03 - Artigo 407 - Comportamento da alface... - IFGoiano

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GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN 1984 - 3801)
COMPORTAMENTO DA ALFACE CRESPA EM FUNÇÃO DO PARCELAMENTO
DA ADUBAÇÃO DE COBERTURA
Janaine Myrna Rodrigues Reis1, Jaqueline Fátima Rodrigues2*, Marcelo de Almeida Reis3
RESUMO: Dentre as várias hortaliças existentes, a alface (Lactuca sativa L.) é uma das mais
consumidas. Este trabalho teve como objetivo verificar a influência da adubação nitrogenada
e potássica na produção da alface crespa. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos
casualizados, com quatro tratamentos, cinco repetições e parcela constituída de 16 plantas de
alface crespa, cultivar Verônica. Os tratamentos foram ausência de adubação de cobertura,
três adubações de cobertura (15, 30 e 40 dias após transplantio), duas adubações de cobertura
(15 e 30 dias) e uma adubação de cobertura (15 dias). Ao final do ciclo avaliou-se a biomassa
fresca da cabeça, biomassa seca da raiz e a circunferência da cabeça comercial. A análise de
variância mostrou influência significativa da variação no número de adubações de cobertura
nos parâmetros. O melhor desempenho da produção de biomassa fresca da cabeça e tamanho
da mesma foi obtido por ocasião da aplicação de duas adubações de cobertura aos 15 e 30 dias
após o transplantio. Para a produção de biomassa seca de raiz a realização de uma cobertura
foi a melhor opção. Portanto, de acordo com os dados foi possível realizar duas adubações de
cobertura (nitrogênio e potássio) aos 15 e 30 dias após o transplantio sem o comprometimento
do valor comercial da alface crespa.
Palavras-Chave: Lactuca sativa L., nitrogênio, potássio.
RESPONSE OF CURLY LETTUCE TO TOPDRESSING FERTILIZATION
ABSTRACT: Among vegetables, lettuce (Lactuca sativa L.) is one of the most consumed. The
objective of this study was to determine the influence of nitrogen and potassium side-dress
application on the commercial quality of curly lettuce. The experiment was set up in
randomized blocks with four treatments, five repetitions and plots consisting of 16 curly
lettuce plants. The treatments were no fertilization, three side-dress applications (15, 30 and
40 days after transplant), two side-dress applications (15 and 30 days) and one side-dress
application (15 days). At the end of the cycle, fresh head weight, root dry weight and
commercial head circumference were measured. Analysis of variance showed the number of
applications had a significant impact on the parameters. The highest fresh head weight and
head circumference were obtained with two sidedress applications at 15 and 30 days after
transplant. One application yielded the best results for root dry weight. Therefore, according
to the data, it was possible to carry out two nitrogen and potassium side dress applications at
15 and 30 days after transplant without compromising the commercial value of curly lettuce.
Keywords: Lactuca sativa L., nitrogen, potassium.
___________________________________________________________________________
1
Centro Universitário de Patos de Minas. Rua Major Gote, 808 Caiçaras (MG). CEP: 38702-054
Universidade Federal de Goiá – Campus Jataí-UFG/CAJ. BR 364, Km192, Jataí (GO). CEP: 75800-000. *E-mail:
[email protected]. Autor para correspondência.
3
Universidade Federal de Uberlândia – UFU - Campus Santa Mônica. Av. João Naves de Ávila 2121. Cp. 593, Uberlândia
(MG). CEP 38408-100.
2
Recebido em: 19/05/2011.
Aprovado em: 10/07/2012.
Gl. Sci. Technol., Rio Verde, v. 05, n. 02, p.24 – 30, mai/ago. 2012.
Comportamento da alface...
INTRODUÇÃO
Dentre as várias hortaliças produzidas
no Brasil pode-se destacar a alface (Lactuca
sativa L.) como uma das mais consumidas;
pertence à família Asteraceae e sub-família
Cichorioideae, apresentando folhas lisas ou
crespas, de coloração verde, arroxeada ou
amarelada, podendo ou não formar “cabeça”.
De baixo teor calórico, esta hortaliça é ideal
para os dias de verão e seu teor de fibras é
ótimo para o funcionamento intestinal
(MATTOS et al., 2007), possuindo como
princípios ativos as vitaminas A e C, fósforo
e ferro.
