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Testes de Estresse para Risco de Liquidez
O caso do sistema bancário brasileiro
Benjamin M. Tabak, Solange M. Guerra, Rodrigo C. Miranda e Sérgio Rubens S. Souza
Banco Central do Brasil – Working Paper Series 302
Dezembro de 2012
ÍNDICE
(1). IMPACTOS DA CRISE DO SISTEMA BANCÁRIO
(2). EFEITOS HETEROGÊNEOS DOS CHOQUES DE LIQUIDEZ
(3). TESTES DE ESTRESSE DE LIQUIDEZ DO BANCO CENTRAL
(4). ABORDAGEM DOS BANCOS
(5). SUMÁRIO DAS CONCLUSÕES
(1). IMPACTOS DA CRISE DO SISTEMA BANCÁRIO
• 2008
Forte queda no nível de liquidez do sistema;
Correlação negativa entre o aumento de volatilidade na
taxa de juros e no câmbio com o nível de liquidez do
• 2009/2010
sistema.
Nível elevado dos ativos líquidos, com o retorno ao
padrão pré-crise;
• 2011
O índice permanece em nível elevado, mesmo com
o choque negativo provocado pelo crescimento da
volatilidade da taxa de juros e de câmbio.
Fonte: Banco Central / Relatório de Estabilidade Financeira, março 2012.
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(1). IMPACTOS DA CRISE DO SISTEMA BANCÁRIO
•
2005/07
Depósitos apresentaram uma tendência declinante como fonte de
funding;
•
2008
Como reflexo da crise internacional, há a redução dos fundos de
origem externa;
•
2009/11
Parcela dos depósitos a vista reduziu de 10% em Dez/09 para 7,8% em
Dez/11;
•
2008/11
Três tipos de depósitos responderam por mais de 60% do funding;
•
2011
Parcela das Letras financeiras é responsável pelo alongamento do
perfil das operações passivas.
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(2). EFEITOS HETEROGÊNEOS DOS CHOQUES DE LIQUIDEZ
ASSIMETRIAS NA DISTRIBUIÇÃO DE LIQUIDEZ
GRANDES BANCOS
Fontes mais diversificadas / Maior acesso aos depósitos de
varejo / Menor risco de liquidez / Maior atratividade para as
Letras financeiras
BANCOS DE MENOR PORTE
Fontes não tão diversificadas / Maior concentração nos
depósitos a prazo / Papel relevante dos investidores
institucionais e das cessões de crédito
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(2). EFEITOS HETEROGÊNEOS DOS CHOQUES DE LIQUIDEZ
• O pico do contágio ocorreu no período set/07
– nov/07;
• Considerado
o
controle
de
capital,
as
instituições financeiras estrangeiras foram
as mais impactadas pelo contágio.
• O Flight to quality fica evidenciado nos testes
econométricos que avaliam o efeito contágio;
• Os resultados indicam que os bancos mais afetados
são os de menor porte.
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(3). TESTES DE ESTRESSE DO BANCO CENTRAL
•
Monitoramento de risco inclui o acompanhamento contínuo das instituições sistemicamente importantes e o teste de estresse para o risco de liquidez;
•
Para cada instituição, consideram-se as diferentes classes de ativos e de fundos levantados, mas não se leva em conta as inter-relações entre as
instituições, resultando em um índice individual de liquidez de curto prazo (similar ao LCR de Basileia III);
•
Testes servem para fins de supervisão e definir políticas públicas apropriadas para atenuar os choques (ex: a criação do DPGE).
ÍNDICE DE LIQUIDEZ =
LIQUIDEZ TOTAL
NECESSIDADE ESTIMADA DE LIQUIDEZ
Liquidez total
Necessidade estimada de liquidez
Recursos líquidos disponíveis para honrar o fluxo de caixa estressado dos
Estimativa do montante de recursos que as instituições necessitariam
próximos 30 dias.
dispor no horizonte de 30 dias, sob o cenário de estresse.
