A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO ESTADO DO TOCANTINS: aspectos históricos, políticos, econômicos e sociais 1 Josiley Carrijo Rafael 2 Maria Helena Cariaga Silva Resumo: Com foco nos equívocos e acertos nos vinte anos de emancipação do Estado do Tocantins, que nasce praticamente junto com a política neoliberal no Brasil, que estabelecemos a temática da história e da presente realidade da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e sua implantação e execução nos municípios pólos do Estado do Tocantins, por entender que ainda temos muito a desvendar e a transformar, no tocante a execução de tal política na realidade social concreta do cenário tocantinense. Palavras-chave: Política de Assistência Social, SUAS, Tocantins. Abstract: With focus on mistakes and successes in the twenty years of emancipation of the State of Tocantins, which was born almost with the neoliberal policy in Brazil, which set the theme of history and present reality of the National Policy for Social Assistance (PNAS) and the Single System Social Assistance (SUAS) and its implementation and enforcement in the municipalities of the State of Tocantins poles, by understanding that we still have much to reveal and transform, on the implementation of such policy in the social reality of the concrete scenario tocantinense. Key words: Social assistance policy, SUAS, Tocantins. 1 2 Mestre. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: [email protected] Mestre. Universidade Federal do Tocantins. E-mail: [email protected] I. Introdução Ao analisarmos os vinte anos de criação do Estado do Tocantins, que apesar de nascer no cenário da redemocratização do Brasil, identificamos que o mesmo não traz consigo e não tem apresentado uma tradição progressista na forma e método de implantar as políticas sociais, em especial a política de assistência social. Política essa, que já tem na sua própria natureza os equívocos e a remetem a identidade de política pobre para a população pobre, e que a muito vem se caracterizando, afirmando e reafirmando como política executada por via da caridade e benesse. É pensando nos equívocos e acertos desse curto período de redemocratização, nos vinte anos de CF e de criação do Tocantins, e no acúmulo de barbáries desencadeadas pelo interesse perverso do grande capital, revestido e revitalizado a partir da segunda metade da década de 1970 pela onda neoliberal – que no Brasil vai ter sua desastrosa e imensurável infiltração política na transição da década de 1980 para 1990 – que estabelecemos a temática da história e da presente realidade da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e sua implantação e execução nos municípios pólos do Estado do Tocantins, por entender que após quatro anos da aprovação do seu novo texto, ocorrida em setembro de 2004 e aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, muito ainda temos a desvendar e a transformar, no tocante a execução de tal política na realidade social concreta do cenário tocantinense. Contudo, levando em consideração tal cenário, a presente pesquisa tem como objeto de estudo a história da política de assistência social e o processo de execução e materialização do novo formato político de atendimento a proteção social básica e especial na política de assistência social do Estado do Tocantins. Para tanto, algumas perguntas subsidiam o objeto de investigação em formato de questões norteadoras para realização e aprofundamento da referida pesquisa: qual o histórico da política de assistência social do Estado do Tocantins? A gestão da política foi conduzida pelo chamado primeiro-damismo? Qual seu efeito? Quais os programas e projetos estaduais desenvolvidos ao longo desse período? Qual a dimensão e complexidade da rede de proteção social básica e especial executada pelos CRAS e CREAS nos municípios pólos do Estado do Tocantins? Qual a consonância entre a realidade investigada com a proposta da PNAS? Como a questão orçamentária tem sido conduzida pelo Estado e pelos municípios? Qual a relevância do Controle Social estadual e municipal? O que vem se entendendo como proteção social básica e especial nos CRAS e CREAS dos municípios pólos do Estado do Tocantins? Existe transversalidade das políticas sociais nas ações desenvolvidas pelos CRAS e CREAS? Quais os efeitos causados com a concepção de matricialidade da família? Quais as demandas mais atendidas pela rede de proteção social básica e especial? Qual a metodologia de trabalho e gestão adotada nos