Atualmente, o consumidor de
hortaliças tem se tornado mais exigente,
havendo necessidade de produzi-las com
qualidade e em quantidade para manter o seu
fornecimento o ano todo. Para que seja
possível atender ao exigente mercado
consumidor, surgiram novas técnicas de
plantio, como o cultivo hidropônico em
estufas, cultivo no solo em estufas ou ao ar
livre.
Na condução da alface alguns
aspectos devem ser levados em consideração,
como a sua preferência por solos arenosos a
argilosos com baixa acidez e teor elevado de
matéria orgânica (HERRMANN et al., s.d.).
Quanto à nutrição mineral, a cultura tem uma
maior
exigência
em
relação
aos
macronutrientes
primários
(FURLANI,
1998).
De maneira geral, dentre os nutrientes
exigidos, o nitrogênio é o elemento que as
plantas necessitam em maior quantidade. No
entanto, de acordo com Faquin et al. (1996),
especificamente para a alface, o potássio é
mais exigido que o próprio nitrogênio.
Furlani (1998) encontrou para a alface crespa
as concentrações de 39,1; 6,8 e 65,3 g kg-1
respectivamente de N, P e K, indicando uma
maior exigência de K.
No metabolismo da planta o
nitrogênio faz parte de muitos compostos,
principalmente das proteínas, sendo seu
efeito externo mais visível a vegetação verde
e abundante. Este nutriente promove aumento
25
no rendimento da cultura, bem como no peso
médio da cabeça, sendo por essa razão,
utilizado
em
grandes
quantidades
(FURLANI, 1998). Porém, o excesso de
nitrogênio pode ser prejudicial, devendo-se
buscar o equilíbrio da sua dose em relação
aos outros nutrientes necessários, como o
fósforo e potássio.
A
deficiência
de
nitrogênio
caracteriza-se pelo amarelecimento das folhas
velhas com posterior desenvolvimento de
coloração marrom e seca das folhas (HAAG
& MINANI, 1988), retardando o crescimento
e causando a má formação da cabeça
(FURLANI, 1998). Em casos de deficiência
de N, ocorre redução na produtividade, sendo
os sintomas mais severos nas hortaliças. Já o
potássio aumenta a resistência natural da
parte aérea das hortaliças às doenças
fúngicas, tornando os tecidos mais fibrosos e
resistentes. Entretanto, o excesso deste
nutriente pode provocar um desequilíbrio
nutricional, dificultando a absorção de cálcio
e magnésio (FILGUEIRA, 2000).
Diante da importância e exigência do
nitrogênio e potássio, tem-se a necessidade de
recorrer à adubação, sendo que as plantas, de
modo geral, respondem bem a esta prática
com retorno econômico, garantido uma vez
que a maioria dos solos apresenta
disponibilidade insuficiente destes nutrientes
em relação à demanda das plantas.
De acordo com Mantovani et al.
(2005), no cultivo desta hortaliça, é comum a
aplicação de elevadas quantidades de adubo
nitrogenado. Porém, este nutriente apresenta
maiores dificuldades de manejo na produção
devido ao seu comportamento no solo.
Em relação ao manejo desta
adubação, devido ao crescimento lento do
sistema radicular da alface logo após o
transplante, é necessário que se faça o
parcelamento da aplicação do nitrogênio,
visando evitar as perdas por lixiviação,
otimizando assim o aproveitamento do
fertilizante nitrogenado (FERREIRA, 2002).
Para se obter a máxima eficiência do
fertilizante
nitrogenado
é
importante
determinar as épocas em que esse nutriente é
Gl. Sci. Technol., Rio Verde, v. 05, n. 02, p.24 – 30, mai/ago. 2012.
J. M. R. Reis et al.
mais exigido pelas plantas, assim a resposta à
época, dose e parcelamento da adubação
nitrogenada tem sido variável a ser estudada
(RAGAGNIN et al., 2010). Assim, o manejo
correto da adubação nitrogenada em alface é
de suma importância na obtenção de altos
rendimentos.