Ativos de alta liquidez: Títulos públicos federais, excedente de garantias
Perfil dos depósitos: estima o valor necessário para cobrir a possibilidade
em bolsas, ações Ibovespa, cotas de fundos de investimento, folga de caixa
de saque de clientes;
e margem de compulsório:
Resgate antecipado: estimativa do valor necessário para cobrir a
Compulsório liberado: montante de depósito compulsório que será
possibilidade de solicitação de resgate antecipado das posições passivas
retornado à instituição em decorrência da saída de depósitos estimada no
efetuadas com as três maiores contrapartes de mercado.
fluxo de caixa estressado;
Estresse de mercado: estima o valor necessário para cobrir perdas
Recursos suplementares: outras opções para realização de caixa no
decorrentes do impacto de oscilações de mercado nas posições de ativos
horizonte do cenário incluem títulos privados, cotas de fundos menos
líquidos ou naquelas que podem gerar saída de recursos da instituição.
líquidas, Potencial para cessão de créditos e disponibilidades no exterior.
Fluxo contratado: vencimentos e ajustes de posições em derivativos e
posições ativas e passivas com agentes de mercado, com vencimento
dentro do horizonte do cenário.
Demais passivos e obrigações: resgate de outras posições passivas e
obrigações não monitoradas diariamente.
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(4). ABORDAGEM DOS BANCOS
•
Pesquisa realizada junto a 46 bancos;
•
Objetivo: Compreensão dos métodos e cenários que
os bancos usam em suas análises;
•
Maior parte das IFs iniciaram os seus testes após
2008;
•
Todos exceto um quantificam a tolerância do risco de
liquidez 17 por um sistema de limites por ano;
•
Bancos argumentam que o risco de liquidez é a
segunda fonte de risco mais importante, atrás apenas
do risco de crédito;
•
Para maior parte das instituições, o horizonte temporal
varia entre 4 semanas e 3 meses;
•
A maior parte das instituições (15) utilizam vários
cenários para a análise de estresse . Um número
considerável
de instituições (13) usam uma
combinação de cenários adversos e idiossincráticos;
•
Principais origens de estresse: redução no preço dos
ativos, aumento nas chamadas de margens e
colaterais, aumento na inadimplência, redução no
acesso às fontes de financiamento,
queda nos
depósitos, o não refinanciamento dos passivos e a
utilização das linhas de crédito previamente
aprovadas.
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(5). SUMÁRIO DAS CONCLUSÕES
•
A crise financeira teve impacto global e o risco de liquidez cresceu consideravelmente;
•
Medidas macroprudenciais ajudaram que o sistema bancário readquirisse confiança e permitiram a elevação da
liquidez do sistema em um ambiente com riscos adicionais;
•
Graças às medidas macroprudenciais e à supervisão e regulação conservadora, o sistema bancário nacional foi
pouco impactado;
•
O movimento flight to quality nos depósitos a prazo produziu impactos heterogêneos dos choques, conforme o
porte e tipo de controle;
•
As medidas do Banco Central em moeda local e externa ajudaram a superação do problema de liquidez;
•
A pesquisa junto às instituições mostrou que o risco é a segunda fonte mais importante de risco;
•
Maior parte dos bancos utiliza uma combinação das condições de mercado adversas e cenários de choque
idiossincráticos;
•
Instituições não oferecem uma medida única de liquidez, mas têm preferência pela medida relativa ao fluxo de
caixa.
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(5). ABORDAGEM DOS BANCOS
•
Instituições usam mais do que uma abordagem para apurar a exposição ao risco de liquidez. O modelo mais
utilizado é o descasamento do fluxo de caixa;
•
Como vantagens para essa metodologia têm-se a flexibilidade , simplicidade e a visão geral do risco;
•
Os bancos são relutantes em divulgar os resultados dos testes de estresse. Embora a maioria dos bancos
concorde que a divulgação melhora a disciplina de mercado na gestão de risco de liquidez, os bancos
concordam fortemente (19) ou concordam (8) que os resultados dos testes de estresse de liquidez não podem ser
interpretados sem uma compreensão detalhada dos cenários e as considerações subjacentes.
09
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