Campos do Jordão

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História
Campos do Jordão
como tudo começou
Texto: Schiavo Jr. Fotos: Jayr Antunes de Lemos e acervo pessoal Verônica Câmara
Período: Século XVIII.
Cenário: verdejantes
montanhas que separavam
o fértil Vale do Paraíba do
Sul de Minas Gerais.
Protagonistas: desbravadores e aventureiros em
busca de riquezas, terras,
oportunidades e novos
horizontes.
C
omo num conto infantil, Campos do Jordão
iniciou seu ciclo bem simples, precária até pela
dificuldade de acesso. Aliado a tudo isso, um
frio cortante, bem mais intenso que nos dia de hoje,
a tornava uma barreira quase intransponível.
Conta a história que foi nos idos de 1703 que o
primeiro homem branco atingiu o alto da montanha.
Chamava-se Gaspar Vaz da Cunha, o Oyaguara, um
sertanista em busca de riquezas e poder. Sua permanência na região foi breve e em sua esteira surgiram
outros aventureiros que, da mesma forma, não suportando as adversidades climáticas e de acesso, se
foram. Mais tarde, vindo da região de Taubaté, surge
Inácio Caetano Vieira de Carvalho. Juntamente com
a família ele se estabelece na região, recebendo mais
tarde, por requerimento ao governador da Capitania
de São Paulo, a posse da sesmaria.
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Após sua morte, em 1825, os três filhos de Inácio
Caetano hipotecaram suas terras ao Brigadeiro Manoel Rodrigues do Jordão. Tempos depois a escritura foi
lavrada e as terras batizadas de Fazenda Natal. Anos
mais tarde, com a morte do Brigadeiro Jordão, suas
terras passaram a ser lembradas como “os campos
do Jordão”.
Em 1827, vindo da vizinha Pindamonhangaba,
surge Matheus da Costa Pinto, um português decidido,
ousado, homem de visão. Ele negocia e arremata parte
das terras do Brigadeiro Jordão e dá início a edificação
de um vilarejo. A partir daquele momento começava
efetivamente a colonização e desenvolvimento da
futura estância climática.
Ao final do Século XIX, Domingos José de Nogueira Jaguaribe, médico, escritor e na época deputado,
interessou-se pela região e acabou por fundar o po-
voado Vila Velha, que em 1891 passou a chamar-se
Vila Velha do Jaguaribe.
A fama do clima saudável logo superou fronteiras e
pessoas de todas as partes do país passaram a procurar
“os Campos do Jordão” em busca de cura. Começava
aí a era sanatorial.
Com os avanços da medicina para o tratamento e
cura da turbeculose caiu gradativamente o movimento nos sanatórios, da mesma forma que aumentou
a freqüência de pessoas que passaram a visitar a já
então Estância de Campos do Jordão como destino
turístico de lazer. E foi na década de 70 que o turismo
na cidade ganhou maior projeção. Foi com o início dos
concertos de inverno, apoiados pelos maestros Eleazar
de Carvalho, Camargo Guarinieri e João Souza Lima.
Nascia ali nosso Festival de Inverno.
Nos anos seguintes o turismo foi ganhando força
na medida em que a cidade construia hotéis, pousadas,
pontos turísticos e promovia seus eventos culturais.
O clima de montanha também fez prosperar a indústria de confecções de malhas e acessórios de couro
e lã. Dezenas de fábricas de malhas se instalaram e a
indústria de confecções chegou a disputar liderança
com o turismo e a construção civil, na época bases de
sustentação da economia local.
A Campos de hoje, bem urbanizada, com sua indústria do turismo crescendo e abrigando casas de
veraneio, verdadeiros castelos de sonhos, se antagoniza com a imagem árida que possuia quando de sua
colonização. O patinho feio cresceu e se transformou
na maior vitrina de produtos de qualidade do país.
As imagens nostálgicas servem para reviver cenas
do passado e enaltecer a força e determinação do
povo jordanense.
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