CAMARGO FP; FILHO WPC. de 2008. Produção denotomate mesa no contribuição Brasil, 1990-2006: da área e da produtividade. Produção tomate de mesa Brasil,de 1990-2006: da áreacontribuição e da produtividade Horticultura Brasileira 26:S1018-S1021. PRODUÇÃO DE TOMATE DE MESA NO BRASIL, 1990-2006: CONTRIBUIÇÃO DA ÁREA E DA PRODUTIVIDADE Felipe Pires de Camargo; Waldemar Pires de Camargo Filho Instituto de Economia Agrícola, Av: Miguel Stéfano 3900, 04301 – 903, São Paulo – SP; e-mail: [email protected]; [email protected] RESUMO ABSTRACT O estudo apresenta os principais estados brasileiros produtores de tomate para consumo e para indústria separadamente, analisa a evolução da produção de tomate de mesa no Brasil no período 1990 a 2006 e as contribuições da área e da produtividade para a expansão da produção. O tomate para indústria é produzido em Goiás (62%), em São Paulo (20%), em Minas Gerais (16%) e no Nordeste (2%). O tomate para mesa é produzido nas regiões Sudeste (56%), Sul (19%) e os 24% restantes em outros estados. A produção de tomate para mesa correspondeu a 60% da produção total no Brasil no biênio 2005-2006, que atingiu 2,4 milhões de toneladas por ano. A contribuição da produtividade foi de 63,78% e da área de 36,22% para expansão da produção. Nesse período, a produtividade aumentou cerca de 31%,mostrando adoção tecnológica na produção. Production of fresh tomato in Brazil, 1990-2006: contribution of the area and productivity The study presents the main Brazilian states producers of tomatoes for consumption and for industry separately, analyzes the evolution of fresh tomato production in Brazil in the period 1990 to 2006 and contributions of the area and productivity for the expansion of production. The tomato for industry is produced in Goias (62%), Sao Paulo (20%), Minas Gerais (16%) and the Northeast (2%). Fresh tomato is produced in the regions South-East (56%), South (19%) and the remaining 24% in other states. The production of fresh tomato corresponded to 60.0% of total production in Brazil in the biennium 2005-2006, which reached 2.4 million tonnes per year. The contribution of productivity was 63.78% and 36.22% of the area for expansion of production. In that period, productivity increased by around 31%, showing adoption technology in production. PALAVRAS -CHAVE: Lycopersicon esculetum Mill, regiões, rendimento. KEYWORDS: Lycopersicon esculetum Mill, regions, yield. INTRODUÇÃO A produção mundial de tomate Lycopersicon esculetum Mill, em 2006, foi de 4,6 milhões de toneladas, produzidas em 125,5 milhões de hectares (FAO, 2006). No biênio 1999-2000 a quantidade produzida foi de 103,2 milhões de toneladas sendo 28,3% destinadas ao processamento industrial. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 S 1018 Produção de tomate de mesa no Brasil, 1990-2006: contribuição da área e da produtividade A produção de tomate teve evolução significativa nas últimas duas décadas, constituindose em duas cadeias produtivas distintas, desde o cultivo, processamento, até a distribuição ao consumidor final. (Camargo et al, 2006a). O foco deste trabalho é o tomate de mesa para consumo in natura, tendo como objetivos a descrição das principais regiões produtoras, análises da evolução da produção e da contribuição da área e da produtividade para a expansão da produção, no período 1990 a 2006. MATERIAL E METÓDO O material consiste nas informações estatísticas de área e produção, que foram obtidas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE (2007), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 2007) e do Instituto de Economia Agrícola (IEA, 2007). Para calcular a contribuição da produtividade e da área, para expansão da produção de tomate, o método foi conforme o procedimento descrito em Vera Filho & Tollini (1979), considerando o período 1990 a 2006. A planilha de produção de tomate de mesa foi elaborada subtraindo-se, do total publicado pelo IBGE, a área e a produção do tomate industrial. Inicialmente foram estimadas as taxas geométricas de crescimento e em seguida calculadas as contribuições da área e da produtividade para o acréscimo da produção, que são dadas pelas fórmulas: CA = (Ta/Tp) x 