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Diretrizes Assistenciais
Diretriz baseada em evidências para o diagnóstico
e o tratamento da primeira infecção do trato
urinário em crianças de 2 meses a 12 anos
Março - 2012
Versão eletrônica atualizada em
Maio – 2012
Autor
Dr. Henrique Monteiro Neto
Data
27/03/12
Versão
1
Participantes
Dra. Benita Galassi Soares Schvartsman
Dra. Adriana Vada Souza Ferreira
Dra. Gaby Cecília Yupanqui Guerra Barboza
Dra. Luciana dos Santos Henriques Sakita
Dr. Nelson Akamine
Dr. Flávio Rocha Brito Marques
Núcleo de Pediatria Baseada em Evidências
Introdução
Infecção do trato urinário (ITU) afeta até 10% das crianças. É a
infecção bacteriana invasiva mais comum em crianças no mundo
inteiro. Pielonefrite aguda pode levar a cicatriz renal, hipertensão
e insuficiência renal crônica.
qualidade de
evidência
A. ECR bem
desenhados ou
estudos dx em
população
relevante
B. ECR ou estudos
dx com limitações
menores
C. estudos
observacionais
(caso-controle,
coorte)
D. opinião de
especialista, relato
de caso
X. situações
excepcionais onde
estudos de
validação não
podem ser
realizados
preponderância de
benefício ou dano
balanço entre
benefício e dano
recomendação forte
Opção
recomendação
Opção
recomendação
opção
opção
nenhuma
recomendação
recomendação
Objetivos
Aumentar o uso de critério diagnóstico apropriado
Aumentar o uso de terapia antimicrobiana apropriada
Evitar sequelas
População-alvo
crianças de 2 meses a 12 anos de idade com um primeiro
episódio presumido ou definitivo de ITU
População excluída
cateteres urinários
anomalias geniturinárias conhecidas
doença renal subjacente
imunodeficiências ou em uso de imunodepressores
sepse grave/choque séptico ou outras comorbidades graves
antecedente de pielonefrite ou cistite
balanopostite, vulvovaginite, leucorréia ou exulceração perineal
Definições/Considerações para o Diagnóstico
fatores de risco
individuais: meninas
raça branca
idade <1 ano
temperatura >38,5°C
febre >48 horas
ausência de outra fonte
de infecção
fatores de risco
individuais: meninos
raça não negra
febre >38,5°C
febre >24 horas
ausência de outra
fonte de infecção
probabilidade de
ITU
<1%
número de
fatores presentes
<2
<2%
<3
probabilidade
de ITU
<1%
<2%
número de fatores
presentes
não
circuncid
circuncidado
ado
*
<2
0
<3
Avaliação Laboratorial
É recomendada coleta de amostra de urina para análise
microscópica ou fita urinária + bacterioscopia + cultura para o
diagnóstico de ITU
Indicações
Crianças de 2 meses a 2 anos com febre sem sinais localizatórios
(FSSL) >37,5°C que necessitem terapia antimicrobiana imediata
(cateterização vesical ou PSP)
qualidade de evidência: A; recomendação forte
Crianças de 2 meses a 2 anos com FSSL >37,5°C fora do grupo de
baixo risco (<1-2%) para ITU (cateterização vesical ou PSP)
qualidade de evidência: A; recomendação forte
Crianças de 2 a 3 anos com FSSL >38,5°C
Meninas e meninos não circuncidados >2 anos com qualquer dos
sintomas: dor abdominal, dor nas costas, disúria, polaciúria,
incontinência urinária de início recente
Meninos circuncidados >2 anos com sintomas urinários múltiplos
Método de Coleta
Cateterização ou aspiração supra-púbica são os métodos
preferidos em crianças sem controle esfincteriano
Coleta limpa é o método preferido em crianças com controle
esfincteriano
Recomenda-se não usar urina obtida por saco coletor para cultura
Amostras de urina de saco coletor podem ser usadas como
triagem
Esta abordagem não é recomendada para pacientes considerados
suficientemente doentes para necessitar antibimicrobiano
imediato
Diagnóstico
ITU Presumida
esterase leucocitária positiva e/ou
nitrito positivo e/ou
piúria >10.000/mL e/ou
bacteriúria
ITU Definitiva
Bacteriúria significante de uma única espécie uropatogênica em
paciente com piúria
qualidade de
evidência C; recomendação
A definição de bacteriúria significante depende do método de
coleta:
coleta limpa: >100.000 UFC/mL
cateter: >50.000 UFC/mL
supra-púbica: >50.000 UFC/mL
Recomendações para o tratamento
No diagnóstico presumido de ITU é recomendado tratar
empiricamente após obtenção de amostra adequada de urina para
cultura
Tratamento ambulatorial pode ser feito com antimicrobiano oral
ou antimicrobiano parenteral seguido de oral
qualidade de evidência A; recomendação forte
Tratamento poderá ser mantido por 5 a 7 dias nas crianças >2
anos sem febre
Tratamento poderá ser mantido por 7 a 14 dias nas crianças >2
anos com febre ou <2 anos
qualidade de
evidência B; recomendação forte
Crianças tratadas inicialmente com antimicrobiano parenteral
devem usá-lo pelo menos até apresentar melhora clínica ou
tolerar medicações orais (geralmente 24 a 48 horas)
qualidade de evidência B; recomendação
Após, pode ser realizada mudança para antimicrobiano oral para
completar 7 a 14 dias
qualidade de
evidência B; recomendação
Antimicrobiano oral inicial deve ser cefuroxima (ciprofloxacino em
caso de alergia a penicilina/cefalosporina).
Antimicrobiano parenteral inicial deve ser ceftriaxona (amicacina
em caso de alergia a penicilina/cefalosporina)
Indicações de internação
Necessidade de hidratação intravenosa
Ausência de seguimento ambulatorial adequado
Falha em responder à terapia ambulatorial
Médico ou família desconfortável com o manejo ambulatorial
Indicadores
Major: número de culturas de urina por cateterização
vesical/coleta limpa/aspiração supra-púbica em crianças <2 anos
de idade/número de culturas de urina em crianças <2 anos de
idade
Minor: número de pacientes com diagnóstico de itu com
prescrição de cefuroxima/número de pacientes com diagnóstico
de itu
Fluxograma
Bibliografia
Pediatrics 2011; 128:595
Cochrane Database Syst Rev 2007; CD003772
Nota: Estas recomendações resultaram da revisão crítica da
literatura e de práticas atuais, e não tem a intenção de impor
padrões de conduta, mas ser um instrumento na prática
clínica diária. O médico, frente ao seu paciente (inclusive
considerando as opiniões deste), deve fazer o julgamento a
respeito da decisão de tratamento ou das prioridades de
qualquer
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