O QUE É A DIALÉTICA Nome Dialética - dialektkḗ Nascimento Aprox. VI a.C. Naturalidade Grécia Gênero Filosofia Conceito / Estética Em sentido bastante genérico, oposição, conflito originado pela contradição entre princípios teóricos ou fenômenos empíricos. No platonismo, processo de diálogo, debate entre interlocutores comprometidos com a busca da verdade, através do qual a alma se eleva, gradativamente, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis ou ideias. No aristotelismo, raciocínio lógico que, embora coerente em seu encadeamento interno, está fundamentado em ideias apenas prováveis, e por esta razão traz em seu âmago a possibilidade de ser refutado. No kantismo, raciocínio fundado em uma ilusão natural e inevitável da razão, que por isto permanece no pensamento, mesmo quando envolvido em contradições ou submetido à refutação. No hegelianismo, lei que caracteriza a realidade como um movimento incessante e contraditório, condensável em três momentos sucessivos (tese, antítese e síntese) que se manifestam simultaneamente em todos os pensamentos humanos e em todos os fenômenos do mundo material. No marxismo, versão materialista da dialética hegeliana aplicada ao movimento e às contradições de origem econômica na história da humanidade. “Dialética era, na Grécia antiga, a arte do diálogo. Aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão. [...]. Na acepção moderna, entretanto, dialética significa outra coisa: é o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em permanente transformação. [...]. No sentido moderno da palavra, o pensador dialético mais radical da Grécia antiga foi, sem dúvida, Heráclito de Efeso (aprox. 540-480 a.C.). Nos fragmentos deixados por Heráclito, pode-se ler que tudo existe em constante mudança, que o conflito é o pai e o rei de todas as coisas. Lê-se também que vida ou morte, sono ou vigília, juventude ou velhice são realidades que se transformam umas nas outras. O fragmento nº 91, em especial, tornou-se famoso: nele se lê que um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio. Por quê? Porque da segunda vez não será o mesmo homem e nem estará se banhando no mesmo rio (ambos terão mudado). [...]. Aristóteles, por exemplo, um pensador nascido mais de um século depois da morte de Heráclito, reintroduziu princípios dialéticos em explicações dominadas pelo modo de pensar metafísico. Embora menos radical do que Heráclito, Aristóteles (384-322 a.C.) foi um pensador de horizontes mais amplos que o seu antecessor; e é a ele que se deve, em boa parte, a sobrevivência da dialética. Aristóteles observou que nós damos o mesmo nome de movimento a processos muito diferentes, que vão desde o mero deslocamento mecânico de um corpo no espaço, desde o mero aumento quantitativo de alguma coisa, até a modificação qualitativa de um ser ou o nascimento de um ser novo. Para explicar cada movimento, a gente precisa verificar qual é a natureza dele. Segundo Aristóteles, todas as coisas possuem determinadas potencialidades; os movimentos das coisas são potencialidades que estão se atualizando, isto é, são possibilidades que estão se transformando em realidades efetivas. Com seus conceitos de ato e potência, Aristóteles conseguiu impedir que o movimento fosse considerado apenas uma ilusão desprezível, um aspecto superficial da realidade; graças a ele, os filósofos não abandonaram completamente o estudo do lado dinâmico e mutável do real. [...]. Elementos de dialética se achavam já, também, nas reflexões do inquieto Montaigne (1533-1592), no Século XVI. Montaigne dizia, por exemplo: "Todas as coisas estão sujeitas a passar de uma mudança a outra; a razão, buscando nelas uma subsistência real, só pode frustrar-se, pois nada pode apreender de permanente, já que tudo ou está começando a ser - e absolutamente ainda não é – ou então já está começando a morrer antes de ter sido" (Essais, 11, 12). [...]. Há, porém, uma exceção; ó maior dos filósofos iluministas é também o autor de uma obra rica em observações de grande interesse para a concepção dialética do mundo: Denis Diderot (1713-1784). Diderot compreendeu que o indivíduo era condicionado por um movimento mais amplo, pelas mudanças da sociedade em que vivia. "Sou como sou" - escreveu ele - "porque foi preciso que eu me tornasse assim. Se mudarem o todo, necessariamente eu também serei modificado." E acrescentou: "O todo está sempre mudando". Existem inúmeras definições e formas de entender a dialética, pois sua aplicação pode conter dos mais diversos exemplos – muitas vezes resgatados da realidade qual o indivíduo está inserido –, o que dificulta sua compreensão. Por isso vale perceber que ela (a dialética) é, de modo genérico, um conceito que pode ser identificado quando há a sugestão de mudança, transformação ou possibilidade de. A dialética pode ser reconhecida quando, durante um diálogo, identificarmos três elementos básicos – trazidos do filosofo Johann Gottlieb Fichte – que são a tese, antítese e a síntese (caracterizada como uma terceira tese). Exemplo prático: Interlocutor 1 diz algo (TESE) Interlocutor 2 diz algo que contradiz (ou complementa) o interlocutor 1 (ANTITESE) Resultado = Síntese (TESE) Interlocutor 1 ou 2 diz algo que contradiz (ou complementa) a síntese identificada (ANTITESE). E, assim, sucessivamente. Obras / Estudos Principais pensadores - Zênon de Eléa (aprox. 490-430 a.C.) - Sócrates (469-399 a.C.) - Heráclito de Efeso (aprox. 540-480 a.C.) – e seus fragmentos - Aristóteles (384-322 a.C.) Registros Sócrates (469-399 a.C.) Heráclito de Efeso (aprox. 540-480 a.C.) Aristóteles (384-322 a.C.) “91. IDEM: Em rio não se pode entrar duas vezes no mesmo, segundo Heráclito, nem substância mortal tocar duas vezes na mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança dispersa e de novo reúne (ou melhor, nem mesmo de novo nem depois, mas ao mesmo tempo) compõe-se e desiste, aproxima-se e afasta-se”. Fragmento 91 de Heráclito. Referências APRENDENDO, Infoescola – Navegando e. Dialética. Disponível http://www.infoescola.com/filosofia/dialetica/. Acesso em 3 de agosto de 2016 às 11h40min. em: GOOGLE. Web search. Disponível em: https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chromeinstant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=dial%C3%A9tica. Acesso em 3 de agosto de 2016 às 11h30min. KONDER, Leandro. O que é dialética. Ed. Brasiliense – 25ª edição. Disponível em: http://araguaia2.ufmt.br/professor/disciplina_arquivo/16/20110814530.pdf. Acesso em 3 de agosto de 2016 às 11h00min. LAIFI. História da Filosofia. Disponível em: http://www.laifi.com/laifi.php?id_laifi=501&idC=70548#. Acesso em 3 de agosto de 2016 às 12h20min. SOUZA, Geraldo Lopes de. Dialética – Resumo histórico e conceituação – p.1. Disponível em: file:///C:/Users/ayron/Downloads/5396-17135-1-PB.pdf. Acesso em 3 de agosto de 2016 às 12h10min.