CRAS e CREAS dos municípios pesquisados? Qual o perfil profissional dos profissionais que atuam no atendimento da proteção social básica e especial? O recorte da pesquisa, centrado na história e realidade da política de assistência social do Estado do Tocantins se justifica pelas inquietações desencadeadas nas disciplinas ministradas no curso de serviço social da UFT, onde percebe-se o desconhecimento sobre a PNAS por parte de uma parcela significativa do alunado, e conseqüentemente o desconhecimento sobre a execução da referida política nos municípios do Estado do Tocantins, somando elementos que por si só já denotam a relevância dessa proposta de investigação. Esses elementos tomam corpo mais denso no campo da justificativa se considerado a inexistência de pesquisas acadêmicas sobre tal realidade, e conseqüentemente ao fato de não contarmos no Estado do Tocantins com programas de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado, o que culmina na incipiente existência de grupos de pesquisas sobre política social e avaliação de políticas. Tornando emergente a necessidade de investimentos em pesquisas que possam trazer conhecimento sobre a realidade das políticas sociais no cenário tocantinense, fazendo desta pesquisa uma relevante investigação a ser capitaneada pela UFT e também uma excelente iniciativa para a criação e consolidação do Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre Estado, Sociedade e Política Social. II. Caminhos Metodológicos O processo de construção metodológica e dos caminhos trilhados e a serem percorridos para o desenvolvimento da pesquisa não devem ser frutos de escolhas e opções aleatórias ao posicionamento político do investigador, mas sim, uma conseqüência do olhar e da perspectiva analítica que está diretamente relacionada à posição política e a visão social de mundo, sociedade e homem (BEHRING & BOSCHETTI, 2006; LÖWY, 2003). Toda análise que envolve a reflexão e a avaliação do nosso cotidiano, tem embutido em sua essência uma intencionalidade e posicionamento político que remetem à disputa de projetos societários opostos, é por isso, que, “muitas vezes, o debate sobre a política social torna-se fortemente descritivo, com um volume excessivo de dados técnicos, os quais evidentemente não falam por si: requisitam a análise exaustiva de suas causas e interrelações, e das razões econômico-políticas subjacentes aos dados”. É justamente essa requisição que possibilita identificar o fenômeno como uma parte de um todo, e não como algo isolado. E, por meio dessa ação metodológica é que corrompemos com a ditadura da neutralidade tão forte nas ciências sociais, que procura fragmentar e transfigurar a análise da realidade social, pois “esse é uma procedimento que amiúde despolitiza a questão, transferindo-a para uma dimensão instrumental e técnica, e esvaziando-a das tensões políticas e societárias que marcam a formulação e a cobertura das políticas sociais” (BEHRING & BOSCHETTI, p.25-26, 2006). É no confronto da dimensão meramente instrumental e técnica que a presente pesquisa procura caminhar, pois defende-se que “o conhecimento é totalizante e a atividade humana, em geral, é um processo de totalização, que nunca alcança uma etapa definitiva e acabada” (KONDER, p.36, 1981). Assim, mesmo que o objeto ora apresentado demonstre uma vasta complexidade, o que se pretende conhecer por meio da investigação é entendido como uma parte de um todo, e não como um resultado imutável e não passivo de transformação. Dessa forma, sob a luz da dialética, o processo investigativo é entendido como um processo passivo de desconstrução e reconstrução constante, e, por isso seu desenvolvimento não se constitui em algo previamente determinado, mas sim planejado. Para tanto, o planejamento dessa pesquisa é constituído de etapas e procedimentos que se fundam na aproximação com a literatura existente sobre o tema a ser pesquisado e que já vem sendo desenvolvido desde o inicio da construção e elaboração do presente projeto. Dentre a bibliografia selecionada e a ser incluída, destacam-se autores clássicos da área do serviço social e das ciências sociais que discutem o tema e as categorias contempladas nesse processo de investigação. A pesquisa pretende compreender o total de cinco municípios do Estado do Tocantins (Miracema; Palmas; Gurupi; Araguaina e Porto Nacional), selecionados de forma aleatória pelas regiões que sediam campus da UFT, priorizando aqueles de mais fácil acesso nesse momento inicial da pesquisa, e podendo