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CLÍNICA, CIRURGIA E TERAPÊUTICA
CLINIC, SURGERY AND THERAPY
Resumos
13º Congresso Brasileiro de Hansenologia
13 th Brazilian Leprosy Congress
21 a 25 de novembro de 2014
November 21-25, 2014
Curitiba-Paraná-Brasil
INFECÇÃO ORAL COMO FATOR DE RISCO PARA O CURSO CLÍNICO DA HANSENÍASE.
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Camila Sano VIEIRA , Márcio Cesar do Reino GAGGINI , Laís Pereira de QUEIROZ , Rubia Carla da Cunha
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SANTANA , Sandra Simão ROBLES .
Universidade Camilo Castelo Branco
(1-4)
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, Prefeitura Municipal de Fernandópolis .
Introdução: Hanseníase é uma moléstia infectocontagiosa crônica, com manifestações variadas, que tem como
agente causador o Mycobacterium leprae. A resposta imune do organismo aos microrganismos do biofilme dental
pode ser protetora, destrutiva ou ambas; contribuindo para a variedade de alterações teciduais vistas na doença
periodontal e cárie. A infecção oral pode induzir uma hiperestimulação do sistema imune através da liberação de
citocinas inflamatórias, sendo possível que esse processo infeccioso possa induzir exacerbar ou manter as reações
da hanseníase. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a possibilidade dos processos inflamatórios que
acometem a cavidade oral em induzir, exacerbar ou manter as reações da hanseníase. Materiais e Métodos: O
estudo foi realizado em um Centro de atendimento de doenças infecciosas. Foram avaliados 16 indivíduos, todos
com casos comprovados de hanseníase. Resultados: Os pacientes foram divididos em dois: o primeiro grupo (grupo
I) com pacientes que apresentavam infecção oral e um segundo grupo (grupo II) livre dessas infecções. No grupo I foi
avaliada a presença de lesões de cárie, dentes perdidos e doença periodontal. Dois dos 16 indivíduos avaliados
foram excluídos do estudo por motivo de ausência dentária. No final foram considerados 14 indivíduos. O Grupo I
apresentou 10 indivíduos com infecções orais, sendo 4 homens e 6 mulheres, destes 57% tem algum nível de
doença periodontal e 43% não possui esta patologia. Com relação à doença carie, 50% dos indivíduos apresentou
pelo menos um dente cariado e destes 28% possuíam 5 dentes cariados, 50% tinham dentes hígidos. Em se
tratando do número de dentes perdidos, 3 indivíduos possuem até 8 elementos ausentes, quatro com até 16 e quatro
com até 24, sendo que três não apresentaram perda dental. O Grupo II apresentou quatro indivíduos. Os pacientes
do grupo I com diagnóstico de infecção oral apresentaram surtos reacionais durante a terapia, sendo importante
achado quando comparado com a população geral em tratamento com hanseníase. Conclusão: No presente estudo,
a maioria dos indivíduos era portador de afecções orais concomitantes a hanseníase. A resposta imune na doença
periodontal, cárie e hanseníase têm o mesmo princípio de funcionamento, pois são doenças cujo agente etiológico é
bacteriano. Nessas doenças há uma participação efetiva de diferentes tipos celulares como: macrófagos, linfócitos T
e B e células dendríticas. Essas infecções induzem a produção intracelular de citocinas como interferon gama que
ativa macrófagos e, conduz a ativação de células T modulado pela IL-2, IL-12 e IL-18 resultando no controle da
infecção ou manutenção da sua cronicidade. Assim, os resultados sugerem que exista um sinergismo na infecção
oral com os surtos reacionais da hanseníase, determinado pela exacerbação da resposta inflamatória.
Palavras Chave: Hanseníase; Surtos reacionais; Infecção oral.
Hansen Int. 2014; 39(Suppl 1): 39
ISSN: 1982-5161 (on-line)
Hansenologia Internationalis
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