No caso específico da cultura da
alface, são recomendadas três adubações
nitrogenadas de cobertura após seu
transplantio (RIBEIRO et al., 1999), fazendo
com que para o manejo desta prática haja a
necessidade de alocar mão-de-obra nestas três
operações, o que onera o custo de produção.
Assim, a possibilidade de se fornecer o
nitrogênio necessário à cultura em um menor
número de coberturas sem afetar a qualidade
do produto, seria uma boa alternativa,
facilitando o manejo da cultura e
contribuindo para a redução do custo final.
Além da adubação mitrogenada de
cobertura
que
é
necessariamente
recomendada para a alface e outras tantas
culturas, outro nutriente que pode ser
parcelado em condições específicas é o
potássio. Neste caso, o parcelamento deve ser
realizado quando se tem a recomendação de
doses elevadas deste nutriente. Por ser um
nutriente mineral absorvido em grande
quantidade pelas plantas (COSTA et al.,
2011), o fertilizante potássico muitas vezes é
recomendado em doses mais elevadas, sendo
assim aplicado conjuntamente com o
fertilizante nitrogenado, aproveitando esta
operação de manejo. Diante do exposto, este
estudo teve por objetivo verificar a influência
do número de adubações nitrogenada e
potássica de cobertura na produção da alface
crespa.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no
Campus II do Centro Universitário de Patos
de Minas (Unipam), na Fazenda Canavial
localizada no município de Patos de Minas –
MG, na região do Alto Paranaíba (18° 34’S,
46° W e altitude 832 m), em solo sob cerrado
classificado como Latossolo Vermelho
distrófico de textura argilosa, em uma área
26
em pousio há um ano. A análise da amostra
composta do solo apresentou as seguintes
características químicas: P (Mehlich I) = 17,18
mg dm-3; Al = 0,0 cmolc dm-3; Ca = 2,4 cmolc
dm-3; Mg = 0,7 cmolc dm-3; K = 84,00 mg
dm-3; pH (H2O) = 5,95; H + Al = 5,8 cmolc dm3
; M.O. = 3,5 g dm-3, conforme metodologia
da EMBRAPA (1997).
Foi
utilizado
o
delineamento
experimental em blocos casualizados (DBC)
completos, constituído por quatro tratamentos
e cinco repetições, totalizando 20 parcelas
com 16 plantas cada, dispostas em 4 fileiras,
tendo como área útil 8 plantas. Cada bloco foi
constituído de um canteiro com 6 m de
comprimento, 1,2 m de largura e 0,20 m de
altura, sendo utilizado 0,30 m de separação
entre os tratamentos. Portanto, cada parcela
apresentava uma área total de 1,44 m2.
Os tratamentos testados foram
diferentes números de adubações nitrogenada
e potássica de cobertura, sendo SC (sem
adubação de cobertura); 3C (adubações de
cobertura aos 15, 30 e 40 dias após
transplantio das mudas - DAT); 2C
(adubações de cobertura aos 15 e 30 DAT);
1C (adubação de cobertura aos 15 DAT).
Diante da necessidade de calagem na
área (Tabela 1) para a implantação das mudas
de alface, esta prática foi realizada utilizando
no canteiro a dose correspondente a 2,9 t ha-1
de calcário dolomítico filler com 100% de
PRNT, de acordo com Ribeiro et al. (1999).
A calagem foi feita 30 dias antes do
transplantio das mudas nos canteiros.
As adubações foram determinadas de
acordo com a análise de solo e a
recomendação para a cultura da alface
(RIBEIRO et al., 1999), sendo utilizados
como fonte de N, P e K os fertilizantes ureia
(45% de N), superfosfato triplo (45% de
P2O5) e cloreto de potássio (60% de K2O),
nas doses de 50 g, 160 g e 15 g,
respectivamente, no plantio e em todas as
parcelas, assim como 2,7 Kg de esterco de
aves. Por ocasião da aplicação da adubação
de plantio, foram transplantadas mudas da
cultivar Verônica de alface crespa com 20
dias da semeadura, obtidas de viveiro de
muda comercial.
Gl. Sci. Technol., Rio Verde, v. 05, n. 02, p.24 – 30, mai/ago. 2012.
Comportamento da alface...
As
plantas
foram
conduzidas
recebendo irrigações diárias por aspersão
sempre que necessário e mantidas sem a
presença de plantas daninhas através de
capinas manuais para evitar competição por
nutrientes e outros fatores de produção.
