agora a sinapse toda. Aquilo que vocês
vêm é que o complexo CD3 (que são estes 3 heterodímeros aqui em baixo) em associação com o TCR recebem o sinal
mediado pelo peptídeo apresentado pelo MHC classe II, que por sua vez se liga ao CD4; esta última molécula é que dá
origem à activação intracelular dos processos dependentes do cálcio, na presença de ZAP70 (cada vez é mais falada a
propósito dos fenómenos biológicos de leucemias e imunodeficiências).O ZAP70 associa-se no interior do linfócito, na base
do CD3 e conduz à activação celular e ao desenvolvimento de todos os processos associados ao mecanismo do cálcio que
vocês já falaram.
(slide51)
Já leste 14 página(s)…
Em conclusão (são mais 2 slides):
•
a regulação da activação T por coestimulação é mais complexa do que inicialmente estudado;
•
nenhuma das vias mais recentes, nomeadamente a via do CD40, parece ser redundante com CD28 em termos
de activação de Tnaive, mas antes estimulam células primed e de memória. Isto é uma evidência clara que as células
primed e de memória não precisam do CD28 para serem estimuladas.
(slide 52-53)
(“…passemos à frente para ninguém me bater…“)
Para acabar temos aqui este proposto mecanismo de homeostasia a propósito da resposta linfocitária T.
A activação linfocitária T implica uma interrelação dependente do complexo TCR - CD3 e da existência de um bloco
paralelo CD28 - B7, que em alguns casos como sabemos pode não existir e será restituído por outro tipo de moléculas que
geralmente têm um efeito aditivo sobre estas como o bloco CD40 - CD40 ligando.
Este processo, uma vez dando origem ao fenómeno de activação e expansão celulares, conduz à indução da
molécula CTLA4, que terá o seu ligando na célula de inter relação, e à indução do fenómeno de tolerância, regulação ou
inactivação regional, se quiserem, e indução do rolamento das células de memória.
Há tartarugas a voar, cachecóis a comer gelado frito, extintores enforcados com um esparguete de 0.0001 nm,
telemóveis a cortar a relva ao sábado, crianças a canabinar pens de 1 gigavolte, e espantalhos possuídos a engonhar e
farejar espinafres num mar de fogo esponjoso qual pastilha elástica a ser biotransformada pela amêndoa….
Este é o nosso mundo… um esquadro e um discman numa poça de lava…
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