100; CP= (Tp - Ta) / (Tp) x 100; onde: CA = contribuição da área; CP = contribuição da produtividade; Ta = taxa geométrica média anual de crescimento da área; Tp = taxa geométrica média anual de crescimento da produção. RESULTADOS E DISCUSSÃO O tomate é o produto olerícola de maior difusão de uso no mundo para consumo fresco ou processado, juntamente com a batata, a cebola e o alho. Para o tomate industrial, a produção é realizada com preços previamente acordados em contratos entre produtores e industriais, enquanto que para o tomate de mesa o mercado é livre, com forte estacionalidade de preços e quantidades, cujo canal principal de distribuição no Brasil utiliza os entrepostos normatizados (Camargo et al, 2006a). No período 2002 a 2004, a produção média total de tomate foi de 3,57 milhões de toneladas por ano e o tomate industrial participou com 40%. Na região do cerrado foram produzidos 78% do total (Goiás, 62% e Minas Gerais, 16%), tendo São Paulo contribuído com 20% e o Nordeste com 2% (Camargo et al, 2006b) (Figura 1). A produção média de tomate de mesa, no biênio 2005-2006, foi de 2,14 milhões de toneladas por ano. Na região Sudeste, que contribuiu com 57%, São Paulo e Minas Gerais foram os maiores produtores (43%) e o Rio de Janeiro contribuiu com 10%. A região Sul, que produz somente tomate de mesa, participou com 19%: Paraná (9%), Santa Catarina (6%) e Rio Grande do Sul (4%). O restante da produção brasileira (24%) distribuiu-se em outros estados (Figura 2). Na análise das contribuições da área e da produtividade verificou-se que a produção de tomate, no período 1996 a 2006, aumentou em 2,54% e a área cresceu 0,92% ao ano. Com isso, a contribuição da produtividade foi 63,78% e da área 36,22% para que ocorresse a expansão da produção. Nesse período, a produtividade aumentou cerca de 31% mostrando adoção tecnológica na produção (Tabela 1). Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 S 1019 Produção de tomate de mesa no Brasil, 1990-2006: contribuição da área e da produtividade A evolução do cultivo de tomate para mesa no Brasil, no período 1990 a 2006, respondeu positivamente aos investimentos em pesquisa. Assim, essa hortaliça continuou importante no ranking nacional, apesar do aumento significativo da produção de tomate industrial. Os Estados de São Paulo e Minas Gerais continuaram líderes na produção desse legume para consumo in natura. LITERATURA CITADA CAMARGO A M M P; CAMARGO F P; ALVES H S A; CAMARGO FILHO W P. 2006a. Desenvolvimento do sistema agroindustrial do tomate. Informações Econômicas 36: 53- 58. CAMARGO F P; ALVES H S A; CAMARGO FILHO W P; VILELA N J. 2006b. Cadeia produtiva de tomate industrial no Brasil: resenha da década de 1990, produção regional e perspectivas. Informações Econômicas 36: 7-20. EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 2007,10 de dezembro. Disponível em http:// www.cnph.embrapa.br/. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2007, 11 de novembro. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Disponível em http:// www.ibge.gov.br/. IEA - Instituto de Economia Agrícola. 2007,11 de novembro. Informações Estatísticas. Disponível em http://www.iea.gov.br/ FAO, Food and Agriculture Organization. 2007. Production Yearbook 57. VERA FILHO, F & TOLLINI, H. Progresso Tecnológico e Desenvolvimento Agrícola, in VEIGA, A. Coord. Ensaios sobre Políticas Agrícolas Brasileiras. São Paulo. Secretaria da Agricultura. p. 87-113, 1979. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 S 1020 Produção de tomate de mesa no Brasil, 1990-2006: contribuição da área e da produtividade Minas Gerais 8% São Paulo 27% Goiás 63% Nordeste 2% Figura 1. Distribuição geográfica da produção de tomate industrial no Brasil, 2006. (Distribution of tomato for industry production by region in Brazil, 2006). São Paulo, IEA, 2008 Santa Catarina 5% Rio Grande do Sul 4% Paraná 9% São Paulo 24% Outros 12% Rio de Janeiro 10% Minas Gerais 13% Nordeste 23% Figura 2. Distribuição geográfica da produção de tomate de mesa no Brasil, 2006. (Distribution of fresh tomato production by region in Brazil, 2006). São Paulo, IEA, 2008 Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 S 1021