Durante a condução do experimento não
foram necessários controles fitossanitários.
27
Aos 15 DAT foram realizadas as
adubações de cobertura com nitrogênio e
potássio nas parcelas de acordo com os
tratamentos (Tabela 1); a aplicação dos
fertilizantes foi feita através de sua
distribuição nas entre linhas, seguido de
irrigação. O mesmo procedimento se repetiu
aos 30 DAT e aos 45 DAT de acordo com os
tratamentos.
Tabela 1 - Aplicação de N e K2O, em cobertura, de acordo com os tratamentos
Tratamento
Nutriente
SC
N
K 2O
N
K 2O
N
K 2O
N
K 2O
3C
2C
1C
15 DAT
0
0
30
12
60
24
120
48
Aos 50 dias após o transplantio das
mudas, as plantas da área útil da parcela
foram coletadas; onde foram separadas com a
ajuda de um estilete na altura do colo,
procedendo-se a separação da parte aérea e da
raiz. Determinou-se a circunferência da
cabeça comercial com o auxílio de uma fita
métrica, com valores expressos em cm; a
biomassa fresca da cabeça com a ajuda de
uma balança eletrônica (Modelo US.15/5 da
marca Urano), com valores expressos em
gramas, depois de descartadas as folhas
externas; enquanto, para a biomassa seca da
raiz o material obtido através do corte no
colo da planta com auxílio de um estilete e
lavagem em água corrente, foi também
pesado na balança eletrônica após secagem
em estufa com ar forçado a 70oC até o peso
constante, com valores em gramas.
Doses (Kg ha-1)
30 DAT
0
0
45
18
60
24
0
0
40 DAT
0
0
45
18
0
0
0
0
Os dados obtidos foram submetidos a
análise de variância (teste F), e os
tratamentos comparados através de teste de
médias (Tukey), a 5% de probabilidade,
utilizando-se o programa Sisvar (FERREIRA,
2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância (Tabela 2)
mostrou-se significativa para todos os
parâmetros avaliados, ou seja, foram
verificadas diferenças na circunferência da
cabeça comercial, na biomassa fresca da
cabeça e na biomassa seca da raiz quando
submetidas aos diferentes números de
adubações nitrogenada e potássica de
cobertura.
Gl. Sci. Technol., Rio Verde, v. 05, n. 02, p.24 – 30, mai/ago. 2012.
28
J. M. R. Reis et al.
Tabela 2 - Resumo da análise de variância da circunferência da cabeça comercial (CCC), biomassa
fresca da cabeça (BFC) e biomassa seca da raiz (BFR) de alface crespa cultivar Verônica
submetida à diferentes parcelamentos da adubação nitrogenada e potássica
CCC (cm planta-
Fontes de
Variação
Bloco
Tratamento
Resíduo
CV (%)
BFC (g planta-1)
BSR (g planta-1)
QM
0,0020
0,0218**
0,0007
5,26
QM
5,30E-06
6,79E-05**
1,03E-06
5,91
1)
GL
4
3
12
QM
0,0005
0,0301**
0,0004
3,62
**Significativo pelo teste F, ao nível de 1% de probabilidade
A Tabela 3 mostra os valores médios
dos parâmetros avaliados de acordo com os
tratamentos aplicados. Para a circunferência
da cabeça comercial a realização de duas
adubações nitrogenada e potássica de
cobertura aos 15 e 30 DAT proporcionaram
valores superiores para este parâmetro. Já a
realização de uma ou três coberturas, não
diferiram significativamente entre si.
Tabela 3 - Valores médios da circunferência da cabeça comercial (CCC), biomassa fresca da cabeça
(BFC) e biomassa seca da raiz (BFR) de alface crespa cultivar Verônica submetida à
diferentes parcelamentos da adubação nitrogenada e potássica
Coberturas
SC
3C
2C
1C
CCC(cm planta-1)
48 c
61 b
66 a
59 b
BFC (g planta-1)
453,8
c
522,2
b
612,8
a
551,8
b
BSR (g planta-1)
2,7
d
3,4
b
3,9
b
4,5
a
*Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, ao nível 5% de
probabilidade
Para Ferreira (2002), a alface absorve
pouco nitrogênio na primeira metade do ciclo
de desenvolvimento, devido ao sistema
radicular ainda pouco desenvolvido. E
segundo o mesmo autor, a terceira e última
cobertura por estar próxima da colheita pode
não ter ser aproveitada pela cultura da alface,
devido ao curto período de tempo entre a
adubação e a colheita.