ser estendido a outros municípios ao longo do desenvolvimento da pesquisa. Incorporam-se ao processo de investigação o desenvolvimento de pesquisa documental, por meio de estudos das atas, relatórios, fichas diversas, pareceres, e demais documentos que possam contribuir para atingirem-se os objetivos propostos. Ainda no campo das técnicas de pesquisa, pretende-se utilizar o instrumental da entrevista aberta, a ser aplicada junto aos gestores e profissionais que atuaram e/ou atuam na gestão e execução da política de assistência social, assim como também, junto aos conselheiros que atuam dos conselhos estadual e municipais de assistência social. III. Reflexões Preliminares A definição do tema e objeto de estudo propostos pela pesquisa, remetem obrigatoriamente à apropriação da literatura dos principais intelectuais que tem se debruçado nos estudos relacionados a essa complexa temática, principalmente quando se defende e se analisa a realidade social pelo prisma da tradição critica. A ampliação das categorias e conceitos a serem adotados no processo investigativo transcende as limitações castradoras da neutralidade na intenção de abarcar todo o movimento do objeto investigado, numa perspectiva de totalidade conforme os parâmetros da dialética. Diante de tamanha desigualdade e disparidade nas relações determinadas pela lógica e interesse do capital, pode-se afirmar que: As políticas sociais e a formatação de padrões de proteção social são desdobramentos e até mesmo respostas e formas de enfrentamento – em geral setorializadas e fragmentadas – às expressões multifacetadas da questão social no capitalismo, cujo fundamento se encontra nas relações de exploração do capital sobre o trabalho (BEHRING & BOSCHETTI, p. 51, 2006). Nesse contexto é imprescindível compreender o significado do Estado enquanto agente regulador das contradições inerentes ao modo de produção capitalista. Portanto, o Estado sustentado pelo princípio do trabalho como mercadoria e sua regulação pelo livre mercado, conforme preconizado pelo ideário liberal vai possibilitar a compreensão de que: [...] a resposta dada à questão social no final do século XIX foi sobretudo repressiva e apenas incorporou algumas demandas da classe trabalhadora, transformando as reivindicações em leis que estabeleciam melhorias tímidas e parciais nas condições de vida dos trabalhadores, sem atingir, portanto, o cerne da questão social (BEHRING & BOSCHETTI, p. 63, 2006). Essas medidas expressam uma espécie de administração da questão social, por via de estratégias de contenção da rebeldia da classe trabalhadora, sob “o reconhecimento de direitos sem colocar em xeque os fundamentos do capitalismo”, desenvolvendo ações caritativas e de efeito pontual e reformador. Assim, podemos analisar o processo evolutivo de concessão e conquista de direitos por parte da classe trabalhadora, que vai culminar na constituição das políticas sociais nos diferentes locais do globo terrestre. O surgimento das políticas sociais foi gradual e diferenciado entre os países, dependendo dos movimentos de organização e pressão das classe trabalhadora, do grau de desenvolvimento das forças produtivas, e das correlações e composições de força no âmbito do Estado. Os autores são unânimes em situar o final do século XIX como o período em que o Estado capitalista passa a assumir e a realizar ações sociais de forma mais ampla, planejada, sistematizada e com caráter de obrigatoriedade (BEHRING & BOSCHETTI, p. 64, 2006). Porém, como muito bem sinalizam as autoras acima, o desenvolvimento das políticas sociais vai ser diferenciado entre os países, e essa diferença é demarcada pela história política de cada nação, e pelo processo de conscientização e organização da classe trabalhadora e negação da condição de subalternidade e explorados. É precisamente na transição do século XIX para o século XX, que se verifica a ampliação das políticas sociais e que se pode notar nos países desenvolvidos o aparecimento de forma mais clara da concepção de proteção social obrigatória ao trabalhadores, sob a responsabilidade estatal, surgindo alguns termos que expressavam esse comprometimento por parte do Estado, como por exemplo: Estado Social (conforme definição de Castel para se referir ao modelo francês); Estado providencial (conceito francês – Etat Providence); e Welfare State (no modelo inglês). É importante destacar que essa explanação e análise sobre o processo de surgimento e amadurecimento das políticas sociais, necessita de maior riqueza de detalhes e observações, contudo, mediante o pouco espaço para esse exercício, o que apresento nesse documento é uma breve síntese do processo evolutivo da política social, para compreender-se na atualidade o atual formato da política de assistência social, não desmerecendo e desvalorizando as contradições existentes nesse processo histórico. Particularmente no Brasil, pode-se verificar que o surgimento de legislação social só vai ocorrer após a proclamação da República em 1889, e no decorrer do século XX observase um avanço considerável de conquistas, que não vou destacar nesse momento, por necessitar de demasiado espaço em virtude da riqueza de acontecimentos que demarcam as décadas que constituem o período da “Era dos Extremos” conforme definição de Hobsbawm (1999). Dando um longo salto para o final do século XX, pode-se verificar um dos momentos mais importantes no tocante ao debate sobre as políticas sociais na realidade brasileira, pois após duas décadas de ditadura e de inúmeras perdas da classe trabalhadora, é nesse momento histórico que se inicia a chamada redemocratização e elaboração da nova carta constitucional que vai ser promulgada em 1988, tendo como cenário econômico e político mundial, o gradativo crescimento das largas ondas neoliberais e o declínio do estado social. Com isso, vamos verificar no Brasil a constituição de um pacto de seguridade social pensado e executado às avessas, e com graves problemas para os seus usuários em potencial, pois entendendo a seguridade social como um sistema de proteção integrado e universal, e após vinte anos da aprovação da CF/1988, o que se pode afirmar é que tal proposta não se efetivou nem do ponto de vista da sua organização administrativa e financeira, nem do ponto de vista do acesso (BOSCHETTI, 2006). Os problemas em torno da efetividade da seguridade social brasileira se massificam na medida em que o Estado capitalista passa a ampliar o campo de ação da Assistência Social ao mesmo tempo em que desconstrói e impossibilita o acesso à saúde e à previdência social públicas, pois [...] as políticas que integram a seguridade social brasileira longe de formarem um amplo e articulado mecanismo de proteção, adquiriram a perversa posição de conformarem uma unidade contraditória: enquanto avançam a mercantilização e privatização das políticas de saúde e previdência, restringindo o acesso e os benefícios que lhes são próprios, a assistência social se amplia, na condição de política não contributiva, transformando-se num novo fetiche de enfrentamento à desigualdade social, na medida em que se transforma no principal mecanismo de proteção social no Brasil (MOTA, p.133-134, 2008). Essa centralidade da política de Assistência Social e o estatuto que ela assume no conjunto da seguridade social é apontada por Mota (2008) como uma espécie de “Mito da Assistência Social”, em decorrência da forma como as classes dominantes e o Estado neoliberal estão tratando o processo de pauperização da população brasileira, ou seja, por meio único e exclusivo de “políticas compensatórias , como é o caso da Assistência Social, o Estado brasileiro define sua principal estratégia de enfrentamento da questão social”, pautado na despolitização e alienação da classe trabalhadora com foco nos efeitos perversos que a transferência de renda como fim e como meio podem causar, pois “o que se coloca no horizonte é o apagamento da referência do trabalho em prol da renda como meio de acesso ao consumo” (idem). IV. Considerações Com vinte anos de emancipação política o Estado do Tocantins, caçula no território brasileiro, ainda não implantou em seus principais municípios (entendidos como pólos) o SUAS, esses e outros inúmeros problemas se colocam no debate contemporâneo acerca do papel e responsabilidade que a política de Assistência Social se insere nesse iniciar do século XXI. E apontam sobretudo a necessidade da realização e investimentos em pesquisas na área da seguridade social e da política social como um todo, no sentido de desmistificarmos aquilo que não é passível de ser analisado a olhos nus, principalmente tratando-se de análise de processos e relações sociais em tempos de incansável “contra-reforma” do Estado, em que as barbáries desencadeadas pelos interesses unilaterais do grande capital parecem gritar: “decifra-me ou devoro-te”. V. Bibliografia BEHRING, Elaine. Política Social no capitalismo tardio. São Paulo: Cortez, 1998. BOSCHETTI, Ivanete. 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