A ausência de adubação de cobertura
levou ao pior resultado para este parâmetro, o
que era de se esperar uma vez que toda a
necessidade de nitrogênio e potássio não foi
suprida por ocasião da adubação de plantio.
Segundo Resende et al. (2005), como a alface
é uma cultura composta basicamente de
folhas, esta responde muito à adubação
nitrogenada, sendo afetada quando na
ausência deste nutriente. Quanto ao potássio,
de acordo com Kanno et al. (2006), a
deficiência deste nutriente promove
a
redução no crescimento e da formação da
cabeça da alface. De acordo com Resende et
al. (2005), a deficiência de nitrogênio retarda
o crescimento da planta e induz a má
formação da cabeça. Portanto, o fornecimento
de nutrientes que proporcionem maior
circunferência da parte comercial (cabeça)
são desejáveis, já que esta é uma das
principais
características
da
alface,
considerando a preferência do consumidor
para a aquisição do produto (BUENO, 1998).
Foi
verificado
o
mesmo
comportamento entre a circunferência da
cabeça comercial e a biomassa fresca da
cabeça quando submetidas às variações do
número de adubações com nitrogênio e
potássio em cobertura.
Para o parâmetro biomassa fresca da
cabeça, Ferreira (2002) ao estudar várias
formas de adubação nitrogenada em alface
cultivar Elisa, constatou a menor produção de
massa seca quando não foi realizada a
cobertura, não diferindo estatisticamente da
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Comportamento da alface...
dose aplicada aos 30 dias após o transplantio.
Ainda foi observado, na ausência do
nitrogênio ou a aplicação de doses baixas
acarretam em menores produções; já a
aplicação de todo o nitrogênio de uma única
vez pode ter promovido a perda do nutriente,
principalmente por lixiviação. De acordo com
André et al. (2008), a aplicação parcelada do
nitrogênio se mostra como melhor alternativa
do que a aplicação da dose total em uma
única cobertura, devido a maior perda deste
nutriente por ocasião da aplicação da dose
total de fertilizante nitrogenado. Melgar et al.
(1991) relatam que a disponibilidade do
nitrogênio pode ser aumentada através de
aplicações parceladas durante o período de
crescimento das plantas uma vez que o
parcelamento melhora a absorção do
elemento pelas plantas e reduz suas perdas
por lixiviação pelo fato do sistema radicular
das plantas já estar desenvolvido.
No presente estudo, a aplicação de
uma única cobertura aos 15 DAT
proporcionou o segundo melhor desempenho
da circunferência comercial da cabeça e
biomassa fresca fresca da cabeça, sendo
significativamente
semelhante
a
três
coberturas. Este resultado está em acordo
com Rodrigues e Tannús (2009), que ao
estudarem variações nas épocas de adubação
nitrogenada no peso de cabeça da alface
crespa cultivar Verônica como forma de
redução do custo de produção não
encontraram
diferenças
significativas,
concluindo que se poderia aplicar todo o
nitrogênio em uma única cobertura aos 15
dias após o transplantio.
Para a biomassa seca da raiz a
aplicação de uma única adubação de
cobertura foi a que proporcionou o maior
valor médio (4,5 g planta-1), e diferiu
estatisticamente das demais coberturas
utilizadas. Batista e Monteiro (2006) relatam
que o nitrogênio exerce efeito determinante
no comprimento, superfície e produção de
massa seca de raiz. No entanto, não foi
encontrada correlação entre a biomassa seca
da raiz e a biomassa fresca da cabeça como
seria esperado. Somente na ausência de
adubação de cobertura é que estes dois
29
parâmetros se comportaram de maneira
semelhante, apresentando o pior desempenho.
CONCLUSÃO
Para a produção de alface crespa cv.
‘Verônica’
deve-se
utilizar
dois
parcelamentos da adubação nitrogenada e
potássica
sem
comprometimento
da
qualidade.
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